ANO B
Lc 5,33-39
Comentário do Evangelho
A novidade de Jesus
Nesta narrativa, em conjunto, temos uma crítica às observâncias legais do Antigo Testamento, em geral. Na parábola da roupa, Marcos e Mateus referem-se apenas a um retalho de pano novo a ser costurado em roupa velha. Mais enfaticamente, Lucas fala em cortar uma roupa nova para tirar o retalho a ser aplicado na roupa velha; a roupa nova fica estragada e a velha não combinará com o remendo novo. Com isto Lucas acentua que querer remendar a tradicional prática religiosa do Antigo Testamento, do Templo e das sinagogas, com pedaços dos ensinamentos de Jesus, falseia o conteúdo destes e não combina com aquelas práticas tradicionais.
A novidade de Jesus é dirigida a todos os povos de todos os tempos e resgata a dignidade humana em todas as culturas, com seus valores, suas esperanças e seus sonhos.
A frase final é irônica: os fariseus apegados à letra do velho testamento rejeitam a novidade de Jesus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.
Fonte: Paulinas em 07/09/2012
Comentário do Evangelho
É em relação a Cristo que o jejum deve ou não ser praticado.
A questão sobre o jejum constitui um dos pontos de controvérsia entre Jesus, de um lado, e os escribas e fariseus, de outro. São eles que põem a questão a Jesus (v. 30), já surpresos pelo fato de Jesus comer e beber com os publicanos e pecadores (vv. 29-32). Dos fariseus é sabido que jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12). Mas do grupo de seguidores de João Batista não temos nenhuma informação no que diz respeito à prática do jejum. O certo é que a pergunta dos escribas e fariseus mostra que eles pretendiam estender a todos a sua prática ascética, através da qual, talvez, quisessem mostrar a sua justiça. Jesus não desqualifica essa prática, atestada já no Antigo Testamento (2Sm 12,21; 1Rs 21,27), mas alerta para o risco de hipocrisia (cf. Mt 6,16-18). No entanto, no tempo do Messias impõe-se repensar a prática e a sua referência. No tempo messiânico o jejum adquire um sentido cristologico: é em relação a Cristo que o jejum deve ou não ser praticado. O jejum deve ser praticado quando da morte de Jesus, o esposo do povo de Deus (v. 35). As duas parábolas que concluem a controvérsia apontam para a incompatibilidade entre o novo trazido por Jesus e a rigidez e fechamento de visão, representadas, sobretudo, pelos fariseus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.
Fonte: Paulinas em 05/09/2014
Vivendo a Palavra
A Boa Notícia do Reino de Deus trazida por Jesus é sempre surpreendente. Por isto, devemos nos renovar constantemente para recebê-la, para que não aconteça aquilo que o Evangelho adverte: o vinho novo arrebente os barris velhos do nosso comodismo, da nossa satisfação com o que pensamos já ter alcançado…
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2012
Vivendo a Palavra
Não se trata de colocar remendo novo em roupa velha: o Reino anunciado por Jesus é vida nova, gerada pelo Espírito, não um esmalte novo a ser pintado sobre a mesma paisagem antiga e desgastada. A letra da Lei chegou à sua plenitude: reina o Amor vivido e ensinado pelo Verbo de Deus encarnado.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2014
VIVENDO A PALAVRA
A Boa Notícia do Reino de Deus anunciada por Jesus é sempre surpreendente. Por isto, devemos nos renovar constantemente para recebê-la, para que não aconteça aquilo que o Evangelho adverte: o vinho novo arrebente os barris velhos do nosso comodismo, da nossa satisfação com aquilo que pensamos já ter alcançado…
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2018
VIVENDO A PALAVRA
Novamente os escribas e fariseus cobram de Jesus a observância externa das prescrições escritas na Lei de Moisés. Eles ainda não tinham entendido que o cumprimento pleno da Lei é o seguimento do seu espírito vivo, e não apenas de sua letra morta. Jesus trouxe Vinho Novo e nós devemos nos transformar em barris renovados para recebe-Lo, conservando-O e O transmitindo aos irmãos de caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/09/2020
Reflexão
A maioria das novidades que nós encontramos no dia a dia não passa, na verdade, de mudanças superficiais em coisas que já existiam antes ou de uma continuidade de um processo evolutivo, de modo que muito pouco vemos de realmente novo. Por isso, temos muita dificuldade em ver a novidade do Evangelho, não percebemos que na verdade ele nos apresenta valores que não existiam antes e uma forma totalmente nova de nos relacionarmos com Deus e com as outras pessoas. Se não estivermos bem atentos e totalmente abertos para a novidade do Evangelho, corremos o risco de querer fazer com que ele seja remendo novo em pano velho, ou vinho novo em odres velhos, uma continuidade dos valores do homem velho, algo que não se insere na realidade nem a transforma.
Fonte: CNBB em 07/09/2012 e 05/09/2014
Reflexão
O comentário dos doutores da Lei e dos fariseus é uma provocação a Jesus. Mais que isso, é uma acusação, como se a pequena comunidade de Jesus estivesse cometendo erro. Por que haveriam de fazer jejum os discípulos de Jesus? Eles estão usufruindo da plena presença do Messias (o noivo). O jejum era proposto e observado como sinal de espera da salvação. Ora, o Salvador já está entre eles. A questão é que os mestres da Lei e os fariseus não querem “ver” Jesus, nem reconhecer que ele é o enviado do Pai para redimir o mundo. Ficam fechados num legalismo paralisante e não se abrem para a Boa-nova. Não aceitam converter-se para Jesus. Acomodam-se às estruturas antigas, ineficazes, sem o sopro renovador do Espírito. Não querem mudança; preferem a mesmice: “O vinho velho é melhor!”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/09/2018
Reflexão
O comentário dos doutores da Lei e dos fariseus é uma provocação a Jesus. Mais que isso, é uma acusação, como se a pequena comunidade de Jesus estivesse cometendo erro. Por que haveriam de fazer jejum os discípulos de Jesus? Eles estão usufruindo da plena presença do Messias (o noivo). O jejum era proposto e observado como sinal de espera da salvação. Ora, o Salvador já está entre eles. A questão é que os mestres da Lei e os fariseus não querem “ver” Jesus, nem reconhecer que ele é o Enviado do Pai para redimir o mundo. Ficam fechados num legalismo paralisante e não se abrem para a Boa-Nova. Não aceitam converter-se para Jesus. Acomodam-se às estruturas antigas, ineficazes, sem o sopro renovador do Espírito. Não querem mudança; preferem a mesmice: “O vinho velho é melhor!”.
Oração
Ó Jesus Messias, és o protagonista de um novo tempo. Inauguras o tão esperado Reino de Deus. És o “noivo” da humanidade e nos ofereces a festa da salvação. Doutores da Lei e fariseus mantêm-se fechados à novidade. Concede-nos, Senhor, mentalidade aberta para acatar a tua Boa-Nova. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 04/09/2020
Reflexão
O comentário dos doutores da Lei e dos fariseus é uma provocação a Jesus. Mais que isso, é uma acusação, como se a pequena comunidade de Jesus estivesse cometendo erro. Por que haveriam de fazer jejum os discípulos de Jesus? Eles estão usufruindo da plena presença do Messias (o noivo). O jejum tem sentido de espera messiânica. Porém, os apegados às velhas estruturas foram insensíveis à novidade ao alcance de seus olhos: Jesus no meio deles. A imagem esponsal recorda a relação do noivo (Jesus) com a comunidade. Para além das práticas rituais e decretos, a nova relação trazida por Jesus é estabelecida pelo novo mandamento: o amor. O vinho novo colocado no odre é o vinho da alegria: a presença de Jesus. O novo mandamento não é peso, mas é luz que conduz o coração humano à verdadeira relação com Deus e com os irmãos e irmãs.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 02/09/2022
Recadinho
Entendeu a parábola de Jesus? - Você procura ser sempre odre novo para o vinho da Graça de Deus? - Você procura sempre fazer de sua vida uma festa devido à presença constante de Deus? - Você se questiona sempre sobre “a roupa nova” do amor ao próximo? - Em nossa sociedade há muitas coisas que são “remendo novo em roupa velha?”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 05/09/2014
Meditando o evangelho
O VELHO E O NOVO
Vivendo numa sociedade religiosa muito tradicional e conservadora, a pregação de Jesus colocou a novidade que trazia em conflito com os esquemas esclerosados, dos quais as lideranças religiosas não queriam abrir a mão.
A questão do jejum situa-se neste contexto. Os mestres da Lei e os fariseus, seguidos pelos discípulos de João, davam grande valor à prática do jejum, mostrando-se muito fiéis a esta tradição. Por isso, a orientação dada aos discípulos contrastava com o pensamento deles. Mesmo sem negar o valor do jejum, Jesus lhe dava pouca importância. Sua missão centrava-se em algo muito mais importante: levar as pessoas à prática do amor, a melhor forma de se mostrarem reconhecidas a Deus e ser-lhe agradáveis.
A compreensão e a aceitação do ponto de vista de Jesus supunha predisposição para abraçar a novidade que proclamava, sem colocar obstáculos. Querer misturar as coisas seria como remendar roupa velha com um pedaço de pano novo, ou depositar vinho novo em recipientes velhos. Ambas as situações seriam desastrosas: a roupa ganharia um rasgão ainda maior e o vinho se derramaria todo. Mais prudente seria fazer a roupa toda com pano novo, e guardar o vinho em recipientes novos.
Assim, os discípulos foram alertados sobre a incompatibilidade entre o novo, pregado por Jesus, e o velho defendido pelos líderes religiosos. A prudência exigia que fossem cautelosos.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Dom Total em 05/09/2014, 07/09/2018, 04/09/2020 e 02/09/2022
Oração
Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.
Fonte: Dom Total em 05/09/2014, 07/09/2018 e 04/09/2020
Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 05/09/2014
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Preservando as Velharias
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
"Ah... No meu tempo é que era bom, que saudades..." Não sou contra recordações, é gostoso recordar acontecimentos bons da nossa vida, pessoas que passaram por nós, mas o problema está quando ficamos no passado e não conseguimos ver nada de bom ou novo no presente.
As lideranças do Judaísmo perderam o maior "Trem da História" quando não reconheceram Jesus enquanto o Deus Feito Homem, estavam presos ás velhas tradições da Lei de Moisés, eram legalistas e só enxergavam de um lado, parece que usavam uma viseira para não enxergar o Novo que se fazia presente entre eles.
Os discípulos descobriram em Jesus algo de novo, ele comunicava uma alegria autêntica, que a velha religião não conseguia dar. Os judeus estavam a espera de algo que estava por vir, para os discípulos, esse tempo novo já chegou com Jesus Cristo, daí a razão de não jejuarem e nem fazerem longas orações clamando pela vinda do Messias, eles já comiam, bebiam e festejavam, porque Jesus estava entre eles.
A Igreja vive hoje um grande desafio em sua história, como evangelizar e falar de Jesus nos Meios de Comunicação tão diversificados? Como anunciar o evangelho, que é sempre novidade, em espaços que parecem tão hostis á evangelização? As Redes Sociais foram alvo de um amplo debate no Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil, realizado no Rio de Janeiro, do qual tive a alegria de participar. Não dá mais para restringir o anúncio da Palavra ao ambiente eclesial, é preciso inovar, criar , nossos profetas pregadores precisam invadir o mundo da internet e com coragem falar de Jesus, para uma Galera que provavelmente ainda não o conhece.
Nossos "Odres" da mente e do coração estão saturados de velharias que a pós-modernidade insiste em nos apresentar como novos tem muita gente se envenenando com vinhos velhos e contaminados de uma ideologia de morte, que só priva a busca de prazer, em um egocentrismo que vai destruindo o homem naquilo que ele tem de mais precioso: a vocação de amar para a qual Deus o chamou.
Nas comunidades e em nossas Famílias, precisamos urgente dar uma "arejada", o Cristianismo vive um tempo muito oportuno, os estoques dos vinhos velhos, contaminados, estão se esgotando, o mundo quer novidade, ninguém aguenta mais as propostas de certos valores que só conduzem á morte e destruição, já está mais que na hora, de nós cristãos oferecermos a todas as pessoas e em todos os ambientes, este Vinho Novo e inebriante que é Jesus Cristo, a pós-modernidade nunca viu ou verá coisa igual! Podem apostar...
2. Vinho novo em odres novos - Lc 5,33-39
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Aconteceu a pesca milagrosa, Jesus curou um leproso, curou um paralítico, chamou Levi, que lhe ofereceu uma refeição festiva, e teve uma conversa sobre o jejum. Os discípulos de João jejuavam, os discípulos dos fariseus também, enquanto os discípulos de Jesus comiam e bebiam. É o que acontece ainda hoje: os católicos, em geral, não têm nenhuma observância. Isto não significa que sejam sem lei e sem rei. Tudo o que está escrito continua válido, nada foi abolido. Até, ao contrário, acrescentaram à Lei Mosaica um Código de Direito Canônico inteiro. A diferença está no que diz Paulo aos gálatas: “Foi para sermos livres que Cristo nos libertou”. Observamos tudo o que nos parece melhor para o bem de todos e a glória de Deus e deixamos de lado o que não convém a este bem e a esta glória. Ainda aos gálatas, Paulo escreveu: “Nem a circuncisão é alguma coisa, nem a incircuncisão, mas a nova criatura”. Nova criatura, sem curativos nem remendos.
Fonte: NPD Brasil em 04/09/2020
HOMILIA
DAI-ME UM CORAÇÃO NOVO
Depois de ter sido questionado pelos fariseus por comer com os publicanos e pecadores, agora é cobrada de Jesus a observância do jejum e das orações rituais. Jesus rompe com a tradicional piedade da Lei. Além de sentar-se à mesa com companhias pouco recomendáveis segundo os critérios do legalismo religioso, “comem e bebem”, desprezando os jejuns rituais. Jesus, como um noivo presente entre os convidados em uma festa de núpcias, não vem trazer castigos, mas sim comunicar alegria e vida.
A parábola do remendo, em Lucas, é revestida de um colorido especial: não se corta um pedaço de uma roupa nova para colocá-lo como remendo em roupa velha. Além de estragar a roupa nova, repuxa a roupa velha e, ainda mais, não vai combinar! A sentença final é uma alusão aos judeus, apegados à sua antiga tradição, que rejeitam a novidade de Jesus.
O jejum caracteriza o tempo de espera. Mas esse tempo já terminou. Chegou a hora da festa do casamento, isto é, da nova e alegre relação entre Deus e os homens. A atividade de Jesus mostra que o amor de Deus vem para salvar o homem concreto e não para manter as estruturas que sugam o homem. A novidade rompe estas estruturas simbolizadas pela roupa e barril velhos. Jesus não veio para reformar; ele exige mudanças radicais na nossa vida de cristãos. E essas mudanças devem ser feitas de coração! É esta a proposta que Jesus nos apresenta para nossas ações. Diante de Deus todos os nossos atos terão o valor proporcional ao que o nosso coração lhes confere. Fazer apenas por fazer, não nos edifica nem nos ajuda na caminhada para Deus. O odre e a roupa significam a nossa mentalidade e a maneira como acolhemos as observâncias que Deus nos propõe por meio da sua Palavra e dos Seus mandamentos. A maneira como encaramos os fatos da nossa vida e a mentalidade com a qual nós participamos das propostas de Deus nos dão a garantia para que as nossas ações diante do Senhor tenham valia. O que é novo não cabe na mentalidade antiga. Precisamos de um espírito aberto, para acolher as novidades do Evangelho e viver segundo os mandamentos de Deus. Do contrário, não daremos frutos.
Você é uma pessoa apegada ao seu modo de pensar?- Você é capaz de mudar de opinião diante das novidades do Evangelho?- Com que espírito você jejua ou faz sacrifício?- Você costuma murmurar e se lastimar das coisas boas que você faz aos outros.
Pai, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e o pecado. Dai-me Senhor um coração novo que acolha o vinho novo que sois vós!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 05/09/2014
REFLEXÕES DE HOJE
SEXTA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 05/09/2014
HOMILIA DIÁRIA
O dia da verdade chegara!
Postado por: homilia
setembro 7th, 2012
Irmãos e irmãs, quem de nós está livre de comparações? Às vezes, nós próprios nos tornamos os mais comparativos. Enquanto a maturidade fraterna, em meio aos conflitos relacionais, pedem humildade e desprendimento, São Paulo, neste sentido, testemunha: «Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por alguma instância humana. Nem eu me julgo a mim mesmo. É verdade que minha consciência não me acusa de nada. Mas isto não quer dizer que eu deva ser considerado justo. Quem me julga é o Senhor» (1Cor 4, 3-5).
Claro que São Paulo foi aprendendo e amadurecendo a partir de uma liberdade que escolhe a centralidade no Cristo e a docilidade ao Espírito Santo para, então, corresponder à vontade do Pai do Céu. Penso que o grande segredo dos santos, na resolução interior e contributo exterior nos desafios que tendem à desunião, encontra-se neste relacionamento trinitário com o Deus Uno e três vezes Santo.
Deus é comunhão e quem d’Ele se aproxima torna-se mais e mais ponte de comunhão. Por isso, em meio a tantas pressões e julgamentos infundados sobre eles (juízos temerários), conseguiram dar uma resposta diferente, ou seja, não disseram a eles mesmos: “Se a tal pessoa me julga, então eu também tenho o direito de julgá-la!” Neste caso e em todos os outros, Jesus Cristo será sempre a nossa Universidade.
No Evangelho (Lc 5, 33-39), os discípulos de Jesus e, indiretamente, Ele próprio, são comparados com os seguidores de São João Batista. A reação de Jesus foi espetacular, pois não teceu um juízo negativo sobre quem comparava nem sobre o precursor João (amigo do Esposo). Ele aproveita para se auto-revelar como “o Noivo de uma Igreja desposada por Deus” e também revela o grande convite que este Deus amoroso faz à um festim que começa já no tempo. Um esboço e antecipação do que será plenamente no cumprimento escatológico do Reino.
Retornando a temática dos juízos temerários, as palavras de São Paulo e a sabedoria do Espírito a jorrar de Jesus Cristo nos questiona num nível não somente reativo, mas também em relação àquilo que de fato possui um real valor para mim e cada um de nós, o nível da sensibilidade aos valores. Neste sentido é que podemos e devemos nos deixar interpelar pelo Espírito da Verdade quando a nossa pessoa, mais do que os nossos atos, forem atingidos por comentários injustos, comparações desmedidas, calúnias e julgamentos.
Creio que, nestes momentos dolorosos, o Espírito Santo pergunta às nossas consciências: “Por que perder tempo, energia espiritual e psíquica com aquilo que é próprio do Reino da mentira? Então, por que dar valor e atenção àquilo que não merece valor nem atenção?” De fato, irmãos e irmãs, o que realmente merece a nossa atenção e valor corresponde ao Reino da Verdade. Nele, encontramos o Noivo-Esposo, que nos serve o Vinho Novo e, pelo Espírito Santo, nos ajuda a viver a Nova e Eterna Aliança, como novo Povo de Deus (cf. Lc 5, 35-39).
Claro que isto não pode excluir a denúncia como importante dimensão profética nem nos dispensar do exercício da correção fraterna, mas nada disso será frutuoso, se o nosso coração não estiver aberto à dinâmica do Reino da Verdade que é, simultaneamente, Reino da Misericórdia. O Deus Misericordioso está pronto para perdoar quem nos ofendeu. Por que eu – pecador – deveria estar fechado ao perdão?
Ele sabe e conhece, por dentro, a história e as misérias de quem julga e é julgado. Também por isso está disposto a converter e curar os corações de quem fere e de quem é ferido. Se alguém se sente lesado em sua boa fama, ou até roubado, não convém deixar que roubem a esperança de quem aguarda em paz, sem rancor e ressentimento, o dia em que a Verdade varrerá este mundo: «Portanto não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele trará à luz o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o devido louvor» (1Cor 4, 5).
Padre Fernando Santamaria
Fonte: Canção Nova em 07/09/2012
HOMILIA DIÁRIA
É preciso ter um coração novo para acolher a novidade de Deus
Sim, não adianta acolher o novo com o coração velho; não adianta acolher a novidade de Deus com a mentalidade velha da nossa cabeça. Para isso precisamos renovar nossas atitudes, rever nossos conceitos e nossas posições!
“Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha.” (Lucas 5, 36)
Os fariseus e os mestres da Lei estão em confronto com Jesus, querendo colocá-Lo em dificuldades; e mais ainda: colocá-Lo em situação de contradição. Por isso questionam por que os discípulos de Jesus não estão jejuando como era o costume fazer, como, por exemplo, faziam os próprios discípulos de João Batista. É nessa ocasião que o Mestre aproveita, mais uma vez, para mostrar qual é o sentido novo do Reino de Deus.
A primeira atitude, Jesus responde à questão com uma pergunta: “Pode por acaso os amigos do noivo jejuarem quando ele está presente?” Não, de forma nenhuma! A presença do noivo tira todo e qualquer sentido da penitência por trazer a alegria, por isso é importante nos alegrarmos com a presença d’Ele. A presença de Jesus na Sua Igreja é a grande alegria da Igreja do Senhor, por isso, no Dia do Senhor, o domingo, os cristãos de forma nenhuma fazem jejum, mas se alegram com o Seu dia!
O mais importante da mensagem de hoje é a atitude, é o coração novo, é a mentalidade nova que nós precisamos ter para acolher a mensagem do Evangelho. Sim, não adianta acolher o novo com o coração velho; não adianta acolher a novidade de Deus com a mentalidade velha da nossa cabeça. Precisamos querer renovar nossas atitudes, rever nossos conceitos e nossas posições.
Como é difícil, muitas vezes, as pessoas se converterem e a Palavra de Deus surtir efeito em muitos corações; porque muitas podem até acolher a Palavra, mas não querem mudar suas atitudes, não querem mudar seus conceitos e até diz: “Eu sempre pensei e sempre será assim! Foi assim que eu aprendi, é assim que tem que ser”.
Não é que tenhamos que mudar, a cada dia, as nossas posições, mas sim que temos de nos permitir ser provocados, ser refeitos e ser realmente remodelados por Deus em nossa vida. O Mestre Jesus, o Bom Oleiro do Pai, veio para cuidar dessa massa, desse barro, que somos nós e nos refazer de novo, refazer a cada um de nós para que sejamos como aquela imagem perdida no paraíso, no qual um dia Deus nos criou.
Deixe-se modelar por Deus, ser tocado por Ele. Permita que a Boa Nova de Deus caia no seu coração com novas atitudes, novas disposições, e, acima de tudo, com a nova mentalidade, acolha a mensagem do Reino de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 05/09/2014
HOMILIA DIÁRIA
Abramos a mente e recebamos o novo de Deus
Ter a mente fechada é o pior atraso que podemos conceder a nós e a quem convive conosco
“Vinho novo deve ser posto em odres novos.” (Lucas 5,38)
A Palavra diz que Deus é aquele que faz nova todas as coisas. Às vezes, queremos nos acostumar com o que é velho, mas o que é se acostumar com o velho? É fazer aquilo que sempre fizemos, aquilo que sempre acreditamos e ficamos sempre naquela mesma atoada, não sabemos nos abrir para acolher o novo, para ver novas aspirações, inspirações e direções. Ter a mente fechada é o pior atraso que podemos conceder a nós e a quem convive conosco. A mente velha não é a mente de uma pessoa idosa, é aquela mente fechada, que não se abre para o novo.
O “novo”, aqui, não se refere às novidades, porque há pessoas que só gostam de novidades, e a pergunta é: “Qual é a novidade?”. Não se trata de novidade por ser coisas que apareceram na moda ou assim por diante. O novo que a Palavra de Deus se refere é aquilo que nos renova e nos refaz, restaura-nos e nos dá a recuperação daquilo que é a graça original. Não confunda a busca de novidades no mundo em que vivemos com o novo do Evangelho.
O novo que Deus realiza em nós acontece quando o coração se abre para o novo. Temos muitas coisas velhas no nosso coração, coisas estragadas que precisam ser mudadas, tem muitos pensamentos nossos que estão opacos, que nos estragam e não ajudam as coisas a serem melhores. Como é bom esvaziarmos a mente! Eu tenho insistido muito nisso. Para que o novo venha até nós é preciso tirar de nós aquilo que estamos acostumados a querer que seja assim.
Sabe por que as coisas não mudam em nossa casa? Porque achamos que mudar a casa é mudar a disposição dos móveis ou tirar todas as “tranqueiras”. Isso ajuda, é bom para o ambiente. Outros acham que é mudar de casa, acham que a casa não presta, que tem espíritos negativos nela e decidem mudar, porém, ao se passarem alguns meses, aquela outra casa também fica velha.
A mudança acontece dentro de nós, mas é preciso que a mentalidade e a cabeça sejam novas, porque se temos aquele mesmo modo de agir, se somos aquela pessoa impulsiva, negativa e grossa, não tem ambiente nem vida que renove. É sempre aquela pessoa que espera e cobra dos outros, e é sempre o outro que tem que mudar. Não é isso, pois a mudança da humanidade começa em nós.
Vivemos num tempo de muitos conflitos, onde o espírito da acusação é agido e pervertido às relações humanas. Renovemos o novo de Deus para a nação em que vivemos. Que as mentes novas sejam capazes de se abrir para o sopro do Espírito e não fiquem naquelas coisas velhacas, estragadas e corrompidas de sempre acusar, cobrar e esperar do outro.
Se mudarmos, se permitirmos nos renovar, metade do mundo já vai mudar, pelo menos dentro de nós, próximo de nós e no mundo em que estamos!
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 07/09/2018
HOMILIA DIÁRIA
A graça de Deus faz novas todas as coisas
“Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor.” (Lucas 5,38-39)
O que transforma o velho em novo, na graça nova ou o que revitaliza aquilo que parece que está velho é a graça do novo. Aqui “novo” não se refere a novidades.
Estamos sedentes por novidades, o que precisamos, na verdade, é o coração com sentimentos novos, é a mente renovada e a mentalidade transformada. Essa é a graça do Evangelho, essa é a graça da Boa Nova do Evangelho, porque onde o Evangelho entra, Ele faz novas todas as coisas.
Não importa a idade cronológica que tenhamos, não importa se você chegou hoje ou há cinquenta anos. Que beleza vale a experiência de vida! Mas toda a experiência tem que ser renovada e transformada, toda experiência tem que ser tocada pela graça.
Não adianta jejuar por jejuar, rezar por rezar, se não se deixa tocar pela graça da renovação e da transformação; se não se deixa abrir para o Espírito que sopra e faz novas todas as coisas. Você não vai acolher a graça de Deus que vem para renovar.
Aquilo que os fariseus e os mestres da Lei estavam fazendo era questionar Jesus: “Veja os discípulos de João: jejuam e fazem orações, mas os Seus discípulos não. Eles comem e bebem”. Não há problema nenhum em comer e beber, não há problema nenhum em viver a vida como precisa ser vivida, com suas obrigações, com seus compromissos e responsabilidades, e achar que o essencial é porque faz longos jejuns, porque reza bastante tempo.
Não adianta jejuar por jejuar, rezar por rezar, se não se deixa tocar pela graça da renovação
É preciso fazer uma coisa e outra, mas tanto uma coisa e outra, é preciso permitir que essa ação renove o coração. Porque os meios por si só não nos salvam, o que nos salva é permitir que os meios espirituais que usamos na nossa vida diária ajam em nosso ser.
Se rezamos muito, mas não perdoamos, não tiramos o rancor, não nos abrimos para o perdão, para a misericórdia; se fazemos longos jejuns, mas ficamos com aquela mentalidade velha, continuamos azedos e amargurados. Se não sabemos acolher o irmão que chega, não sabemos amar o próximo, o que o jejum está fazendo na minha vida? O que a oração está realizando no meu ser?
É preciso rezar e jejuar, mas é preciso permitir que isso se torne medicina divina, graça divina, que isso, acima de tudo, dê-nos o Espírito e a mentalidade de Jesus, dê-nos a graça de sermos novos a cada dia, porque o vinho velho que está em nós se torna saboroso, o melhor, mas é preciso colocar no odre novo da graça e do Espírito que faz novas todas as coisas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 04/09/2020
HOMILIA DIÁRIA
Acolha o essencial, que é Cristo, em sua vida
Os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João e também os discípulos dos fariseus jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão.” (Lucas 5,33-35)
Meus irmãos, houve sempre um confronto entre os fariseus, os doutores da Lei, os escribas a respeito da conduta de Jesus, a respeito dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, ali, eles constataram que os mestres da Lei e até os discípulos de João Batista faziam jejuns, mas os discípulos do Senhor não faziam. Então, houve este questionamento. E Jesus pôde responder: “Olha, enquanto o noivo está com eles, não é possível jejuar, não tem cabimento jejuar, porque é festa, o noivo está entre eles, mas quando noivo for tirado, aí sim, eles vão jejuar.”
Meus irmãos, Nosso Senhor está falando d’Ele, Ele é o Noivo, e enquanto Ele está presente, não se faz jejum. Mas chegará o tempo em que o Noivo será tirado, então, eles jejuarão.
Infelizmente, aqueles fariseus, aqueles mestres da Lei estavam presos à Lei, ao legalismo, por isso, não conseguiam perceber, no ensinamento de Nosso Senhor, a liberdade, não conseguiam perceber, na presença do Senhor, o Messias. Por isso, depois, Jesus também disse que era necessário ter um coração novo para receber o Novo, que era Ele. O remendo novo em roupa velha, o rasgão fica maior ainda. Vinho novo só se coloca em odres novos, então, era preciso ser um odre novo para receber o vinho novo, que era Ele — Jesus.
Vivamos do essencial, o Cristo, até que Ele venha
Jesus não era contra o ensinamento do jejum. Aliás, a nossa Igreja diz que devemos jejuar. As sextas-feiras são dias, é o dia por excelência de jejum, é um dia penitencial. Toda Quarta-feira de Cinzas, toda Sexta-feira da Paixão e todas as outras sextas-feiras do ano são dias penitenciais, são dias em que nós podemos fazer jejum. Jejum é uma prática penitencial.
E para que serve o jejum? O jejum serve para nos dominar, para nos equilibrar. O jejum não é para passar fome, o jejum não é para fazermos uma dieta, mas o jejum serve para nos educar, educar os nossos instintos. Jesus disse, aqui, que, naquela hora, não era possível, mas quando Ele fosse tirado, aí sim eles jejuariam até a Sua vinda.
Estamos vivendo este tempo, aguardando a segunda e definitiva vinda de Nosso Senhor. E, por isso, nós praticamos o jejum, realizamos essa prática penitencial, até que o Senhor venha. Mas nós devemos fazê-la de coração, devemos fazê-la por amor, devemos fazê-la com o desejo de crescer, de amadurecer na nossa caminhada espiritual.
Deve ser, de fato, por amor, não uma formalidade, não para ser visto, para ser notado, mas com humildade. Que o jejum nos eduque, que o jejum nos mostre aquilo que é essencial. O essencial não é comer, não é beber desregradamente; o essencial é Cristo. O jejum nos aponta para aquilo que é essencial, acolhamos o essencial — Cristo em nossa vida! Vivamos do essencial, o Cristo, até que Ele venha.
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/09/2022
Oração Final
Pai Santo, não permitas que nos tornemos almas acostumadas, satisfeitas, descansadas com pretensas vitórias já atingidas. Mantém-nos ativos e vigilantes, discípulos missionários do teu Reino de Amor, seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2012
Oração Final
Pai Santo, guarda-nos de cumprir teus mandamentos apenas para sermos vistos pelos homens. Que as nossas relações com nós mesmos, com os irmãos, com a natureza e contigo traduzam a presença do teu Espírito em nós pela alegria, generosidade e gratidão. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, não permitas que nos tornemos pessoas acostumadas, satisfeitas, descansadas com pretensas vitórias já conquistadas. Mantém-nos ativos e vigilantes, atentos ao que ainda está por fazer, discípulos missionários do teu Reino de Amor, seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai que muito amamos, nós hoje pedimos o dom do discernimento, para compreender o Espírito da Lei do teu Reino de Amor. Pedimos também, Pai misericordioso, sabedoria, força e coragem para testemunhar com palavras inspiradas e a vivência fraterna na comunidade-Igreja, que estamos tentando seguir a Jesus de Nazaré, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/09/2020
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