domingo, 8 de setembro de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 08/09/2024

ANO B


23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.” Mc 7,37

“O mundo está ficando surdo; precisa de profetas da esperança.”

Mc 7,31-37

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Hoje, temos diante de nós três desafios: ser profeta da esperança, levar a sociedade a abrir os ouvidos ao Evangelho e repudiar todo tipo de distinção injusta entre as pessoas. Que o alimento eucarístico nos conceda a força necessária para não termos medo frente a estes desafios.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/23-domingo-tempo-comum-ano-b-08-09-2024.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje, dia do Senhor, Ele nos reúne em torno do altar para oferecer o alimento de nossa salvação. Viemos para bendizê-lo por sua fidelidade e amor. Não obstante as forças que rejeitam o Reino que Jesus veio anunciar, cada um de nós e toda a Igreja somos testemunhas dos sinais desse Reino presentes no mundo. Por isso, bendigamos ao Senhor e cantemos as maravilhas do amor de Deus.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-50-23-domingo-tempo-comum.pdf

FEZ OUVIR OS SURDOS E FALAR OS MUDOS

A liturgia da Missa deste domingo é um apelo à esperança, à plena confiança no Senhor. Num momento de tribulação, o profeta Isaías levanta-se para reconfortar o Povo eleito que vive no desterro e anuncia o alegre retorno à pátria e os prodígios que terão o seu pleno cumprimento com a chegada do Messias. Descerrar-se-ão os olhos dos cegos e abrir-se-ão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como os cervos, e desatar-se-á a língua dos mudos; as águas jorrarão no deserto e as torrentes na estepe. Com Cristo, todos os homens são curados, e as fontes da graça, sempre inesgotáveis, convertem o mundo numa nova criação.
O Evangelho da Missa narra a cura de um surdo-mudo. O Senhor levou- -o a um lugar à parte, pôs os dedos nos seus ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. Depois olhou para o céu e disse: “Effatha”, que quer dizer, “abre- -te”. E imediatamente se lhe abriram os ouvidos e se lhe soltou a prisão da língua, e falava claramente. Os dedos significam a poderosa ação divina, e a saliva evoca a eficácia que lhe era atribuída para aliviar as feridas. Ainda que a cura tenha resultado das palavras de Cristo, o Senhor quis utilizar nesta ocasião, como aliás em outras, elementos materiais visíveis, para dar a entender de alguma maneira a ação mais profunda que os sacramentos iriam efetuar nas almas.
Desde os primeiros séculos e durante muitas gerações, a Igreja serviu-se desses mesmos gestos do Senhor para administrar o Batismo, enquanto orava sobre a criança que era batizada: "O Senhor Jesus, que fez ouvir os surdos e falar os mudos, te conceda que a seu tempo possas escutar a sua Palavra e proclamar a fé" (cf. Ritual do Batismo, Batismo das crianças).
Nesta cura que o Senhor realizou, podemos ver uma imagem da sua ação nas almas: ela livra o homem do pecado, abre-lhe os ouvidos para escutar a Palavra de Deus e solta-lhe a língua para que louve e proclame as maravilhas divinas. É uma ação que tem início no momento do Batismo e se prolonga pelo resto da nossa vida.
Santo Agostinho, ao comentar esta passagem do Evangelho, diz que a língua de quem está unido a Deus “falará do bem, porá de acordo os que estão desavindos, consolará os que choram... Deus será louvado, Cristo será anunciado” (Sermão 311, 11). É o que nós faremos se tivermos o ouvido atento às contínuas moções do Espírito Santo e a língua preparada para falar de Deus sem respeitos humanos.
Não podemos ficar mudos quando devemos falar de Deus e da sua mensagem sem constrangimento algum, antes vendo nisso um título de glória: os pais aos seus filhos, desde a primeira infância e continuando depois, com dom de línguas, na puberdade e na juventude; o amigo ao amigo, com sentido de oportunidade, mas sem receios; o colega de escritório aos que trabalham ao seu lado, com o seu comportamento exemplar e alegre, e com a palavra que estimula a sair da apatia; o estudante aos colegas de Universidade com quem convive tantas horas por dia... Os motivos para falar da beleza da fé, da alegria incomparável de possuir a verdade de Cristo são muitos. Mas dentre eles destaca-se a responsabilidade recebida no Batismo de não deixar que ninguém perca a fé ante a avalanche de ideias e de erros doutrinais e morais que inundam o mundo e perante os quais muitos se sentem indefesos (cfr. Francisco Carvajal, Falar com Deus, Vol. 4).
Deveríamos perguntar-nos todos os domingos: “a quem eu falei de Deus nesta semana?” Ou também: “a quem eu falarei de Deus na próxima semana?”
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-50-23-domingo-tempo-comum.pdf

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus cura o homem surdo


As profecias de Isaías nos dão os sinais indicativos do Messias: os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos vão se abrir, os aleijados vão pular e a língua dos mudos vai cantar, as águas vão correr no deserto, os rios vão correr na terra seca. Tudo isso se realiza em Jesus. Ele cura um homem que era surdo e gago, sinalizando que ele é o Messias. Este e outros milagres de Jesus mostram quem ele é e qual é a vontade do Pai.
O próprio modo de fazer o milagre mostra a bondade e o respeito que Jesus tem para com o ser humano e ensina os discípulos, e a nós, que também somos discípulos, como devemos nos relacionar com os outros. São Tiago, por exemplo, nos ensina a não fazer acepção de pessoas e a respeitar os outros, sobretudo os mais pobres. Jesus curou o surdo-gago que lhe foi apresentado, mas não o curou no meio de todo mundo. Levou-o a um lugar à parte e fez alguns pequenos ritos. Disse a palavra “Efatá”, em aramaico, tocou com os dedos os seus ouvidos e com saliva, a sua língua.
O homem, então, começou a ouvir e a falar corretamente. No batismo de crianças há um rito facultativo no qual o celebrante toca nos ouvidos e na boca do batizando e diz “Efatá”, para que ele ouça a Palavra e professe a fé para o louvor e a glória de Deus.
Jesus abre os ouvidos do surdo para que ele ouça como qualquer pessoa normal. Assim ele entrará em comunicação com os outros, superando as barreiras que o isolam do convívio social. Jesus está sempre restaurando o ser humano, em oposição ao demônio que está sempre diminuindo as pessoas.
Guardamos no coração as palavras do Evangelho: “Tudo ele tem feito bem. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”. Sabemos que o milagre é um acontecimento extraordinário, fora do comum, que só pode acontecer pela ação de Deus. Somente ele faz milagres. Os santos e santas, nossos amigos, são intercessores. No entanto, Deus dotou o ser humano de inteligência e o Espírito Santo o impulsiona a ser solidário com todas as pessoas, particularmente com os mais necessitados.
Pessoas capacitadas e inteligentes se unem e põem suas capacidades a serviço da humanidade. Assim, surdos e mudos se beneficiam com a linguagem de Libras. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um meio de comunicação e expressão criado para quem não se pode expressar nem se comunicar. E além deste resultado do esforço da inteligência humana para o bem do próximo, quantas iniciativas não podem ser tomadas sem exigir que Deus faça o que podemos fazer?
O milagre, então, já não será a cura do necessitado de forma extraordinária, e sim a abertura do coração que se torna solidário. Lá pelos idos de 1956, na época de radioamadores, apareceu um filme com o título Se todos os homens do mundo… Uma rede mundial de solidariedade é formada para salvar um barco pesqueiro, longe da costa e sem rádio, no mar do Norte.
Quem viu o filme se impressionou com o que a solidariedade, sem medir esforços, é capaz de realizar. Doze marinheiros caem doentes com botulismo por terem ingerido alimento contaminado. Conseguem lançar um pedido de socorro captado por um rádio amador no Togo, de onde se estabelece uma cadeia de solidariedade, não sem ruptura de regulamentos. Eis um sinal do Messias: todas as pessoas do mundo querendo se dar as mãos.
Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/jesus-cura-o-homem-surdo/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/08-09-2024

Reflexão

Na tradição profética, a surdez (assim como a cegueira) era figura da resistência à mensagem de Deus. No Evangelho, os primeiros a não acolherem a mensagem de Jesus são seus discípulos, que continuam apegados à ideologia nacionalista, isto é, consideram os judeus superiores aos outros povos. Jesus, no entanto, ensina a igualdade de todos os povos em relação ao Reino. A aclamação dos assistentes – “Ele fez bem todas as coisas” – recorda Gn 1,31: “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom”. Essa entusiasta reação do povo nos ajuda a entender o simbolismo, aplicado à liturgia batismal: o catecúmeno torna-se nova criatura mediante a intervenção de Jesus, que, no batismo, lhe abre os ouvidos e lhe solta a língua, para que escute, viva e faça ressoar para os outros a Palavra de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/8-domingo-6/

Reflexão

«Trouxeram-lhe, então, um homem que era surdo e mal podia falar, e pediram que impusesse as mãos sobre ele»

Pbro. Fernando MIGUENS Dedyn
(Buenos Aires, Argentina)

Hoje, a liturgia leva-nos à contemplação da cura de um homem «surdo e mal podia falar» (Mc 7,32). Como em muitas outras ocasiões (o cego de Betsaida, o cego de Jerusalém, etc.), o Senhor acompanha o milagre com uma série de gestos externos. Os Padres da Igreja bem ressaltavam neste fato a participação mediadora da Humanidade de Cristo nos seus milagres. Uma mediação realizada numa dupla direção: por um lado, o ?abaixamento? e a proximidade do Verbo encarnado em nós (o toque dos seus dedos, a profundidade do seu olhar, sua voz doce e próxima); por outro lado, a tentativa de despertar no homem a confiança, a fé e a conversão do coração.
De fato, as curas dos doentes que Jesus realiza vão muito mais além do mero ato de aliviar a dor ou devolver a saúde. Estão dirigidos a conseguir a ruptura com a cegueira, a surdez ou imobilidade atrofiada do espírito naqueles que Ele ama. Como fim último uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
Ao mesmo tempo vemos a reação agradecida dos receptores do dom divino que é proclamar a misericórdia de Deus: «Contudo, quanto mais ele insistia, mais eles o anunciavam» (Mc 7,36). Dão testemunho do dom divino, experimentam em profundidade a sua misericórdia e enchem-se de uma profunda e genuína gratidão.
Também para todos nós é de uma importância decisiva saber-nos e sentir-nos amados por Deus, a certeza de ser objeto da sua misericórdia infinita. Esse é o grande motor da generosidade e o amor que Ele nos pede. Muitos são os caminhos pelos quais esse descobrimento há de realizar-se em nós. Algumas vezes será uma experiência intensa e repentina do milagre e o mais frequente, o paulatino descobrimento de que toda a nossa vida é um milagre de amor. Em todo caso, é preciso dar-se as condições de consciência da nossa indigência, uma verdadeira humildade e, a capacidade de escutar reflexivamente a voz de Deus.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Ficamos confusos quando nos damos conta de que, sendo bons por natureza, criados à imagem de Deus, sejamos, no entanto, maus pelas nossas ações» (S. Lourenço de Brindisi)

- «Effetá', o mesmo mandato é agora dirigido ao homem interior, para que se abra aos mistérios divinos, através da luz da fé, do amor, da esperança» (S João Paulo II)

- «(...) A sua compaixão para com todos os que sofrem vai ao ponto de identificar-Se com eles: `Estive doente e visitastes-Me´ (Mt 25, 36). O seu amor de predileção para com os enfermos não cessou, ao longo dos séculos, de despertar a atenção particular dos cristãos para aqueles que sofrem no corpo ou na alma. Ele está na origem de incansáveis esforços para os aliviar» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.503)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-09-08

Reflexão

A Doutrina Social da Igreja pertence ao âmbito da “Teologia Moral”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje reparamos na solicitação de Jesus Cristo pela questão social de sua época. A sensibilidade social de Jesus é conhecida e, por isso levam-lhe doentes para que imponha sua mão. Esse é, justamente, o caminho que seguiu a Igreja desde a era apostólica até nossos dias. Essa solicitação pela questão social, a partir de Leão XII (com sua encíclica “Rerum novarum”), fraguou no que hoje conhecemos como Doutrina Social da Igreja.
Não se trata apenas de uma simples "filosofia social”; João Paulo II a declarou como “Teologia Moral”. Bento XVI aprofundou nesta perspectiva assinalando que a caridade é a via principal da Doutrina Social da Igreja, até o ponto de defini-la como “caritas in veritate in re social” (anúncio da verdade do amor de Cristo em sociedade).
— A caridade não é apenas o principio das micro relações, como nas amizades, a família…, senão também das macro relações, como as relações sociais, econômicas e políticas.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-09-08

Comentário sobre o Evangelho

Jesus faz os surdos ouvirem e os mudos falarem


Hoje, alegra-nos ver que Jesus foi pregar até às “fronteiras” e além das fronteiras de Israel. No nosso tempos, através da Igreja e na Eucaristia, Cristo faz-se presente em todas as fronteiras.
- Certo!, há um truque que funciona muito bem com Deus: reza por ti; mas pede principalmente pelas necessidades dos outros. Por aí “vais vencê-Lo” seguramente.
https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-09-08

HOMILIA

ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-MISSIONÁRIA

Devemos pensar no ato recriador de Deus. Ele está sempre a recriar o ser humano para fazê-lo andar no caminho da paz, da felicidade, na verdadeira liberdade. Foi o que Jesus fez ao curar o homem surdo-mudo. Jesus diz em hebraico: “Efatá”, que quer dizer “Abre-te”. Este abrir não é simplesmente um ato mecânico, mas existencial. O Cristo devolve a vida inteira, e o abrir-se significa acolher o projeto do Reino, que se realiza na pessoa, na Comunidade, na Igreja inteira.
Não podemos ficar imaginando apenas o milagre, pois não é bem assim o que está a nos dizer o Evangelho. Jesus se afasta com o homem surdo-mudo do meio da multidão. Ele era verdadeiro catecúmeno — aquele que se prepara para receber o sacramento do Batismo —, pois, Jesus fala com ele, faz o rito da cura bem de acordo com o rito batismal. Devemos prestar atenção no fato de que o surdo não vai sozinho até Jesus, mas é conduzido por algumas pessoas. É missão do cristão, da Igreja, conduzir as pessoas à Comunidade, ao encontro com Jesus, e se prepararem para receber, de modo consciente, os Sacramentos.
Jesus toca nos olhos, nos ouvidos e na língua do surdo-mudo. É muito profundo esse gesto de Jesus, e em nossa limitação verbal dizemos que Cristo deu àquele homem o dom da fé. Fez dele um discípulo, pois, toca nos olhos para poder contemplar a salvação diante de si, a revelação de Cristo. Toca em seus ouvidos para que possa escutar sua Palavra, que nos revela o querer de Deus, nossa salvação. Toca em sua língua para que anuncie a verdade do Cristo. Ao surdo-mudo é revelado o plano da salvação em Cristo: “Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade”.
A beleza está na abertura do surdo-mudo em acolher a pessoa de Jesus, de aprender dele e dispor-se ao discipulado, conforme nos indicam os gestos e as palavras de Jesus. Isso nos revela que o Deus de Jesus não se conforma com o fechamento humano para a verdade do Reino. O fechamento e a autossuficiência andam de mãos dadas, e rejeitam o amor, a partilha, a comunhão e o próprio Evangelho de Jesus. O que ocorreu com o surdo-mudo? Saiu completamente de seu isolamento e restabeleceu os laços que ficaram para trás ou foram perdidos, com a família, a Comunidade, as pessoas.
Diante dessa realidade com Jesus, o que podemos fazer como cristãos? Podemos apresentar o projeto de Jesus, que continua vivo e presente entre nós, enquanto é convite para a vida, para o diálogo, para a boa convivência e vivência da fé, além da solidariedade, do amor e da profecia da esperança. Nós também só precisamos nos colocar na direção do Reino.
Redação “Deus Conosco”
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=08%2F09%2F2024&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: (instante de silêncio) Ó DEUS, olhai com bondade os que redimistes e adotastes como filhos e filhas, e concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=08%2F09%2F2024&leitura=meditacao

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