A devoção de Nossa Senhora
dos Pampa surgiu a partir da Comunidade das Irmãs Carmelitas Descalças da
Arquidiocese do Rosário, Argentina. Em 1986, com apoio do Bispo de Santa Rosa,
fundaram um Carmelo na cidade. Desde o início colocaram o novo mosteiro sob a
proteção da Virgem Maria. Mas as carmelitas desejavam imprimir-lhe uma devoção
especial que expressasse a sua presença nessas terras desde as remotas origens
raciais e históricas.
Muitos são os relatos da milagrosa intercessão de
Nossa Senhora, invocada por religiosos, leigos e índios convertidos nas mais
diversas situações aflitivas no início da colonização. Inspiradas na vigorosa
devoção à Mãe de Deus demonstrada através da fé popular à padroeira da nação
surgiu o nome de Nossa Senhora de La Pampa. Agora seria necessário representar
uma imagem de Maria que transmitisse este conteúdo e a inspiração artística
deveria ser enviada por ela. Para isso, as carmelitas se mantiveram com o
coração repleto de amor pelo humilde povo pampeiro e em constante oração contemplativa.
Logo os sinais da Mãe foram se somando e
finalmente uma das carmelitas desenhou uma imagem que, associada a um
acontecimento histórico, deu a elas a certeza que fôra inspiração da própria
Virgem. A imagem de Maria veste o rústico poncho habitual dos primitivos índios
e gaúchos do local. E traz sob ele o Menino Jesus apertado junto ao seu peito.
A cabeça esta envolta por um pequeno lenço de camponesa ao invés de ter uma
coroa. De pé, sua atitude a revela uma caminhante, a primeira missionária da
evangelização destas terras.
Quanto ao episódio histórico que emocionou as
carmelitas está ligado à Nossa Senhora de Luján, devoção do povo argentino. Em
1886 na vila de Luján o Padre Jorge Salvaire, encarregado da Capela da futura
padroeira da nação, foi preso como espião pelos índios. Amarrado à um tronco
aguardando a execução, o padre rezou à Virgem de Luján e prometeu que se
sobrevivesse construiria um Santuário para ela. Nesse momento chegou o cacique
da tribo vizinha e reconheceu o amigo sacerdote que para lhe salvar a vida, arriscou
a própria. Num gesto nativo para indicar sua proteção, tirou seu poncho e
cobriu o padre. Os índios logo libertaram o padre, que no ano seguinte deu
início ao projeto do belo Santuário de Nossa Senhora de Luján.
A exemplo do gesto do poncho, onde a Virgem Maria
manifestou sua poderosa proteção aos filhos que recorrem a ela com fé em
Cristo, a imagem de Nossa Senhora de La Pampa transmite que a Mãe abraça todos
os filhos sem distinção e em todas as horas e os protege com seu poncho
materno, desde o despertar da raça indígena até os dias de hoje.
As carmelitas receberam a primeira imagem de
cerâmica de Nossa Senhora de La Pampa em 1989. Cinco anos depois recebeu o nome
de Santa Maria da La Pampa. Em 1995 uma imagem dessa devoção foi entronizada no
salão de entrada do edifício da Legislatura Provincial, indicando a permanente
proteção e interseção de Maria em favor do povo.
No dia 16 de outubro de 1998, com autorização do
Vaticano o bispo de Santa Rosa, entronizou a imagem de Nossa Senhora de La
Pampa na Catedral.
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