quinta-feira, 19 de outubro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/10/2017

ANO A


Lc 12,13-21

Comentário do Evangelho

Desejo de poder.

A parábola tem alcance muito maior. O verbo “dizer” é repetido várias vezes (vv. 17.18.19), num monólogo do personagem único, solitário e sem próximo. Esta observação, e se é necessário, pode nos levar a intitular a parábola deste modo: “O esquecimento fatal do diálogo”.
Esquecimento do diálogo com Deus, no que concerne ao rico proprietário (vv. 16ss), e do diálogo entre os dois irmãos acerca da partilha dos bens (vv. 13-14). O v. 15 faz a transição entre o pedido de arbitragem de um dos irmãos e a parábola.
A palavra traduzida por “ganância”, no v. 15, em grego exprime uma vontade de ter superioridade, um desejo de poder. “... pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens” (v. 15). Isto significa que a riqueza não impede a morte inesperada. A abundância, o ter, pode substituir Deus. Ao invés de nos fazer disponíveis, esta facilidade ou abundância é em que nós confiamos, de fato. Isto é uma ilusão: eu creio possuir, mas, de fato, eu sou possuído! O importante é a nossa maneira de possuir, isto é, o papel que tem em nosso íntimo o que nós possuímos.
Resumidamente, a parábola nos faz perguntar: Você é por ou contra Deus? É esta a questão posta ao rico: “E para quem ficará o que acumulaste?” (v. 20). Cabe a nós, diante do Senhor, respondermos também esta questão: O que é que me enriquece de bens que não se contabilizam, mas modela meu rosto, meu olhar sobre o mundo, sobre os outros e sobre mim mesmo?
Carlos Alberto Contieri,sj
Fonte: Paulinas em 21/10/2013

Vivendo a Palavra

Onde, ou em quê nós depositamos nossa esperança? Nos tesouros efêmeros e enganosos que construímos, ou no Amor que aprendemos com Jesus de Nazaré e estamos tentando viver junto com os companheiros de peregrinação neste planeta encantado que nos foi emprestado pelo Pai para ser cuidado?
Fonte: Arquidiocese BH em 21/10/2013

Reflexão

Mas Deus lhe disse: Louco! Louco é aquele que é incapaz de perceber a verdadeira hierarquia dos valores e submete o eterno ao temporal, o celeste ao terreno, fazendo com que o acúmulo de bens materiais se tornem a causa maior da sua própria felicidade, o que faz com que ele feche a sua vida para os valores que são eternos e que trazem a felicidade que não tem fim. A verdadeira loucura consiste em não conhecer a Deus e, por isso, não valorizar a sua presença em nossas vidas, não viver no seu amor e não amar, de modo que não haja partilha de todos os bens, não possibilitando um crescimento mútuo e um projeto comum de felicidade, que dura para sempre.
Fonte: CNBB em 21/10/2013

Meditação

Há muita disputa por heranças? - O que dizer do acúmulo de coisas supérfluas? - Sua riqueza está acima de tudo em ter Deus no coração? - É muito apegado a coisas materiais? - Procura pensar na vida eterna ou foge da realidade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R.
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 21/10/2013

Meditando o evangelho

O RICO INSENSATO

O discípulo do Reino é instruído para se portar com liberdade diante dos bens deste mundo, para não correr o risco de cair na idolatria. A relação incorreta com as criaturas tende a levá-los a um comportamento errôneo em relação aos irmãos: coisificar as pessoas e tiranizá-las sem piedade, por absolutizar as riquezas. Por isso, Jesus denunciava energicamente a insensatez dos ricos. Alertava seus discípulos contra a avareza, insistindo para que não contassem com a abundância de bens como fator de segurança e felicidade. E isto na tentativa de levá-los a se manterem imunes contra a idolatria da riqueza.
A parábola do rico avarento apresenta uma atitude que todo discípulo deve evitar. O homem rico fechou-se na sua ganância de acumular, esquecendo-se de Deus e de seus irmãos. Não nutria nenhum desejo de partilhar, mas só de acumular. Quanto mais tinha, tanto mais queria ter. As necessidades dos outros não contavam. Pensava tão-somente em encontrar conforto e fartura para si mesmo, e assim, poder descansar tranqüilo uma vez que tinha garantido para si uma vida abastada.
Ele, porém, não contou com a morte, quando seria chamado a prestar contas a Deus. Só então, haveria de aparecer a total pobreza em que vivia, pois, faltando-lhe o amor, faltava-lhe tudo. Tendo acumulado só para si mesmo, acabou na mais total pobreza diante de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que as riquezas deste mundo jamais polarizem meu coração, impedindo-me de viver o amor que sabe partilhar.

Liturgia comentada

A tua vida será reclamada... (Lc 12,13-21)
Aproxima-se de Jesus um homem que tinha queixas contra seu próprio irmão por motivo de uma herança não repartida. O Rabi da Galileia se vale da ocasião para nos alertar sobre o risco mortal da cobiça dos bens materiais. É a parábola do homem rico.
Claro que o problema não está simplesmente na posse da riqueza, mas no apego ao dinheiro e ao poder, autênticos ídolos que ocupam indevidamente o lugar de Deus no coração do homem, acabando por escravizá-lo e fechá-lo ao convívio dos mais pobres.
Diante de uma colheita acima da expectativa, o rico nem pensa em partilhar as sobras com os famintos. Ao contrário, decide demolir os celeiros acanhados e construir outros maiores: “Lá guardarei todo o MEU trigo e os MEUS bens”. Com o boi na sombra, chega a se propor um programa de vida centrado em si mesmo: “descansa, come, bebe, regala-te”. Autêntico refrão da filosofia hedonista, o velho “carpe diem” que sobrevive no mundo da produção e do consumo. Em resumo, curtir a vida...
Mas uma surpresa espera pelo aprendiz de economia. Deus lhe diz: “Ainda esta noite a tua vida será reclamada”. O avarento não terá tempo para executar seu programa. Os tesouros acumulados não acompanham a alma em sua passagem para o eterno.
De fato, ninguém pode prever a duração de sua vida. E ao término do caminho, todos nós passaremos por um juízo, um acerto final, quando então prestaremos contas do modo como utilizamos os bens que nos foram “emprestados” por Deus.
Daí, a lição do Mestre: não faz sentido preocupar-se com as coisas que passam, comida e roupas, por exemplo, diante da importância dos valores eternos. O próprio Jesus, que vivia como pobre, “sem ter onde descansar a sua cabeça” (cf. Mt 8,20), deu-nos o exemplo mais acabado de simplicidade e pobreza. A casa de Nazaré, onde viveu por trinta anos, demonstra que a felicidade é compatível com a pobreza, enquanto o palácio dos ricos costuma ser o espaço do ódio, das contendas e da infelicidade.
Qual tem sido o objetivo de nossa vida? Acumular bens? Ou partilhar nossos dons?
Orai sem cessar: “Na observância de vossas ordens eu me alegro, Muito mais do que em todas as riquezas!” (Sl 119,14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 21/10/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Tomai cuidado contra todo tipo de ganância

Qualquer que seja a ganância, ela é um mal para alma, para o coração, para a vida, para o caráter e para a personalidade do ser humano.
“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus” (Lc 12,21).
Amados irmãos e irmãs, tomemos a palavra do Nosso Senhor, hoje, que nos diz: “Tomai cuidado contra todo tipo de ganância”, porque, qualquer que seja a ganância, ela é um mal para alma, para o coração, para a vida, para o caráter e para a personalidade do ser humano.
Ganancioso é aquele que quer sempre ter mais, está sempre com a avareza de possuir mais; ele mede a sua vida pelas coisas que tem e nunca está satisfeito com o pouco ou muito que possui. O homem avarento, ganancioso, está sempre preocupado com seus bens, com seu celeiro, está preocupado em possuir.
Não há problema nenhum em ter uma vida digna, honesta, honrada, e em trabalhar para ter o pão de cada dia a fim de alimentar seus filhos, construir uma casa bem arrumada para viver e assim por diante. O problema não consiste nisso, o problema é a ambição, é desejar essas coisas de forma desordenada e fazer do ter o sentido da sua vida.
Meus queridos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus de hoje nos diz que esta não deve ser a ordem da nossa vida. Pelo contrário, ensina-nos que os tesouros que temos de juntar devem estar no céu. E outra coisa: ninguém sabe quantos dias viverá nesta Terra, não sabemos quantos anos durará nossa vida. O que será de tudo o que juntarmos se tivermos um grande tesouro, uma poupança cheia aqui na Terra, e nada no céu?
Não se mede um homem, nem se mede a grandeza de uma alma ou a nobreza de um coração por aquilo que ele possui, mas por aquilo que ele é. Mede-se um ser humano por sua dignidade diante de Deus; pelos valores espirituais, pelos valores humanos que ele cultivou em toda a sua vida.
Por isso, meus irmãos, trabalhemos honestamente, busquemos o pão de cada dia, busquemos dar o melhor para que a nossa vida seja estável, mas não façamos disso a razão da nossa existência. Há muita dignidade na pobreza vivida de forma honrada, assim como há muita vergonha em uma riqueza acumulada de forma muito desequilibrada, ambiciosa e cobiçando todas as coisas.
Que Deus nos dê bom senso, juízo e retidão. Que o Senhor nos ensine a fazer a Sua vontade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 21/10/2013

LEITURA ORANTE

Lc 12,13-21 - Para que acumular?


Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Preparo-me para a Leitura, rezando com todos que
navegam pela internet, com Santo Tomás de Aquino:
Concede-me, Senhor meu Deus,
uma inteligência que te conheça,
uma vontade que te busque,
uma sabedoria que te encontre,
uma vida que te agrade,
uma perseverança que te espere com confiança e
uma confiança que te possua, enfim. Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Lc 12,13-21, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Um homem que estava no meio da multidão disse a Jesus:
- Mestre, mande o meu irmão repartir comigo a herança que o nosso pai nos deixou.
Jesus disse:
- Homem, quem me deu o direito de julgar ou de repartir propriedades entre vocês?
E continuou, dizendo a todos:
- Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas.
Então Jesus contou a seguinte parábola:
- As terras de um homem rico deram uma grande colheita. Então ele começou a pensar: "Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer? Ah! Já sei! - disse para si mesmo. - Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: 'Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.' " Mas Deus lhe disse: "Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?"
Jesus concluiu:
- Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.
A questão que o homem, no meio da multidão, expõe, leva Jesus a esclarecer que ele não veio para resolver interesses pecuniários ou de dinheiro. Para que acumular? O Mestre mais ensina a dar e partilhar do que a reclamar direitos. E toca a raiz do que vicia as relações humanas: o ter. Um grande profeta de nosso tempo, padre Alfredinho, dizia que “o que divide a comunidade é o dinheiro”. E o Salmo 49, salmo sapiencial sobre a condição do homem, recorda que a riqueza não é um seguro de vida. O rico da história que Jesus conta é um bom exemplo de confiança nas riquezas. No seu monólogo revela que seu horizonte é bastante pequeno: esta vida! A isto responde Deus: “Seu tolo. Esta noite você vai morrer”. Rico para Deus é quem ajuda o próximo, como diz o livro dos Provérbios: “Quem se compadece do próximo empresta a Deus” (Pr 19,17)

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto.
Quais são minhas preocupações?
Cuido de assegurar a mim e à minha família uma vida digna ou me preocupo demais com o ter, acumular para o futuro.
Acaso o ter para mim é como um “seguro de vida”?
O meu horizonte termina nesta vida ou a cada dia, vislumbro o Reino que não tem fim?
Os bispos, em Aparecida, disseram: “Segundo a Doutrina Social da Igreja, “o objeto da economia é a formação da riqueza e seu incremento progressivo, em termos não só quantitativos, mas qualitativos: tudo é moralmente correto se está orientado para o desenvolvimento global e solidário do homem e da sociedade na qual vive e trabalha. O desenvolvimento, na verdade, não pode se reduzir a um mero processo de acumulação de bens e de serviços. Ao contrário, a pura acumulação, ainda que para o bem comum, não é uma condição suficiente para a realização de uma autêntica felicidade humana”. A empresa é chamada a prestar uma contribuição maior na sociedade, assumindo a chamada responsabilidade social-empresarial, a partir dessa perspectiva”. (DAp 69).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o Jesus a Oração da Partilha:
o Pai Nosso
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.Disponho-me a dar e partilhar mais do que a reclamar direitos.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
Fontes: Leitura Orante da Palavra e Paulinas em 21/10/2013

Oração Final
Pai Santo, nós damos graças pelos inefáveis dons da vida e da fé que recebemos de teu Amor Paternal. Dá-nos discernimento e coragem para fazermos nossa opção radical de vida pelo seguimento do Cristo Jesus, o teu Verbo que se fez humano como nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/10/2013

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