sábado, 30 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/10/2017

ANO A


Mt 21,28-32

Abertura do Mês Missionário

• Semana Nacional da Vida •

A alegria do evangelho para uma igreja em saída

“Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida.”

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Obedecer ativamente é passar de uma religiosidade passiva e alienada para uma religiosidade operante e transformadora, isto é, missionaria. É esse tipo de atividade religiosa que Jesus recomenda para a comunidade. Por meio da obediência, da qual Jesus é sempre o exemplo maior, a religião torna-se transformadora do ambiente em que vive e a pessoa religiosa faz-se “operário da vinha”. Ser obediente é empenhar a própria vida atraindo a proteção divina e procurando o bem do outro. (Na procissão de entrada pode-se acrescentar símbolos missionários).

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, sejam bem vindos! O Senhor nos reúne no seu amor para nos oferecer o dom da salvação. Aproximemo-nos dele com humildade, reconhecendo que tantas vezes lhe fomos infiéis e não demos atenção ao seu convite para anunciarmos o Evangelho a todos os que se sentem desanimados e sem esperança. Que esta celebração, no início do mês missionário e da semana em defesa da vida, nos ajude a assumir com amor e dedicação a missão que o Senhor nos confiou.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As três parábolas lidas nos evangelhos deste e dos dois domingos seguintes, tratam de um único tema: a rejeição do povo judeu que não quis escutar Jesus e a sua substituição pelos pagãos. Ninguém é marginalizado por Deus. A parábola dos dois filhos justifica a posição do Cristo diante dos "desprezados", esta nova categoria de pobres. Cristo dirige a parábola aos sumos sacerdotes e anciãos, como faz, com outra do mesmo teor, aos fariseus; replica a todos os que se escandalizam com sua predileção pelos pecadores, dizendo-lhes que estes estão mais próximos da salvação do que os que se consideram justos; entra em casa de em casa de Zaqueu, que durante anos usurpou os vencimentos de todos, deixa que uma prostituta lhe lave os pés, protege a adúltera contra os "puros" que a queriam apedrejar. Sua vida deixa a Deus a possibilidade de manifestar-se como verdadeiramente é. Essas situações revelam, no fundo, a liberdade de Deus. A parábola se dirige, pois, aos que se fecham para a Boa-nova, aos que não querem reconhecer a identidade de Deus em nome da própria justiça e se consideram pagos por sua própria suficiência. Vamos hoje com sinceridade de coração, nos abrir para conhecer e aceitar verdadeiramente a presença de Deus em nossas vidas através de Jesus Cristo.

Comentário do Evangelho

Duas atitudes diante do chamado de Deus.

Como está o nosso sim ou a nossa adesão a Deus? A teologia da retribuição faz parte de uma mentalidade que perpassa quase todo o Antigo Testamento. O trecho do livro do profeta Ezequiel nos põe às portas da primeira deportação dos judeus para a Babilônia, em 597 a.C. A deportação mais importante foi a do ano 587 a.C., e a terceira foi em 582 a.C. Ante a iminência do exílio, o povo de Deus blasfema pondo em Deus a culpa de seu fracasso. Mas Deus não se cala; nem sempre Deus silencia. É Ele quem revela as faltas do seu povo. O exílio é o fruto podre das alianças políticas equivocadas e consequência do abandono, por parte do povo, do Deus que os havia libertado da casa da servidão. A injustiça que eles cometeram foi abandonar os mandamentos do Senhor para seguir suas próprias inclinações más. É preciso compreender que Deus não nos trata segundo as nossas faltas, nem é Ele que está na origem de nossos males. Deus provoca a conversão e acolhe todo pecador que se converte. Nesse sentido, o texto de hoje do profeta Ezequiel é um apelo à conversão.
A parábola dos dois filhos representa duas atitudes diante do chamado de Deus. Essa parábola é a sequência do diálogo com os sumos sacerdotes e anciãos em que eles perguntam a Jesus, perplexos pela sua atitude de expulsar do Templo os cambistas e os comerciantes (Mt 21,12-16), quanto à origem de sua autoridade: “quem te concedeu essa autoridade?” (v. 23). A pergunta deles revela a resistência em reconhecer a origem divina de Jesus. Desejam desmascarar Jesus, mas diante de Jesus é a máscara deles que cai por terra. O filho que diz não ao seu pai e, depois, acaba indo trabalhar na vinha, vale mais do que aquele que diz sim, mas não obedece. Um homem de verdade é reconhecido por seus atos, não por suas intenções. Imaginemos um banquete em que os lugares eram distribuídos em função da dignidade das pessoas. O anúncio de Jesus significa que os publicanos e as prostitutas, cujas vidas, num primeiro momento, representavam um não a Deus, ocupam, no Reino dos Céus, o lugar reservado aos sumos sacerdotes e aos anciãos. Por quê? Por que eles ouviram a pregação de João Batista e se converteram. Os sumos sacerdotes e os anciãos, ao contrário, resistiram em crer em João, como resistem em crer em Jesus, apesar de terem visto as boas obras, e não se converteram.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.
Fonte: Paulinas em 28/09/2014

Vivendo a Palavra

Jesus anuncia o Amor eficaz, que podemos definir assim: ‘o Amor é o que o Amor faz e não o que o Amor diz’. Não são cristãos – seguidores do Cristo – aqueles que dizem ‘Senhor, Senhor!’, mas quem ouve e cumpre a vontade do Pai que está no céu. Tenhamos em nossos corações o desejo de servir ao irmão, para a glória do seu e do nosso Criador.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2014

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho quer nos ensinar o valor que existe no reconhecimento de nossas fragilidades, de nossas quedas, de nossas traições às propostas do Reino dos Céus. Assim como as palavras de João moveram os cobradores de impostos e as prostitutas, as Palavras de Jesus devem calar fundo nos nossos corações e nos levar à conversão radical de vida.

Recadinho

O que dizer da chamada “parábola do arrependimento?” - Não deve ser esta uma de nossas primeiras atitudes, o saber arrepender-se? - Adianta dizer que é de formação católica se não pratica? - Procuramos coerência entre nossas palavras e atos? - Pede as luzes do Espírito para conseguir trilhar o caminho do arrependimento?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 28/09/2014

Meditando o evangelho

UM HOMEM E SEUS DOIS FILHOS

A parábola evangélica desmascara a liderança religiosa do tempo de Jesus, sempre pronta a criticar e a marginalizar os que eram considerados pecadores. Ela própria, no entanto, era incapaz de se submeter, adequadamente, à vontade de Deus.
A atitude de um homem e de seus dois filhos é a metáfora do relacionamento do povo de Israel com Deus. O homem da parábola representa Deus. Este tem um projeto para seu povo, expresso no Decálogo, pelo qual cada israelita pautaria sua vida. Da obediência à vontade divina resultaria uma sociedade fraterna, sem excluídos, onde os mais fracos e pequeninos seriam mais dignos de apoio e atenção.
A liderança religiosa corresponde ao filho que se predispõe a obedecer às ordens do pai, mas, de fato, se omite. Os mestres da Lei e os fariseus mostravam-se fiéis à vontade de Deus e externamente pareciam se esforçar por cumprir cada preceito da Lei, sem omitir um sequer. Chegavam até a ser minuciosos. Tudo, porém, puro exibicionismo, superficialidade, no intuito de granjear o louvor do povo. Uma piedade sem consistência!
Os pecadores, identificados com os cobradores de impostos e as meretrizes, são representados pelo filho que se recusa a obedecer, mas acaba cumprindo a ordem paterna. Correspondem à categoria de pessoas que, aparentemente afastadas de Deus, no seu dia-a-dia buscam ser solidárias, estando sempre prontas para fazer um gesto de amor, numa expressão de fé em Deus. São estas as pessoas que fazem a vontade de Deus, e não as primeiras.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os dois filhos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há uma música muito bonita chamada Filho Adotivo, onde o filho adotado atende e assiste o pai, na hora de suas necessidades, fazendo aquilo que competia aos filhos legítimos que não o fizeram, ou seja, sempre é de se esperar, que o adotado nem sempre corresponda ao amor do pai, agindo com sentimento de gratidão. Mateus escreve para as comunidades de origem judaica e sempre que aparece em seu evangelho dois personagens diferentes, aquele que posa de “bom moço”, mas que no fundo é enganado, são pessoas que pertencem ao judaísmo, a reflexão segue nessa linha, se Mateus escrevesse a história do Filho adotivo, certamente ele seria alguém de fora da comunidade e não o contrário. O desejo de Deus é que todos os homens se salvem. O seu projeto de vida nunca exclui ninguém, mas é necessário que através de uma fé encarnada na vida e na história, o homem lhe dê uma resposta autêntica, pois em um primeiro momento, essa relação com Deus foi marcada por uma ruptura, porque o homem optou em dizer não, quando pecou, ao querer ser conhecedor do Bem e do Mal, quando manifestou a vontade de fazer a sua própria história, sem se importar com o que Deus pensava a respeito.
Israel é a nação escolhida, a raça eleita, a quem Deus convida a caminhar junto com ele, quando chama Abraão, o Pai da Fé, confirma o chamado e a aliança em Isac e Jacó, manifesta a força libertadora do seu amor através de Moisés, o amado toma as dores da amada, humilhada, agredida, oprimida pelo Egito, e depois, com o passar do tempo, manda recados de amor através dos profetas, para que o povo não perdesse o rumo e a direção.Deus nunca escondeu o seu projeto, ao contrário, foi se revelando aos homens que abriram a ele o coração e a vida, havia um trabalho a ser feito, algo a ser plantado, um reino novo com novos horizontes de uma vida nova, é como na relação de um casal de esposos, o amor deve ser vivenciado em gestos concretos, Israel é na verdade esse segundo Filho, que aceitou com entusiasmo ser o seu povo, o escolhido, o amado, o predileto, “Eu serei o seu Deus, e Vós sereis o meu povo” – Mas logo esse sistema religioso, centrado na aliança, e que exigia fidelidade diante de um Deus que ama e que caminha junto, se tornou um mero formalismo, perdendo toda graça e o encanto.
Hoje há muitas igrejas cristãs onde se diz SIM, na base do entusiasmo, da euforia, de uma conversão milagrosa, ocorrida da noite para o dia, por conta de algum prodígio, o SIM se torna fórmula mágica, quando no modo de se viver a religião, nada se perde, mas tudo se ganha. O que importa é participar do rito, sentir-se protegido por Deus, na religião do SIM da euforia, sem raiz, sem maturidade, o homem pode determinar e Deus cumpre, na religião do SIM formal, sem exigência e compromisso com a ética, moral, a liberdade, o respeito à vida e a busca da justiça, o que vale é o SEJA FEITO Á NOSSA VONTADE, é o homem poder tirar vantagem dessa “pseuda” relação com Deus, por trás de uma instituição religiosa. Israel, o Povo da Promessa e da Aliança, enveredou por este caminho, da religião dos detalhes, das formalidades, dos ritos purificatórios, dos preceitos, e quando se faz o rito pelo rito, o coração vai perdendo a esperança, a crença, sem compromisso com o chão da história, vai se tornando monótona, vazia, sem sentido. Deus é nosso, a salvação é nossa, a Vida Eterna é nossa, e o Espírito Santo vai e vem, conforme nossas ordens. Não seria esse o modo de pensar do fenômeno religioso da modernidade? Eis o grande perigo para nossa vida de fé na comunidade: Dizer um SIM a Deus, ao seu projeto de Vida, mas ter o coração distante, frio, algo como que um casamento apenas no papel, ou o casamento da aparência, onde marido e mulher dormem em quartos ou camas separadas, porque não se suportam. Essa religião é coisa do Homem!
Já o primeiro Filho, aquele que disse NÃO, acabou mudando de idéia e foi trabalhar na Vinha do Pai, porque descobriu que a relação com ele, não se fundamenta no formalismo, no contratual ou na obrigatoriedade, no meramente ritual, mas sim no amor, que quer celebrar a vida, onde o rito de gestos e palavras, nada mais é do que a expressão dessa gratidão, que irrompe do fundo da alma humana, e sobe a Deus em oferta agradável. Este Filho descobriu todo um projeto de vida, onde a vocação para o amor, faz dele alguém especial, que tem nos mandamentos do Senhor, não preceitos moralistas marcados pelo rigorismo e pela ameaça de um castigo, mas sim uma sinalização segura, a conduzir o homem no rumo certo, dos braços de Deus, que o espera com alegria, como o Pai esperou pelo Filho Pródigo em sua casa. Nesse sentido, nós cristãos atuantes e membros da Igreja, precisamos tomar cuidado, pois todos aqueles que rotulamos como Filhos perdidos e ovelhas desgarradas, poderão nos preceder no coração de Deus, se continuarmos pensando que o mundo se divide entre bons e maus, entre santos e pecadores, entre justos e injustos, e que nós, estamos sempre do lado dos bons, só porque um dia dissemos SIM...
“A FÉ SEM OBRAS É MORTA!”
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Vai trabalhar hoje na vinha!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A Liturgia seleciona mais quatro parábolas de Mateus para a meditação dominical. Na semana passamos tivemos a parábola dos trabalhadores da vinha. Hoje a dos dois filhos. Ambas prolongam o Sermão dos bons relacionamentos entre nós. Em seguida virão as parábolas dos vinhateiros homicidas e a do banquete nupcial.
Na parábola dos dois filhos, um diz sim a seu pai e não faz nada e outro diz não e acaba fazendo. O pai tinha mandado os dois trabalhar numa plantação da família. A parábola é contada como crítica aos sacerdotes e anciãos do povo, que permaneciam insensíveis à pregação de João Batista, mesmo vendo cobradores de impostos e prostitutas se converterem. Estes que pareciam estar dizendo não à vontade de Deus foram os que se converteram. Sacerdotes e anciãos talvez não precisassem de conversão por não serem pecadores como os publicanos e as prostitutas, mas por que não acreditavam em João Batista? Podiam se deixar tocar e dar mais atenção à pregação de João. Se pecadores públicos tinham se convertido, João devia estar pregando algo sério que valia a pena escutar. Eles, porém, permaneceram insensíveis. Exteriormente, homens da Lei de Deus. Interiormente, pouco atentos à Palavra de Deus e aos seus sinais.
Em Ezequiel presenciamos uma discussão. O povo diz que Deus está errado quando é generoso e perdoa. Na realidade, os pensamentos do povo não coincidem com os de Deus. É fácil entender a discussão. O justo se desvia da justiça e começa a praticar o mal. Pode-se entender que ele seja punido, já que abandonou a justiça. O corrupto desonesto, porém, se arrepende e muda de vida, começa a praticar e a observar o direito e a justiça. Deus então o perdoa e lhe concede a vida. Deus não está errado. Nós é que não estamos querendo aceitar a mudança do outro. Não nos alegramos com o seu bem e lhe negamos uma nova oportunidade.
Paulo recomenda que todos tenham o mesmo objetivo na vida: vivam em harmonia, unidos no amor; o que fazem, não façam por competição ou vanglória; sejam humildes; pensem que o outro é mais importante; não cuidem só do que é seu, cuidem do que é do outro; sejam como Jesus, que soube encarnar-se, inseriu-se em nossa humanidade, inculturou-se. Um belo programa de vida para quem quer que o seu sim seja sim e o seu não seja não. Peçamos que Deus nos mostre o seu caminho, que sua verdade nos oriente, que ele seja bondoso e compassivo para conosco, não se lembre dos nossos pecados e das nossas faltas. Ele reconduz ao bom caminho os pecadores. Que ele reconduza a nós também e a todos os pecadores de todos os tipos. Se eu sou sincero em meu íntimo, devo crer que os outros também podem ser. Não julgar precipitadamente é sinal de sabedoria. Olhe os fatos para ver se acompanham as palavras. Os fatos mostram a disposição de realizar a vontade de Deus, mesmo sem conhecê-la explicitamente. Lembre-se de que “pois sim” significa “não”, e “pois não” significa “sim”. Enfim, não se deve julgar pelas aparências.

REFLEXÕES DE HOJE


01 DE OUTUBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

HOMILIA

OS DOIS FILHOS Mt 21,28-32
Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus, disse Jesus às autoridades judaicas que o escutavam no Templo. Podemos imaginar o escândalo que estas palavras causaram aos ouvidos dos “justos” de Israel! Ser precedido nos céus por uma prostituta ou um cobrador de impostos?! No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não poderia se ouvir ofensa maior. Ser colocado para trás logo por quem? Por pessoas de má fama?
Mas, por que Jesus reprova tanto estes sacerdotes e anciãos? Onde foi que eles erraram? Exatamente na incoerência entre o “falar” e o “fazer”. E Jesus mostra isso claramente com a parábola dos dois filhos. Nela, para ambos os filhos, o pai pede cordialmente que trabalhem na vinha. O primeiro se prontifica imediatamente: “Sim, Senhor!”, mas não move uma palha. O segundo está decidido: “Não quero!”, mas pensa melhor e aparece lá para trabalhar.
No primeiro filho, as palavras são boas e gentis, mas falta a sua realização. No segundo, as palavras até parecem brutas, mas a ação é boa. As palavras por si só não salvam, é preciso praticá-las. O próprio Jesus já havia alertado: “Não quem me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Já o exemplo do segundo filho é autêntico: ele cumpre a vontade do pai não com palavras, mas com ações.
Os chefes judaicos até que estavam de acordo que a vontade do Pai só pudesse ser cumprida com ações, mas não estavam de acordo de jeito nenhum com a aplicação que Jesus fizera desta parábola. Assim, percebemos que tipo de distância abismal havia entre o dizer e o fazer na religiosidade farisaica e que é tão viva ainda hoje. A reprovação de Jesus é dirigida a quem dá mais valor às aparências do que à essência, mais às palavras que à prática, mas ao exterior que ao interior. Se formos fazer um exame de consciência bem feito, vamos perceber imediatamente como somos fariseus, como o primeiro filho pronto a dizer “sim” com os lábios, mas a não fazer quase nada quando o assunto é cumprir a vontade de Deus.
A exortação de Jesus se torna ainda mais provocante, como já dissemos acima, porque contrapõe aos seus interlocutores os publicanos e as prostitutas. Para os chefes dos judeus, o fato de serem mencionados juntamente com pessoas dessa classe era muito ofensivo. Eles desprezavam e excluíam totalmente estas pessoas. Jesus, pelo contrário, vê nelas o segundo filho. Num primeiro momento, deram um não, mas depois se arrependeram e fizeram a vontade do Pai. Jesus não aprova o modo de vida delas, mas reconhece a acolhida que elas deram à mensagem de conversão de João Batista e a julga como o cumprimento da vontade de Deus.
Jesus afirma que só aquele que reconhece o seu pecado pode se arrepender; aquele que se acha justo, um auto-suficiente, seguro de sua justiça, nunca vai reconhecer que erra. De fato, foi isto o que aconteceu pela pregação de João Batista: os fariseus o rejeitaram, enquanto os pecadores se arrependeram e se converteram. Aqueles, de fato, não se agradaram em ouvi-lo, estavam fechados ao Evangelho e só quem se deixa tocar pelo Evangelho, se afasta de si mesmo (já que, no fundo, a religiosidade farisaica é o agradar a si mesmo, pelo próprio comportamento, pelas próprias ações) e se abandona à vontade de Deus.
Até que os fariseus faziam boas e muitas ações, pois observavam a lei de Moisés, mas esqueciam a parte fundamental: reconhecer os sinais da presença de Deus, primeiramente em João Batista, depois em Jesus. Descobrimos assim que a manifestação concreta da vontade de Deus não coincide nunca com aquilo que nós desejamos e que já pré-estabelecemos como o nosso bem, mas tem sempre a ver com a fé, uma fé que envolve todo o nosso ser e se concretiza numa pequena, simples, mas dificílima ação. O importante não é, portanto, fazer alguma coisa, mas fazer aquilo que Deus quer que nós façamos pela obediência da fé.
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta ao teu apelo não seja pura formalidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 28/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

A Palavra de Deus semeada em nós provoca mudanças de atitudes

Deus não olha para o tamanho do pecado de cada um de nós. Ele olha, na verdade, para a nossa abertura e para a nossa conversão de vida.
“Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mateus 21, 31).
A Palavra de Deus hoje anunciada é um forte chamado ao nosso coração para que façamos realmente uma verdadeira experiência de conversão e de mudança de vida. Veja bem, não adianta eu dizer que sou cristão, que sou católico, me orgulhar porque vou à Missa, porque rezo em casa, conheço a Bíblia, mas me comportar com indiferença diante das palavras de Jesus, que me chamam à conversão e à transformação de vida. Porque é deste modo que se comportaram muitos na época de Jesus. Eles ouviram o que o Senhor dizia, mas como achavam que já conheciam a vontade de Deus, comportaram-se com uma total indiferença.
Na história do Evangelho de hoje, o primeiro filho diz: “Pai, eu vou fazer a sua vontade”. Mas, quando o pai apresenta qual é a sua vontade ao filho, este simplesmente não a coloca em prática. O segundo filho, num primeiro momento, põe dificuldade, até diz ”não”, mas depois reflete melhor e deixa-se tocar pelo pedido do pai e dá a sua resposta positiva.
Quando Jesus diz que as prostitutas, os cobradores de impostos e os pecadores nos precedem no Reino de Deus porque, muitas vezes, nos sentimos justos, justificados, bons diante de Deus e não nos deixamos converter diariamente e verdadeiramente pela Palavra de Deus. Ao contrário de muitos de nós, muitos destes acolhem a Palavra, por maiores que sejam os vícios vividos ou a vida errada que já levaram, e se convertem de verdade!
Por isso, Deus não olha para o tamanho do pecado de cada um de nós. Ele olha, na verdade, para a nossa abertura e para a nossa conversão de vida. Porque, o que importa não é o tamanho do pecado, mas a grandeza da misericórdia de Deus, que tudo lava, que tudo purifica e que tudo renova, quando eu e você estamos verdadeiramente arrependidos.
Nós não devemos nos comportar, na casa de Deus, como meros espectadores! Não devemos ser alguém que ouve, que acha bonito o que se fala, mas não se deixa tocar, não se deixa converter, não permite realmente o seu coração ser mudado e transformado pela Palavra de Deus.
Que essa Palavra, hoje, semeada em nosso coração, provoque em nós mudanças de atitudes, de hábitos, de gestos, de coração, de mentalidade, para que não sejamos como o primeiro filho do Evangelho, aquele filho que diz “sim”, mas no fundo não coloca em prática a vontade do pai. Podemos ser até, no primeiro momento, duros, mas o importante é vencer a dureza e deixar a Palavra de Deus nos transformar a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 28/09/2014

VEJA MAIS HOMÍLIAS EM
HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/09/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e força para transformar em atitudes existenciais a tua Presença em nós. Que nossas relações com os irmãos, com a natureza e o respeito à vida sejam nosso testemunho de gratidão por sabermos que somos morada do teu Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a trabalhar com alegria na tua vinha. Faze-nos conhecer a nobreza do serviço generoso e gratuito prestado aos irmãos em nome do teu Amor de Pai que também é Mãe. Conserva-nos, Pai amado, nos teus Caminhos. Por Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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