ANO A
Lc 19,45-48
Comentário do Evangelho
“Minha casa será casa de oração”.
O texto da purificação do Templo encontra-se nos quatro evangelhos (Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46; Jo 2,14-16). O que acontece no Templo, por ocasião da Páscoa, é escandaloso. As pessoas ligadas ao Templo, aproveitando-se da obrigatoriedade de oferecer sacrifícios e da distância que os peregrinos percorriam a pé para chegar a Jerusalém, comercializam todo tipo de animais prescritos pela Lei para o sacrifício. Além disso, havia uma moeda própria do Templo, por isso devia ser pura, isto é, sem nenhuma efígie; o câmbio, que todas as pessoas tinham que fazer, acontecia no próprio Templo. O texto de Lucas se limita dizer que Jesus expulsava os comerciantes do Templo (cf. v. 45), sem mencionar, ao contrário de João, Marcos e Mateus, como Jesus o fez. O cuidado do Templo é responsabilidade do rei. Jesus entra em Jerusalém como rei. O seu ensinamento não é feito somente de palavras; o gesto que ele acaba de fazer ensina: “Minha casa será casa de oração” (v. 46). O cerco sobre Jesus vai se fechando; seus adversários querem eliminá-lo (cf. v. 47).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
MINHA CASA SERÁ CASA DE ORAÇÃO
No Templo, Jesus encontra os vendedores de animais e os cambistas de moedas. Os judeus vinham de lugares distantes e deveriam trazer as oferendas ao Templo. Eles traziam o dinheiro equivalente, trocavam pela moeda local e compravam os animais para o sacrifício. Isso se tornou fonte de riqueza e corrupção.
O Templo perdeu sua identidade. Ao estilo dos profetas, Jesus realiza uma ação simbólica para purificar o Templo. Ele cita dois textos bíblicos: “Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Is 56,7); “Vós fizestes dela um covil de ladrões” (Jr 7,11).
Na iminência de sua morte na cruz, é como se ele estivesse querendo falar do santuário do seu corpo, que será morto e ressuscitado. Os líderes praticamente decidem seu destino, mas têm medo do povo, que está fascinado com a pregação do Senhor. Havia muito tempo, o povo desejava escutar uma palavra com autoridade. Pelo Batismo, nós nos tornamos templos vivos de Deus.
A Igreja viva é dedicada, é consagrada, purificada, exatamente porque cada fiel é consagrado ao Senhor pelo Batismo. Ele nos purifica, nos liberta da idolatria e nos faz produzir os frutos do Espírito Santo. Assim, o verdadeiro templo, que é o corpo de Cristo e o corpo do batizado, torna-se o local do encontro com Deus, e nos tornamos adoradores em Espírito e verdade.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/artigos/liturgiadiaria/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/minha-casa-sera-casa-de-oracao-24112023
Vivendo a Palavra
As leituras falam da importância do Templo, lugar sagrado, mas muitas vezes profanados pelos homens. Judas Macabeu e Jesus restauram sua pureza. Nós temos consciência da importância das nossas igrejas como lugares de oração e fontes de inspiração e coragem para evangelizarmos os nossos ambientes?
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2013
VIVENDO A PALAVRA
O Templo de Jerusalém foi muitas vezes cenário da atividade messiânica de Jesus. Desde jovem, Ele o frequentou. No seu espaço proclamou a chegada do Reino do Pai, realizou sinais e, no texto de hoje, Ele o purifica dos desvios mercantilistas. O respeito à Casa do Pai é a lição a ser seguida por nós, discípulos missionários deste século 21.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/11/2017
VIVENDO A PALAVRA
As leituras falam da importância do Templo, lugar sagrado, mas muitas vezes profanados pelos homens. Judas Macabeu e Jesus restauram sua pureza. Será que nós temos consciência da importância das igrejas como lugar de oração e fonte de inspiração e coragem, onde nos reabastecemos para, saindo de lá, evangelizar os ambientes existenciais em que vivemos?
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2019
Reflexão
Existem muitas pessoas que se vangloriam do fato de participar ativamente da Igreja, possuir ministérios ou ter um cargo importante na comunidade eclesial. Mas infelizmente, existem pessoas que usam do fato da pertença na comunidade para substituir as relações de serviço por relações de poder, para dominar, oprimir, buscar promoção pessoal e desvalorizar as outras pessoas que fazem parte da comunidade. A religião para essas pessoas é uma forma não de adorar ao Deus vivo e verdadeiro, mas sim de promover o culto a si próprio e buscar a satisfação dos seus próprios interesses. A esses diz Jesus: "sofrerão a mais rigorosa condenação".
Fonte: CNBB em 22/11/2013
Reflexão
Jesus toca no ponto mais sagrado da religião, o Templo. Deus queria uma casa de reunião e oração e eles construíram um templo que se converteu em “abrigo de ladrões”. Com seu ato de autoridade soberana ao purificar o Templo, Jesus restabelece a verdadeira relação entre o ser humano e Deus. Essa atitude lhe acarretará a morte. Mesmo sabendo do risco que corria, Jesus “ensinava todos os dias no Templo”. A brevidade de sua vida impõe que ele aproveite ao máximo as horas restantes a fim de levar a termo a obra que o Pai lhe confiou. Enquanto isso, seus adversários tramam qual será a melhor circunstância para matá-lo. Sobre esse ponto estão inseguros, afinal estão tramando um homicídio histórico. E sabem que “o povo todo ficava atraído, ao ouvir Jesus falar”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 22/11/2019
Reflexão
Jesus toca no ponto mais sagrado da religião, o templo. Deus queria uma casa de reunião e oração, e eles construíram um templo que se converteu em “abrigo de ladrões”. Com seu ato de autoridade soberana ao purificar o templo, Jesus restabelece a verdadeira relação entre o ser humano e Deus. Essa atitude lhe acarretará a morte. Mesmo sabendo do risco que corria, Jesus “ensinava todos os dias no templo”. A brevidade de sua vida impõe que ele aproveite ao máximo as horas restantes a fim de levar a termo a obra que o Pai lhe confiou. Enquanto isso, seus adversários tramam qual será a melhor circunstância para matá-lo. Sobre esse ponto estão inseguros, afinal, estão tramando um homicídio histórico, e sabem que “o povo todo ficava atraído, ao ouvir Jesus falar”.
Oração
Ó Jesus Messias, teu ardente zelo pela “casa de oração” te leva a expulsar de seu interior os mercadores, que dela fizeram um “abrigo de ladrões”. Purificado, o templo se torna ponto de onde ensinas o povo, sedento de tua mensagem. Alimenta-nos, Senhor, com tuas palavras de vida eterna. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 19/11/2021
Reflexão
Jesus toca no ponto mais sagrado da religião, o templo. Deus queria uma casa de reunião e oração e eles construíram um templo que se converteu em “abrigo de ladrões”. Com seu ato de autoridade soberana ao purificar o templo, Jesus restabelece a verdadeira relação entre o ser humano e Deus. Essa atitude lhe acarretará a morte. Mesmo sabendo do risco que corria, Jesus “ensinava todos os dias no templo”. A brevidade de sua vida impõe que ele aproveite ao máximo as horas restantes a fim de levar a termo a obra que o Pai lhe confiou. Enquanto isso, seus adversários tramam qual será a melhor circunstância para matá-lo. Sobre esse ponto estão inseguros, afinal estão tramando um homicídio histórico. E sabem que “o povo todo ficava atraído, ao ouvir Jesus falar”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«Minha casa será casa de oração»
P. Josep LAPLANA OSB Monje de Montserrat
(Montserrat, Barcelona, Espanha)
Hoje, o gesto de Jesus é profético. À maneira dos antigos profetas, realiza uma ação simbólica, cheia de significado face ao futuro. Ao expulsar do templo os mercadeiros, que faziam negócio com as vítimas destinadas a servir de oferenda, e ao indicar que «a casa de Deus será casa de oração» (Is 56,7), Jesus anunciava a nova situação, que Ele vinha inaugurar, em que os sacrifícios de animais já não tinham lugar. São João definirá a nova relação de culto como uma «adoração ao Pai em espírito e verdade» (Jn 4,24). A figura deve dar lugar à realidade. Santo Tomás de Aquino dizia poeticamente «Et antiquum documentum / novo cedat ritui (Que o Antigo Testamento ceda o lugar ao Novo Rito)».
O Novo Rito é a palavra de Jesus. Por isso, São Lucas associou à cena da purificação do templo a apresentação de Jesus, nele pregando cada dia. O novo culto centra-se na oração e na escuta da Palavra de Deus. Mas, na realidade, o centro do centro da instituição cristã é a própria pessoa viva de Jesus, com a sua carne entregue e o seu sangue derramado na cruz e oferecidos na Eucaristia. Também Santo Tomás o destaca de modo muito belo: «Recumbens com fratribus (...) se dat suis manibus» («Sentado à mesa com os irmãos (...) dá-se a si mesmo com as suas próprias mãos»).
No Novo Testamento, inaugurado por Jesus, já não são necessários nem bois nem vendedores de cordeiros. Tal como «todo o povo ficava fascinado ao ouvi-lo falar» (Lc 19,48), também nós não temos de ir ao templo para imolar vítimas, mas para receber Jesus, o autêntico cordeiro imolado por nós, de uma vez para sempre (cf. He 7,27), e para unir a nossa vida à de Jesus.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Correi todos juntos até Jesus Cristo como ao único templo de Deus, como ao único altar: Ele é um, e procedente do único Pai, permaneceu unido a Ele, e a Ele voltou na unidade» (Santo Inácio de Antioquia)
- «O Templo com o seu culto ficou “demolido” na crucificação de Cristo; no seu lugar agora está a Arca da Aliança viva de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado» (Bento XVI)
- «Jesus subiu ao Templo como quem sobe ao lugar privilegiado de encontro com Deus. O templo é para Ele a casa do seu Pai (…). Depois da ressurreição, os Apóstolos guardaram para com o Templo um respeito religioso (cf. Hch 2,46)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 584)
Reflexão
Jesus anuncia o final do Templo de Jerusalém
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, Jesus protagoniza um gesto cujo alcance iria muito mais longe que o simples fato da expulsão dos “vendedores": Está fora de dúvidas que Ele anunciou o fim do Templo e, precisamente seu final teológico, histórico-salvífico. O confirma, além do "Discurso Escatológico”, a expressão “Vede, vossa casa ficará deserta” (Mt 23,38).
Jesus Cristo amou o Templo como propriedade do Pai e se comprazia em ensinar nele. O tinha defendido como “casa de oração” para todas as nações e tentou prepará-lo para esta finalidade. Mas sabia também que a época deste Templo estava acabada e chegaria algo novo que estava relacionado com sua morte e ressurreição. Havia no ar uma mudança de alcance universal e de sentido imprevisível: Deixaria de ser a “casa de Deus”...
—O Templo com seu culto ficou “demolido” na crucifixão de Cristo; em seu lugar agora está a Arca da Aliança viva de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado.
Recadinho
Como me comporto quando estou na igreja de minha comunidade? - Tenho possibilidade de colaborar para que tudo esteja bem e em ordem? - Na igreja sinto-me de fato na casa de Deus? - Meu coração é casa de Deus? - Assim como Jesus entrou no Templo, entra em nosso coração. Vem nos ajudar a expulsar os ladrões que tentam roubar nossa vida das mãos de Deus, que tentam invadir as áreas nobres de nosso ser. Vem, Espírito de Deus, renovar meu coração, trazendo-me a salvação!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 22/11/2013
Meditação
Ao ler a história da condenação de Jesus, muitos se perguntam como foi possível Ele ter sido abandonado pelo povo e condenado pelos que o haviam aclamado. Será que foi isso mesmo? O povo nem o abandonou nem o condenou. Enquanto todos estavam entretidos com a festa, os chefes manobraram com o apoio de uns poucos, e conseguiram condená-lo e crucificá-lo. Há situações semelhantes em nosso mundo hoje?
Oração
Ó Deus, fonte e origem de toda paternidade, que destes aos santos mártires André e seus companheiros serem fiéis à cruz do vosso Filho até a efusão do sangue, concedei, por sua intercessão, que propagando o vosso amor entre os irmãos, possamos ser chamados vossos filhos e filhas e realmente o sejamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus expulsa os comerciantes do Templo: templos são uma casa de oração
Hoje resulta muito oportuna esta grave advertência de Jesus. O aviso segue vigente, muito vigente! Em bastantes zonas da sociedade ocidental tem se debilitado o sentido do sagrado. Há alguns lugares onde que os casamentos (ou os funerais, ou as Primeiras Comunhões) parecem mais um estádio (ou uma sala de convenções) antes que um templo. Quanto menos rezamos, mais falamos!
—Quando Jesus se desgostou no Templo (há 2.000 anos), Ele ainda não estava presente através da Eucaristia. Agora sim. Pois imagine que desgosto para Ele!
Meditando o evangelho
A CASA DE DEUS PROFANADA
Jesus não se conteve, quando se deparou com o estado em que se encontrava o templo de Jerusalém. Na mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus para habitar no meio de seu povo. Era o espaço do encontro do Pai com seus filhos. Portanto, lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres e aos fracos, que são os preferidos de Deus.
Este ideal grandioso, porém, chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde se fazia câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e se comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício. Toda esta intensa atividade visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de pura caridade. Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria casa de Deus. Os pobres e ingênuos peregrinos eram expoliados, sob os olhos do Pai. A boa-fé do povo transformava-o em joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. E tudo isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que tirava partido da situação.
A realidade do templo estava em aberta contradição com o ideal de Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor que se apossou de seu coração e o gesto profético de expulsar os profanadores da casa de Deus, que devia ser espaço do amor.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu permaneça insensível, vendo a casa de Deus - o coração humano - ser profanado pela injustiça.
Fonte: Dom Total em 24/11/2017, 22/11/2019 e 19/11/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O verdadeiro sentido do que somos e fazemos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Como um rio, que no final do seu percurso, mergulha no infinito do mar, assim também, cada homem na caminhada de sua existência, segue para um encontro pessoal com DEUS. Muitos pensam em um terrível acerto de contas, outros já pensam que estão condenados, mas também há os que não conhecem, ou fingem não conhecer a DEUS e vivem esta vida fazendo um monte de coisas, que em si mesmas, não tem nenhum sentido.
Imaginemos alguém que trabalha por trabalhar, casou-se apenas por casar, ou então em um time de futebol, joga por jogar, tanto faz o time perder ou ganhar, não têm estímulo, entusiasmo, empenho e vibração, um homem máquina, que nada sente e nem se relaciona com os outros, esse é o tal que vive apenas por viver… Esse relativismo é muito influente nos dias de hoje, causa primeira de tantas angústias, depressões e suicídios, pois a monotonia do fazer, sem saber o porquê, e qual a razão do nosso ser, nos mata, aos pouquinhos, todo dia.
Este Evangelho, Que apresenta uma linguagem apocalíptica, não quer nos aterrorizar diante de DEUS, muito ao contrário, quer nos despertar a consciência de que, sem DEUS a nossa existência será sempre vazia e sem sentido. Não há sentido no viver e muito menos no morrer, a vida é um absurdo, se não descobrirmos que o fim último de todos nós é DEUS.
Nas entrelinhas do texto, refletido, há uma mensagem belíssima: temos que estar permanentemente preparados para esse encontro com DEUS, contudo, não é um encontro, somente no pós-morte, mas em nosso dia a dia, nos encontramos com DEUS, se estivermos de coração aberto e já tivermos feito em SUA Graça, a descoberta de que é ELE a razão de ser e o sentido de tudo o que somos e fazemos.
O encontro definitivo na pós-morte, será só uma consequência das escolhas e decisões que tomarmos no dia a dia, onde A Fé em JESUS CRISTO deve ser sempre O Fiel da Balança da nossa vida.
2. O Templo é casa de oração e de ensino
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Quem defende e protege Jesus é o Pai do Céu. Aqui na terra, porém, onde Deus age com a mediação humana, os amigos de Jesus que o defendem não são os sumos sacerdotes, os escribas e os notáveis do povo. Estes queriam matá-lo, sobretudo por ter interferido no Templo, o centro administrativo e religioso de Israel naquele tempo. A defesa de Jesus é o povo que o escuta com prazer. As autoridades não punham a mão em Jesus por medo do povo. Estes dois termos devem constituir nosso ponto de referência: Jesus e o povo. Não é preciso olhar para mais ninguém. O corpo principal da comunidade de Jesus está na nave, onde está o povo. Este povo defende e protege o Altar. Purificação, oração e ensino devem constituir preocupação diária do povo de Deus e de seus coordenadores em relação aos espaços nos quais se congrega a comunidade. A purificação deve ser constante para que não se desvirtue a finalidade do lugar e do encontro. Se a oração se enfraquece, sempre pode ser reanimada para que Deus seja louvado e a intercessão seja feita. Deus fala e nós ouvimos num ensino permanente que torna o cristão revelador do projeto de Deus em favor do mundo. O Templo é casa de oração e de ensino. Seu espaço tinha sido corrompido a serviço de um comércio questionável. Tudo se fazia com a permissão das autoridades que se sentiram ameaçadas com a atitude de Jesus.
Fonte: NPD Brasil em 24/11/2017
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Lucas explica
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
___Olha São Lucas, a gente aqui do Terceiro Milênio da Era Cristã, está achando que podemos trabalhar esta reflexão em cima dessa acusação muito grave que Jesus faz contra os mercadores "Fizestes da minha casa um esconderijo de Ladrões".
___Vocês estão no caminho certo, mas falta incluir a frase inicial que é também muito importante "A minha casa é casa de oração...".
___Então há uma relação entre essas duas afirmações?
___Claro que há! Pense que uma casa de oração é antes de tudo um lugar de encontro...
___Certo! Encontro com os irmãos e irmãs e também com Deus. Mas encontro para que?
___Ótima pergunta, tem gente que pensa que é um encontro só para rezar.
___Mas não é?
___O Rezar juntos é apenas consequência de quem vive em comunhão e só está em comunhão com Deus e os irmãos quem se doa, dando algo de si para os outros. Quando você faz o contrário e tira algo dos outros para si, isso se chama "Roubo".
___Ah....! Quer dizer que ainda tem muitos "mercadores" em nossas comunidades?
___Claro que tem! Como tinha nas comunidades primitivas do primeiro século... Sempre que nos trabalhos pastorais somos um obstáculo para que os irmãos e irmãs não tenham acesso á esta Vida Nova oferecida por Jesus, estamos na verdade tirando algo que lhes pertence. Sempre que a Igreja não cumpre sua missão primária que é evangelizar, está também roubando algo valioso que não lhe pertence.
___É por isso que os Escribas, os Príncipes dos Sacerdotes e Chefes do Povo estavam querendo acabar com Jesus? Ele estava atrapalhando seus "negócios"...
___Isso mesmo, Jesus é alguém que se doa, os seus ensinamentos não são apenas retórica e discurso bonito, olhando para ele e prestando atenção naquilo que fala e faz, a comunidade facilmente irá se dar conta dos mercenários disfarçados de pastores que há em seu meio.
2. Todos os dias, Jesus ensinava no templo - Lc 19,45-48
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Terminada a sexta etapa da viagem, Jesus entra em Jerusalém por Betfagé e Betânia. Montado num jumentinho, desce a encosta do Monte das Oliveiras. É aclamado pelo povo, mas lamenta-se sobre Jerusalém e prediz a sua destruição. Vai então ao Templo e expulsa os vendedores que lá estavam, dizendo com o profeta Isaías: “Minha casa será casa de oração. Vós, porém, fizestes dela um antro de ladrões”. Ficou por ali, ensinando todos os dias no Templo. As autoridades judaicas queriam matá-lo, mas o povo gostava de ouvir o que Jesus ensinava. O comércio era intenso no Templo, e a atitude de Jesus preocupou quem tinha ali seu ganha-pão, mas a preocupação maior foi das autoridades. Com que autoridade Jesus expulsou os vendilhões do Templo? Os chefes dos sacerdotes e do povo e os escribas estavam preocupados com a sua autoridade. Jesus tinha praticamente se apossado do Templo. “Quem te deu essa autoridade?”, vão lhe perguntar. Jesus não dará resposta nenhuma, mas colocará outra pergunta, que deixará as autoridades judaicas sem resposta: “O batismo de João era do céu ou dos homens?”. A Cidade Santa, o Templo, o povo como nação estavam com seus dias contados. O que ficará de toda uma história? Para os cristãos, fica Jesus, em quem toda a história se concentra e se realiza. Ele é o Templo de Deus, a Cabeça de um Corpo do qual somos membros.
Fonte: NPD Brasil em 22/11/2019
Liturgia comentada
Casa de oração... (Lc 19,45-48)
O Evangelho manifesta o zelo de Jesus pela Casa do Pai e sua percepção do caráter “sagrado” do ambiente do Templo. Sua acusação contra os profanadores é acentuada pelo contraste das duas definições: casa de oração X antro de salteadores! Boa ocasião para refletir sobre nossa atitude em nossos templos. Ainda mais nas igrejas católicas, onde a presença eucarística – Jesus vivo nas espécies consagradas! – exige muito mais respeito, veneração, adoração. Muito além da “função” do edifício consagrado a Deus, é a “presença real” do Senhor que questiona nossas atitudes na igreja, o modo de vestir, o repertório musical e o modo de executar os instrumentos.
Óbvio, nem tudo vai bem. Roupas pouco decentes, chicletes colados aos bancos, clima de bate-papo descontraído, canções profanas no culto divino, o “Tema de Lara” (a música-tema da concubina, no filme “O Doutor Jivago”) em pleno matrimônio cristão, como fundo para a entrada da noiva, além da bateria espalhafatosa, que impede a interiorização e a intimidade com Deus, e os “bailes cristãos” no mesmo espaço da celebração eucarística...
A “Congregação para o Culto Divino” (1987) lembra a finalidade do espaço sagrado: “Desde a antiguidade, se chamou igreja o edifício em que a comunidade cristã se reúne para escutar a palavra de Deus, para orar unida, para receber os sacramentos e para celebrar a Eucaristia, e para a adorar nele como sacramento permanente.” [...] “As igrejas não podem ser consideradas como simples lugares públicos, disponíveis para qualquer tipo de reuniões. São lugares sagrados, isto é, separados, destinados de modo permanente ao culto de Deus, desde o momento de sua dedicação ou da bênção.” Os templos são “sinais da Igreja peregrina aqui na terra, imagens que anunciam a Jerusalém celestial, lugares em que se atualiza o mistério da comunhão de Deus com os homens, sinal da permanência de Deus entre nós”.
Daí, a advertência: “Quando as igrejas são utilizadas para outras finalidades diversas da própria, põe-se em perigo a sua característica de sinal do mistério cristão, com consequências negativas, mais ou menos graves, para a pedagogia da fé e a sensibilidade do povo de Deus, tal como recorda a palavra do Senhor: ‘A minha casa será casa de oração’ (Lc 19,46)”.
Quem nos vê na igreja, sabe que Deus está presente?
Orai sem cessar: “Louvai a Deus no seu santuário!” (Sl 150,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 22/11/2013
HOMILIA
JESUS NO TEMPLO
Naquele tempo a celebração da Páscoa acontecia anualmente no templo em Jerusalém. Era uma das três festas anuais que exigiam o comparecimento de todos os homens, sendo as outras a festa de Pentecostes e a dos Tabernáculos. A festa da Páscoa comemorava a saída dos judeus da escravidão no Egito (Êxodo 12:1-13) e começava aproximadamente no décimo quarto dia de abril em nosso calendário, durando sete dias ao todo. A Páscoa propriamente era celebrada no dia inicial, seguindo-se depois a festa dos Pães Ázimos.
Muitas judeus com suas famílias viajavam do mundo inteiro para Jerusalém durante essas festas. Assim, durante a Páscoa, a área do templo ficava sempre abarrotada com milhares de visitantes além dos seus habitantes.
Todo israelita de vinte anos para cima tinha que pagar anualmente na tesouraria sagrada do templo meio siclo como um oferecimento ao Senhor (Êxodo 30:13-15), e isto com a tradicional e antiga moeda hebraica deste valor exato. O povo também era obrigado a oferecer animais como sacrifício pelos pecados. Muitos não podiam trazer consigo seus animais porque vinham de longe, ou porque não dispunham de animais nas perfeitas condições exigidas.
Havia, portanto, grande procura de moedas de meio siclo assim como de animais próprios para os sacrifícios e holocaustos na festa da Páscoa. Para facilitar o comércio, os líderes religiosos permitiam que cambistas de moedas e comerciantes montassem suas bancas e barracas na corte dos gentios no templo, mediante um aluguel. Era lucrativo para os negociantes e rendoso para os sacerdotes, à custa dos que vinham oferecer sacrifício. O templo de Deus estava sendo usado de forma inadequada, e a perseguição do ganho material e o uso de práticas gananciosas predominavam. A Casa de Deus tinha se tornado uma espécie de bolsa de mercadorias ou feira livre.
O Senhor indignou-se com isto e, tendo feito um chicote de cordas, expeliu todos do templo com seus animais, espalhou o dinheiro dos cambistas e virou-lhes as mesas, dizendo aos que vendiam as pombas “tirai daqui estas coisas: não façais da casa do meu Pai casa de negócio”, pois estavam fazendo um escárnio da casa de Deus. Ao término do seu ministério, aproximadamente três anos mais tarde (Mateus 21:12-17; Marcos 11:12-19; Lucas 19:45-48), Ele repetiu esta “limpeza”, pois o motivo de lucro daquela gente era mais forte que o desejo de conservar a santidade do templo.
Deus sempre preveniu seu povo contra o uso do culto a Ele para o seu próprio enriquecimento. O que o Senhor fez naquelas ocasiões não foi cruel ou injusto, mas era apenas a manifestação da sua santidade e justiça, o que fez com que seus discípulos se lembrassem do versículo no Salmo 69:9… “o zelo da tua casa me devorou”. Este salmo é citado dezessete vezes no Novo Testamento e é um dos seis salmos mais citados no Novo Testamento.
Jesus tinha amplos motivos para dizer que os comerciantes gananciosos haviam transformado o templo de Deus num “covil de salteadores”. Para poder pagar o imposto do templo, os judeus e os prosélitos procedentes de outros países tinham de trocar seu dinheiro estrangeiro por moeda aceitável. Os cambistas operavam negócios lucrativos, cobrando uma taxa para cada moeda cambiada. Jesus os chama de salteadores, sugere que as taxas deles eram tão excessivas, que na realidade extorquiam dinheiro dos pobres.
Alguns não podiam levar seus próprios animais para ser sacrificados. Todos que os levavam tinham de submetê-los a um exame feito por um inspetor no templo por uma taxa. Muitos que não queriam arriscar-se a ter um animal rejeitado depois de trazê-lo de longe, compravam um leviticamente “aprovado” dos negociantes corruptos no templo. Muitos dos camponeses pobres eram bem enganados ali.
Há evidência de que o ex-sumo sacerdote Anás e sua família tinham capital investido nos comerciantes no templo. Escritos rabínicos falam de “bazares dos filhos de Anás [no templo]”. O lucro que recebiam dos cambistas e da venda de animais na área do templo era uma das suas principais fontes de renda. A ação de Jesus, de expulsar os comerciantes, não só tinha por alvo o prestígio dos sacerdotes, mas também os bolsos deles. Não será que esta cena ainda se repete em nossos dias nas festas dos padroeiros em nossas paróquias e capelas?
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra 22/11/2013
REFLEXÕES DE HOJE
SEXTA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 22/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
A casa de Deus é uma casa de oração
A casa de Deus é uma casa de oração, a casa do Senhor é o lugar para o encontro com Ele.
“Minha casa será casa de oração. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões” (Lc 19,46)
No Evangelho de hoje, Jesus entra no Templo de Jerusalém e, com o zelo que move o Seu coração, começa a expulsar os vendedores que estão ali dentro. O Senhor ensinava no Templo, Ele não permitia que se fizesse da casa do Pai uma casa de bagunça, de comércio ou de qualquer coisa parecida.
A casa de Deus é uma casa de oração, a casa do Senhor é o lugar para o encontro com Ele. Em primeiro lugar, este templo de Deus somos nós; o lugar onde Ele vive, mora, habita, onde Ele faz a Sua moradia é o coração de cada um de nós. Quanta bagunça, meu Deus, quanta agitação, quantas coisas inconvenientes dentro de nós! Mas Jesus expulsa os vendilhões, expulsa também tudo aquilo que está deixando o nosso coração uma bagunça: a confusão de sentimentos e atitudes, os receios, os temores. Tudo aquilo que é dissimulado o próprio Jesus ordena que saia do nosso coração.
O lugar da morada de Deus é a igreja, é o templo; é o lugar onde vamos para nos encontrar com o Senhor, para orar com Ele. Como é importante, meus irmãos, irmos à igreja e não voltarmos da mesma maneira! Por isso é muito importante, ao chegarmos à igreja, na hora de começar a celebração, que não saiamos correndo e que não conversemos com as outras pessoas.
Às vezes, vamos à igreja, à casa de Deus, e nos encontramos com todo mundo, reparamos nisso e naquilo, mas não nos concentramos no essencial. Muitas vezes, nós mesmos permitimos que nossa igreja vire uma bagunça. Os pais deixam suas crianças correrem dentro dela de um lado para o outro; há muita gritaria, muita conversa, barulho o tempo inteiro.
As pessoas não conseguem se concentrar na casa de Deus para orar. Ele, hoje, está nos chamando a retomarmos o nosso zelo, ajudarmos uns aos outros a tomarmos consciência do sagrado, o lugar sagrado que somos nós, o lugar da morada do Pai. Não nos esqueçamos de que a igreja não é parque de diversões nem ponto de encontro, mas é lugar de oração, do nosso encontro único com o Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
Jesus retira a agitação do nosso coração
Permitamos que Jesus purifique ”o templo” que nós somos, tire o verdadeiro rebuliço, a agitação que há dentro de nós
“Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’.” (Lucas 19,45-46)
O templo é um lugar sagrado, e o sagrado é o lugar da presença de Deus. É o local do nosso encontro com o Divino e do nosso encontro com o Senhor. Vamos ao templo para nos encontrar com Deus, e para que o nosso ser volte-se para Ele.
Não podemos deixar de nos encontrar com Deus, e nem deixarmos de sermos revigorados e transformados por Ele, porque a nossa casa é casa de oração, é o lugar do encontro com Deus.
Quando Jesus expulsa os vendedores do templo, está expulsando, na verdade, aquilo que impede o templo de ser o lugar de oração. O Jesus que expulsa os vendedores do templo, é aqu’Ele que expulsa de nós, aquilo que deixa o templo (nós) agitados. Percebemos quando vamos para uma feira ou a um comércio, que eles são lugares de agitação: as negociações, as vendas; alguns gritando para lá e para cá; outro oferecendo a sua oferta imperdível.
Dentro do nosso interior há uma verdadeira agitação, um verdadeiro ”comércio”. Há rebuliços dentro de nós, na nossa afetividade; há preocupações: materiais, econômicas, financeiras que causam verdadeiros tumultos dentro de nós.
Permitamos que Jesus, purifique esse templo que somos nós, tire esse verdadeiro rebuliço, essa agitação que há dentro de nós, Retire o que chamamos de preocupações demasiadas, exageradas com as coisas da vida.
Precisamos expulsar, com a autoridade de Jesus, as confusões mentais, espirituais, as agitações que criamos dentro de nós, a vontade que temos de responder, de resolver as coisas de uma vez só, criando uma confusão em nós.
O templo é o lugar da serenidade, da paz interior, é o local onde o nosso ser se envolve em Deus, não é só o “templo igreja”. A todo tempo a igreja é o lugar da presença de Deus. Precisamos permitir que, Jesus expulse de nós, o que não nos permite sermos homens e mulheres de oração. Não conseguimos orar de verdade, estamos sempre muito agitados, preocupados, com muitas coisas para fazer, e quando paramos para orar parece que o mundo desce até nós.
Peça ao Senhor: “Purifica Senhor, renova, tira do meu coração toda e qualquer agitação, perturbação, inquietação, excessos de vaidades e coisas que perturbam o meu interior, para que o meu ser, o meu coração, tornem-se cada vez mais, um templo vivo para se encontrar Contigo, com a Sua graça”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/11/2017
HOMILIA DIÁRIA
Somos o lugar da presença de Deus
“Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: ‘Está escrito: Minha casa será casa de oração’.” (Lucas 19,45)
Esta é a primeira verdade: a casa de Deus é casa de oração, o templo, a capela, o santuário. Qualquer lugar onde nós vamos que se chama Igreja é o lugar da presença de Deus. E o lugar da presença de Deus é o lugar de orarmos a Deus, falarmos com Ele, estarmos em comunhão com Ele.
Não façamos das nossas igrejas lugares para outras coisas. “O zelo pela sua casa me consome”. Foi consumido por esse zelo que Jesus expulsou os vendedores.
Ninguém precisa ser expulso da Igreja, mas precisamos expulsar de dentro de nós aquilo que não nos permite sermos templos vivos de Deus, Igreja de Deus e lugar da presença de Deus.
Vamos ao templo, mas não é para ficarmos confusos, e sim para sermos purificados, lavados e renovados para crescermos na comunhão com o Senhor. Por isso, o templo é o lugar de expulsar o mal, mas o primeiro templo somos nós. Somos o lugar da morada de Deus.
Deus habita em nós, e o batismo fez em nós o lugar onde Deus habita. Deus habita no nosso nosso coração, na nossa alma, no nosso corpo, no nosso ser, e não podemos transformar essa casa numa casa de comércio, de bagunça e agitação.
Já deu para ver o quanto somos agitados, o quanto somos bagunçados e confusos. O barulho que se faz na Igreja não vem principalmente de fora, ele vem de dentro. Olha o quanto a nossa cabeça está rezando, está pensando em mil e uma coisas. Olha o quanto estamos na presença de Deus, mas estamos cheios de devaneios, estamos indo para todos os lados e não nos centramos em Deus.
Deus habita em nós, e o batismo fez em nós o lugar onde Deus habita
A ação que Jesus fez naquele templo, é a ação que precisamos pedir e suplicar para que Ele realize todos os dias neste templo que é cada um de nós.
Precisamos expulsar tudo aquilo que está bagunçando o nosso interior, para que essa casa, que somos nós, seja casa de oração, seja casa e lugar da presença de Deus. Porque, se nós sucumbirmos a tudo aquilo que nos agita e nos perturba; se nos deixarmos levar pelas ansiedades da vida, se nos entregarmos às tribulações, às preocupações e às tensões que todos nós temos, não seremos e nem conseguiremos ser pessoas orantes, pessoas que, de fato, se colocam em comunhão com Deus.
Quando Deus quer falar conosco, Ele encontra tanto barulho dentro de nós, tem vozes, desejos, ambições, mágoas, ressentimentos, rancores e coisas confusas.
Expulsemos a confusão, saiamos da confusão, saiamos de tudo aquilo que interiormente nos agita, para entrarmos na sobriedade do Espírito, para sermos o lugar, a morada e onde Deus faz a Sua presença.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/11/2019
HOMILIA DIÁRIA
Coloquemos ordem na nossa relação com Deus
“Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração.’” (Lucas 19,45)
A casa de Deus não pode ser outra coisa senão casa de oração. É casa do encontro com Deus, da comunhão com Ele. A casa de Deus não pode virar, inclusive, casa para algazarra, bagunça, de forma alguma. Cada vez mais, estou consciente do zelo que nós precisamos ter com o templo, com a igreja, com o santuário, com a capela, com o lugar do nosso encontro com Ele.
É o zelo, inclusive, que preciso ter com a minha casa. Que triste é uma pessoa que não tem zelo pela sua casa! Sabe aquela casa desmazelada, largada e bagunçada? Sabe aquela pessoa que não tem zelo pelo seu quarto? Você entra no quarto e se perde, porque ali é tudo bagunçado, tudo de qualquer jeito.
Desmazelo não é só um defeito, é um problema, é uma falta de cuidado, é o relaxo com a vida. Quando as coisas externas estão bagunçadas, imagine o quanto internamente não estão bagunçadas as coisas dentro de nós!
A casa de Deus não pode ser outra coisa senão casa de oração
O zelo que manifesto pelas coisas externas, é o zelo que preciso ter com o meu próprio coração. Do mesmo jeito que não quero a minha casa, o meu quarto, o meu coração bagunçado, de qualquer jeito, não quero que vire uma algazarra minha vida nem minha casa. De forma alguma posso permitir que a Casa do Senhor também esteja assim.
Por isso que o próprio Jesus, manso e humilde de coração, mas não bobo, é tomado por uma santa ira que aqui é o zelo, o cuidado para não deixar que o inimigo se apodere. Porque é preciso dizer que o inimigo, o maligno, ele sim gosta da bagunça, da algazarra, das coisas perdidas para ninguém se encontrar.
Se chego na igreja e ali é tudo bagunçado, é tudo barulhento, ninguém se encontra com Deus, aí está muito bom! Você vai na igreja, faz aquela farra, vê todo mundo, abraça todo mundo. Que bom! Precisamos nos encontrar, abraçar-nos, mas não nos encontramos com Deus, não falamos com Ele, e é tudo que aquele que se perdeu quer que aconteça conosco, para que nos percamos, que percamos o caminho da vida, mesmo estando na Casa de Deus. Por isso não nos deixemos perder nessa vida. Coloquemos ordem na casa! Coloquemos ordem no nosso quarto, coloquemos ordem no nosso coração, e coloquemos em ordem a nossa relação com Deus.
Façamos do nosso quarto o lugar da oração. Façamos da Igreja o lugar do nosso encontro com Deus, porque, em meio a todas as agitações, permanecemos agitados e não nos acalmamos, não acalentamos o coração para entrarmos em comunhão com o Senhor.
É essencial e fundamental para que a nossa espiritualidade seja sólida, autêntica e verdadeira.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 19/11/2021
Oração Final
Pai Santo, nós te agradecemos por nossos templos. Ensina-nos a procurá-los, não para nos afastarmos do mundo, mas para – a partir deles – enxergarmos em profundidade a nossa missão de anunciar ao mesmo mundo a Boa Notícia do teu Reino de Amor, já presente em nós. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ‘o povo ficava fascinado…’ Dá-nos, também a nós, o dom do encantamento por Jesus, por suas palavras e sua vida. Queremos ouvir sua Mensagem, guardá-la no coração e torná-la viva em nossa existência. É o que te pedimos pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/11/2017
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós Te agradecemos por nossos templos. Ensina-nos a procurá-los, não como refúgio do mundo, mas para – a partir do templo – discernirmos melhor qual é a nossa missão no mundo: anunciar a Boa Notícia do teu Reino de Amor. Ele já está presente em nós! Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2019
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