sábado, 4 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/02/2012

4 de Fevereiro de 2012

Marcos 6,30-34

Comentário do Evangelho

A compaixão de Jesus

Com este texto Marcos prepara a primeira narrativa da partilha dos pães. Encontramos aqui um relato básico, com vários temas que se repetem ao longo dos evangelhos: a) os discípulos já estão em missão e mantêm contato com Jesus; b) Jesus preocupa-se com o seu resguardo e o dos discípulos, em lugar deserto, para repouso e tempo "para comer", ou seja, para alimentarem-se da palavra e da oração; c) eles estão continuamente sendo assediados pelas multidões; d) a multidão é insistente e Jesus tem compaixão por eles; e) Jesus ensina muitas coisas. São estas as situações fundamentais na missão: a) manter-nos em contato com Jesus, em comunidade, no recolhimento e na oração; b) acolhermos a todos que vêm a nós, particularmente os mais excluídos, sem rejeições; c) estarmos preparados para o "ensino", não como algo intelectual, mas como descoberta e revelação da presença de Jesus na vida das pessoas. A compaixão é a característica maior que nos move à prática libertadora. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

A imagem do Pastor trazendo a ovelha à volta do pescoço, terna e forte, deveria seduzir-nos, como Igreja de Jesus, para que estejamos sempre dispostos para o exercício da solidariedade geral ao rebanho, sem prejuízo da acolhida individual a cada uma das ovelhas: uma relação delicada de artesanato e não uma linha de montagem ou produção em série com preocupação estatística.

http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php


Reflexão

Devemos colocar a nossa felicidade onde se encontram os verdadeiros valores. As pessoas que vivem segundo os valores desse mundo colocam a sua felicidade nas coisas do mundo. São pessoas materialistas e hedonistas, marcadas pelo desejo do acúmulo de bens materiais e de poder e também na busca desenfreada de todos os prazeres proporcionados por este mundo, como é o caso do sexo e dos vícios em geral. São pessoas insatisfeitas porque na verdade foram criadas à imagem e semelhança de Deus e só podem ser satisfeitas plenamente em Deus, uma vez que são abertas ao infinito. Somente quem coloca a sua felicidade nos valores eternos encontra em Deus a sua plena satisfação.




Não seja ‘burocrata do sagrado’, mas propagador da compaixão do Pai

Postado por: homilia

fevereiro 4th, 2012


Pegando a frase do Evangelho “a multidão estava como que ovelhas sem pastor”, Jesus atrai para si o título de Pastor. Este atributo recebe a sua justificação na observação do evangelista ao interpretar os sentimentos do coração do Senhor: vendo as multidões que O seguiam, Jesus se compadeceu delas, teve compaixão.
Mestre, desde o início da Sua missão, Jesus convida os discípulos – e a todos nós! – a manifestar aos homens o amor de Deus por eles.
Em poucas linhas, podemos ter o quadro da vida de Jesus Nazareno com os apóstolos e a multidão do povo: a intimidade do Senhor com o grupo dos Doze visando à formação destes, a atividade intensa da vida pública de Jesus e dos apóstolos, o entusiasmo do povo pelo Senhor, a Sua disponibilidade apesar da fadiga, por fim, os sentimentos profundos de Jesus diante desse povo errante e sedento de Deus. É assim que Deus olha para mim e para você, bem como para toda a sua família e os homens no mundo inteiro. Deus deseja e quer que todos O procuremos: “Havia ali tanta gente, chegando e saindo“.
Embora com o desejo e a vontade de atender a todos, Jesus, juntamente com os apóstolos, ressalta a necessidade de um descanso, após as tarefas apostólicas. Para dizer que também o missionário precisa de descanso. Um tempo de retiro, de recuperação das energias, de intimidade com Deus. Foi por isso que, quando os discípulos voltam empolgados com os resultados da missão, a primeira reação do Mestre é convidá-los para uma retirada, para que refaçam as forças.
Jesus tem critérios que não correspondem ao grande critério da sociedade nossa: o da eficácia. Para Ele, os apóstolos não eram “máquinas”, mas, em primeiro lugar, pessoas humanas que necessitavam ser tratadas como tais.
O trabalho – mesmo o trabalho missionário – não é absoluto. Jesus reconhece a necessidade de um equilíbrio entre todos os aspectos da vivência humana. Aqui há uma lição para muitos cristãos engajados hoje: embora devamos nos dedicar ao máximo no apostolado, não devemos descuidar da nossa vida particular, da nossa saúde, do cultivo de valores espirituais e do relacionamento afetivo com os outros. Caso contrário, estaremos esgotados em pouco tempo, meras “máquinas” ou “funcionários” do sagrado, que não mostram ao mundo o rosto compassivo do Pai, mas que por dentro são “ocos”!
O texto ressalta a compaixão de Jesus para com o povo com uma característica específica: era um povo muito sofrido, rejeitado e desprezado pelos chefes político-religiosos da época. Diante de tal cenário, muitas vezes, Cristo nem tinha tempo para comer. E quando Ele se retirava, o povo ia atrás d’Ele.
O que atraía tanta gente? Com certeza, não foi em primeiro lugar a doutrina, nem os milagres, mas o fato de irradiar compaixão, de demonstrar duma maneira concreta o amor compassivo de Deus. Jesus não teve “pena” do povo, não teve “dó” dos sofridos. Teve “compaixão” das pessoas, literalmente, sofria junto com elas, e tinha uma empatia com os sofredores, a qual se transformava numa solidariedade afetiva e efetiva.
Este traço da personalidade de Jesus desafia a Igreja e os seus ministros hoje, para que não sejam “burocratas do sagrado”, mas irradiadores da compaixão do Pai.
Infelizmente, muitas vezes, as nossas igrejas mais parecem repartições públicas do que lugares do encontro com a comunidade que acredita no amor misericordioso de Deus e na compaixão de Jesus! A frieza humana frequentemente marca as nossas atitudes, pregações e cuidado pastoral. Num mundo que exclui, que marginaliza e que só valoriza quem consome e produz, o texto de hoje nos desafia a nos assemelharmos cada vez mais a Cristo, irradiando compaixão diante das multidões que hoje – mais do que nunca! – estão como que ovelhas sem pastor.

Padre Bantu Mendonça



Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando 
com todos os internautas: 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Espírito Santo, tu que vieste dos céus abertos, do Pai, e que permaneceste conosco, em Jesus, 
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações, 
abre-nos à Palavra! 
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade, 
terreno bom, 
onde tu possas trabalhar com liberdade, 
de modo que a nossa vida 
seja sinal eloquente da tua caridade. 
Amém. 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto: 
Mc 6, 30-34, 
e observo a atenção de Jesus aos que sofrem. 

Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então ele lhes disse: 
- Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco. 
Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas. 
Jesus "teve pena daquela gente". Nós, Igreja, temos o mesmo sentimento. 

Como dizem os bispos em Aparecida: 

"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)."
 (DAp 32). 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Tenho os mesmos sentimentos de Jesus Cristo e da Igreja?
 Como olho as pessoas que estão "à beira do caminho" ou que parecem "ovelhas sem pastor"? 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a 

Oração a Nossa Senhora dos cuidados Humanos 
Dom Hélder Câmara 

Mãe, me alegra tanto 
ver o globo em tuas mãos! 
Mas é globo muito pequeno 
e temo que dentro dele 
nossas grandes angústias 
sofram muita redução. 
Olho de novo e descubro: 
o globo pequeno 
tem justamente a virtude 
de reduzir ao tamanho exato 
os dramas que nos parecem imensos 
e no entanto cabem e sobram 
na concha de duas mãos. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é voltado para os que mais sofrem. 

I. Patrícia Silva, fsp 

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