quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/12/2016

Ano A


Mt 2,13-18

Comentário do Evangelho

O poder do amor salva

Com esta narrativa do assassinato dos meninos de Belém, Mateus vai encerrando sua narrativa de infância de Jesus. Temos aqui uma antecipação do conflito que envolverá Jesus ao longo de seu ministério, rejeitado pelos poderosos da Judeia.
Mateus faz uma inversão do contexto do êxodo, quando o Egito era a terra da opressão, e o povo oprimido fugiu para a terra prometida, o futuro Israel. A opressão, agora, está na própria Judeia, remanescente de Israel, a partir de Jerusalém, sede do poder teocrático judaico. O Rei Herodes, o Grande, estabelecido em Jerusalém, e mais tarde os chefes religiosos do Templo e das sinagogas, procura matar Jesus. José, o menino, e a mãe procuram abrigo no Egito. A matança, contudo, vai se efetivar. O poder, com casa em Jerusalém, ameaça e extermina os pequeninos de Belém.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
Fonte: Paulinas em 28/12/2012

Comentário do Evangelho

O novo Israel

O novo é dito com as palavras antigas e evoca o passado de Israel. Jesus é apresentado como o novo Israel e o Novo Moisés. Herodes lembra o Faraó do Egito que mandou matar todos os meninos nascidos dos Hebreus, pois eles representavam uma ameaça (Ex 1,15-22). Como Moisés escapou misteriosamente da morte (Ex 2,1-10) e fugiu para outro país para escapar do Faraó (Ex 2,11-15), do mesmo modo Jesus escapa da crueldade de Herodes (vv. 13-15) e, depois, vai para Nazaré (v. 23). Já desde muito cedo, pouco depois de seu nascimento, a perseguição de Herodes e o massacre das crianças de Belém prefiguram a rejeição de Jesus por parte de Israel.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, sê o guia de minha caminhada, livrando-me de todas as ciladas do mal, e conservando-me incólume para o teu santo serviço.
Fonte: Paulinas em 28/12/2013

Vivendo a Palavra

Aparecem sinais da luta entre o mundo e o Reino. O mundo de Herodes e sua corte, e o Reino de Deus que irrompia nos braços do Menino. Um ser inocente e frágil ameaça com a força da Verdade e da Justiça o gigante armado, o império Romano dominador. A luta continua. Hoje somos nós os combatentes.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/12/2012

Vivendo a Palavra

Os retratos da vida se repetem pelos tempos afora. Também hoje os santos inocentes estão morrendo, vítimas da injustiça dos homens, da insensibilidade dos sistemas econômicos, do silêncio dos que se dizem religiosos... Prestemos ao mundo o serviço do testemunho de vida sóbria e modesta, de relações solidárias e misericordiosas com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/12/2013

Recadinho

Herodes teme perder seu trono. Confuso, despistado pelos magos, apela para a ignorância: manda matar as crianças com menos de dois anos. Hoje não é diferente! O que dizer... do aborto, por exemplo? - São só poderosos que querem dominar seu semelhante ou há também pessoas simples que se transformam em dominadoras? O que leva tanta gente a praticar tanta maldade? - Que tipo de ajuda poderiam nos dar os magos que visitaram o Menino Jesus? - Faça uma prece pensando em Maria e José, pais de Jesus.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 28/12/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Santos Inocentes
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A referência máxima para os judeus era Moisés, em suas práticas religiosas e observância das Lei, tudo isso só tinha a Moisés como única referência como Homem de Deus, de quem Deus se serviu para libertar o seu povo da Escravidão do Egito. Mateus, que escreve para Judeus não pode "atropelar" toda uma tradição, acabando com as referências religiosas para falar de Jesus, o novo Libertador do homem. E Mateus nem precisa forçar muito no seu modo de escrever e falar de Jesus, de fato Jesus Cristo é a unidade de toda Escritura pois no antigo testamento, as pessoas e os acontecimentos apontam para ele, com ele toda a escritura tem um único sentido.
O jeito que Mateus encontrou foi fazendo um paralelo de Jesus com Moisés, daí vem os acontecimentos narrados neste evangelho, Moisés, tanto quanto Jesus também sofreu perseguição desde o seu nascimento, o Faraó tinha dado a ordem as parteiras, todo menino dos Hebreus deveria ser morto e jogado as águas do rio Nilo.
Os Poderosos do Egito tinham medo dos Hebreus que estavam aumentando consideravelmente e poderia vir a ser uma ameaça á sua soberania. Também com Jesus vai ocorrer o mesmo, Herodes manda matar todas as crianças recém nascidas, porque não quer que nasça o novo Rei e Libertador do Povo. E esse processo que começou com a saída do povo do Egito, se repete em Jesus, onde a Sagrada Família também é chamada do Egito e a Revelação é feita a José em sonhos, como outrora outro José Sonhador, levou o seu povo ao Egito em tempos de seca e de flagelo.
Oh benditos Santos Inocentes, que receberam o martírio como Dom Divino, e mesmo sendo crianças recém nascidas, deram o seu testemunho corajoso dando a vida para preservar a Vida Verdadeira que viria para todo Homem. Uma leitura ingênua desse fato teria do leitor uma recriminação "Como pode Deus consentir uma desgraça dessa?" . Mas o entendimento da reflexão proposta por Mateus perpassa o fato em si, que provavelmente nem seja histórico, pois ele quer revelar aos Judeus que um novo e definitivo Moisés já chegou e está em meio aos homens: Jesus Cristo, Nosso Senhor, aquele que incomoda e abala as estruturas do poder dos homens, porque tem algo muito maior a oferecer: uma libertação plena do homem integral...

2. NAS PEGADAS DE MOISÉS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O episódio da matança dos inocentes de Belém está calcada na história de Moisés. Destinado a ser libertador do povo, sua vida fora ameaçada pela fúria sangüinária do faraó. A antiga história se repetia. Só que, agora, tratava-se do Filho de Deus, enviado com a missão de salvar o povo de seus pecados.
Os personagens do texto evangélico evocam os do passado. Herodes comporta-se como o antigo faraó do Egito, disposto a eliminar, logo no seu início, qualquer tentativa de afirmação da identidade do povo de Israel.
O menino Jesus passa pelos mesmos percalços do antigo libertador, Moisés. Escapa da morte, ainda pequeno, pela intervenção divina. Assim como o faraó, em última análise, lutara com Javé, o libertador de Israel, igualmente, Herodes erguia em vão seu braço contra o Pai, o mesmo Deus libertador. Este foi o supremo protetor de seu Filho, a quem competia levar adiante a tarefa de libertação.
A fuga apressada coloca Jesus nas pegadas dos grandes patriarcas. Todos eles passaram pelo Egito, cujo simbolismo marcará para sempre o imaginário do povo de Israel. Quiçá Deus quisesse que todos conhecessem por dentro a opressão, de modo a aspirar pela verdadeira fraternidade. Também Jesus percorrerá o caminho dos grandes personagens do passado, para instaurar o Reino de Deus, onde não deverá haver lugar para o mal.
Oração
Pai, sê o guia de minha caminhada, livrando-me de todas as ciladas do mal, e conservando-me incólume para o teu santo serviço.

Fonte: NPD Brasil em 28/12/2012

HOMÍLIA

A Providência que sabe como e quando pode cuidar de nós!

Postado por: michelle
dezembro 28th, 2012

A Sagrada Liturgia da Palavra de hoje nos apresenta, por um lado, uma autêntica tragédia; por outro, uma grande graça (cf. Mt 2,13-18). Talvez, ao fazermos o balanço do ano que já está se despedindo, possamos perceber também estes dois momentos se entrelaçando em nossas lembranças. Mas como será possível um mundo – e ano – tão amado por Deus e, ao mesmo tempo, tão visitado pelos imprevistos causados pelos pecados humanos? E por que não dizer, humildemente, “minha culpa, minha tão grande culpa”!
Retornando ao texto evangélico, deparamo-nos com a Boa Nova acontecendo por meio da docilidade de fé do pai adotivo de Jesus: “O Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: ‘Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise!’” (Mt 2,13). A Providência Santíssima pôde contar com o glorioso São José, não somente para se levantar e ir a um lugar seguro com a Sagrada Família, mas para o momento certo do retorno à pátria.
É sempre assim com Deus, “há um tempo para cada coisa”, mas somente os homens de fé e coragem poderão experimentar e constatar esta graça nos momentos tranquilos e dificultosos da vida. Outros até recebem os gratuitos presentes do Senhor, mas preferem, na ignorância e cegueira espiritual, atribuir os bens recebidos à sorte ou às criaturas que, na verdade, são meios da providência cientes ou não. E o que Deus faz? Continua amando e investindo na conversão de Seus amados filhos e filhas, até se descobrirem o quão amáveis são!
No caso da Virgem Maria e São José, eles constataram a presença do Protetor e Rocha Eterna também em meio às provações da vida! Repito: da vida. “Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo” (v. 13). São José não pediu explicações a Deus nem foi imprudentemente perguntar a Herodes, o porquê daquela atitude injusta e louca perante o Rei dos Reis, da estirpe de Davi, Salvador e Cristo. São José simplesmente colocou em prática a sua fé obediente e, assim, a Sagrada Família foi salva! Mas, infelizmente, a desgraça não deixou de ferir o coração de Deus, por causa do orgulho ferido de Herodes: “Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos” (v.16).
Um histórico afresco (pintura), presente no lugar do encontro da Virgem Maria com Santa Isabel, na Palestina, retrata a matança dos Santos Inocentes e faz questão de recordar que, por traz de uma Rocha, o pequenino São João Batista foi escondido e também se livrou deste infanticídio. Esta Rocha da Vida é a Providência Santíssima que, se possível fosse, evitaria a morte de todos os inocentes do passado e do presente.
Sobre este mistério da ação de Deus no mundo e a rebeldia ou docilidade humana, muito bem escreveu o Papa Bento XVI em seu último livro da trilogia ‘Jesus de Nazaré’, ao tratar da exemplar docilidade de fé da Virgem Maria, que possibilitou a encarnação do Verbo: “Agora, Deus procura entrar de novo no mundo, por isso bate à porta de Maria. Tem necessidade do concurso da liberdade humana; não pode redimir o homem, criado livre, sem um ‘sim’ livre à Sua vontade. Ao criar a liberdade, de certo modo, Deus se tornou dependente do homem. O Seu poder está ligado ao ‘sim’ não forçado de uma pessoa humana” (BENTO XVI, A infância de Jesus, 37).
Assim Deus, em Sua infinita bondade, continua a bater na porta dos corações para que a vida possa acontecer, desenvolver-se e manifestar-se ao mundo. Mas quantos permitem isso? Terá Deus de fazer todas as coisas, tratando o ser humano como marionete e contradizendo o dom irrevogável da liberdade? De fato, muitos não ouviram a Palavra de Deus para poderem crer e mudar de vida, mas ninguém perante o tribunal divino poderá alegar a falta de liberdade e a neutralidade de uma lei interior que dita em cada ser humano uma Palavra de vida que em todos está impressa: “vivei o bem e evitai o mal”. Por isso também a Palavra do Senhor não deixa de exortar a cada ser humano: “Falai e procedei, pois, como pessoas que vão ser julgadas pela Lei da liberdade” (Tg 2, 12). Neste ponto, também a perícope que nos propomos meditar na proximidade de um próximo ano, do calendário civil, acaba por nos apontar o Norte, pois “ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho” (Mt 2, 15).

Somente Deus pode dar sentido às desgraças que acabam por atingir a nós, à Igreja e à humanidade em geral. Não como um Senhor controlador, mas como o amoroso Deus, Todo-Poderoso que pode e sabe, a Seu tempo, tirar um bem de qualquer realidade, principalmente daquela por Ele não desejada e tão pouco participada. Portanto, nestes dias que ainda nos restam de ano e de vida, recorramos à Palavra do Senhor e do Espírito Santo, o qual age principalmente pelos sacramentos, para que o nosso falar e proceder possa corresponder aos dons recebidos, sem jamais condenar aqueles que caminham conosco: “Pensai bem: o julgamento vai ser sem misericórdia para quem não praticou misericórdia; a misericórdia, porém, triunfa sobre o julgamento” (Tg 2,13).

Faço a você o último pedido do ano: não digamos mais que é complicado (tudo o que toca a nossa responsabilidade), embora seja complexo e até misterioso boa parte das coisas nesta bela vida.

Feliz Ano Novo, com fé dócil à Palavra de Deus e ao Espírito Santo, misericórdia Divina para conosco e de nós para todos os demais!

Padre Fernando Santamaria

Fonte: Canção Nova em 28/12/2012


Meditando o evangelho

A FUGA PARA O EGITO

O triste episódio da perseguição do Messias Jesus e o da matança dos inocentes de Belém seguem paralelos aos fatos ocorridos no passado, com o recém-nascido Moisés, no Egito. O Evangelho relaciona Moisés e Jesus, visando identificar este último como libertador do povo, e guia do verdadeiro Israel.
Herodes faz lembrar a figura do faraó egípcio, que odiou mortalmente os israelitas, os quais queria eliminar, lançando mão de meios violentos e cruéis. Apesar da perseguição sistemática, o pequeno Moisés foi salvo pela Providência divina, que guiava os acontecimentos para que não se concretizasse o plano malvado do faraó. Jesus, por sua vez, foi salvo pela intervenção direta de Deus, que, em sonho, orientou José a respeito das medidas que deveria tomar. As criancinhas de Belém, com menos de dois anos, cruelmente trucidadas, evocam os filhos dos hebreus, do sexo masculino, vilmente assassinados logo que saíam do ventre materno.
Assim como a salvação de Moisés inseria-se num grande projeto de libertação do povo, do mesmo modo, o menino Jesus foi poupado da morte porque o Pai lhe havia reservado a tarefa ingente de salvar a humanidade. Então surgiria o verdadeiro Israel, formado segundo o coração de Deus.
A presença do menino Jesus no Egito faz dele o verdadeiro Moisés. De lá, também haveria de começar sua missão libertadora.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito de entrega à Providência divina, dá-me inteligência para perceber como Deus guia minha vida, segundo a sua vontade, para fazer de mim instrumento de libertação.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-12-28

Oração Final
Pai Santo, o mundo continua sacrificando santos inocentes. Dá-nos força, Pai amado, para assumir a defesa da Vida e da Justiça, em nome do teu Reinado de Amor que nos foi proclamado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/12/2012







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