sexta-feira, 18 de novembro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/11/2016

Ano C


Lc 20,27-40

Comentário do Evangelho

Os ressuscitados não podem mais morrer.

Os saduceus não são propriamente um grupo religioso, mas uma espécie de aristocracia ligada ao Templo de Jerusalém. Eles não acreditam na ressurreição dos mortos (cf. v. 27; At 23,8), ao contrário dos fariseus. Considerando o modo como eles apresentam o caso, a ressurreição na concepção deles é uma espécie de prolongamento ou repetição da vida presente. O caso apresentado por eles é absurdo e, provavelmente, tem o intuito de ridicularizar a fé na ressurreição (vv. 19-23). Para isso, recorrem à lei do levirato (= cunhado): “Se dois irmãos viverem juntos e um deles morrer sem filhos, a viúva não sairá de casa para casar-se com um estrangeiro; seu cunhado se casará com ela e cumprirá com ela os deveres legais de cunhado; o primogênito que nascer continuará o nome do irmão morto, e assim não se apagará o nome dele em Israel” (Dt 25,5-6). Na resposta Jesus revela a ignorância deles: interpretam mal a Escritura e desconhecem o poder de Deus, supondo que a morte anulasse o poder de Deus. Eles pensavam, como dissemos, que a ressurreição fosse continuidade da vida terrena. É preciso se abrir à novidade de Deus e nele esperar: “os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; e já não poderão morrer” (vv. 35-36). Ora, sem a relação ao Deus dos vivos, a própria Escritura é letra morta. Jesus faz remontar a crença na ressurreição a Moisés: “Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó’” (v. 37).
A ressurreição não pode ser pensada como pura e simples continuidade de nossa vida terrestre. Há uma ruptura com nossa vida neste mundo: “Neste mundo, homens e mulheres se casam”, mas no mundo futuro e na ressurreição não se casam (v. 34.35). Os ressuscitados têm um ponto em comum com os anjos: eles não podem mais morrer; logo, não necessitam mais de descendência. Deus é o Deus dos vivos (cf. v. 38): “Ninguém de nós vive e ninguém de nós morre para si mesmo, porque se vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morremos é para o Senhor que morremos” (Rm 14,7-8).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.
Fonte: Paulinas em 23/11/2013

Vivendo a Palavra

Sigamos o Mestre, fazendo o bem a todos nesta vida, conscientes de que a missão de Jesus não terminava com a morte. Ela ia além. O que Ele anunciava não era Reino de mortos. Assim como Javé era Deus de Abraão, Isaac e Jacó, vivos, também é o nosso Deus, nesta terra e no tempo da nossa ressurreição.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/11/2013

Vivendo a Palavra

Para justificar a nossa falta de fé, nós não poucas vezes utilizamos a armadilha dos saduceus contra Jesus: acalentamos dúvidas, baseados em raciocínios ditados pelos critérios do mundo, esquecidos de que a Justiça Evangélica do Reino de Deus tem outro fundamento: o Amor.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

Como todos nós vivemos num mundo marcado pelo materialismo, cada vez mais somos tentados a fazer da matéria a causa da nossa felicidade e nos fecharmos nessa realidade para analisar todas as coisas e, com isso, não somos capazes de ver outros caminhos para a felicidade ou até mesmo outras condições de vida que Deus pode nos conceder para o nosso bem, como é o caso da vida eterna. O erro que os saduceus cometeram e que aparece no evangelho de hoje é esse: se tornaram tão materialistas que ficaram incapazes de abrir o próprio coração para a proposta da vida plena que nos é feita pelo próprio Deus.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=11&dia=19

Recadinho

Eu também corro o risco de me apegar a um materialismo exagerado? Em que deposito minha felicidade? - Sei reconhecer os grandes dons de Deus? - Preocupo-me com a vida eterna? - Em que consistem minhas preocupações? - O que posso fazer em meu ambiente de vida para combater o materialismo exagerado? - Os adversários de Jesus, que negavam a ressurreição dos mortos, o provocaram e Jesus passou-lhes seu recado: as coisas de Deus estão acima do modo de pensar terreno. O sentido de toda a criação é viver para Deus e a vida em Deus não tem fim. As instituições terrenas não continuarão no céu, que é o mundo da justiça plena.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 23/11/2013

Meditando o evangelho

QUESTÃO MAL COLOCADA

A questão levantada pelos saduceus visava fazer Jesus passar por tolo. Eles pensavam enredá-lo numa pergunta impossível de ser respondida e, assim, acusá-lo de pregar uma doutrina sem fundamento. Com isso, queriam desautorizá-lo como Mestre.
Os saduceus formavam a casta sacerdotal de Jerusalém. Controlavam as atividades do templo, especialmente a enorme circulação de dinheiro, e o comércio. Aliaram-se aos dominadores romanos como forma de garantir seus benesses. Quanto à moral, eram relaxados; quanto à religião, conservadores. Aceitavam como divinos e inspirados apenas a Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia. A história matrimonial que forjaram baseava-se na chamada Lei do Levirato, prescrita pelo Deuteronômio.
Para acompanhar a resposta de Jesus, seus interlocutores deveriam refletir, tendo como referencial um esquema teológico ao qual não estavam acostumados. Deviam superar a idéia de que a procriação humana continua no Céu, onde as pessoas vivem numa felicidade perfeita, sem as vicissitudes humanas. Deviam ler com mais atenção a parte da Bíblia à qual estavam apegados e verificar que ela fala de um Deus de vivos e não de mortos. Deviam deixar de lado um modo de pensar falso e sofisticado, sem fundamento. Pois, se Deus vive e é Deus dos vivos, aqueles aos quais ele ama haverão de viver, igualmente, para sempre. Tal é o fundamento da ressurreição dos mortos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-11-19

Oração Final
Pai Santo, faze-nos discípulos honestos em nossas dúvidas, transparentes em nossos questionamentos, abertos e receptivos para os ensinamentos do Evangelho, zelosos e dispostos a viver as respostas oferecidas pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

Nenhum comentário:

Postar um comentário