Conclave em Istambul
Cruz (Grupo
ACI), bandeira (domínio público)
ISTAMBUL, 11 Mar. 14 / 09:45 am (ACI).- Os patriarcas da Igreja Ortodoxa, que representam aos 250
milhões de cristãos ortodoxos de todo o mundo, concluíram neste domingo o seu
conclave na cidade turca de Istambul solicitando um fim pacífico à crise na
Ucrânia e denunciando a violência contra os cristãos no Oriente Próximo, que
está provocando sua saída da região.
Os doze líderes das Igrejas ortodoxas autônomas -os da Igreja de Antioquia e da
Igreja Tcheca e Eslovaca não compareceram por disputas com outras Igrejas-,
acordaram também celebrar um encontro de bispos -concílio ecumênico- em 2016, que será
o primeiro nos últimos 1.200 anos. Está previsto que o mesmo se celebre na
igreja bizantina de Hagia Irene, localizada no palácio de Topkapi de Istambul.
O conclave foi convocado para tomar decisões frente ao próximo concílio, que a
Igreja Ortodoxa esteve preparando de forma intermitente desde os anos sessenta,
mas a crise no país europeu dominou as conversações.
Em seu comunicado, os patriarcas solicitaram "negociações pacíficas e uma
reconciliação devota na atual crise na Ucrânia", ao tempo que denunciaram
"a ameaça da ocupação violenta de mosteiros e Igrejas" no país.
A Igreja Ortodoxa russa, com 165 milhões de fiéis e a mais importante de todas,
emitiu em fevereiro um comunicado junto ao Ministério de Exteriores russo para
denunciar o que descreveu como ataques contra vários mosteiros em Kiev e
Pochayiv (oeste).
Rússia argumentou o desdobramento de tropas na península da Crimeia em base às
ameaças que pesam contra a população russa do país, incluídos os fiéis deste
ramo ortodoxo, depois da chegada ao poder das novas autoridades ucranianas.
Em relação à situação dos cristãos no Oriente Próximo, os patriarcas ortodoxos
denunciaram "a falta de paz e estabilidade" que, segundo eles,
"está empurrando os cristãos a abandonarem as terras onde o Senhor Jesus
Cristo nasceu".
Do mesmo modo, solicitaram a libertação dos dois arcebispos ortodoxos sírios sequestrados em abril
de 2013 na província de Aleppo por grupos armados opositores.
O diretor de Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa russa, Metropolitan
Hilarion, disse antes do encontro que "forças extremistas estão atacando
os cristãos, exterminando-os, sequestrando sacerdotes, bispos e religiosas,
destruindo Igrejas sírias para provocar que os que acreditam em Jesus Cristo
abandonem o Oriente Próximo".Etiquetas: violência, Ucrania, Igreja Ortodoxa
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