sexta-feira, 2 de junho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/06/2017

Ano A


Jo 21,15-19

Comentário do Evangelho

A missão de Pedro.

Hoje, há um amplo acordo entre os especialistas de João de que o capítulo 21 é um acréscimo posterior, inserido para legitimar a missão de Pedro de ser o primeiro entre os iguais e, ainda, para fundar a sua missão num mandato do Senhor. Pedro não é apresentado ao longo de todo o quarto evangelho como o exemplo do homem de fé. Ele quer impedir Jesus de lavar-lhe os pés, nega o Senhor durante a paixão, depende sempre do “discípulo que Jesus amava” para reconhecê-lo presente e atuante na vida deles. A missão de Pedro, como a missão de toda a Igreja, está fundada num amor que antecede tudo e todos. Somente o amor incondicional à pessoa de Jesus, provado pela paixão e morte do Senhor, experimentado como força de vida, pode permitir que o seguimento e a missão confiada pelo Senhor de apascentar as ovelhas sejam vividos na gratuidade e na entrega generosa. Somente a experiência desse amor que perdoa é que pode conceder a Pedro a disponibilidade de ir aonde quer que o Senhor deseje que ele vá. Um dos sinais da maturidade da fé é deixar-se conduzir generosamente pelo Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna cada vez mais consistente meu amor a teu Filho Jesus, e confirma minha condição de discípulo que deseja dar testemunho autêntico de sua fé.
Fonte: Paulinas em 06/06/2014

Vivendo a Palavra

Jesus perguntou a Pedro e nos pergunta hoje: ‘Tu me amas?’ Mas, cada vez que repete a pergunta, Ele espera que respondamos de forma sempre nova e mais profunda. As palavras podem ser as mesmas, mas a responsabilidade da nossa resposta é uma vida cada vez mais comprometida: amar, no Cristo, os irmãos e lhes dedicar a nossa vida.

Reflexão

O amor a Jesus é a condição fundamental para que possamos participar da missão evangelizadora da Igreja. Qualquer outra motivação é insuficiente para tal e está fadada ao fracasso. Não é a toa que Jesus pergunta três vezes a Pedro se ele o ama. Isso quer dizer que todos os que querem de fato participar da missão evangelizadora da Igreja devem se questionar constantemente sobre o seu amor a Jesus, renovar este amor a cada dia e buscar formas de aprofundar ainda mais este amor, principalmente através da participação na Eucaristia, leitura e meditação da Palavra, cultivo da vida interior e vivência cada vez maior do amor para com os pobres e necessitados.
Fonte: CNBB em 06/06/2014

Recadinho

Você procura amar a Cristo mais que aos outros? - Você é um membro atuante do rebanho de Cristo? - Você é uma ovelha querida, ou você vive longe do rebanho? - Você entende o verdadeiro significado do amor? - Você procura ser humilde quando está exercendo alguma autoridade? - Você pode dizer que segue a Cristo em cada instante de sua vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/06/2014

Meditando o evangelho

O PRÉ-REQUISITO DO AMOR

A comunidade dos discípulos do Ressuscitado deveria ter dirigentes e líderes. Jesus não pensou num tipo de comunidade anárquica, sem liderança. Ele mesmo estabeleceu um discípulo como referencial para os demais.
O discípulo escolhido, porém, não estaria isento da tentação da tirania e do autoritarismo. Por isso, Jesus exigiu dele uma proclamação pública e formal de seu amor por ele. Só depois disto, Pedro recebeu a missão de pastorear o rebanho de Cristo.
Essa confissão de amor do discípulo é rica de significados. Pedro declarou que Jesus seria o centro de sua vida, matando, assim, no seu nascedouro, qualquer tendência egoísta no trato com a comunidade. Só com um amor entranhado a Jesus estaria apto para ser pastor como desejava o Mestre. O discípulo precisava ter consciência de estar lidando com um rebanho que não lhe pertencia, ao qual estava sendo chamado a cuidar com todo o carinho.
O amor do discípulo para com Jesus impede-o de se colocar no centro da comunidade. Este lugar está reservado somente para o Senhor. O amor a Jesus tem dinamismo suficiente para agregar irmãos dispersos. Os pastores, por sua vez, precisam nutrir um amor profundo pelo Senhor, para formar comunidades coesas no amor a ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, sabes quanto te amo e estou unido a ti. Reforça este meu amor e faze de mim um servidor do teu rebanho.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1.O amor que apascenta...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

__ São Pedro, desculpe a ousadia, mas nesse diálogo parece que Jesus não estava botando muita fé na sua pessoa, não é?
Pedro __ (sorrindo) Não na minha pessoa, mas na missão que me foi confiada, e acontece que o recado não era só para mim, mas principalmente para as comunidades do final do primeiro século, que estavam perdidas e não sabiam o que era essencial no cristianismo...
__ Ah é? Mas é o Senhor que aparece nessa conversa com Jesus, que João transmitiu em seu evangelho. Ele falou aqui que o Senhor ficou meio triste com a insistência de Jesus na mesma pergunta "Pedro tu me amas?".
Pedro __ Sim, o texto fala a verdade, não só eu como todos os demais apóstolos passamos por essa crise de identidade que as comunidades também passaram. E acho que hoje vocês cristãos do terceiro milênio também passam...
__ Como assim São Pedro? Que crise é essa da qual o Senhor está falando?
Pedro __ Vocês cristãos de 2014 amam de fato Jesus Cristo?
__ Nossa São Pedro, que pergunta sem propósito, claro que nós cristãos amamos a Jesus Cristo...
Pedro __ Está vendo? Só perguntei uma vez e você se indignou, a gente sempre acha que, dizer sempre que se ama a Jesus é suficiente para nos sentirmos cristãos, entretanto, naquilo que somos para as pessoas, e naquilo que fazemos na comunidade, aí é que provamos o nosso amor por Jesus.
__ Mas São Pedro, apascentar é uma ação própria de um pastor, a conversa é com os dirigentes da Igreja e não com o Povo de Deus...
São Pedro __ De modo algum, a palavra apascentar significa pastorear, ser pastor na vida do outro, conduzi-lo pelo melhor caminho, leva-lo as melhores pastagens e saciar a sua sede nas águas tranquilas e refrescantes. Seria assim esse "Cuidar" do outro, preocupar-se com o outro, doar-se ao outro, em todos os sentidos...
__ Xi, São Pedro, então quando a gente leva o outro para um atalho ou beco sem saída, a um pasto seco, e oferece a ele uma água salobra, não dando a mínima para o outro que caminha com a gente na comunidade...
São Pedro __ Isso mesmo, uma relação ríspida, superficial, descomprometida, sem nenhuma responsabilidade pela vida do outro, ou pior, aproveitar-se do outro para ter algum ganho, sendo o contrário do pastor, um Lobo voraz... Gente assim até diz que ama a Jesus Cristo, mas não passa de uma mentira deslavada... O testemunho incondicional do amor que SERVE é essencial na prática cristã, e prova autêntica de que de fato amamos o Senhor...

2. Simão, tu me amas?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Terminamos a leitura semanal do Evangelho de João. Na cena final, os atores principais continuam sendo Pedro e o Discípulo Amado, que não tem nome, mas tem presença; e não tendo nome, podemos emprestar-lhe o nosso. A partir desta cena, na comunidade de Jesus Cristo, o critério para alguém ter algum cargo ou função é o amor. Se tiver amor no coração, poderá exercer qualquer função. Por três vezes Pedro professa seu amor por Jesus Cristo. Pode, então, ter o cargo maior. Fazemos parte do rebanho confiado aos cuidados de Pedro que recebeu a primazia sem deixar de ser discípulo. “Segue-me”, o verbo do discípulo, é a última palavra que Jesus lhe diz. Pedro tem uma função, mas é discípulo como todos os outros. Hoje e amanhã lemos o último capítulo de São João, acrescentado ao Evangelho em forma de conclusão.

Fonte: NPD Brasil

HOMILIA DIÁRIA

Que nossas fraquezas não nos afastem do amor de Deus

Precisamos deixar que nossas fraquezas e nossos limites nos aproximem mais do Senhor e nos façam mais dependentes d’Ele, do Seu amor, da Sua misericórdia e da Sua bondade!
“’Simão, filho de João, tu me amas?’ Pedro disse: ‘Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’. Jesus disse-lhe: ‘Apascenta as minhas ovelhas’” (João 21,16).
O lindo relato do Evangelho de hoje nos mostra a aparição de Jesus aos Seus discípulos e, naquela oportunidade, quando eles faziam uma refeição, o Senhor fitou novamente o olhar de Simão Pedro, o mesmo que disse que daria a vida pelo Senhor, que estaria disposto a morrer por Ele e O negou três vezes. Jesus agora volta o Seu olhar misericordioso, Seu olhar de amor, e pergunta ao apóstolo: “Pedro, tu me amas mais do que esses? Pedro, tu me amas?”.
A pergunta certamente calou fundo no coração de Pedro. Ele, com aquele temperamento tempestivo, acostumado a responder às coisas, muitas vezes, da boca para fora, sem pensar, naquele momento, foi levado ao fundo do coração. Quando o Senhor lhe perguntou pela terceira vez, como deve ter lhe doído o coração – deve ter se recordado das três vezes em que O negara. Não é que o Senhor Jesus estivesse se vingando de Pedro ou o cobrando por isso; pelo contrário, Ele estava dando a ele a oportunidade de, mais uma vez, reafirmar o seu amor, para que realmente a boca dele falasse aquilo que estava em seu coração – para ver se Pedro estava realmente disposto a amá-Lo até o fim.
Assim como Pedro reafirmou que O amava, o Senhor também reafirmou a confiança que tinha nele, ordenando-lhe que cuidasse de Suas ovelhas, que cuidasse dos Seus cordeiros, que cuidasse do Seu rebanho.
Sabem, meu irmãos, nós precisamos pensar naquilo que nós falamos, pois, muitas vezes, falamos as coisas da boca para fora e a boca nem sempre corresponde ou diz aquilo que de fato nós cremos, acreditamos ou sentimos. As palavras, muitas vezes, perdem o sentido; quantas pessoas já declararam amor umas às outras, quantas pessoas já juraram amor sem fim e hoje nem se falam, nem se olham mais. Da mesma forma, quantas pessoas já juraram amor a Deus, já choraram de amor pelo Senhor e hoje não têm nem mais tempo para Ele, para a Igreja, para se dedicar a Deus.
Não é que Deus leve em conta as nossas faltas e as nossas fraquezas; o Senhor perdoou a Pedro uma, duas, três e quantas vezes isso foi preciso e Ele vai nos perdoar quantas vezes isso for necessário. Mas é preciso que as nossas quedas e as nossas fraquezas não nos deixem para baixo, não nos afastem de Deus; pelo contrário, que sejam uma ocasião para nos levantarmos, para nos reerguermos e para ficarmos mais de pé, mais firmes, mais convictos do nosso amor pelo Senhor.
Quantas pessoas aproveitam de suas quedas e deixam que as quedas as levem para longe de Deus. Nós precisamos deixar que nossas fraquezas e nossos limites nos aproximem mais do Senhor, nos façam mais dependentes d’Ele, do Seu amor, da Sua misericórdia e da Sua bondade!
Que não proclamemos que amamos o Senhor somente da boca para fora, mas que a nossa vida corresponda àquilo que nós falamos: “Sim, Senhor, Tu sabes que eu te amo!”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/06/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem para não fugirmos da pergunta de Jesus – Tu me amas? – e grandeza d’alma para respondê-la cada dia de forma mais firme e comprometida com os irmãos que colocaste ao nosso lado nos caminhos desta vida. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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