sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

FAMÍLIA


A FAMÍLIA E OS NOVOS DESAFIOS - “Família, torna-te aquilo que és”

Texto de abertura do V Congresso Estadual da Pastoral Familiar


Prezados delegados (as), convidados (as) das quatro dioceses do Estado do Espírito Santo, que formam o Sub-Regional do Leste II da CNBB.

Ao tempo que os saúdo, afirmo que é motivo de uma enorme felicidade e grande honra, o V Congresso da Pastoral Família da Província Eclesiástica do Espírito Santo, na Diocese de São Mateus – ES. No ano, que a Semana Nacional da família, desenvolve o tema: “A FAMÍLIA, FORMADORA DE VALORES HUMANOS E CRISTÃOS” a Igreja Particular do Espírito Santo realiza seu congresso seu V Congresso refletindo o tema: “A Família e os novos desafios”; uma busca de unidade no pensamento e na ação evangelizadora para tornar a família aquilo que ela é.



Os congressos realizados promovem o intercâmbio entre as quatro dioceses, a comunhão nas iniciativas pastorais e de humanização dos que se colocam a serviço do Mestre Jesus.
A importância desse congresso marcar a direção do caminho que a Igreja quer constituir no cuidado com as famílias. “É tempo de reflexão e de muito trabalho” cita o Documento de Aparecida que nos pede o empenho pastoral para com as famílias.
Lembremo-nos um pouco a despedida do papa João Paulo II e o início do pontificado do papa Bento XVI que está marcando a Igreja pela preocupação com a juventude, que pensa que para aceitar Jesus Cristo é preciso deixar muito. Espero que este congresso descubra como testemunhar a alegria de ser família cristã e de como conquistar a juventude para a realidade familiar e eclesial. “(Ter o) coração aberto de alegria e testemunho de acolhida para todos”.
Concretamente, é importante frisar que as perspectivas e ações imediatas e possíveis que vêm sendo desenvolvidas pela Pastoral Familiar do Brasil são basicamente a estruturação mais consciente e com planejamento; o aumento das equipes e formação; a articulação dentro e fora da Igreja; a formação sistemática, contínua e eventual; estudos, produção e distribuição de subsídios. Enfim, vemos também que é urgente e necessário recuperar o verdadeiro sentido de família, como Deus a pensou (cf. Gn 1,26-27). O homem não tem o direito de reinventar o que Deus criou. Buscar de volta o caminho de Deus. Os pais não devem apenas falar com os filhos, mas fazer com eles um caminho de encontro pessoal e familiar com Jesus Cristo. Como assinala o Documento de Aparecida, isto requer “uma pastoral familiar intensa e vigorosa”, para proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida e trabalhar para que os direitos das famílias sejam reconhecidos e respeitados.
Somos conscientes que atualmente a família vive num contexto de profundas mudanças muito rápidas e de alcance global. E um dos fatores determinantes desta acelerada transformação social e cultural é o enorme avanço científico e técnico, que por suas enormes possibilidades de manipulação da vida e das consciências, mediante uma ampla rede de comunicação, e quase sempre amparado pelo governo, torna-se frequentemente a causa do individualismo, do relativismo e da fragmentação da realidade. Mas, concretamente, o Documento de Aparecida refere-se ao ocultamento de Deus.
Na cultura atual, procura-se eliminar toda e qualquer referência ao sagrado ou religioso. Porém, sem Deus a realidade não é completa e necessita de unidade. Isto traz uma percepção fragmentada da realidade e uma visão unilateral sobre ela, que gera assim o que parece ser a crise mais profunda do nosso tempo. Esta é a razão pela qual muitos estudiosos de nossa época sustentam que a realidade traz inseparavelmente uma crise do sentido, diz o Documento de Aparecida. Outro obstáculo a ser superado é o ataque permanente das grandes potências que pressionam ou condicionam pela via econômica os países da América Latina a um não compromisso com a vida humana, desde o momento da concepção até a morte natural. Estas potências têm investido fortemente na legalização do Aborto, no assassinato de crianças com anencefalia, na Eutanásia, na Fertilização in vitro, na esterilização em massa, nas máquinas de camisinhas nas escolas, na manipulação e na seleção de embriões onde para supostamente viver um, deve obrigatoriamente matar muitos, em nome da ciência e da pesquisa, procurando a perfeição genética do ser humano.
Certamente, a família deve ser a grande prioridade pastoral nas dioceses e paróquias! Sem uma família respeitada e estável não pode haver organismo social sádio, equilibrado e sereno. O Documento de Aparecida também nos interpela a ajudar a família por meio de uma “pastoral familiar intensa e vigorosa”. Desta forma, a pastoral familiar poderá contribuir para que a família seja reconhecida e vivida como lugar de realização humana, a mais intensa possível na experiência de paternidade, de maternidade e filiação. Tudo isso vai depender uma abertura muito grande do coração dos nossos bispos, de nós sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, agentes de pastoral, movimentos, serviços e institutos familiares. Para isso é imprescindível estudar alguns documentos, sem os quais, não creio ser possível a participação da comunidade. Enfim, sem a família não haverá uma verdadeira comunidade eclesial.
O Documento de Aparecida muito sabiamente define a pastoral familiar como sendo “um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da igreja”. Em junho 1990, o Papa João Paulo II, em Roma, disse aos Bispos Brasileiros que “em cada Diocese, vasta ou pequena, rica ou pobre, dotada ou não de clero, o Bispo estará agindo com sabedoria pastoral, estará fazendo ‘investimento’ altamente compensador, estará construindo, a médio prazo, a sua Igreja particular, à medida que der o máximo apoio a uma Pastoral Familiar efetiva”.
Enfim, hoje a nossa ação evangelizadora exige um profundo ardor missionário para ajudar as famílias a não perderem de vista a sua missão primordial de ser a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. A família participa decisivamente no desenvolvimento da sociedade. É o lugar privilegiado para forjar no coração do homem os valores perenes, sejam eles espirituais ou civis. Com este V Congresso da Pastoral Familiar, conclamo a todos para que prossigam no objetivo pastoral de  Evangelizar pela Família e para a Vida, continuando com o empenho sócio-evangelizador pela promoção da vida, do matrimônio e da família, lembrando sempre do importante e insubstituível papel subsidiário da família cidadã para o bem da sociedade.
Pedimos as bênçãos de Deus, proteção de São Mateus, São Pedro, e a proteção de Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora da Saúde e das Vitórias, para cada família e para todas as pessoas, individualmente, dedicam suas vidas em favor da família.

São Mateus 23 de julho de 2010

Padre Fabiano Marchesini 
Assessor Eclesiástico  da
Pastoral Familiar da Diocese de São Mateus






"Família, torna-te aquilo que és!" (Beato João Paulo II)


João Paulo II às Família 

1. A familia está chamada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se transforme em oração. 

2. Em uma família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão. 

3. A família é para os fiéis uma experiência de caminho, uma aventura cheia de surpresas, mas aberta principalmente à grande surpresa de Deus, que vem sempre de modo novo em nossa vida. 

4. O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser "familiar". 

5. O futuro depende, em grande parte, da família, "esta porta consigo o futuro da sociedade; seu papel especialíssimo é o de contribuir eficazmente para um futuro de paz". 

6. Que toda família do mundo possa repetir com verdade o que afirma o salmista: "Vede como é doce, como é agradável conviver os irmãos reunidos" (Sl 133, 1). 

7. "O matrimônio e a família cristã edificam a Igreja. Os filhos são fruto precioso do matrimônio." (Familiaris Consortio 14, 16) 

8. A acolhida, o amor, a estima, o serviço múltiplo e unitário -material, afetivo, educativo, espiritual- a cada criança vinda a este mundo, deveria constituir sempre uma nota distintiva e irrenunciável dos cristãos, especialmente das famílias cristãs; assim as crianças, ao mesmo tempo em que crescem "em sabedoria, em estatura e em graça perante Deus e perante os homens", serão uma preciosa ajuda para a edificação da comunidade familiar para a santificação dos pais. (Familiaris Consortio, 1981) 

9. A família é "base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida" 

10. Os pais têm direitos e responsabilidades específicas na educação e na formação de seus filhos nos valores morais, especialmente na difícil idade da adolescência.




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