quarta-feira, 6 de junho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/06/2012

7 de Junho de 2012 


Marcos 14,12-16.22-26

Comentário do Evangelho

Jesus, pão que dá a vida

A celebração do Corpo e Sangue de Cristo é uma retomada da última ceia de Jesus com os discípulos, já celebrada na semana santa. Os momentos de festa e comemoração são celebrados, na alegria, com uma refeição. Assim a ceia de Jesus, na qual ele se apresenta como o pão que dá a vida e o vinho que alegra a todos. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus inaugura uma nova celebração, a celebração do banquete do Reino de Deus. É a Eucaristia, a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, em comunhão com Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Um pedaço de pão: fruto da terra e do trabalho, síntese do universo e da humanidade. Quando Jesus, reparte esse pão e diz «Tomem, isto é o meu corpo», Ele quer ensinar que a partir de agora toda a criação deve ser vista como corpo de Deus, como o seu jeito de se comunicar. E nós, alimentados desse pão, mergulhamos nesse Mistério e nos tornamos Um com o Cristo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. CORPUS CHRISTI - O ALIMENTO NOVO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Entre tantas tarefas sublimes que a vocação de ser mãe confere às mulheres, há uma em especial: a alimentação que vai desde a amamentação no peito, até a idade em que se atinge o uso da razão, onde a criança é totalmente dependente da mãe, para se alimentar. O ato de alimentar um filho requer grande amor e paciência, não só entre os seres humanos, mas também entre os animais, possivelmente seja esse o ato que mais expressa o amor materno, pois sem ele simplesmente a vida não se desenvolve.

Na ótica de alguns profetas Deus é Mãe e uma das particularidades que evidencia esse amor maternal, é a proteção e assistência que Deus dá ao seu povo na travessia do deserto, sobretudo quando sacia a sua fome e sede. Sem alimento e sem água não se caminha e não se chega a lugar algum. Ao desesperado Elias, profeta que fugia da fúria da Rainha Jezabel, após ter derrotado a divindade Baal, em baixo de uma árvore, sobre uma pedra onde o mesmo tinha adormecido por causa do desânimo e do cansaço, o anjo de Deus lhe servirá Pão e água, com a advertência “Levanta-te e come, o caminho é longo!”

O maná e as codornizes, bem como a água que jorrou da pedra, para alimentar e fortalecer a caminhada do povo, o pão e a água que revigorou Elias na sua caminhada de quarenta dias pelo deserto, até o Monte Horeb onde se encontrou com Deus, viria a ser uma prefiguração do verdadeiro e novo alimento.

Caminhar é imperativo cristão de quem vive segundo a Fé e que por isso mesmo têm consciência de que é peregrino nesse mundo, há no livro de canto pastoral uma música que aprofunda o sentido da caminhada “Se caminhar é preciso, caminharemos unidos!”, em meio a essa reflexão sobre a caminhada, não posso deixar de citar meu pai, que gostava de repetir um provérbio italiano “Manjare manjare, camina sempre!” Nosso caminho não tem fim, o infinito é o nosso tempo, há entre nós um sinal de que já chegamos, embora ainda estejamos a caminho.

Esse sinal é precisamente a Eucaristia onde Cristo Jesus, mais do que nos dar um novo alimento, vai além e faz algo que escandaliza os Fariseus e Saduceus: oferece-se a si próprio em alimento, ao dizer “Quem come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele”. Comer a carne de Jesus e beber o seu sangue, só será possível se houver um sacrifício, no ritual judaico um animal morria para expiar pecados, um animal morria para render ação de graças e gratidão a Deus, mas sacrificar uma vida humana seria a maior das loucuras, contudo há nesse gesto algo muito mais do que simples heroísmo, pois nele o amor atingirá a sua plenitude “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.

Eucaristia, o Corpo e Sangue de Cristo presente na hóstia consagrada, Deus se oculta em um pedaço de pão, em um ato supremo de amor, deu a sua vida para que isso fosse possível, e ao descer do céu na forma de pão, trouxe o céu para nós. No ato de alimentar-se humano, o alimento se transforma em parte integrante do nosso ser biológico, a partir do metabolismo, no ato de alimentar-se com a Eucaristia, algo extraordinário acontece: nos transformamos no corpo de Cristo, afirma Paulo na segunda leitura de hoje.

Somos o Corpo e Sangue de Cristo, nos divinizamos, a transubstanciação, de certa forma, se prolonga em todo o nosso ser, e ao nosso redor naquele momento, os anjos se ajoelham em adoração. Grande mistério, que nossos sentidos não alcançam, a não ser pela fé!

Sublime Sacramento, o maior de todos os tesouros da terra! Olhemos com ternura para a Hóstia consagrada, que nos alimenta e nos conforta, que nos inspira a caminharmos todos juntos como irmãos, pois só assim iremos romper as fronteira da morte “Quem come desse pão viverá eternamente!”.

2. Jesus, pão que dá a vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Senhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me sempre que pertenço ao povo redimido por ti e a caminho da casa do Pai.


3. O CORPO DE CRISTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa. 

A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.




Pe. Jacir de Freitas Faria, ofm

CORPUS CHRISTI (7 de junho)
CELEBRAÇÃO DE CRISTO EUCARÍSTICO NA SACRAMENTALIDADE DA COMUNIDADE QUE SE REÚNE

I. INTRODUÇÃO GERAL

Em muitos lugares do Brasil, hoje, multidões se aglomeram para celebrar a festa do Corpo e Sangue de Cristo. Essa celebração foi instituída na Igreja pelo decreto do papa Urbano IV, em 1264, no qual se afirma que a data deveria ser numa quinta-feira, 60 dias após a Páscoa cristã, de modo que fosse feita a memória da instituição da eucaristia por Jesus. Dessa forma, Corpus Christi tornou-se uma celebração de caráter devocional, uma vez que a verdadeira festa da instituição da eucaristia na Igreja é aquela da noite da Quinta-Feira Santa.

Na origem da festa de Corpus Christi está a religiosa agostiniana – e, mais tarde, santa – irmã Julian de Mont Cornillon. Conforme se difundiu na Europa, essa religiosa teve uma visão divina que exigia a inclusão de uma festa anual no calendário da Igreja para comemorar o sacramento da eucaristia. Tudo começou em 1230, na paróquia de Saint Martin, em Liège, Bélgica, onde se realizou uma procissão eucarística no interior da igreja. Dezessete anos mais tarde, ela foi para as ruas e tornou-se festa nacional na Bélgica. Em 1264, essa celebração do “triunfo eucarístico” ganhou expressão mundial, sendo celebrada nas ruas, como desejava o papa. O Concílio de Trento (1545-1563) – em resposta a Lutero, que negava a transubstanciação como modo de explicar a presença real de Cristo na eucaristia –, de certo modo, incentivou tais manifestações para fazer frente às ideias luteranas. 

Até Trento, muitas discussões e polêmicas foram travadas em torno da compreensão da “presença real” de Cristo na eucaristia e do modo como esse sacramento era celebrado. Como é sabido, no início do cristianismo, uma das dimensões mais acentuadas da eucaristia era a ação de graças da comunidade, que se reunia para atender ao preceito do Senhor de celebrar a memória de sua morte e ressurreição. 

Na Baixa Idade Média, o acento recai sobre o caráter milagroso, quase mágico, da “consagração” do pão e do vinho, desvinculado do conjunto da prece eucarística. Aqui, a dimensão de ceia pascal (comer e beber juntos) cede à de adoração: basta ver a hóstia consagrada e adorá-la! Vale recordar que, nessa época, a grande maioria dos fiéis já não comungava durante a missa. A propósito, o termo “comunhão espiritual” adveio dessa compreensão reducionista do mistério da eucaristia. Não foram poucos os fiéis que receberam a comunhão eucarística apenas como viático, ou seja, momentos antes da morte. Dessa feita, em compensação, expandiu-se rapidamente o costume de promover grandes celebrações devocionais de adoração ao Santíssimo Sacramento, incluindo solenes procissões.

Após o Concílio Vaticano II, sem renegar a dimensão sacrifical da eucaristia, a teologia recupera sua dimensão de ceia pascal, de memorial da paixão e morte de Cristo. Novamente, o acento recai sobre a importância dos fiéis reunidos, que, comungando do Corpo e Sangue de Cristo em cada celebração eucarística, buscam conformar a vida ao corpo eclesial de Cristo. Não é à toa que na segunda epiclese da prece eucarística se pede que, comungando do Corpo e Sangue de Cristo, todos se tornem um só corpo. Em outras palavras: a comunidade celebra a eucaristia para cada vez mais se tornar autêntico corpo eclesial. Para que isso aconteça, é indispensável que os participantes da celebração comam do mesmo pão e bebam do mesmo cálice transubstanciados no Corpo e Sangue do Senhor e assim formem com ele um só corpo.

As leituras que ouvimos hoje nos oferecem os fundamentos bíblicos para a nossa fé na eucaristia como presença real de Cristo no pão e no vinho, alimentos da comunidade que deseja se tornar verdadeiro corpo eclesial. Vejamos.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mc 14,12-16.22-26): Eucaristia: Jesus se oferece como alimento e sangue derramado

A comunidade de Marcos, assim como as de Mateus, Lucas e Corinto (Mt 26,26-29; Lc 22,15-20; 1Cor 11,23-26), relatou o fato de Jesus celebrar a Páscoa com os seus discípulos, da qual se originou a eucaristia. No evangelho de hoje, chama a atenção o fato de Jesus pedir a dois de seus discípulos que fossem se encontrar com um homem que levava uma bilha em direção à casa de outro homem. O número dois representa, na visão judaica, o testemunho. Quem lê o texto entende que é verdadeiro o fato que será descrito. 

Testemunhos dão conta de que as comunidades se reuniam aos domingos para uma “ceia do Senhor” ou para a “fração do pão”. Tratava-se de uma ceia especial de memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus, fazendo uso do pão e do vinho – como nos atesta o evangelho de hoje –, mas também do peixe. Para os judeus, o peixe expressava a dimensão escatológica e messiânica. Para os cristãos, ele relembrava a pessoa de Jesus, visto que do substantivo “peixe” em grego, ichthys, se formava o título dado ao mestre: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. O nome “eucaristia”, substituindo ceia do Senhor e fração do pão, apareceu somente entre os anos 90 e 110 E.C.

Jesus tomou o pão e disse: “Tomai, isto é meu corpo”. Tendo nas mãos uma das taças de vinho que os judeus tomavam na ceia pascal – no caso, aquela tomada depois da refeição –, Jesus disse: “Isto é o meu sangue”. Jesus se oferece como alimento (pão) e sangue derramado em favor de muitos. O pão é o sustento da vida comunitária. O sangue, na visão judaica, representava a vida (Deus). Vale recordar que, como nos atestam os evangelhos, no início de sua trajetória de paixão, Jesus, no monte das Oliveiras, rezava, e o seu suor era semelhante a gotas espessas de sangue que caíam por terra (Lc 22,44). Jesus, ao derramar lágrimas de sangue, torna-se qual um novo Adão, devolvendo ao ser humano o paraíso perdido, por causa da transgressão de Adão. Agora, no momento de sua última refeição, diante dos(as) seus(suas) discípulos(as), Jesus volta a demonstrar que o seu sangue, que deverá ser bebido pelos seus seguidores, é redentor. 

Em Lc, após esse gesto com o pão, Jesus acrescenta: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19). A eucaristia tem, então, um sentido memorial da aliança feita por Deus no passado com o seu povo, atualizada na morte redentora e pascal de Jesus e projetada para o futuro, na vida do cristão que a celebra. Eucaristia é presença sacramental que continua depois da celebração litúrgica, que atualiza o sacrifício pascal.
  
2. I leitura (Ex 24,3-8): Aliança com Deus selada em uma refeição e com aspersão do sangue 

Para compreendermos ainda mais a dimensão da eucaristia no Segundo Testamento, observemos os elementos que Ex 24,3-8 nos oferece e que são relidos no contexto eucarístico. Moisés reuniu o povo e lhe disse todas as palavras que Deus lhe revelou, fez um altar, criou condições para a comunidade oferecer um sacrifício de comunhão e, por fim, aspergiu o altar e o povo com o sangue do sacrifício, após ler o livro da aliança. A esse sangue Moisés chamou sangue da aliança que Javé tinha feito com o povo. 

Nesse relato, haveremos de notar elementos que se relacionam com celebração eucarística cristã, tais como comunidade reunida, sacrifício de comunhão, sangue da aliança. 

3. II leitura (Hb 9,11-15): Releitura teológica do sacrifício de expiação  dos judeus em Cristo

O tema que inspira a reflexão teológica dessa leitura se encontra no Primeiro Testamento, em Levítico 16, em que são descritas as atitudes que deveriam ser tomadas pelo sumo sacerdote, na festa da Expiação dos pecados do povo: vestes especiais, banhos, tipos de animais, entrada no Santo dos Santos para interceder pelo povo.

A carta aos Hebreus é clara ao afirmar que Cristo ressuscitado é o novo sumo sacerdote que atravessou a tenda maior e mais perfeita – entenda-se: com a sua ascensão, ele voltou para a presença de Deus. Ademais, Jesus não precisou oferecer sacrifício para si, mas ele mesmo se tornou um sacrifício para todos nós. A sua oferenda não é o sangue dos animais, mas o seu próprio sangue, o que nos concede a libertação definitiva. “Cristo, por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha. Ele há de purificar a nossa consciência das obras mortas para que prestemos um culto ao Deus vivo” (v. 14).

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Levar a comunidade a perceber que a eucaristia, além de ser celebração do sacrifício de Jesus na cruz, é memória desse evento salvador. Quem vai à missa não o faz por sacrifício pessoal nem por obrigação, mas em atenção ao mandato de Cristo de celebrar o seu memorial: “Fazei isto em memória de mim”.

– Demonstrar que a “presença real” de Cristo na eucaristia se dá também na comunidade reunida, que celebra o sacrifício de Cristo, faz sua memória, proclama-o ressuscitado, rende graças a Deus e se associa a ele. Portanto, o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo está relacionado à comunidade que se reúne, pois o que se pede durante a prece eucarística é que, comungando dos dons do Corpo e do Sangue de Cristo, ela (a comunidade) se torne um corpo eclesial. 

– A adoração do Santíssimo Sacramento ganhou forte impulso depois do Concílio de Trento, como uma resposta da Igreja a Lutero, que acreditava na “presença real” de Cristo somente durante a celebração eucarística. Para nós, católicos, Jesus continua presente na reserva eucarística e é previsto o culto eucarístico fora da missa. Contudo, a própria Igreja orienta como se deve fazê-lo, para que não haja desvios e práticas devocionais equivocadas.

Eucaristia, celebração da comunidade animada pelo Espírito


Postado por: homilia

junho 7th, 2012


Celebramos, hoje, a festa do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, reafirmamos a nossa fé na presença real e substancial do Senhor no Pão e no Vinho consagrados como alimento da nossa salvação. Diante de tão grande mistério, somos chamados a elevar os nossos corações para o Alto e fazer eco à profissão de fé eucarística no Pão e Vinho.
Esta festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV, em 11 de agosto de 1264, com o intuito de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à Última Ceia de Jesus, já celebrada na Semana Santa.
A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando comer o Cordeiro Pascal, Jesus se apresenta como o Pão que dá a vida, e o Vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
Por que o Senhor utilizou pão e vinho? Porque são os alimentos mais simples, mais comuns da mesa dos judeus. O pão e o vinho eram do dia-a-dia do pobre e do rico. Ainda hoje, nos países da bacia do Mediterrâneo, ao nos sentarmos para o almoço ou jantar, encontramos uma garrafa d’água na mesa, uma garrafa de vinho e pão fatiado. Jesus não quis ser o Senhor dos grandes momentos, o Homem de algumas poucas ocasiões; Ele quis ser o Jesus de todos os dias, de todos os momentos, o Cristo dos pobres e dos ricos, o Senhor de todos e de tudo. Por isso mesmo escolheu sinais tão ínfimos, tão humildes.
Obrigado, Jesus, por Sua humildade, por Sua divina disponibilidade em se dar a nós de modo tão simples, tão desprovido de grandeza! Ensina-nos, pelo Pão e Vinho Eucarístico, a virtude da humildade, da simplicidade, da arte de perceber o valor das coisas humildes e pequenas, nas quais o Senhor se esconde.
Por que Jesus disse “é meu Corpo, é meu Sangue”? Corpo ou carne, na Bíblia, não é somente a musculatura da pessoa, mas toda ela – sua inteligência, seus sentimentos, seu corpo, suas emoções, seus planos. É dito carne ou corpo para significar que o homem é frágil, murcha como a erva do campo. Pois bem, quando Jesus diz: “Isto é o meu Corpo”, Ele quer dizer: “Isto sou eu com minha vida, que tomei de vocês no seio de Maria, a Virgem. Eu lhes dou minha humanidade, meus cansaços, meus sonhos, minhas andanças. Dou-lhes tudo quando vivo no meio de vocês, feito homem, eu, o Verbo que se fez carne!”
E o sangue? Não significa simplesmente o líquido vermelho que corre em nossas artérias. Sangue, na Bíblia, significa a vida. O Sangue derramado significa a vida tirada, a vida violentada.
Veja que coisa tão linda! Ao dizer: “isto é o meu sangue”, o Senhor está dizendo: “Eu vos dou toda a minha vida que se foi derramando por vós, desde o primeiro momento da minha existência humana. Fui me derramando por vós em cada cansaço, em cada decepção; fui me derramando em cada noite de oração, em cada agonia até aquela última da cruz e da sepultura”.
Então, meus caros, “isto é o meu Corpo” e “isto é o meu Sangue” significam “isto sou eu todo, com o que tenho, com o que sou, com o que vivi e com o que morri, com o que amei e com o que sonhei, e agora entrego a vós e por vós”.
Que podemos dizer, senão, simplesmente: Obrigado, Senhor, por esse amor tão grande que O fez se entregar a nós assim, totalmente! Dê-nos a graça de, recebendo Seu Corpo e Sangue, plenos do Espírito Santo, na força do mesmo Espírito, fazer de nossa vida uma entrega ao Senhor e a todos os irmãos e irmãs. Ensina-nos a ser para os outros pão repartido e dado por amor, a fim de que, um dia, possamos chegar ao Pai do Céu, onde viveremos e reinaremos em comunhão com o Espírito Santo pelos séculos dos séculos! Amém.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante
Corpus Christi 

Inicio este momento de Leitura Orante, em sintonia com todos os inernautas fazendo a ação de graças dos bispos na Conferência de Aparecida:
 
"Bendizemos a Deus que se nos dá na celebração da fé, especialmente na Eucaristia, pão de vida eterna. 
A ação de graças a Deus pelos numerosos e admiráveis dons que nos outorgou culmina na celebração central da Igreja, que é a Eucaristia, alimento substancial dos discípulos e missionários".
 (DA,26). 

E canto com o Padre Zezinho: 

Meu Senhor criou um pão que é muito mais 
Muito mais, muito mais que um simples pão 
Meu Senhor criou um pão que é muito mais 
Muito mais porque este pão tem Jesus. 
Por isso eu chamo este pão da vida, 
de pão da vida e de pão do céu. 
(CD Muito mais que pão, Pe. Zezinho). 

1.Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto:
 Mc 14,12-16.22-26, 
e observo as palavras e gestos de Jesus, na última ceia. 

Durante a última ceia pascal, que Jesus celebrou com seus discípulos, ele mesmo nos revela o mistério: "Isto é meu Corpo.(...) Isto é o meu sangue". E nos convida a alimentar-nos dele. É na Eucaristia que nos alimentamos do Pão da Vida, o próprio Senhor Jesus. Veja esta música: 

Este Pão (Pe. Zezinho, scj) 

Este pão, que a gente chama: Eucaristia, 
lembrança de uma ceia sem igual. 
partiu aquele pão naquele dia, 
Partiu o pão, 
Partiu o pão, 
Partiu o pão, 
E dentro dele achou o céu, 
Achou o céu, 
Achou o céu 
Este pão, que a gente chama: Eucaristia, 
deserto desta vida é o novo maná. 
Quem tem fome de justiça e de luz, 
Aproxime-se da mesa de Jesus! 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Jesus se fez pão para ficar conosco. 
Quis ser meu alimento. 

Como acolho e recebo este alimento? 

3. Oração (Vida)
 
O que o texto me leva a dizer a Deus?
 
Rezo ao Senhor, 
dizendo que o desejo receber no meu coração, 
mas não me sinto 
com a dignidade suficiente. 

Minha oração inspira-se 
na canção do padre Zezinho:
 
Eu não sou digno 
Eu não sou digno, ó meu Senhor, 
Eu não sou digno de que 
Tu entres, ó meu Senhor 
Na minha casa, 
porque és tão Santo e eu pecador 
Eu nem me atrevo até pedir este favor 
Mas se disseres uma palavra, 
a minha casa se transformará 
Uma palavra é suficiente, 
suavemente ela nos salvará 
Eu não sou digna, ó meu Senhor, 
Eu não sou digna de que tu entres, ó meu Senhor, 
Na minha casa. 
Meu coração é tão pecador 
que nem me atrevo a te pedir este favor. 

4. Contemplação (Vida e Missão)
 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
 
Hoje, com a Igreja da América Latina,
 
"louvamos a Deus porque Ele continua derramando seu amor em nós pelo Espírito Santo 
e nos alimentando com a Eucaristia, pão da vida (cf. Jo 6,35)". 
(DA,106). 

Irmã Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender que receber a Eucaristia, mais do que um privilégio, significa assumir o compromisso de seguir Jesus de Nazaré na construção do teu Reino e no anúncio da Boa Notícia que ele já está em nós e entre nós, mas ainda em busca da plenitude. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.

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