ANO B
VI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano B - São Marcos - Verde
“Se queres tens o poder de curar-me.”
Mc 1,40-45
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é um dia consagrado ao Senhor. No seu cuidado com os doentes, Jesus revela a face misericordiosa de Deus que vai ao encontro das dores dos que sofrem para lhes oferecer a graça da salvação. Nesta celebração, carreguemos em nossos corações os doentes de nossa família e todos aqueles que se encontram nos hospitais ou sem atendimento médico.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é um dia consagrado ao Senhor. No seu cuidado com os doentes, Jesus nos revela a face misericordiosa de Deus que vai ao encontro das dores dos que sofrem para lhes oferecer a graça da salvação. Nesta celebração, carreguemos em nossos corações os doentes de nossa família e todos aqueles que se encontram nos hospitais ou sem atendimento médico.
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b_-_16_-_6o_domingo_do_tempo_comum.pdf (14/02/2021)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Somos convidados a experimentar Deus, que é cheio de amor, de bondade e de ternura, que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos. Jesus Cristo desfaz a relação entre puro e impuro e convida nossa comunidade a fazer o mesmo. É necessário ter as mesmas atitudes de Jesus. Só assim nossas celebrações serão verdadeira comunhão com a Palavra e com a Eucaristia.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é um dia consagrado ao Senhor. No seu cuidado com os doentes, Jesus nos revela a face misericordiosa de Deus que vai ao encontro das dores dos que sofrem para lhes oferecer a graça da salvação. Nesta celebração, recordemos o Dia Mundial dos Enfermos e carreguemos em nossos corações os doentes de nossa família e todos aqueles que se encontram nos hospitais ou sem atendimento médico.
Fonte: http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_15_6o_domingo_do_tempo_comum.pdf (11/02/2018)
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Somos convidados a experimentar Deus, que é cheio de amor, de bondade e de ternura, que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos. Jesus Cristo desfaz a relação entre puro e impuro e convida nossa comunidade a fazer o mesmo. É necessário ter as mesmas atitudes de Jesus. Só assim nossas celebrações serão verdadeira comunhão com a Palavra e com a Eucaristia.
Fonte: NPD Brasil em 11/02/2018
A CURA DE UMA SOLIDÃO AFETIVA
No Antigo Testamento, a Lei do
Levítico é um paradigma do ambiente no qual Jesus iria agir. Todo
leproso carregava em si um estigma: a enfermidade era um sinal
externo, visível, de um alvoroço
interno, invisível. A lepra não era
ajuizada do ponto de vista sanitário e, assim sendo, para um leproso, não havia tratamento. Sua
cura dependia de um milagre. A
lepra era decorrência do pecado,
uma punição de Deus; considerada uma enfermidade física que
seria consequência de uma enfermidade moral. O leproso devia ir à
rua gritando impuro!, para evitar
que outros tocassem nele e contraíssem sua condição pecadora.
Inclusive, a lepra causava excomunhão.
Esta cena foi-se repetindo de geração em geração, desde Moisés.
Mas um dia um leproso encontrou-se com Jesus! E, conforme
lemos em Mc 1,40-45, alguma
coisa falava ao seu coração: para
esta pessoa não é necessário
que eu grite: impuro! Seu grito
foi outro: Se queres, tens o poder de purificar-me! E não estava
equivocado. Ao tocá-lo, Jesus faz
com que o leproso experimente a
verdadeira misericórdia de Deus.
O toque afável de Jesus sobre um
homem ulcerado cura a primeira
e mais aterrorizante lepra da qual
ele padecia: a enfermidade da segregação, indiferença e desprezo.
Sentindo que foi amado, o leproso
se dá conta que foi curado. Jesus
o reintegra à comunidade e, mais
ainda, participa de sua condição:
ao tocá-lo, de certo modo, contraiu sua impureza. Jesus é quem
assumiu nossas dores, carregou
sobre si nossas enfermidades (Mt
8,17b); é o servo que carrega nossos pecados; profecia que se realiza na sua paixão e morte, quando
morrerá entre os malfeitores, fora
dos muros da cidade.
O relato parece um ritual: o encontro com Jesus é capaz de curar
a lepra do pecado e reintroduzir
na comunidade eclesial. A enfermidade da lepra, infelizmente,
ainda existe. Mas há outras categorias de mantidos à margem: os
leprosos de hoje são os fracassados, desempregados, drogados;
as crianças portadoras de alguma
deficiência, às quais a sociedade
não considera, por que não produzem, são um peso; os anciãos
que esperam, sem esperança,
numa inércia que frustra e degrada; os encarcerados, rotulados
mesmo depois de pagarem sua
pena.
Nossa caridade deve abraçar a
todos. Onde falta alimento, roupa, remédios, trabalho, formação, onde alguém é atormentado
pelas tribulações, nossa caridade
deverá consolar e curar. Esta obrigação se impõe, antes, às pessoas
- e aos povos - que vivem prosperamente.
Jesus toca no leproso e, contudo,
sabemos que podia curar apenas
com a palavra. Toca para devolver
a dignidade. Quando estendemos
o braço, descobrimos a compaixão
que existe em cada um de nós. A
mão pode acariciar ou golpear. Há
mãos que machucam; outras, que
pacificam e curam. Com a franqueza do leproso nos coloquemos
diante de Deus e peçamos para
ser curados. Esse dia foi inesquecível para aquele homem. Vamos
também ao encontro de Jesus e
configuremos a Ele nossos propósitos. Assim, também viveremos
dias memoráveis de graça, revigoramento e libertação.
Dom Jorge Pierozan
Bispo Auxiliar de São Paulo
OS DOENTES PRECISAM DE JESUS
A experiência do povo da Aliança renova-se em todos os pobres
que encontram Jesus de Nazaré.
Como Deus, “amante da vida”
(Sab 11, 26), já tinha tranquilizado Israel no meio dos perigos, assim agora o Filho de Deus anuncia
a quantos se sentem ameaçados
e limitados na própria existência,
que a sua vida é um bem, ao qual
o amor do Pai dá sentido e valor.
“Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos,
os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, a boa nova é anunciada aos pobres” (Lc 7, 22). Com
estas palavras do profeta Isaías
(35, 5-6; 61, 1), Jesus apresenta o
significado da sua própria missão:
deste modo, aqueles que sofrem
por causa de uma existência de
qualquer modo “limitada” ouvem
d’Ele a boa nova do interesse que
Deus nutre por eles e têm a confirmação de que também a sua
vida é um dom zelosamente guardado nas mãos do Pai (cf. Mt 6,
25-34).
Quem se sente particularmente
interpelado pela pregação e ação
de Jesus, são os “pobres”. As multidões de doentes e marginalizados, que O seguem e procuram
(cf. Mt 4, 23-25), encontram na
sua palavra e nos seus gestos a
revelação do valor imenso da vida
deles e de quão fundados sejam
os seus anseios de salvação.
Acontece o mesmo na missão da
Igreja, já desde as suas origens. Ao
anunciar Jesus como Aquele que
“andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que
eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele” (At 10,
38), ela sabe que é portadora de
uma mensagem de salvação que
ressoa, com toda a sua novidade, precisamente nas situações
de miséria e pobreza da vida humana. Assim faz Pedro, ao curar
o paralítico que estava colocado
diariamente junto da porta “Formosa” do templo de Jerusalém a
pedir esmola: “Não tenho ouro
nem prata, mas vou dar-te o que
tenho: Em nome de Jesus Cristo
Nazareno, levanta-te e anda!”
(At 3, 6). Pela fé em Jesus, “Príncipe da vida” (At 3, 15), a vida que
ali jaz abandonada e suplicante,
reencontra a consciência de si
mesma e a sua plena dignidade.
A palavra e os gestos de Jesus e
da sua Igreja não dizem respeito
apenas a quem está enfermo, aflito pela provação, ou é vítima das
diversas formas de marginalização social. Vão mais fundo, tocando o próprio sentido da vida de
cada homem nas suas dimensões
morais e espirituais. Só quem reconhece que a própria vida está
tocada pelas mazelas do pecado,
pode reencontrar a verdade e
a autenticidade da própria existência junto de Jesus Salvador,
segundo as suas próprias palavras: “Não são os que têm saúde
que precisam de médico, mas os
que estão doentes. Não foram os
justos, mas os pecadores, que Eu
vim chamar ao arrependimento”
(Lc 5, 31-32).
Pelo contrário, aquele que à semelhança do rico agricultor da
parábola evangélica julga poder
assegurar a própria vida com a
posse de simples bens materiais,
na realidade engana-se. A vida
está-lhe escapando, e bem depressa ficará privado dela sem
ter chegado a perceber o seu verdadeiro significado: “Insensato!
Nesta mesma noite, pedir-te-ão
a tua alma; e o que acumulaste
para quem será?” (Lc 12, 20).
São João Paulo II,
Carta Encíclica “O Evangelho da Vida”, n.32
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b_-_16_-_6o_domingo_do_tempo_comum.pdf (14/02/2021)
VISITAR E CUIDAR DOS DOENTES
Irmãos e irmãs, a vida de Jesus, sobretudo nos três anos do seu ministério público, foi um incessante encontro com as pessoas. Entre essas, os doentes tiveram um lugar especial. Quantas páginas dos Evangelhos narram estes encontros! O paralítico, o cego, o leproso, o endemoniado, o epilético e inumeráveis doentes de todo tipo… Jesus se fez próximo a cada um deles e os curou com a sua presença e o poder da sua força de cura. Portanto, não pode faltar, entre as obras de misericórdia, aquela de visitar e assistir as pessoas doentes.
[...] Com essas obras de misericórdia o Senhor nos convida a um gesto de grande humanidade: a partilha. Recordemos esta palavra: a partilha. Quem está doente, muitas vezes se sente sozinho. Não podemos esconder que, sobretudo nos nossos dias, justamente na doença se faz experiência mais profunda da solidão que atravessa grande parte da vida. Uma visita pode fazer a pessoa doente se sentir menos sozinha e um pouco de companhia é um ótimo remédio! Um sorriso, um carinho, um aperto de mão são gestos simples, mas tão importantes para quem sente estar abandonado em si mesmo.
Quantas pessoas se dedicam a visitar os doentes nos hospitais ou em suas casas! É uma obra de voluntariado inestimável. Quando é feita no nome do Senhor, então se torna também expressão eloquente e eficaz de misericórdia. Não deixemos as pessoas doentes sozinhas! Não impeçamos que encontrem alívio e que nós sejamos enriquecidos pela proximidade a quem sofre. Os hospitais são verdadeiras “catedrais da dor”, onde, porém, se torna evidente também a força da caridade que sustenta e prova compaixão.
[...] Jesus deixou o que estava fazendo para ir visitar a sogra de Pedro; uma obra antiga de caridade. Jesus a fez. Não caiamos na indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus. Todos nós podemos ser instrumentos da misericórdia de Deus e isso fará mais bem a nós que aos outros, porque a misericórdia passa através de um gesto, uma palavra, uma visita e essa misericórdia é um ato para restituir alegria e dignidade a quem a perdeu.
Papa Francisco
(Catequese, novembro, 2016)
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_15_6o_domingo_do_tempo_comum.pdf e NPD Brasil em 11/02/2018
Comentário do Evangelho
O segredo messiânico
Já apontamos a gravidade religiosa da lepra e como ela era tratada pelo sistema judaico de pureza. Se no texto paralelo ao de hoje, a saber, Lc 5,12-16, é o narrador quem diz da recomendação de Jesus de que o homem purificado não dissesse nada a ninguém, em Marcos é o próprio Jesus quem toma a palavra: "Não contes nada a ninguém.". Com isso estamos diante de uma das características do segundo evangelho: o "segredo messiânico". Esse recurso teológico-literário tem uma dupla finalidade: a) permitir que o ouvinte ou leitor do evangelho responda, ele mesmo, à pergunta central do evangelho segundo Marcos: "quem é Jesus?"; resposta que só pode ser dada ao fim da narração evangélica; b) não identificar Jesus com qualquer corrente messiânica do seu tempo, mas manter o ouvinte aberto à novidade de Jesus Cristo. Não obstante a recomendação, a fama de Jesus se espalha. Ele não é o promotor de sua fama, ao contrário, "ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, move meu coração para fazer o bem a quem precisa de misericórdia. Que eu seja tua presença amorosa junto deles.
Fonte: Paulinas em 16/01/2014
Comentário do Evangelho
Jesus transmite o Espírito Santo que purifica
O livro do Levítico, cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada, do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado. No evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época, ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano, purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão, transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Ao sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus. Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, ajudado com a vossa graça, quero usar sempre minha saúde, empregando minhas forças para a glória de Deus, para o meu próprio bem e para o bem do próximo.
Fonte: Paulinas em 15/02/2015
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Um leproso veio até Jesus e Ele o curou
O Tempo Comum será interrompido para celebrarmos a Quaresma e a Páscoa. Jesus anunciou o seu projeto e, enfrentando o poder do demônio, que tira da pessoa humana a sua dignidade, mostrou na prática para que veio a este mundo. A cura das doenças é também um confronto com o poder do demônio, e hoje temos uma cura muito significativa na missão de Jesus, a cura de um leproso.
O Levítico é claro enquanto legislação. Alguém com sintomas de lepra deve ser levado ao sacerdote para ser diagnosticado. Declarada a lepra, será considerado impuro, andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: “Impuro! Impuro!”. Durante todo o tempo em que estiver contaminado, será impuro. Habitará sozinho e terá sua morada fora do acampamento.
Na narrativa de Marcos, um leproso se aproxima de Jesus, o que não era permitido. Devia manter-se distante. Ele faz uma profissão de fé no poder de Jesus: “Se queres, tens o poder de purificar-me”. Jesus se enche de compaixão, estende a mão e toca no leproso, o que também não era permitido. O leproso fica curado. Observando a Lei, Jesus manda que ele se apresente ao sacerdote e faça a oferenda prescrita pela sua cura.
O que Jesus está fazendo? Ele não nega que doenças contagiosas precisam de isolamento, que é preciso cuidar para que não se difundam no meio da população. Ele, porém, não aceita a qualificação moral de impureza dada a essa enfermidade. Há um ser humano em consideração e é preciso tirá-lo da situação em que se encontra, fazendo-o emergir de um submundo à claridade da vida normal. Jesus faz um milagre e o cura. Se pudermos, façamos também um milagre.
O milagre ao nosso alcance, a partir da inteligência que Deus nos deu, é procurar meios de integração, desenvolver a medicina, mudar a mentalidade de punição pelo pecado, identificar o verdadeiro pecador que está na causa das enfermidades, e muitas outras coisas que podemos fazer com a ajuda de Deus.
Dizem comentaristas judeus que estudam a legislação do Levítico sobre a lepra que o sumo sacerdote devia ter algum conhecimento de dermatologia para declarar curado o leproso e dizem também que “a Torá não viu na doença da lepra uma enfermidade como qualquer outra, mas sim um castigo do céu para a regeneração moral do homem”. O grande comentarista medieval Rashi escreveu que “trata-se de uma advertência e uma motivação: se te queres precaver da lepra, não fales mal de ninguém”.
O mal físico é visto como consequência do mal moral. O rei Ozias foi castigado com a lepra em um confronto com os sacerdotes sobre a oferta do incenso, e Miriam, a irmã de Moisés, também foi punida com a lepra por tê-lo criticado. Moisés, porém, intercedeu por ela com a oração mais curta de todas as que ele fez. “Por favor, Deus, cura-a”, com especial sonorização na língua hebraica: “El na refá na lá”. El é “Deus”; na, “por favor”; e refá, “cura”.
Entre nós, graças a Dom Helder e a muitos outros e outras, aprendemos a procurar pelas causas dos problemas da vida, saindo da fatalidade e da ideologia da punição. É denegrir a imagem misericordiosa de Deus atribuir a um castigo divino os males desta vida.
Em São Marcos, lemos que Jesus se encheu de compaixão diante do leproso ajoelhado. Há, porém, manuscritos nos quais se lê que ele se irritou. Certamente se irritou, não com o leproso, mas com a situação na qual ele se encontrava por conta de uma visão religiosa distorcida do que é puro e impuro aos olhos de Deus.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/um-leproso-veio-ate-jesus-e-ele-o-curou/ e https://comeceodiafeliz.com.br/evangelho/11-02-2024
Vivendo a Palavra
Jesus tocou no leproso. Quebrava, mais uma vez, a regra que excluía os doentes do convívio social. Que fique para nós, que desejamos ser seus seguidores, a lição de não nos deixarmos vencer por preconceitos, mas que sejamos uma comunidade acolhedora dos diferentes, capaz de orar pelos adversários.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014
VIVENDO A PALAVRA
O Livro da Lei prescrevia a separação total do leproso. Mas Jesus era livre para superar regras e viver a solidariedade e a compaixão com aqueles que mais sofriam. O mesmo desejo de nosso Mestre para que o irmão fosse purificado deve nos animar, pois nós nos dizemos discípulos missionários da Igreja de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/02/2018
VIVENDO A PALAVRA
O Livro da Lei prescrevia a discriminação – separação total e humilhante do leproso. Mas Jesus tinha a Liberdade de Filho de Deus – era o bastante para superar regras e viver a solidariedade e a compaixão com os que mais sofriam. O mesmo desejo do Mestre para que o irmão fosse purificado deve nos animar, pois nós nos dizemos discípulos missionários dele, como Igreja de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/02/2021
Reflexão
Uma das promessas que sempre estão presentes nas profecias do Antigo Testamento a respeito dos tempos messiânicos é a cura da lepra. Isso acontece porque a lepra era uma das doenças mais temidas entre as pessoas, principalmente porque uma das suas consequências era a exclusão social e religiosa. Ao curar uma pessoa da lepra, Jesus não apenas o livra da doença em si que a faz sofrer como também a reintegra na vida social e religiosa. Por isso entendemos a alegria do homem que foi curado, que fez com que ele não fosse capaz de guardar o fato só para si, mas passou a divulgá-lo de tal modo que Jesus não podia mais aparecer em público.
Fonte: CNBB em 16/01/2014
Reflexão
Jesus se defronta com um leproso, símbolo máximo de exclusão religiosa e social. Diante da marginalização provocada por leis injustas, Jesus toma posição em defesa da vida, relativizando o código do puro e do impuro. O doente é corajoso e confiante, quebra as normas do isolamento e se aproxima de Jesus: “se queres, podes me curar”. Ele reconhece que Jesus tem o poder de reintegrá-lo ao convívio social. Jesus toca o doente: este fica curado. E Jesus, por sua vez, se torna “impuro”: é mais um excluído que tem que viver fora, em lugares desertos. Diante desse fato, somos convidados a olhar não tanto para o “milagre” em si, mas para o que ele aponta. Com esse gesto, Jesus quer derrubar as barreiras levantadas por preconceitos, criados por certas leis ultrapassadas ou pela intolerância que provocam exclusões e perseguições. A ação de Jesus se opõe à “política higienista”, que propõe varrer para o ostracismo cidadãos mendigos e “impuros”. Deus não marginaliza, é a sociedade que coloca barreiras e exclui os indesejáveis, os “leprosos”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 11/02/2018
Reflexão
Fé e coragem são duas preciosas virtudes que levam o leproso a procurar Jesus. De fato, reconhecendo em Jesus um poder superior, o leproso se aproxima dele e, de joelhos, lhe suplica para ser curado. Aqui se revela sua fé. Quanto à coragem, sabe-se que os leprosos eram obrigados a viver afastados do convívio social. Ora, ele teve que superar essa barreira quase intransponível para chegar perto do Mestre. Jesus, por sua vez, interiormente livre e soberano, “desobedece” a uma lei que mata o ser humano e se põe a favor da vida. Por isso, imediatamente diz ao leproso: “Quero. Fique purificado”. A ira de Jesus naturalmente não é contra o homem que recebeu a cura, mas contra uma sociedade que marginaliza, discrimina; contra uma instituição que, em vez de libertar, oprime.
ORAÇÃO
Ó Jesus, Libertador dos oprimidos, teu zelo missionário e tua liberdade interior te levam a tocar no leproso e curá-lo, sem receio de contaminação e sem o peso de leis que proibiam o contato com leprosos. E assim o libertas e o devolves ao convívio social. A ti, Senhor, nossa imensa gratidão! Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 14/02/2021
Reflexão
Cheio de confiança no poder divino, um leproso rompe a barreira do preconceito religioso e social e se aproxima de Jesus. Considerados impuros, os leprosos deviam isolar-se, e quem tocasse em sua pele se tornava impuro. Eis por que Jesus fica irado. Sua ira é contra a instituição que exclui o leproso. Incapaz de curá-lo, marginaliza-o. Jesus, ao invés, cura-o, restituindo-lhe a dignidade de homem e cidadão, com iguais direitos na sociedade. Jesus, “ameaçando-o severamente”, pede-lhe que não conte o fato a ninguém. Um forte apelo, a fim de evitar a interferência das lideranças religiosas. Defensoras da lei do puro/impuro, não deixariam circular livremente quem se tornara impuro tocando num leproso! Jesus vai para lugar deserto e aí continua a oferecer liberdade e vida para todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Reflexão
«Se queres, tens o poder de purificar-me»
Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell
(Agullana, Girona, Espanha)
Hoje o Evangelho convida-nos a contemplar a fé deste leproso. Sabemos que, em tempos de Jesus, os leprosos estavam marginados socialmente e considerados impuros. A cura do leproso é, antecipadamente, uma visão da salvação proposta por Jesus a todos, e um chamado a abrir-lhe o nosso coração para que Ele o transforme.
A sucessão dos fatos é clara. Primeiro, o leproso pede a cura e professa a sua fé: «Se queres, tens o poder de purificar-me!» (Mc 1,40). Em segundo lugar, Jesus —que literalmente rende-se ante nossa fé—cura-o («Eu quero, fica purificado»), e pede-lhe seguir o que a lei prescreve, ao mesmo tempo pede-lhe silencio. Mas, finalmente, o leproso sente-se impulsionado a «proclamar e a divulgar muito este acontecimento» (Mc 1,45). Em certa maneira desobedece à última indicação de Jesus, mas o encontro com o Salvador provoca-lhe um sentimento que a boca não pode silenciar.
Nossa vida parece-se à do leproso. Às vezes vivemos, pelo pecado, separados de Deus e da comunidade. Mas este Evangelho anima-nos oferecendo-nos um modelo: professar nossa fé íntegra em Jesus, abrir-lhe totalmente nosso coração, e uma vez curados pelo Espírito, ir a todas as partes a proclamar que temos nos encontrado com o Senhor. Este é o efeito do sacramento da Reconciliação, o sacramento da alegria.
Como bem afirma São Anselmo: «A alma deve-se esquecer dela mesma e permanecer totalmente em Jesus Cristo, que tem morto para fazer-nos morrer ao pecado, e tem ressuscitado para fazer-nos ressuscitar para as obras de justiça». Jesus quer que percorramos o caminho com Ele, quer curar-nos. Como respondemos? Temos que ir ao seu encontro com a humildade do leproso e deixar que Ele ajude-nos a rejeitar o pecado para viver sua Justiça.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «O amor de Cristo nos estimula, e nos impele a correr e voar com as asas do santo zelo. E, se tu não fores zeloso, é sinal certo de que o fogo do amor, da caridade, se apagou em teu coração» (Santo Antônio M.ª Claret)
- «Jesus na sua paixão tornou-se num 'leproso', tornado impuro pelos nossos pecados, para nos obter o perdão e a salvação» (Bento XVI)
- «Jesus retira-Se muitas vezes sozinho para a solidão, no cimo da montanha, preferentemente de noite, a fim de orar (48). Na sua oração Ele leva os homens, porquanto Ele próprio assumiu a humanidade na sua encarnação, e oferece-os ao Pai oferecendo-Se a Si mesmo (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.602)
Reflexão
O sacramento da Penitência
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, o evangelista narra uma cura muito especial. Segundo a antiga Lei judia, a lepra não só era considerada uma enfermidade, e sim a mais grave forma de "impureza" ritual. Correspondia aos sacerdotes diagnosticá-la e declarar impuro ao enfermo, o qual devia ser afastado da comunidade. Por isso, a lepra era como uma morte religiosa e civil, e sua cura uma sorte de ressurreição.
Na lepra podemos vislumbrar um símbolo do pecado, que é a verdadeira impureza do coração, capaz de distanciar-nos de Deus, que, se não se confessa humildemente, confiando na misericórdia divina, chega inclusive a produzir a morte da alma. Jesus em sua paixão chegou a ser como um "leproso", feito impuro por nossos pecados, para obter o perdão e a salvação.
—No sacramento da Penitência, Cristo crucificado e ressuscitado, mediante seus ministros, nos purifica com sua misericórdia infinita, nos restitui a comunhão com o Pão celestial e com os irmãos, e nos dá seu amor, sua alegria e sua paz.
Recadinho
Procuramos ser humildes diante de Deus? - Ou agimos com autossuficiência, como que exigindo de Deus o que queremos? - Como lidamos com os preconceitos? - O que lhe sugerem os verbos julgar, condenar, perdoar?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 16/01/2014
Comentário sobre o Evangelho
Jesus cura um leproso. As pessoas vêm a Ele de todos os lugares
Hoje, Jesus faz um milagre muito grande: cura um leproso. A lepra era uma doença incurável e mortal. O pior era que os leprosos eram afastados da sociedade. Mas Jesus não afasta ninguém… e com o seu amor divino deseja curar tudo.
-Tudo! Sim, Deus pode com tudo. É questão de lhe pedirmos como aquele leproso: com fé, com força, convencidos de que Deus nos escuta.
Comentário do Evangelho
UM BENEFÍCIO DISCRETO
Jesus evitava criar em torno de si falsas expectativas e esperanças. Sua ação era rodeada de cautela, para não dar margem a ambiguidades. Afinal, os gestos realizados por ele podiam ser motivo de exaltação, impedindo assim uma correta compreensão de sua pessoa e de sua ação.
Em alguns casos, Jesus proibiu severamente a quem fora agraciado por sua ação propagar o favor recebido. Tratava-se daqueles milagres indicados pelos profetas que seriam realizados pelo Messias, por ocasião de sua vinda. A cura da lepra era um deles. Por isso, Jesus recomendou ao ex-leproso de guardar segredo em relação à sua cura, para não despertar o entusiasmo fanático das multidões.
O receio de Jesus é de que se aproximem dele considerando-o apenas sob o aspecto de seu poder taumatúrgico. A vida de Jesus era muito mais rica e abrangente e deveria comportar também a cruz. Quem o seguisse por causa dos milagres, poderia se decepcionar quando se defrontasse com a paixão. Daí a discrição requerida diante de um feito grandioso realizado por ele. Antes de por-se a segui-lo, era preciso ponderar bem.
A discrição de Jesus, portanto, não para a modéstia de sua parte. Ela tem como único objetivo salvaguardar o sentido correto de sua própria identidade.
Oração
Senhor Jesus, possa eu descobrir no teu poder taumatúrgico sua verdadeira identidade de Filho, servidor da humanidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 16/01/2014
Meditando o Evangelho
A LIBERDADE DE CURAR
A cura do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem, de fato, carecia de sua ajuda.
A moção da vontade, porém, não diminuía o afeto de Jesus. Seu coração se compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo amor.
Oração
Senhor Jesus, mova meu coração para fazer o bem a quem carece de misericórdia. Seja eu tua presença amorosa junto deles.
Fonte: Dom Total em 15/02/2015
Meditando o evangelho
UM BENEFÍCIO DISCRETO
Jesus evitava criar no povo falsas expectativas e esperanças. Sua ação era prudente, para não dar margem a ambiguidades. Afinal, seus gestos podiam ser motivo de exaltação, impedindo assim uma correta compreensão de sua pessoa e de sua ação.
Em alguns casos, Jesus proibiu severamente a quem fora agraciado por sua ação propagar o favor recebido. Tratava-se daqueles milagres indicados pelos profetas, e que seriam realizados pelo Messias, por ocasião de sua vinda. A cura da lepra era um deles. Por isso, Jesus recomendou ao ex-leproso guardar segredo em relação à sua cura, para não despertar o entusiasmo fanático das multidões.
Jesus não queria que o povo se aproximasse dele, considerando-o apenas um taumaturgo. Sua vida era muito mais rica e abrangente. Deveria comportar também a cruz. Quem o seguisse por causa dos milagres, poderia decepcionar-se diante da paixão. Antes de pôr-se a segui-lo, era preciso ponderar bem.
A discrição de Jesus, portanto, não era modéstia de sua parte. Ela tinha como único objetivo salvaguardar o sentido correto de sua própria identidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, possa eu descobrir, no teu poder taumatúrgico, tua verdadeira identidade de Filho, servidor da humanidade.
Fonte: Dom Total em 11/02/2018 e 14/02/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. SENTIU COMPAIXÃO...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A nossa compreensão da palavra “compaixão”, nunca será completa, pois, na Sagrada Escritura, “sentir compaixão” é uma virtude própria de Deus e na maioria das vezes, esse sentimento pelo próximo, que o nosso coração define como “compaixão” não passa na verdade de um, gesto de piedade, que também é um atributo Divino, porém em seu sentido mais amplo, que o coração humano nunca será capaz de alcançar. O evangelho desse Domingo, nos ajuda a aprofundar o sentido dessa ação de Jesus, presente em momentos significativos, quando ele se defronta com a miséria humana, motivando-nos a rever se a estamos aplicando na relação com o próximo, em seu sentido autenticamente cristão.
Pelo conteúdo normativo de Levíticos, primeira leitura, Jesus tinha mil e uma razões para nem sequer se aproximar de um leproso, que pertencia a classe dos “irrecuperáveis” daquele tempo, na ótica religiosa. A lepra era incurável e vista como consequência do pecado e assim, o leproso era considerado um maldito, que além da dor física, sofria também a dor moral da exclusão, sendo esta bem mais dolorosa porque o colocava à margem da salvação, banindo-o do convívio social e da comunidade, além de saber que a sua condenação no pós morte, era tida como certa e definitiva.
Em uma sociedade marcada pelo ateísmo moderno, onde a fé é subjetiva e Deus é perfeitamente dispensável, esse quadro não é tão tenebroso, mas no contexto histórico e religioso daquele tempo, esse desprezo tinha um peso muito maior, o leproso era tido como um lixo, escória da sociedade, confinado em acampamentos fora da cidade, tendo que mostrar a sua desgraça e miséria, mantendo uma aparência monstruosa, e quem se aproximasse dele e o tocasse, estaria violando os preceitos da lei, tornando-se também um impuro e tendo de isolar-se, até que pudesse oferecer um sacrifício de expiação, como prescrevia a lei de Moisés, para só então ser reconhecido como “purificado”
Podemos então compreender a compaixão Divina, como uma ação coordenada não por normas legalistas, mas por uma lei nova, ensinada por Jesus: a Lei do amor, que não revoga a Lei antiga, mas lhe dá plenitude resgatando o seu sentido verdadeiro, que é a defesa e a preservação da vida humana. O evangelista Marcos faz questão de mostrar, da parte de Jesus essa “quebra de protocolo”, quando permite que o leproso se aproxime, é verdade que este o faz movido pelo desespero, infligindo também as normas do Levítico, e aqui percebe-se que o leproso é um homem diferente, uma vez que crê muito mais na misericórdia de Jesus, do que no cumprimento da Lei, determinada por uma instituição que não tem o poder da cura, mas apenas declara que ele está “impuro”, ao contrário de Jesus, que permite a aproximação, derrubando assim o preconceito.
Muito mais do que um simples encontro de Jesus com um leproso, este versículo sintetiza de forma brilhante o amor e a ternura de Deus pelo ser humano, permitindo uma reaproximação, após a queda do pecado, é o Deus que se deixa tocar, que se encarna e assume a natureza humana, com toda sua miserabilidade, o leproso se prostra diante dele, por uma razão muito simples: primeiro porque reconhece a sua insignificância, e em segundo porque não vê outra saída para sua dor, senão a de recorrer àquele que é diferente da instituição religiosa que o havia condenado, no fundo crê que Jesus de Nazaré é o seu Salvador e libertador, no sentido de ter o poder de resgatar a sua dignidade perdida, aquele leproso considerado um maldito, é na verdade alguém que consegue vislumbrar o verdadeiro messianismo de Jesus, em contradição com o Poder religioso, que o rejeita, mostrando uma fé madura, pois não pede simplesmente a cura física, mas a “purificação”.
Diante de uma fé assim, tão fiel e humilde, note-se que o leproso não impõe e nada exige e nem coloca a sua vontade como fator determinante, mas abandona-se à vontade de Deus: “Senhor, se queres...”. Que comovedora profissão de fé, para o homem arrogante e presunçoso de nossos tempos! Homem que a exemplo dos nossos primeiros pais, ousa ocupar o lugar que é de Deus, marginalizando e excluindo certas categorias sociais consideradas malditas, abandonadas em presídios de sistemas carcerários, que em quase nada contribuem para a recuperação de quem errou, de idosos, jovens, adolescentes e crianças, amontoados em asilos e instituições de caridade, gente que não tem mais esperança de nada, e que há muito tempo nem é mais contada na “aldeia global”, que só considera quem produz e consome.
Podemos encontrar com esse leproso no seio de nossas famílias e comunidades, onde isolamos certas pessoas em “acampamentos”, consideradas pervertidas, geniosas, temperamentais, desequilibradas, poderíamos incluir os aidéticos, efeminados, casais em segunda união, dependentes químicos, prostitutas, mães solteiras, pessoas que, como naquele tempo, sempre temos uma certa reserva, mantendo a necessária distância por medo de sermos “contaminados”, e a sua presença em nosso meio, causa asco e mal estar.
Como cristãos, temos que ter essa consciência do grave pecado da exclusão, e o evangelho nos mostra por onde devemos começar, é bem verdade que Jesus afrontou as instituições do seu tempo, mas em primeiro lugar, em sua relação com as pessoas, usou sempre da lei do amor, deixando de lado normas de conduta e formalismos religiosos, ao tocar no leproso.
Poderíamos começar no nosso dia a dia, acolhendo com gestos cordiais, amizade e carinho, os “leprosos” que muitas vezes excluímos, por conta de preconceitos e até intolerância.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Se queres, tens o poder de purificar-me!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
O Tempo Comum será interrompido para celebrarmos a Quaresma e a Páscoa. Jesus anunciou o seu projeto e, enfrentando o poder do demônio, que tira da pessoa humana a sua dignidade, mostrou na prática para que veio a este mundo. A cura das doenças é também um confronto com o poder do demônio, e hoje temos uma cura muito significativa na missão de Jesus, a cura de um leproso.
O Levítico é claro enquanto legislação. Alguém com sintomas de lepra deve ser levado ao sacerdote para ser diagnosticado. Declarada a lepra, será considerado impuro, andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: “Impuro! Impuro!”. Durante todo o tempo em que estiver contaminado, será impuro. Habitará sozinho e terá sua morada fora do acampamento.
Na narrativa de Marcos, um leproso se aproxima de Jesus, o que não era permitido. Devia manter-se distante. Ele faz uma profissão de fé no poder de Jesus: “Se queres, tens o poder de purificar-me”. Jesus se enche de compaixão, estende a mão e toca no leproso, o que também não era permitido. O leproso fica curado. Observando a Lei, Jesus manda que ele se apresente ao sacerdote e faça a oferenda prescrita pela sua cura.
O que Jesus está fazendo? Ele não nega que doenças contagiosas precisam de isolamento, que é preciso cuidar para que não se difundam no meio da população. Ele, porém, não aceita a qualificação moral de impureza dada a essa enfermidade. Há um ser humano em consideração e é preciso tirá-lo da situação em que se encontra, fazendo-o emergir de um submundo à claridade da vida normal. Jesus faz um milagre e o cura. Se pudermos, façamos também um milagre. O milagre ao nosso alcance, a partir da inteligência que Deus nos deu, é procurar meios de integração, desenvolver a medicina, mudar a mentalidade de punição pelo pecado, identificar o verdadeiro pecador que está na causa das enfermidades, e muitas outras coisas que podemos fazer com a ajuda de Deus.
Dizem comentaristas judeus que estudam a legislação do Levítico sobre a lepra que o sumo sacerdote devia ter algum conhecimento de dermatologia para declarar curado o leproso e dizem também que “a Torá não viu na doença da lepra uma enfermidade como qualquer outra, mas sim um castigo do céu para a regeneração moral do homem”. O grande comentarista medieval Rashi escreveu que “trata-se de uma advertência e uma motivação: se te queres precaver da lepra, não fales mal de ninguém”. O mal físico é visto como consequência do mal moral. O rei Ozias foi castigado com a lepra num confronto com os sacerdotes sobre a oferta do incenso, e Miriam, a irmã de Moisés, também foi punida com a lepra por tê-lo criticado. Moisés, porém, intercedeu por ela com a oração mais curta de todas as que ele fez. “Por favor, Deus, cura-a”, com especial sonorização na língua hebraica: “El na refá na lá”. El é Deus; na, por favor; refá, cura.
Entre nós, graças a Dom Helder e a muitos outros e outras, aprendemos a procurar pelas causas dos problemas da vida, saindo da fatalidade e da ideologia da punição. É denegrir a imagem misericordiosa de Deus atribuir a um castigo divino os males desta vida. Em São Marcos lemos que Jesus se encheu de compaixão diante do leproso ajoelhado. Há, porém, manuscritos nos quais se lê que ele se irritou. Certamente se irritou, não com o leproso, mas com a situação na qual ele se encontrava por conta de uma visão religiosa distorcida do que é puro e impuro aos olhos de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 11/02/2018
Liturgia comentada
Jesus se encheu de compaixão... (Mc 1,40-45)
Virou moda, em certos meios acadêmicos, reduzir os milagres de Jesus nos Evangelhos a meros “sinais”. Sem dúvida, são também sinais. Esses milagres que superam os limites da natureza sinalizam que Jesus é bem mais que um curandeiro, um agitador político ou um condutor das massas. Acalmar a tempestade, mudar água em vinho, reanimar Lázaro (morto há quatro dias!) – tudo indica que Jesus é Deus.
Mas a maioria dos milagres e curas de Jesus aponta em outra direção. Muitas vezes, antes de agir com poder, ele aparece com as entranhas revolvidas. O verbo grego do texto original é esplagknísthe (cf. Lc 7,13), indicando um movimento visceral, assim como nós falamos de “um frio na barriga” ou “o peito ardendo”.
Jesus se “comove” com a miséria humana, se compadece de nossas feridas, chega a chorar (cf. Jo 11,35) ao ver nossas lágrimas. Isto o leva a curar o enfermo, devolver a vista ao cego, chamar de volta à vida o filho único da viúva chorosa. E é desta maneira que o Senhor mostra à Igreja o caminho a seguir, como nos vem recordar o Papa Francisco, citando Santo Tomás de Aquino:
“Aqui o que conta é, antes de mais nada, ‘a fé que atua pelo amor’ (Gl 5,6). As obras de amor ao próximo são a manifestação externa mais perfeita da graça interior do Espírito: ‘O elemento principal da Nova Lei é a graça do Espírito Santo, que se manifesta através da fé que opera pelo amor’. Por isso afirma que, relativamente ao agir exterior, a misericórdia é a maior de todas as virtudes: ‘Em si mesma, a misericórdia é a maior das virtudes; na realidade, compete-lhe debruçar-se sobre os outros e – o que mais conta – remediar as misérias alheias. Ora, isto é tarefa especialmente de quem é superior; é por isso que se diz que é próprio de Deus usar de misericórdia e é, sobretudo nisto, que se manifesta a sua onipotência.’” (EG, 37)
Se nossas entranhas se moverem, nossos pés também se moverão. Francisco nos mostra o rumo a seguir: “Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida.” (EG, 49)
Orai sem cessar: “As entranhas me estremecem...” (Ct 5,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 16/01/2014
HOMILIA
VOCÊ ESTÁ CURADO
Pouco a pouco o Evangelho de Marcos vai mostrando quem é Jesus. O episódio de hoje é o terceiro milagre recordado em vista desse objetivo. A situação do leproso é de marginalidade. Essa situação era mais grave no tempo de Jesus, pois tudo girava em torno do puro/impuro. Quem controlava esse rígido código de pureza eram os sacerdotes. Cabia a eles declarar o que podia ou não podia ter acesso a Deus. Deus estaria sob o controle dos sacerdotes e do código de pureza.
O leproso certamente sabia disso. Sabia também que sua vida – e sua libertação da marginalidade – não dependiam do Templo e dos sacerdotes, pois estes só constatavam a cura ou a permanência da doença em seu corpo. Diante disso, o leproso toma uma decisão radical: não vai ao sacerdote, e sim a Jesus. Ajoelha-se diante dele e pede: “Se quiseres, podes curar-me”. Reconhece que o poder da cura que o tira da marginalidade não vem da religião dos sacerdotes, e sim de Jesus. Notemos outro aspecto importante: ao invés de ficar à distância e gritar sua marginalização, aproxima-se e manifesta sua adesão a Jesus enquanto fonte de libertação e vida: “Se quiseres, podes curar-me”. Viola a lei para ser curado.
Jesus quer curar o leproso de sua marginalização, devolvendo-lhe a vida. Para os homens daquele tempo, curar um leproso era sinônimo de ressuscitar um morto. Mas a ação de Jesus é precedida por uma reação. De acordo com a maioria das traduções, a reação de Jesus se traduz em compaixão. Algumas traduções, porém, em vez de ler “compaixão”, lêem “ira”. Jesus teria ficado furioso. Não certamente contra o leproso, mas contra o código de pureza que, em nome de Deus, marginaliza as pessoas, considerando-as como mortas. É contra esse sistema religioso que Jesus se revolta. E o transgride também.
De fato, acreditava-se que a lepra fosse contagiosa. Jesus quebra o código de pureza, tocando o leproso. Com isso, de acordo com o sistema religioso vigente, torna-se impuro: torna-se leproso e fonte de contaminação. Por exemplo no Lv 5,5-6, além de ficar impuro Jesus deveria oferecer um sacrifício!. Torna-se marginalizado e não poderá mais entrar publicamente numa cidade: deverá ficar fora, em lugares desertos, como os marginalizados. O Filho de Deus foi morar com os marginalizados. Aqui o Evangelho de Marcos mostra quem é Jesus: é aquele que rompe os esquemas fechados de uma religião elitista e segregadora, indo habitar entre os banidos do convívio social.
Curado o leproso, Jesus o expulsa. É esse o sentido da expressão “o mandou logo embora”. A expressão é forte e, ao mesmo tempo, estranha. Mas não é estranha se a lermos na ótica da ira de Jesus contra o código de pureza que marginaliza as pessoas: ele não quer que elas continuem vítimas de um sistema social e religioso que rouba a vida.
Jesus dá uma ordem ao curado: “Não conte isso a ninguém! Vá, mostre-se ao sacerdote e ofereça o sacrifício que Moisés mandou, como prova para eles!” Tudo leva a crer que a tarefa da pessoa curada consiste não em divulgar o milagre, mas em colaborar para que o código de pureza seja abolido. De fato, ele deverá se mostrar ao sacerdote para que este constate sua cura. Sinal de que a cura não depende do código de pureza, nem da religião do Templo. A expressão “como prova para eles” tem este sentido: o sacrifício serve como testemunho contra o sistema que o declarava um punido por Deus e banido do convívio social. O sacrifício tem, pois, caráter de denúncia e de abolição do código de pureza.
Não sabemos se a pessoa curada teve a coragem de testemunhar contra o sistema religioso que o mantinha na marginalidade. Marcos diz que o curado “foi e começou a contar e a divulgar muito o fato” (v. 45a). A reação a esse anúncio é evidente: Jesus não pode mais entrar numa cidade, pois, segundo o código de pureza, está contaminado e é fonte de contaminação. Todavia, de toda parte o povo vai procurá-lo, sinal de que está aberto um novo acesso a Deus. Deus, em seu Filho, pode ser encontrado fora, na clandestinidade, entre os que o sistema religioso e social discriminou.
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 16/01/2014
HOMILIA
Espiritualidade Bíblico-Missionária
“Se queres tens o poder de curar-me”, diz o leproso a Jesus, que “cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: Eu quero: fica curado!” A riqueza da Palavra vem nos mostrar que Deus é cheio de amor, bondade e ternura. Ele chama a todos para tomar parte na família dos filhos e filhas amados. Não exclui ninguém, nem permite que seu nome seja usado para a discriminação ou para a rejeição.
O exemplo claro é a atitude de Jesus, que acolhe o leproso excluído da Comunidade, colocado à parte, longe de todos. Humildemente – eis o princípio fundamental do cristão – ele se aproxima de Jesus para dizer: “Se queres tens o poder de curar-me”. Profunda profissão de fé, de confiança, de acolhimento de Cristo. Na antiguidade, os rabinos tratavam os leprosos como “mortos” e os expulsavam da cidade, do convívio humano. Se fossem curados, isso era tido como uma “ressurreição”, dada a gravidade da doença.
Na atitude de Jesus e do leproso, compreendemos o jeito de Deus, que, em seu Filho, vem ao encontro das vítimas da rejeição e da exclusão. E ainda mais: reintegra a pessoa na Comunidade, junto dos seus, pedindo-lhe que se apresente ao sacerdote e tenha a comprovação de sua cura. Assim podia voltar para o convívio social.
Acolher sempre; devolver a dignidade àqueles que foram feridos por causa da maldade, do egoísmo, da injustiça e outros mais. Acolher deveria ser o imperativo normal do cristão. Se pertencemos ao Reino é preciso abrir as portas para que outros também pertençam. Só posso mesmo estar feliz se meu irmão ou irmã estiver comigo. Jesus faz exatamente isso com o leproso.
“Jesus teve compaixão” é uma expressão muito forte. Em alguns códices antigos, ou seja, pequenas placas enceradas pode-se ler “indignado”. Santo Agostinho dizia que o cristão precisa ficar indignado, mas não pode perder a esperança. Jesus ficou “indignado” com o desprezo da Comunidade para com o leproso. Como pode alguém, em nome de Deus, escorraçar seu irmão, colocando-o para longe de outros? Os leprosos viviam em situação deprimente. Será que as indiferenças, a frieza, a discriminação em nossos dias não têm esse mesmo teor? É bom repensarmos certas atitudes sociais e pessoais.
O leproso não tinha nem nome. Há tantos anônimos entre nós. É acolhido com ternura por Jesus: “Estendeu a mão, tocou nele”. Jesus vai exatamente ao contrário da atitude legal. Acolhe, toca, cura, salva. Mostra aos fariseus, principalmente, que é o puro que purifica o impuro; e não o impuro que contagia o puro. Será que somos uma Igreja bem do jeito de Jesus?
Redação “Deus Conosco”
REFLEXÕES DE HOJE
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 16/01/2014
REFLEXÕES DE HOJE
11 DE FEVEREIRO-DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 11/02/2018
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 14/02/2021
HOMILIA DIÁRIA
Deseje ser curado pelas mãos de Deus
Nós precisamos ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós!
”Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘Eu quero: fica curado!”’ (Mc 1, 41)
Este leproso, que se aproxima de Jesus, pede com toda a insistência do seu coração, e implora ao Mestre: ”Senhor, se Tu queres, Tu tens o poder de curar-me!” O Senhor tem o poder de me lavar, me purificar, de renovar-me, Senhor, o Senhor pode, por isso estou Te implorando: faça isso por mim, Senhor! Jesus foi tomado de toda compaixão, por isso realizou o pedido desse homem.
Meus irmãos, a cura, o perdão e a restauração de Deus em nossa vida só serão sentidas por nós, na profundidade, quando nós também tivermos profundidade em buscar essas graças e em implorá-las ao Senhor. Nós, muitas vezes, não sentimos o efeito do perdão de Deus, porque não tomamos consciência do peso do pecado. Nós não sentimos a mão de Deus nos lavando, porque não temos consciência da sujeira que está em nós. Nós não sentimos a misericórdia de Deus na Sua profundidade, porque não tocamos no fundo da nossa miséria. E, muitas vezes, nós permitimos que a ação de Deus em nós seja muito ”superficial”. E não é porque Deus seja superficial ou aja de forma superficial, nós é que não vamos, com profundidade, em busca de Deus, em busca da ação de Deus dentro de nós.
Esse leproso sabia do que Jesus poderia fazer por ele, esse leproso sabia que Jesus poderia limpá-lo por dentro e por fora, e ele mesmo proclama: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor tem poder para fazer isso”.
Nós precisamos, com a mesma veemência e insistência desse homem, clamar ao coração de Deus: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor pode!”. Olhe para a minha miséria, para a minha aflição, venha em meu socorro, Senhor! Não me deixe mais preso, escravo deste mal, não me deixe mais cativo, Senhor, da ação do maligno! Eu creio que o Senhor pode fazer isso!
Sabem, meus irmãos, muitas vezes, existem pensamentos ou sentimentos e coisas que se apoderam de nós, como vícios, pecados e comportamentos que se impregnam à nossa natureza, costumamos agir assim e, desta forma, vamos fazendo isso ou aquilo, às vezes na forma de falar, de agir… Quando nós determinamos que não queremos mais ser assim, quando determinamos que não queremos mais fumar, não queremos mais beber, não queremos mais depender disso ou daquilo, e clamamos, com insistência ao coração de Jesus, podemos ter a certeza de que a mão d’Ele poderosa quer nos curar.
O que nós precisamos é ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós. O Senhor deseja nos curar e libertar, mas é preciso que nos também o queiramos, que também desejemos ser curados e ser libertos!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 16/01/2014
HOMILIA DIÁRIA
O amor de Jesus cura a doença e enfermidade
Jesus nos pede para amar e cuidar dos nossos
“Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: ‘Eu quero: fica curado!’. No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado.” (Mc 1, 40-45)
Sabe, meus irmãos, nós não podemos olhar somente para a lepra como mais uma doença e enfermidade. A lepra que, hoje, conhecemos como hanseníase tem cura e tratamento, mas antigamente não. E, não era só a questão da erupção da pele da pessoa, porque aquela carne ficava fedorenta, apodrecia e ninguém chegava perto daquela pessoa pelo medo de ficar igual a ela, tinha também a questão do leproso ter que se afastar de todos. A primeira leitura de hoje prescreve justamente isso, alguém aparentando ter lepra era levado ao sacerdote e só depois que fosse purificado, poderia voltar para junto das pessoas, caso contrário, ele viveria marginalizado.
Toda doença ou enfermidade mal compreendida e mal cuidada, não era bem vista pelos outros e levava a pessoa a viver distante dos outros. Quando a AIDS chegou ao nosso meio, ninguém queria saber de olhar para uma pessoa que sofria desse mal. Quantas outras doenças ainda há no meio de nós, e as pessoas que as têm, são vistas com certo cuidado, não pode aproximar-se delas.
Na verdade, a lepra é o coração contaminado por qualquer espécie de preconceito, é aquele coração que não sabe enxergar os que sofrem. Seja qualquer doença ou enfermidade é preciso da presença amorosa de Deus. Quantos de nós precisam cuidar; ser presença; abraçar e dar o melhor de nós ao outro, por meio do amor que temos em nosso coração por aqueles que sofrem.
Jesus tem compaixão desse homem. Ele aproxima-se e diz: “Senhor se queres, o Senhor pode me curar. Primeiro, se queres, o Senhor pode me acolher”. Jesus disse: ‘Sim, eu quero! Quero te acolher, te amar, cuidar e quero que você fique curado’”.
Nós precisamos querer amar, cuidar, curar e ser presença de Deus em qualquer enfermidade que os nossos possam viver, sofrer ou passar.
O nosso coração não pode ser, de forma nenhuma, movido pelo preconceito, pela ignorância ou pela falta do amor verdadeiro. Quem é curado por Jesus, se enche da compaixão. E essa compaixão não é dó e nem pena, mas é amar, sofrer e estar junto. É dizer que “estou com você no que estiver vivendo”.
Que o nosso coração encha-se da compaixão de Deus, para cuidarmos das dores e das enfermidades daqueles que sofrem.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/o-amor-de-jesus-cura-doenca-e-enfermidade/?sDia=11&sMes=2&sAno=2018 (11/02/2018)
HOMILIA DIÁRIA
A fé humilde restaura todas as coisas
“Um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: ‘Se queres, tens o poder de curar-me.’” (Marcos 1,40)
É impressionante a fé desse leproso, mais impressionante ainda é a situação dele porque ele não podia se aproximar de Jesus. Um leproso, naquela época, naquelas condições, não podia se aproximar das pessoas. Que beleza! Ele rompeu com todos os preceitos e preconceitos sociais, rompeu as barreiras que o tornava marginal, que o colocava às margens da sociedade e, movido pela fé e a humildade, foi suplicar a Jesus a graça de ser curado, de ser liberto, limpo e purificado.
Nós, muitas vezes, ficamos amarrados nos nossos traumas, nos nossos complexos, ora de superioridade, de inferioridade; ora paramos nas derrotas e nas frustrações. A graça de Deus está por aí, está aqui, está no meio de nós. Precisamos correr atrás dela e nenhuma lepra pode nos parar, nenhuma enfermidade pode nos deter, nenhum complexo pode nos prender, nenhum medo pode nos amarrar, quando somos movidos pela fé, quando confiamos e temos a certeza de que é Jesus quem pode fazer por nós.
A fé humilde lava, purifica, restaura e faz nova todas as coisas
Não importa o tamanho do meu pecado, da minha impureza ou da minha sujeira: “Se queres, tens o poder de curar-me”. “Eu quero: fica curado!”. Como Jesus quis que aquele homem ficasse curado e limpo, e ele ficou, pois a fé faz isso. Aquela fé que é autêntica e verdadeira, aquela fé de entrega, de se jogar, aquela fé que é humilde lava, purifica, restaura e faz nova todas as coisas.
É com essa fé que vamos ao encontro de Jesus, que nos colocamos aos pés d’Ele, e Jesus nos renova, nos santifica e nos torna uma nova criatura. Joguemo-nos, hoje, aos pés de Jesus, nos coloquemos aos pés do Mestre de Jesus e peçamos: “Senhor, se queres, podes me curar”. Não é por causa de mim, não é porque sou importante, não é porque tenho esse cargo, essa ocupação, é porque o Senhor é Senhor e eu sou esse miserável e pecador necessitado do Seu amor e da Sua misericórdia.
Imploremos pela misericórdia de Deus, para que Ele venha ao nosso socorro.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/02/2021
Oração Final
Pai Santo, faze-nos fraternos com os homens e mulheres que criaste e nos deste como companheiros de peregrinação. Que não façamos exclusões, nem cultivemos preconceitos. Este é o nosso jeito de nos sentirmos filhos do teu Amor Misericordioso e irmãos de Jesus de Nazaré, o teu Verbo Encarnado que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender que seguir Jesus de Nazaré não é confessar uma doutrina, mas viver como Ele viveu, espalhando o bem a todos de forma generosa e gratuita. Ajuda-nos, Pai amado, a vencer preconceitos e a nos aproximarmos dos irmãos descartados pela sociedade dos homens. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/02/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai querido, a Ti elevamos a nossa alma e a nossa oração! Faze-nos compreender que seguir a Jesus de Nazaré não é professar uma doutrina, mas viver como Ele viveu, espalhando o Bem a todos de forma generosa e gratuita. Ajuda-nos, amado Pai, a vencer preconceitos e a aproximar dos irmãos que estão descartados pela sociedade dos homens. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/02/2021
Oração
Ó DEUS, que prometeis permanecer nos corações retos e sinceros, concedei-nos por vossa graça viver de tal maneira que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
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