sexta-feira, 2 de junho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/06/2017

Ano A


Jo 21,20-25

Comentário do Evangelho

Permanecer em Cristo.

A vida do discípulo que Jesus amava está profundamente vinculada ao Senhor. Essa é a característica de todo discípulo: “permanecer em Cristo”. A cada um o Senhor trata de modo particular (v. 22), respeitando-lhe a liberdade. Na comunidade dos discípulos, comparações devem ser evitadas; o mais importante é o seguimento de Jesus (v. 22). O fundamental para o leitor é que as páginas do livro que ele lê é fruto de um testemunho de fé verdadeiro (v. 24). Verdadeiro também porque nós, ouvintes e leitores do evangelho, podemos experimentar em nós os efeitos do que transmitiu com o seu livro. O muito que ele nos transmitiu nos faz viver na alegria da fé, através da qual experimentamos a vida de Deus em nós (vv. 24-25). A riqueza insondável do que Jesus ensinou e realizou não se encerra nas páginas do evangelho escrito (v. 25). Nem tudo foi retido da tradição oral, é verdade, mas o Ressuscitado continua a agir, a ensinar e instruir os seus discípulos, por seu Espírito que habita em nós.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para ele.
Fonte: Paulinas em 07/06/2014

Vivendo a Palavra

Assim termina o Evangelho partilhado pela comunidade de João. A partir daqui, cabe a cada um de nós pedir a Luz do Espírito Santo para que, nas sucessivas releituras que fizermos do texto, mergulhemos sempre mais profundamente no Mistério do Cristo que se fez carne em Jesus de Nazaré e possamos segui-lo pelas estradas da vida.

Reflexão

O testemunho dos discípulos de Jesus é sempre verdadeiro, uma vez que, assistidos pelo Espírito Santo, que nos revela a plenitude da verdade, realizam a sua missão. E esse testemunho deve ser de tal modo que convença todas as pessoas a respeito de Jesus, caminho, verdade e vida, e as leve a dar a ele uma resposta positiva de adesão ao seu projeto de amor para se tornarem, conosco, verdadeiras testemunhas dele e operários do seu projeto. Assim, cada vez mais o Reino cresce no meio de nós, o mundo é transformado de acordo com os valores pregados por Jesus, e as obras dele continuam acontecendo.
Fonte: CNBB em 07/06/2014

Recadinho

Meditemos! Deus nos criou por Amor. Por Amor se fez ser humano igual a nós. Por Amor enviou o Espírito que nos santifica. Por Amor Jesus permanece conosco na Eucaristia. Como a Pedro Ele nos pergunta se o amamos de verdade, de coração sincero!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 07/06/2014

Meditando o evangelho

O TESTEMUNHO DO DISCÍPULO

A história da comunidade cristã foi-se fazendo na medida em que os discípulos davam testemunho do Senhor e narravam as maravilhas por ele realizadas. Tratava-se daquilo que eles tinham experimentado pessoalmente como prova da bondade divina, mas também das ações em benefício de tantas outras pessoas. A Ressurreição ajudava-os a ler tudo com novos olhos e a partir de novas perspectivas. Tudo tomava um novo sentido.
De fato, só a partir da Ressurreição, os discípulos puderam dar-se contas de quem era Jesus. Quiçá, antes da Ressurreição, não tivessem passado da mera admiração do que Jesus realizava, sem perceber que, na ação do Mestre, o próprio Deus manifestava seu amor pela humanidade. Ou então, não superassem o nível da mera curiosidade, onde o maravilhoso e espetacular os fascinava. Agora, revendo tudo à luz da Ressurreição, tinham certeza de estar diante da salvação divina, operando na História.
Os discípulos que viriam depois só teriam acesso a Jesus, mediante o testemunho dos primeiros seguidores. O acesso físico e imediato ao Senhor não seria mais possível. A fé no Ressuscitado consistiria, doravante, numa tomada de posição diante do testemunho recebido. Só assim seria possível fazer-se discípulo do Senhor. Prescindir do testemunho dos primeiros cristãos, assim como foi transmitido, inviabiliza qualquer ato de fé autêntico no Ressuscitado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, eu fui levado a ti pelo testemunho de fé de tantos irmãos e irmãs. Que o meu testemunho leve também muitos outros a te encontrarem.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Autenticidade dos escritos joaninos e aceitação da comunidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Qualquer leitor do Novo Testamento percebe que o evangelho de João é totalmente diferente dos sinóticos. Considerando-se que os evangelhos são frutos de uma experiência de vida das comunidades, conclui-se que a Comunidade Joanina era atípica e as desconfianças eram muitas, falava-se em Gnosticismo, por causa do modo de João escrever sobre Jesus, usando uma alta Cristologia que realçava sua Divindade. O fato é que esse capítulo 21, que foi acrescentado ao evangelho quando João já tinha morrido, atesta a autenticidade do evangelho, e aceita no seio da Igreja essa comunidade Joanina, que tinha captado na essência o que era o verdadeiro cristianismo.
A pergunta de Pedro a Jesus, "Senhor, e este, o que será dele?" demonstrava a desconfiança que a Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em relação a essa comunidade. Era como se perguntasse, "Podemos confiar nessa comunidade de João? O que será que vai acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro "Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?", pode ser vista como uma alusão a autenticidade da comunidade, que faz parte da Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas não é só isso, o próprio texto traz uma razão muito simples para confirmar a autenticidade do escrito Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia estava com a cabeça recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem viveu essa experiência tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode escrever com autoridade sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai, porque com Ele está intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina poderia concluir essa reflexão "Deus é amor... Só quem ama pode dizer que conhece a Deus..."
Muito mais do que simplesmente comprovar a autenticidade do escrito joanino, esse evangelho ensina que a única forma de conhecer a Deus e viver em comunhão com ele, para que possamos falar dele com conhecimento de causa, é Vivermos no Amor., exatamente como o evangelista João que fez essa experiência profunda da essência de Deus que é o Amor.

2. Senhor, quem é que vai te entregar?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Passeavam na praia, Pedro e o Senhor, ultimando a despedida. Jesus se vai e Pedro fica para cuidar do rebanho. E o outro, aquele, o Discípulo? Este Discípulo se faz presente para que saibamos que o importante é ser discípulo e que esta comunidade de Jesus chamada Igreja é feita de discípulos. Para que Pedro não caia na tentação de se julgar chefe, Jesus lhe diz mais uma vez, e é a última palavra dita a Pedro neste Evangelho: “Tu, segue-me”. Seguir, é o que faz o discípulo. O discípulo segue, e ao mesmo tempo o seguir o torna discípulo. Vai atrás do Mestre, procurando não ser diferente dele, imitando-o, porque a imitação é a medida do amor. Por isso, voltar ao Evangelho para que Cristo viva em nós e segui-lo numa entrega sem medida, com infinita confiança. Jesus fez muitas coisas que não foram escritas. Nem tudo, portanto, está na Bíblia, nem precisa estar. Temos o Espírito Santo, que mantém viva a Palavra.

Fonte: NPD Brasil

HOMILIA DIÁRIA

Temos sede de Deus, sede de amor, sede de eternidade!

Aquilo que o Evangelho de João diz é o que, de fato, nós queremos clamar, porque nós temos sede de Deus, sede de amor, de eternidade e de bondade!
“Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior” (João 7, 38).
Nós, hoje, queremos meditar sobre a Liturgia da Vigília de Pentecostes, toda a Igreja reunida para clamar o dom do alto, o dom do Espírito Santo, a grande promessa de Deus para Sua Igreja, a grande promessa de Deus para cada um de nós, a grande promessa de Deus para a nossa vida. “Sobre vós derramareis o meu Espírito“, afirma Jesus.
Aquilo que o Evangelho de João diz é o que, de fato, nós queremos clamar, porque nós temos sede – temos sede de Deus, sede de amor, sede de eternidade, sede de bondade; há uma secura dentro de nós. E nós, muitas vezes, queremos saciar e inebriar a nossa sede com aquilo que não sacia, com aquilo que não tira a nossa sede; muito pelo contrário, nos deixa cada vez mais sedentos e vazios. Quantos precisam se dirigir aos vícios, quantos precisam se dirigir a coisas que não levam a nada para saciar uma sede profunda que há na alma humana.
Jesus diz hoje a mim e a você: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7, 37). Jesus é aquele que sacia a nossa sede. E de que forma o Senhor a sacia? Ele nos faz ficar inebriados nas fontes de água viva, a qual jorra para a eternidade. Jesus nos mergulha no Seu Espírito, Jesus nos deixa inebriados com Seu Santo Espírito e nos faz plenos e repletos d’Ele [Espírito Santo]. E como nós precisamos deste Espírito, precisamos d’Ele para continuar vencendo, para continuar lutando, para continuarmos em pé no seguimento de Jesus Cristo e não desanimarmos!
E uma vez que esse mesmo Espírito é derramado sobre nós, uma vez que nós nos encharcamos desse mesmo Espírito, rios de água viva jorram do nosso interior. E desses rios de água, que jorram de nós, brotam os frutos do Espírito que habitam em nós. O rio que jorra para todos os lados, esparrama água, esparrama o frescor e o vigor que vem dessa água pura, límpida que renova e faz novas todas as coisas!
Aquele que é cheio do Espírito está derramando o Seu Espírito, está jorrando para quem está do Seu lado e os frutos d’Ele: a alegria, a paz, o amor, a bondade, a generosidade, a afabilidade, a caridade, a temperança e tudo aquilo que nós conhecemos da vida nova que o Espírito faz brotar em nós.
Que hoje permaneçamos unidos na oração, na súplica para que seja revigorada em nossa vida essa graça original do batismo que recebemos do Espírito Santo de Deus.
Deus deseja que de mim e de você brote um rio de água viva para saciar a fome e a sede do mundo; para saciar a sede da nossa casa, da nossa família e dos nossos. Essa sede precisa ser saciada na fonte que brota do coração de Jesus.
Ó rio de água viva, ó Espírito Consolador, que faz novas todas as coisas, vinde ao nosso encontro, vinde em nosso socorro, vinde em nosso auxílio e fazei jorrar de nós essa graça para todos os lados.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/06/2014

Oração Final
Pai Santo, que na leitura do Evangelho nós não busquemos saber mais coisas, satisfazer a curiosidade sobre culturas antigas, mas que os textos sejam filtrados pelo Espírito e se transformem em normas de convivência fraterna com os homens e mulheres que nos deste como companheiros de caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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