HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 06/09/2024
ANO B
Lc 5,33-39
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O vinho novo arrebenta os odres velhos
João Batista ainda é do AT, tempo de preparação e de jejuns. Em Jesus já se realizam as bodas do NT (Jo 3,29ss). Não tem mais sentido se comportar como se ainda estivessem no AT. A presença do noivo requer festa (Mt 22,1ss; 25,1ss). A pergunta feita é um indicativo da crise de passagem do velho para a novidade trazida por Jesus. Alguns seguidores cristãos ainda praticavam os preceitos do judaísmo, com seus rigores. Para Jesus, a refeição feita com os pecadores (Lc 5,29ss) era mais importante do que um jejum estéril, pois acolhia os irmãos pecadores, o que o jejum não conseguia; antes, isolava ainda mais. A roupa nova e o novo vinho são figuras da novidade do Reino, que não pode ser costurado sobre o tecido do AT. Entrar no Reino requer total novidade e romper com o passado viciado dos fariseus. A roupa velha e os antigos odres são as tradições judaicas que não comportam a novidade do evangelho; por isso, quem opta por Jesus, deve romper com as antigas práticas que muitos cristãos, no tempo de Lucas, ainda observavam.Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, PaulinasFonte: https://catequisar.com.br/liturgia/o-vinho-novo-arrebenta-os-odres-velhos-lc-533-39/ (02/09/2022)
COMENTÁRIO AO EVANGELHO
O chamado e a festa de Levi
Os discípulos de João Batista e os discípulos dos fariseus jejuavam com frequência e faziam orações. Os discípulos de Jesus comiam e bebiam. O contraste parece grande e algum piedoso cristão procurará logo uma boa interpretação para dizer que também os discípulos de Jesus eram observantes. Na realidade, nem Jesus nem os seus discípulos se sentiam presos a preceitos e tradições. Os critérios de avaliação do bem e do mal para Jesus e seus discípulos consistiam na observância do mandamento do amor. Amor a Deus e amor ao próximo. Sem isso, tudo o mais é apenas remendo. Decisões práticas devem visar à glória de Deus e ao bem do próximo. Jejuar explorando os outros não glorifica a Deus. Jejuar para partilhar o que se tem com quem não tem nada é glória e louvor de Deus. Jejue com quem jejua e coma com quem come, com a consciência de estar fazendo a vontade de Deus, ensina São Paulo. “Ame e faça o que quiser”, porque, se o amor for verdadeiro, você só fará o bem.Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.Fontes: https://www.facebook.com/ParoquiaSantaCruzCampinas e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/-o-chamado-e-a-festa-de-levi-06092024
Reflexão
O comentário dos doutores da Lei e dos fariseus é uma provocação a Jesus. Mais que isso, é uma acusação, como se a pequena comunidade de Jesus estivesse cometendo erro. Por que haveriam de fazer jejum os discípulos de Jesus? Eles estão usufruindo da plena presença do Messias (o noivo). O jejum era proposto e observado como sinal de espera da salvação. Ora, o Salvador já está entre eles. A questão é que os mestres da Lei e os fariseus não querem “ver” Jesus, nem reconhecer que ele é o Enviado do Pai para redimir o mundo. Ficam fechados num legalismo paralisante e não se abrem para a Boa-nova. Não aceitam converter-se para Jesus. Acomodam-se às estruturas antigas, ineficazes, sem o sopro renovador do Espírito. Não querem mudança; preferem a mesmice: “O vinho velho é melhor!”.(Dia a dia com o Evangelho 2024)https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/6-sexta-feira-7/
Reflexão
«Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles?»
Rev. D. Frederic RÀFOLS i Vidal(Barcelona, Espanha)
Hoje, em nossa reflexão sobre o Evangelho, vemos a armadilha que os fariseus e os mestres da Lei fazem, quando corrompem uma questão importante: simplesmente, eles contrapõem em jejuar e rezar dos discípulos de João e dos fariseus ao comer e beber dos discípulos de Jesus.Jesus Cristo nos diz que na vida há um tempo para jejuar e rezar, e que há um tempo de comer e beber. Isto é: a mesma pessoa que reza e jejua é a mesma que come e bebe. Vemos na vida cotidiana: contemplamos a alegria simples de uma família, talvez de nossa própria família. E vemos que, em outro momento, a tribulação visita aquela família. Os sujeitos são os mesmos, mas cada coisa ao seu tempo: «Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles? Dias virão...» (Lc 5,34).Tudo tem seu momento; sob o céu há um tempo para cada coisa: «Um tempo de rasgar e um tempo de coser» (Qo 3,7). Estas palavras ditas por um sábio do Antigo Testamento, não exatamente dos mais otimistas, quase coincidem com a simples parábola do vestido remendado. E com certeza coincide de alguma maneira com nossa própria experiência. A equivocação é que no tempo de coser, rasguemos, e que durante o tempo de rasgar, cosamos. É então quando nada dá certo.Nós sabemos que como Jesus Cristo, pela sua paixão e morte, chegaremos à gloria da Ressurreição, e que não todo outro caminho é o caminho de Deus. Exatamente, Simão Pedro é admoestado quando quer distanciar o Senhor do único caminho: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!» (Mt 16,23). Se puder gozar de uns momentos de paz e de alegria, devemos aproveitá-los. Com certeza já nos virão momentos difíceis de jejum. A única diferença é que, felizmente, sempre teremos ao noivo conosco. E isso os fariseus não sabiam e, talvez por isso, no Evangelho quase sempre se apresentam como pessoas mal humoradas. Admirando a suave ironia do Senhor que se reflete no Evangelho de hoje, sobretudo, procuremos não ser pessoas mal humoradas.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Queres aplacar Deus? Saiba o que você tem que fazer consigo mesmo para que Deus lhe seja favorável. Meu sacrifício é um espírito quebrantado; um coração quebrantado e humilhado, você não o despreza. Este é o sacrifício que hás de oferecer» (Santo Agostinho)
- «O Evangelho é uma festa! E só se pode viver plenamente com um coração alegre e renovado. Que o Senhor nos dê a graça de não ficarmos presos, a graça da alegria e da liberdade que a novidade do Evangelho nos traz» (Bento XVI)
- «Os sacramentos, como ‘Forças que saem’ do Corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante: ações do Espírito Santo que opera no seu Corpo que é a Igreja, os sacramentos são “as obras-primas de Deus”, na nova e eterna Aliança» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1116)https://evangeli.net/evangelho/feria/2024-09-06
Reflexão
A “Nova” Aliança
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, frente ao ritualismo farisaico, o “vinho novo” remete-nos ao panorama da “renovada” Aliança de Deus com os homens. Deus, ante as infidelidades de Israel, reiterou a “Aliança” e, finalmente, Cristo a selou de um modo “novo” e “definitivo”. A Aliança do Sinai fundava-se em dois elementos: 1. O “sangue da aliança” (sangue de animais sacrificados, com a qual aspergiam o altar —símbolo de Deus— e o povo); 2. A palavra de Deus e a promessa da obediência de Israel.Essa promessa quebrou-se com a “idolatria” de Israel e com uma história de reiteradas desobediências, como mostra o Antigo Testamento. A ruptura pareceu irremediável quando Deus abandonou o seu povo no exílio e o templo à destruição. Mas, naquele momento surgiu a esperança da “nova aliança”, não baseada na sempre frágil fidelidade humana, senão numa obediência inviolável: a do Filho de Deus, Jesus Cristo.—Jesus, como servo, assumes a minha desobediência em tua “obediência até a morte”. Concede-me um coração “novo”!https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2024-09-06
Comentário sobre o Evangelho
Vinho novo, odres novos
Hoje, Jesus Cristo, com o saber de um bom mestre, adverte-nos sobre o perigo da comodidade interior. Por vezes acostumamo-nos a “ir andando”, com rotina, sem arriscar (“já vou à Missa”, “já cumpro”, “…). É preciso renovar-se também na vida espiritual!- A vida muda e o que animava a minha alma há anos, talvez agora a adormeça. No dia do teu casamento, vais-te “vestir” como na Primeira Comunhão? Não!, não é verdade? Então, perante Deus, por que te exiges como uma criança – até menos do que isso – e não como um homem?https://family.evangeli.net/pt/feria/2024-09-06
Meditação
Para aceitar as propostas de Jesus, temos de aceitá-las como novidades que exigem o abandono de muitos valores e certezas anteriores. Como Ele diz na parábola, não podemos aceitar suas ideias como remendos para nossas próprias ideias. Não podemos negociar uma aceitação apenas parcial de sua Palavra. Temos de jogar tudo fora, as velhas verdades, as conveniências e vantagens adquiridas, e começar tudo de novo, aceitando vida nova.OraçãoSENHOR DEUS, revesti-nos das virtudes do Coração do vosso Filho e inflamai-nos com seu amor para que, configurados à sua imagem, mereçamos participar da eterna redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=06%2F09%2F2024&leitura=meditacao
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