São
Quintino mártir
(século III)
As notícias sobre o
apóstolo da Picardia são duvidosas. Certa é, de qualquer maneira, sua
existência e o martírio sofrido em Vermand, cidade que hoje leva seu nome,
Saint-Quintin, às margens do rio Somme.
Segundo a tradição — reconstruída várias vezes e
enriquecida de episódios lendários —, Quintino era romano, quinto filho de uma
família numerosa (fato insólito no baixo império) e cristã.
Partiu de Roma com alguns companheiros para
evangelizar a Gália. Com ele estava Luciano, também mártir e santo. Os dois
dividiram entre si o território da Picardia para evangelizar. Luciano escolheu
Beauvais; Quintino estabeleceu-se em Amiens e a partir daí difundiu a mensagem
evangélica nas regiões circunvizinhas.
Fê-lo com muito sucesso, até o momento em que o
prefeito romano julgou oportuno detê-lo e encerrá-lo na prisão, numa tentativa
de fazê-lo mudar de opinião, talvez, devolvendo-o a Roma. Mas Quintino não era do
gênero dos que se furtam a compromissos e o prefeito condenou-o à morte.
Como romano, o obstinado missionário merecia o
privilégio — se tal cabe dizer — da decapitação. Mas como cristão (e os
cristãos eram acusados de ateísmo por causa de sua recusa de adorar os deuses
de Roma), teve uma morte dolorosa, precedida de várias torturas. Tudo isso
durante o império de Diocleciano ou de Maximiano (a tradição não é clara).
A lenda se desdobra a seguir em outras
particularidades. O corpo de Quintino foi lançado a um rio em cujo fundo teria
permanecido cerca de 50 anos, até que as orações de uma mulher piedosa o
fizeram vir à tona, ainda intacto. Ou, mais provavelmente — retifica outra
tradição —, o corpo de são Quintino teria sido reencontrado por um santo monge
que lhe deu digna sepultura, erigindo sobre sua tumba um mosteiro a ele
dedicado, perto de Vermand, lugar de peregrinações populares desde a alta Idade
Média.
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