quarta-feira, 11 de setembro de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/09/2013

12 de Setembro de 2013

Ano C


Lc 6,27-38

Comentário do Evangelho

O amor implica “fazer o bem”

O trecho proposto para hoje é a continuidade do “Sermão da planície” e está dominado pelo tema do amor aos inimigos. Amor que implica “fazer o bem” (v. 27), pois o “amor se põe mais em gestos que em palavras” (Santo Inácio de Loyola). Os destinatários deste trecho são os “vós que me escutais”, aqueles que não simplesmente ouvem, mas que, ouvindo, permitem à palavra cair no mais profundo do coração, lá aonde só Deus chega e transforma radicalmente a existência humana.
Deus é misericordioso. É preciso que os que ouvem o Senhor se deixem configurar por este mesmo Deus: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (v. 36). Esta identificação é traduzida na prática do amor aos inimigos, que já é superação da teologia da retribuição: “Se amais somente aqueles que vos amam... se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem... E se prestais ajuda somente àqueles de quem esperais receber, que generosidade é essa?” (vv. 32-34).
O amor aos inimigos é o “plus” exigido para uma vida cristã autêntica.

ORAÇÃO
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra

Outra uma vez nós mergulhamos no mais profundo e radical mandamento do Evangelho de Jesus: o Amor que inclui até mesmo nosso inimigo. Amor vivido como misericórdia e não só com palavras; amor que não significa apenas ou necessariamente ‘gastar de’, mas que se traduz em querer e fazer o bem a todos os irmãos colocados ao nosso lado na caminhada.

Reflexão

A regra do ouro da vida do cristão é resumida por Jesus na frase: 'O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles'. Todas as pessoas desejam ser amadas, compreendidas e servidas, por isso, todos devem amar, compreender e servir. Devemos ser diferentes das pessoas que vivem a reciprocidade: devemos viver a gratuidade, ser diferentes dos que vivem fazendo justiça: devemos ser misericordiosos. O critério do nosso agir em relação aos outros não pode ser o agir dos outros, mas sim o próprio Deus, que não nos trata segundo nossas faltas, mas ama a todas as pessoas, indistintamente, com amor eterno e as cumula com a abundância dos seus bens. Se vivermos segundo esse critério, seremos filhos do Altíssimo e será grande a nossa recompensa nos céus.

Meditação

Rezo por aqueles que me injuriam? - Em que consiste para mim amar os inimigos? - Como procuro resolver os pequenos conflitos do dia a dia? - Procuro em Deus a ajuda de que necessito para vencer as dificuldades? - Quando tomo conhecimento de algum problema, jogo sobre ele um balde de água ou de gasolina?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R


REFLEXÕES DE HOJE

12 de SETEMBRO – QUINTA


Liturgia comentada

No seu santuário... (Sl 150)

Este Salmo que conclui o Hallel, no fecho do Saltério, começa por um convite com tonalidade imperativa: “Louvai a Deus no seu santuário!” E onde estará o santuário do Senhor?
Na Primeira Aliança, multidões de israelitas acorriam de todo o mundo para adorar a Yahweh no Templo de Jerusalém, o “lugar” onde Deus morava, na penumbra do Santo dos Santos, junto à Arca da Aliança. Até estrangeiros, como o eunuco da Rainha Candace (cf. At 8,26ss), para lá se dirigiam com a mesma intenção de “adorar”.
Estaria o Criador prisioneiro de um templo? Aquele que é maior que o Cosmo estaria ausente de sua Criação?
O teólogo Gianfranco Ravasi escreveu um livro muito inspirado para responder à pergunta: “Onde estás, Senhor?” [Dove sei, Signore? Ed. San Paolo, Milão, 2012] Trata-se de uma “teologia do espaço”. Qual é a casa de Deus, o lugar próprio para sua adoração?
Claro que os templos têm sentido. O aforisma da tradição judaica afirmava: “O mundo é como o olho: o mar é o branco do olho; a terra, a íris; Jerusalém é a pupila, e a imagem nela refletida é o Templo”. O Povo Escolhido situava no Templo – hoje reduzido a um muro que recolhe lágrimas – a Presença do Senhor, a sua Shekinah. A ruína do Templo extinguiu os sacrifícios e o sacerdócio, concentrando as atenções na Palavra.
E se, um dia, forem proibidos os santuários e as capelinhas do alto do morro? Nada de essencial irá mudar. Mesmo então, poderemos repetir as palavras do salmista: “Para onde irei, longe de vosso Espírito?” (Sl 139,7) Há muitas moradas de Deus à nossa volta. Sua Presença preenche a toda a terra, onde o Vento rege a sinfonia da floresta. Preenche os oceanos, onde os cardumes dançam o inigualável balé submarino.
Ravasi comenta: “O espaço - como sugere a imagem de um cântico da sinagoga, na festa das Semanas (Pentecostes) – é um pergaminho desdobrado entre o céu e a terra, sobre o qual estão escritas palavras de Deus e palavras de louvor humano”. Mesmo antes que Deus se encarnasse na Torá, a Lei dada aos homens, e depois no ventre da Mulher, um primeiro degrau da “encarnação” já estava disponível ao homem que contempla a Criação e intui o Criador.
Acima de tudo, porém, Deus habita no coração do homem. Como esquecer a interpelação do apóstolo Paulo? “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós.” (1Cor 3,16)
No santuário do coração, louvemos o nosso Deus!
Orai sem cessar: “Minha Presença irá contigo, e serei o teu guia!” (Ex 33,14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Você tem vontade de se vingar?
A vontade de se vingar daquele que nos fez mal e outros sentimentos como esse não são de Deus, pois eles corroem nossa alma, nosso espírito e nosso físico.
Disse Jesus: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam” (cf. Lc 6,27-28).
O Mestre Jesus está nos ensinando a ter um coração bom e misericordioso, mas talvez você diga: “Eu não consigo ser tão bom, não consigo ter sangue de barata, não consigo ser tão manso dessa forma!”. Nós nos colocamos na escola de Jesus, desejamos ter um coração como o d’Ele, e uma vez que Ele assumiu ser um de nós, Ele quer nos ensinar o que temos de fazer para ter uma vida plena.
Se não aprendermos a amar o nosso inimigo, a fazer o bem a quem nos odeia e orar por quem nos persegue, outros sentimentos vão tomar conta do nosso coração como a raiva, o ressentimento, o ódio e o pior de todos eles: a vingança.
A vontade de se vingar daquele que nos fez mal e outros sentimentos como esse não são de Deus, pois eles corroem nossa alma, nosso espírito e nosso físico. Quantas pessoas padecem no corpo, na alma, padecem no seu psíquico, porque estão martelando, alimentando, sendo corroídas por este sentimento maldoso de se vingar, de alimentar, nem que seja na mente, a vingança espiritual: “Tomara que ele caia, tomara que se dê mal, tomara que ele pague por aquilo que fez”; e isso, às vezes, cresce em nós, vai virando rugas em nossa vida e se transformando em um câncer dentro de nós.
Como Deus nos quer bem, como Ele nos ama! O Senhor não quer ver-nos prostrados, doentes, enfermos. Ele nos dá o antídoto, nos dá o remédio. Assim como alguém que é picado por uma cobra precisa do veneno dela para ser curado para não morrer; nós também precisamos desse antídoto.
Não é a vingança, não é a ira, nem é pagando com a mesma moeda que obteremos a justiça que nós buscamos.
Que nós aprendamos em Jesus que o perdão nos cura, restaura-nos e nos dá a condição de sermos mais plenos naquilo que queremos viver. Vida plena para todos nós.
Que nós possamos aprender com o Mestre a amar, orar e querer bem a quem nos quer o mal.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter

LEITURA ORANTE



Saudação
- A todos nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 6,27-38, onde Jesus fala das relações fraternas do cristão.
- Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se alguém tomar a sua capa, deixe que leve a túnica também. Dê sempre a qualquer um que lhe pedir alguma coisa; e, quando alguém tirar o que é seu, não peça de volta. Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês.
- Se vocês amam somente aqueles que os amam, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama amam as pessoas que as amam. E, se vocês fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama fazem isso. E, se vocês emprestam somente para aqueles que vocês acham que vão lhes pagar, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama emprestam aos que têm má fama, para receber de volta o que emprestaram. Façam o contrário: amem os seus inimigos e façam o bem para eles. Emprestem e não esperem receber de volta o que emprestaram e assim vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Deus Altíssimo. Façam isso porque ele é bom também para os ingratos e maus. Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.
- Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês.

Este discurso de Jesus é cheio de imperativos: "amem", "façam o bem", "emprestem", "façam". Assim, apesar de parecerem normas para regular a conduta, não o são. Na verdade, traduzem o espírito que anima a partir de dentro a vida cristã. Para o cristão não vale "pagar o mal com o mal", aplicar a Lei de talião ou pena de talião, do "tal qual", da retaliação . Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes. Indícios da lei de talião foram encontrados no Código de Hamurabi, em 1780 a.C., no reino da Babilônia. Jesus Mestre propõe outra lei: o amor. Insiste no "fazer", na ação concreta, porque o amor cristão não é apenas sentimento. E vai à raiz da ética. Pode-se fazer o bem para receber agradecimento. Isto não tem nenhum mérito. Fazer o bem sem interesses, sem esperar troca. Isto é generosidade. Pode-se fazer o bem amando os inimigos, emprestando sem pretender retorno. Isto é cristão, isto demonstra que se é filho de Deus, Pai misericordioso para com todos. É ser misericordioso. "Tenham misericórdia dos outros como o Pai tem misericórdia de vocês", recomenda Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. Recordo que São Paulo também recomenda: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12,21).Os bispos, em Aparecida, fizeram uma bela reflexão sobre o amor cristão: "O Espírito Santo, com o qual o Pai nos presenteia, identifica-nos com Jesus-Caminho, abrindo-nos a seu mistério de salvação para que sejamos seus filhos e irmãos uns dos outros; identifica-nos com Jesus-Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e ambições pessoais, e nos identifica com Jesus-Vida, permitindo-nos abraçar seu plano de amor e nos entregar para que outros "tenham vida n'Ele".(DAp 137).
Num momento de silêncio verifico se é este Projeto de Jesus que estou vivendo.

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre,
disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que se parece com a antiqüíssima lei de talião, o revide, o "revidar". Vou demonstrar pela vida que o amor de Deus se revela no amor ao próximo.
Escolho uma frase ou palavra para memorizar. Vou repeti-la durante o dia. Esta Palavra vai motivar minha vida.
nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, nós te damos graças pelo Evangelho de Jesus. Faze-nos profetas que anunciem a Boa Notícia do teu Reino de Amor. Ele já mostra seus sinais neste mundo. Está em nós e entre nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

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