quarta-feira, 13 de junho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/06/2012

14 de Junho de 2012 


Mateus 5,20-26

Comentário do Evangelho

A reconciliação mantém a paz e a vida

No evangelho de Mateus são frequentes as referências à justiça. A justiça é a prática pela qual homens e mulheres, todos, tenham garantidos seus direitos que proporcionam uma vida digna e plena. Do ponto de vista religioso, a justiça era interpretada, pelos escribas e fariseus, como sendo o tratamento diferenciado de Deus para com os "justos" e para com os "pecadores". 
O preceito do decálogo, "não matarás", vigorava para o convívio no seio do povo de Israel. Contra os inimigos deste povo, contudo, seria exercida a vingança exterminadora de Deus. 
O texto, com uma hipérbole literária, exprime que a novidade recebida de Jesus é que, mais do que não matar, não se pode desprezar ou odiar o irmão. E mais importante do que qualquer ato de culto é a reconciliação. Pela reconciliação é mantida a paz, a unidade e a vida na comunidade.

José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

A Justiça que Jesus anuncia vai se transferindo da letra morta, escrita no papel, para o Novo Mandamento vivo, escrito no coração da gente. Termina o tempo da contabilidade, do crédito e débito, e se inaugura o tempo da generosidade, da gratuidade, do Amor sem medidas que rege as relações no Reino do Pai, que é rico em misericórdia.
Reflexão
Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “O Aprimoramento da Lei”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há muitos cristãos que seguem a risca as leis religiosas, mas o fazem por uma dessas duas razões: ou seguem a lei para garantirem seu lugar no céu, ou para não correrem o risco de irem para o inferno. E isso é muito triste e lamentável para quem  diz ter um espírito e princípio cristão. Os escribas e Fariseus agiam assim, e se achavam merecedores da Salvação de Deu, sem o mínimo espírito de comunhão com o restante da comunidade, aliás, em termos de salvação era cada um para si e Deus por todos.

O desdobramento da palavra “Não Matar” é bem amplo e Jesus vai falar sobre isso, deixando muito claro que qualquer ira, ofensa ou agressão, física ou moral pode sim matar o irmão. Há certos olhares ou gestos que as vezes dirigimos a algumas pessoas, que matam mais que uma arma de fogo. Muitas vezes se faz acusações contra cristãos que estão á frente de algum trabalho, ou mesmo um sacerdote, com insinuações maldosas, ditas pela inveja, essa é uma forma muito discreta de se matar alguém na comunidade.

Fazermos a parte que é para Deus, mas não fazermos a parte que é ao próximo, de nada adianta, o evangelho nos diz que Deus não aceita ofertas de quem age dessa forma, e essas ofertas não só em valor ou em espécie, mas os nossos trabalhos pastorais, nossas ações no ministério, na catequese, na liturgia, há outros que pensam que é suficiente estarem de bem com o padre, o resto não têm muita importância.

No final o evangelho fala de uma dívida pela qual seremos todos cobrados e aqui bastar nos lembrarmos do que diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,8 “!A ninguém devais coisa alguma a não ser o amor...”. A prisão como castigo, a que se refere o evangelho, é a prisão em si mesmo, em um egoísmo que sufoca, essa solidão dolorosa já ocorre nesta vida, mas poderá tornar-se eterna na outra, se não descobrirmos a tempo que o amor ao próximo, marcado por relações sempre fraternas, está no centro da Vida de quem professa a Fé Católica.

2. Pela reconciliação é mantida a paz e a vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.


3. RESPEITO PELO PRÓXIMO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divina.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: "não matarás".

Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.

A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo. Nas ações litúrgicas, Jesus exigia dos discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.

Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de forma que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.

Homilia – 5ª feira 14/06


Postado por: homilia

junho 14th, 2012


Segundo o evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1,20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna globante na vida existencial do homem e extensivo a todas as outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
Jesus faz um rebusco do que diz a Lei de Moisés: “Não mate. Quem matar será julgado.” Na lógica de Jesus, não se trata apenas de tirar a vida de alguém. Ademais este preceito era somente considerado inadiável e válido no trato e nos relacionamentos entre todos aqueles que se consideravam eleitos. Não se aplicava aos que eram de fora, que não pertenciam ao povo hebreu. Para Jesus, é preciso ir ao fundo do coração de cada um.
O homem criado à imagem e semelhança de Deus não pode ficar preso única e exclusivamente no matar. Ele terá que ter em conta também o não odiar, se encolerizar, desprezar, discriminar no coração. Tudo o que vai, além disso, constitui um atentado à vida que é um Dom de Deus. Pois ofertas, sacrifícios e holocaustos diante de Deus não têm sentido se não forem frutos da reconciliação com o próximo. Daí que Jesus nos convida à reconciliação. Condição sem a qual homem algum poderá entrar no Reino da Justiça, o Reino dos Céus.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 

Preparo-me, com todos os que se 
encontram nesta rede virtual, 
para a leitura orante da Palavra. 

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém. 

Senhor, deste-me teu Espírito Santo. 
Ele está em mim, como uma fonte. 
Mas, muitas vezes, não o sinto. 
Concede-me entrar em contato com esta fonte interior 
que nunca seca, para que a vida possa fluir, e eu seja 
uma fonte de bênçãos para os outros. 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio com calma, na Bíblia, o texto 
Mt 5,20-26. 

Faço um momento de silêncio. Releio o texto. 
A proposta de amor de Jesus é exigente.Vai mais longe do que a proposta dos fariseus. Eles, fiéis à Lei, ensinavam não matar, não chamar o irmão de idiota. Para evitar o pecado e não ir para o fogo do inferno. É preciso muito mais que isto para um cristão. Jesus diz claro que sentir raiva do irmão é motivo de julgamento. Diz que é preciso buscar reconciliação. Numa palavra: é preciso AMAR. 

2. Meditação(Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Graças a Deus não matamos ninguém, tirando-lhe a vida. Posso no entanto, ter diminuído alguém na sua fama, na sua honra, na sua dignidade. E, talvez, nem me dei conta que ofendendo alguém, ofendia a mim, e ofendia ao próprio Cristo que disse: "O que fazes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fazes". (Mt 25,46). Lembram-nos os bispos, em Aparecida: 
"Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)."
 (DAp 138). 

3. Oração (Vida)
 
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
 
Faço o Hino ao amor 

Se eu falasse a língua dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 
Se eu tivesse o dom da professia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. 
Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse o amor, de nada me aproveitaria. 
O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, , não é presunçoso, nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. 
O amor jamais se acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado o nosso profetizar. Mas quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face. Agora conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como soou conhecido. 
Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, o amor. Mas a maior delas é o amor. 
(1Cor 13,1-13) 

4. Contemplação(Vida/ Missão)
 
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Hoje, quero viver a espiritualidade da visão. Ou seja, terei diante dos meus olhos as lentes de Deus, um olhar de amor para todas as pessoas. 

Bênção
 
- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp 

Oração Final
Pai Santo, é difícil para nós nos livrarmos dos conceitos da justiça humana de crime e castigo. Ajuda-nos, Pai amado, a compreender a lição de vida de teu Filho que se fez humano como nós, e assim, aceitarmos a tua gratuidade, partilhando-a com os companheiros do caminho. Pelo mesmo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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