quinta-feira, 21 de julho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 21/07/2022

ANO C


Mt 13,10-17

Comentário do Evangelho

Deus respeita profundamente a liberdade do ser humano.

À diferença de Marcos e Lucas, em que os discípulos se perguntam sobre o sentido das parábolas (Mc 4,10; Lc 8,9), em Mateus os discípulos perguntam o porquê do ensinamento em parábolas às multidões (v. 10). Por sua própria natureza, a parábola pode ter sentido para os que estão perto de Jesus e para os que estão longe pode ser uma palavra enigmática, incompreensível. Na sua resposta aos discípulos, Jesus faz uma distinção entre eles e as multidões. Aos discípulos é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, isto é, aos iniciados o ensinamento em parábolas os enriquecerá ainda mais, pois os fará entrar plenamente no mistério de Deus. Os discípulos são aqueles que fazem a vontade de Deus (7,21; 12,50), engajando-se no seguimento de Jesus. Eles fazem parte da família de Jesus (12,46-50) e, de dentro, compreendem a palavra de Jesus, que para os outros é incompreensível. Notemos que não se trata de uma distinção pretendida, mas de uma constatação feita. No entanto, essa distinção só existe porque Deus permite. Isso quer dizer que Deus respeita profundamente a liberdade do ser humano.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Fonte: Paulinas em 24/07/2014

Comentário do Evangelho

Sendo uma história didática, a parábola pode facilitar a compreensão da mensagem que está sendo transmitida. Exemplos concretos são captados mais rapidamente do que ideias abstratas. As pessoas em geral contam casos. Não discutem ideias. Jesus, porém, não fala em parábolas aos seus discípulos, não por serem mais inteligentes, mas porque a eles foi dado conhecer os mistérios do Reino. Outros veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. Jesus não está opondo classes. Está se referindo a uma categoria de pessoas que o ouvem, e mesmo sabendo quem ele é não o aceitam porque acham que ele veio para atormentá-los antes do tempo. Assim, de um recurso pedagógico a parábola passa a ser um instrumento de crítica, não aplicável aos discípulos, mas compreendida pelo bom entendedor cujo coração insensível ouve de má vontade.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas)
Fonte: Paulinas em 21/07/2016

Vivendo a Palavra

De que lado nós nos colocamos? Daqueles que têm ouvidos duros, que ouvindo, não entendem; e os olhos fechados, que vendo, não enxergam, ou somos discípulos de mente e coração abertos para acolher como roteiro de nossa viagem as parábolas do Senhor?
Fonte: Arquidiocese BH em 24/07/2014

Vivendo a Palavra

O Mestre justifica o uso das parábolas. Elas são o jeito delicado que o Pai lança mão para respeitar a nossa liberdade de filhos. Aqueles que se dispuserem a crer, têm nelas razão e motivo para fazê-lo. Aqueles de coração duro que não quiserem entender, não são violentados com a imposição do anúncio do Reino de Deus feito por meio das parábolas.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/07/2016

VIVENDO A PALAVRA

Parábola pede a participação ativa do ouvinte. Diante de uma parábola, nós devemos mergulhar no termo conhecido da comparação e ‘adivinhar’ a qualidade daquilo que queremos conhecer. A partir do poder de germinação do grão da mostarda no seio da terra, nós imaginamos o crescimento da semente do Reino dentro de nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2017

VIVENDO A PALAVRA

De um lado, os discípulos – gente simples, a quem foi concedido acolher e viver o Mistério, porque logo atenderam ao chamado e o seguiram; do outro lado, o povo curioso e desconfiado – que queria antes desvendar e compreender o Mistério, para só depois acolhe-lo e o seguir. A adesão do coração deve ser incondicional, um ato de entrega confiante. O conhecimento do Mistério é consequência e não condição para os que O seguem.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/07/2020

Reflexão

Quem procura ter os olhos, os ouvidos e o coração abertos para a mensagem de Jesus entende o que ele quer dizer com as parábolas, mas quem vive preocupado com interesses mesquinhos, busca de satisfação pessoal, fundamentando a sua vida no egoísmo, não entende as parábolas de Jesus. Somente aquelas pessoas que procuram fazer a vontade de Deus, buscando uma abertura para ele e para os irmãos e irmãs no sentido de viver cada vez mais e melhor o amor pode entender as parábolas de Jesus, pois essas pessoas procuram abrir espaço para que a graça de Deus atue, condição fundamental para que haja de fato entendimento da palavra de Jesus.
Fonte: CNBB em 24/07/2014 e 21/07/2016

Reflexão

Jesus conta parábolas para transmitir seus ensinamentos e mais facilmente atingir seus ouvintes. Mesmo usando esse recurso ao falar para as multidões, ele não obtém resultados satisfatórios. As pessoas parecem desligadas, insensíveis, superficiais. Ou então se põem a seguir Jesus, mas sua escolha é sem consistência. Logo desistem. São como o terreno cheio de pedras em que a semente brota, mas não desabrocha nem cresce. Aos discípulos, aos quais “é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus”, Jesus acrescenta explicações, esclarece pontos ainda obscuros para eles. Houve ocasião em que os discípulos explicitamente pediram a Jesus para lhes explicar a parábola do joio (cf. Mt 23,36). Eles fazem a experiência de conviver com Jesus, sorte que os antigos profetas não tiveram.
Oração
Senhor Jesus, declaras felizes teus discípulos porque podem testemunhar tua presença e a realidade do Reino. Em contrapartida, muitos dentre a multidão te buscam por mera curiosidade, sem sincero desejo de conversão. Abre nossa mente, Senhor, para acolher e praticar teus ensinamentos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 23/07/2020

Reflexão

Em suas pregações, Jesus sempre procurou chegar ao coração das pessoas, mas nem todas estavam dispostas a acolher sua mensagem. Suas propostas são para toda a humanidade, porém muitos não conseguem entendê-las ou não querem recebê-las, como no tempo dos profetas. Jesus estava ciente de que isso poderia acontecer também para com ele e alertou seus apóstolos e missionários que também precisam estar cientes disso. O coração insensível e a má vontade podem fechar os olhos das pessoas e as impedirem de ver, ouvir e compreender. Para Jesus, o contato com sua palavra é um privilégio e grande alegria, e proclama felizes todos os que conseguem ver e compreender suas mensagens e torná-las parte de sua vida. Segundo o Mestre, o importante é lançar a semente da palavra do Reino, pois sempre encontrará algum coração aberto (terreno bom) para acolhê-la.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Você procura ressaltar sempre o bem de seu próximo? - Corre risco às vezes de notar seus defeitos em primeiro lugar? - Procura ressaltar a ação de Deus nos corações ou vê apenas os defeitos? - Nota às vezes muito ar de superioridade ao seu redor? E em seu coração? - Se ainda não fez, faça a experiência de procurar em primeiro lugar as qualidades de seu próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 24/07/2014

Comentário do Evangelho

O MODO CONVENIENTE DE ENSINAR

Aparentemente, as parábolas parecem ser um modo inconveniente de ensinar. Jesus mesmo explica que fala em parábolas para que "olhando, não vejam e, embora ouvindo, não escutem nem compreendam". Se a finalidade da pregação era instruir os ouvintes, por que escolher um a maneira difícil de falar, de forma que o sentido das palavras não seria imediatamente captado? Qual terá sido a intenção de Jesus, ao optar por esta forma de ensinamento?
No Evangelho aparecem duas categorias de pessoas: a multidão e os discípulos. A multidão é formada por quem ouve Jesus por simples curiosidade, ou, pior ainda, com prevenção contra ele. A falta de uma prévia abertura para o Mestre impede-a de captar o sentido de seus ensinamentos. Resultado: a multidão permanece na superficialidade das palavras, como se tivesse tapado os ouvidos, e fechado os olhos, tornando-se incapaz de compreender e de se converter a Jesus. Para ela, as parábolas eram desprovidas de sentido.
Já os discípulos, por sua adesão sincera ao Mestre, estão aptos para conhecer os mistérios do Reino revelados nas parábolas. Ou seja, seus olhos vêem, e seus ouvidos ouvem. Para eles as parábolas atingem seu objetivo, e, deste modo, revelam-se como o modo mais conveniente de ensinar.
Jesus declara-os bem-aventurados por terem uma sorte bem diferente daquela da multidão. Eles experimentam o que os antigos profetas e justos ansiaram por experimentar.
Oração
Espírito que sensibiliza o coração, faze-me conhecer os mistérios do Reino revelados nas parábolas, pois eles correspondem ao desígnio do Pai para mim.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 24/07/2014

Meditando o evangelho

OUVIR SEM ENTENDER

Em seu ministério, Jesus deparou-se constantemente com o fenômeno da incredulidade. Com o passar do tempo, crescia a oposição dos seus inimigos, que o tornavam alvo de maledicências e perseguições.
Um texto da profecia de Isaías ajudou-o a compreender esta experiência. O profeta falara do "endurecimento do coração" de seus contemporâneos, insensíveis à sua pregação. Quanto mais o profeta falava, convidando-o à conversão, tanto mais recrudescia o fechamento do povo.
A postura dos mestres da Lei e dos fariseus levou Jesus a instruir os discípulos servindo-se de parábolas, de forma a velar seus ensinamentos. O pré-requisito para o entendimento das parábolas consistia em estar sintonizado com Jesus, para ser capaz de interpretá-las. Caso contrário, seriam apenas simples historinhas sem graça. Quem não as ouvir como se deve, será incapaz de compreendê-las com o coração.
O modo parabólico de falar revela uma clara distinção entre quem é e quem não é discípulo do Reino. Os primeiros são capazes de captar os mistérios do Reino escondidos em cada parábola. Os segundos são incapazes de ir além da materialidade das palavras, permanecendo na ignorância das coisas do Reino.
Feliz de quem se torna discípulo de Jesus, porque realiza um sonho acalentado por muitos profetas e justos: contemplar o Reino de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Fonte: Dom Total em 27/07/2017

Meditando o evangelho

POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?

Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não. Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
Fonte: Dom Total em 21/07/2016 23/07/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Saber ouvir
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando conversamos com alguém sobre algum assunto muito importante, mas notamos que o ouvinte está “longe” da conversa, distraído, olhando para os lados, preocupado com outras coisas, lógico que não sentimos vontade de continuar, e assim logo encerramos o assunto ou transformamos a conversa em uma futilidade, que não requer tanta atenção do outro.
Na celebração de casamentos às vezes enquanto o Padre ou o Diácono capricha na homilia, os noivos estão dando risinhos entre si, ou olhando para a cara de algum padrinho engraçado, ou olhando a daminha ou o noivinho, ou o que é ainda pior, fazendo pose para uma foto. Como diz o caboclo, “dá uma réiva”, e daí a gente logo conclui, e perde a vontade de continuar com a reflexão, pois os principais interessados, que são os próprios celebrantes, estão distraídos, a palavra é apenas um ruído, um barulho que não passa dos ouvidos.
Para fazer esse desabafo no evangelho de hoje, Jesus deve ter passado essa experiência inúmeras vezes diante da multidão, ele ali falando com entusiasmo do Reino Novo, falando e revelando o Pai, e o povaréu nem aí com o “peixe”, parece que só se ligavam quando Jesus fazia algum milagre, daí a coisa fervia, pois milagre não exige compromisso da parte de quem o recebe.
Temos em nossas vidas pessoas com quem conversamos todo dia, mas algumas nos são especiais, e com essas a conversa passa do mero formalismo para um colóquio, algo mais profundo. As multidões sempre seguiram Jesus, no meio delas havia aquelas que viam em Jesus alguém especial, interessava-se em ouvi-lo, prestando toda atenção, porque suas palavras traziam esperança, fortalecimento, coragem e conforto, e com isso trazia também a vontade de pensar diferente e construir um mundo novo. Não era apenas uma mensagem bonita que deleitava os ouvidos, mas era algo que entrava no coração, no centro da vida, provocando mudanças…
Mas havia também os “avoados”, os interessados em buscar em Jesus alguma vantagem, esses até o aplaudiam e o admiravam, mas não estavam interessados em mudanças radicais de vida, ouviam as pregações, entravam por um ouvido e saia pelo outro. Jesus era só mais um pregador entre outros, muito bom, falando com sabedoria, mas era só mais um. Assim é que o homem da pós-modernidade vê o cristianismo, como mais uma religião entre centenas de milagres, como uma Filosofia de Vida, entre tantas outras, muito boa, sólida, consistente, tradicional, mas é só mais uma…
Os Discípulos foram escolhidos do meio da multidão, o Senhor viu neles, muito mais do que ouvidos atentos, mas corações abertos, sedentos de esperança e uma total disponibilidade para segui-lo. Não são homens especiais e superdotados de algum poder sobrenatural, mas para eles Jesus não é apenas mais um, é o Único e absoluto. Com eles Jesus inicia o Novo Povo de Deus, os homens e mulheres da Nova Aliança, haverá entre Jesus e eles um forte elo como havia no Código da Aliança entre Deus e Israel “Eu serei o Vosso Deus e Vós sereis meu Povo” em uma relação única e particular.
Por isso Jesus os trata de modo especial e os introduz pedagogicamente ao conhecimento sobre os mistérios do Reino dos Céus, que não é revelado a multidão. Hoje esses discípulos estão nas nossas comunidades cristãs, são todos os batizados que se abriram á Graça de Deus, que foram capazes de se encantarem com Jesus e seu evangelho, e se colocam sempre disponíveis para construir esse Reino que é Eterno. Jesus não fala mais em parábolas, ele é o Logus do Pai, a sua Palavra encarnada no meio de nós, ele se entrega totalmente na Eucaristia em cada celebração.
Ai de nós se o ouvirmos de má vontade, sem nenhuma disposição interior para o segui-lo, ai de nós se não o acolhermos com o coração aberto... Melhor seria nem ser batizado e não ter se apossado do nome de Cristão.

2. Por que lhes falas em parábolas?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Falar em parábolas refere-se ao conteúdo mais do que ao método didático. A parábola costuma ser uma pequena história que ilustra um ensinamento. Torna mais fácil a compreensão do que está sendo dito. Ao dizer que fala aos de fora em parábolas e aos discípulos explica tudo, Jesus não está se referindo a um método didático, e sim ao conteúdo. Se não todas, muitas parábolas contêm uma crítica a um determinado tipo de ouvintes, que ouvem com má vontade e, vendo, não querem enxergar. Compreendem o que está sendo dito, mas, como não se deixam tocar, a parábola dá a entender que serão substituídos por quem produzirá fruto. O que foi dito aos judeus da época de Jesus foi dito também aos cristãos por São Paulo, quando afirmou que um enxerto se corta da mesma forma como se corta um ramo natural.
Fonte: NPD Brasil em 27/07/2017

HOMILIA DIÁRIA

Não permitamos que a indiferença nos afaste da Palavra de Deus

Porque é pela indiferença, é pela falta de atenção e de diligência para com Deus e com a Sua Palavra que o nosso coração vai perdendo o gosto por Deus e pelas coisas d’Ele.

Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure” (Mateus 13, 15).

Que dureza é esta Palavra de Jesus para o nosso coração! Na verdade, Ele nos mostra a realidade do coração humano que simplesmente se fecha, se bloqueia e exclui a Palavra de Deus da sua vida e do seu coração. Assim como houve um grupo de judeus que se mostrou incrédulo, indiferente, fechado e ignorou a Palavra de Deus e esta não pôde produzir frutos em seu coração, porque os olhos se fecharam para não ver, os ouvidos se cerraram para não ouvir. Sobretudo, a compreensão dessas pessoas não se abriu para compreender os mistérios profundos do Reino de Deus.
Nós, homens destes tempos modernos, dos tempos em que nós vivemos, temos que nos vigiar e prestar atenção para que a indiferença e a frieza não tomem conta também do nosso coração. Porque é pela indiferença, é pela falta de atenção e de diligência para com Deus e com a Sua Palavra que o nosso coração vai se esfriando e perdendo o gosto e o sabor por Deus e pelas coisas d’Ele. Sobretudo se a ansiedade toma conta de nós, vamos ficando aos poucos indiferentes a Deus e à Sua Palavra.
Você sabe o quanto a indiferença dói no coração, quando você chega para falar algo a alguém e a pessoa não dá nem importância ao que você está lhe dizendo, quando dentro da própria casa, da mesma família e do mesmo ambiente de trabalho as pessoas mal se cumprimentam e mal se olham; porque ninguém está ligando no problema do outro, na fala do outro, na comunicação do outro. Cada um está fechado em si mesmo, e este fechamento, meus irmãos, minhas amadas irmãs, acontece também em nós quando nos fechamos, quando não nos abrimos para permitir que a Palavra de Deus produza frutos em nosso coração.
Muitas vezes, nós a escutamos, a achamos bonita e boa, mas quantas vezes nós a escutamos e não compreendemos o que nos foi falado, pois nossa mente e nosso coração estão longe, voando, e não nos abrimos para o essencial.
Que Deus hoje quebre toda a frieza, toda a indiferença, toda a falta de sensibilidade do nosso coração para com a Palavra d’Ele! Que Deus abra as janelas e nossos ouvidos; que Ele nos abra por inteiro para que nenhuma insensibilidade tire a força da Palavra de Deus de nossas vidas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Contemplemos o Reino de Deus entre nós

O Reino de Deus está no meio de nós. Precisamos, de fato, abrir os nossos olhos para contemplar e fazê-lo acontecer no meio de nós.

Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não ouviram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram” (Mateus 13, 17).

Precisamos tomar consciência da graça que nos é concedida, pois a graça que Deus nos concede não é pequena ou qualquer, é uma graça sublime. Somos uma geração feliz e bem-aventurada, porque podemos ouvir, ver, contemplar e tocar no Reino de Deus, presente no meio de nós.
Não podemos negar que há ouvidos que se serraram, estão fechados, não se abrem para ouvir as maravilhas do Reino de Deus. Não podemos negar que há olhos vedados, olhos fechados, que não se abrem para contemplar as maravilhas do Reino dos Céus. Constatamos que entre nós, e muitas vezes conosco, o coração está fechado, travado, não se dilacera para tocar nas realidades do Reino dos Céus, que estão presentes no meio de nós.
Ficamos, muitas vezes, tão confusos, porque, no meio de nós, há tantas coisas ruins e negativas; há tantas realidades drásticas no mundo em que vivemos, que desanimamos e dizemos: “Este mundo não presta! Este mundo está no fim! Este mundo acabou!”.
A maravilha, a graça, é perceber que, no meio de tantas coisas erradas, no meio de tantas maldades, o bem prevalece. O Reino de Deus está no meio de nós. Precisamos, de fato, abrir os nossos olhos para contemplar e fazê-lo acontecer no meio de nós!
Não podemos ser tomados pelo medo ou pela indiferença, porque, quando nos tornamos indiferentes às coisas de Deus, as coisas estragam, azedam dentro de nós. Ficamos realmente negativistas, olhamos o mundo pelo prisma do mal, porque está tudo mal e negativo. Mas eu olho e vejo o Reino de Deus acontecer, vejo-o no meio de nós quando contemplamos as pessoas que fazem o bem, o milagre das vidas que são transformadas, quando contemplamos a mão de Deus transformando vidas e corações.
A felicidade está, justamente, em contemplar e ver o Reino de Deus acontecer, mesmo em meio às trevas, mesmo em meio à escuridão do mundo em que vivemos. Louvado seja Deus, porque nos dá olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para vibrar com o Seu Reino presente no meio de nós!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/07/2016

HOMILIA DIÁRIA

A sabedoria é revelada aos humildes

A sabedoria é revelada aos simples e humildes. Estes entram na dinâmica e na lógica do Reino de Deus, porque Ele fala em todas as coisas.

Os discípulos disseram a Jesus: ‘Por que tu falas ao povo em parábolas?’ Jesus respondeu: ‘Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado’” (Mateus 13,10-11).

Essa resposta de Jesus causa uma estranheza ao saber que a alguns é dado o conhecer e entender, mas a outros não. A compreensão não é essa! A verdade é que alguns querem compreender e acolher, mas outros não; alguns fazem esforços para entrar na lógica, na dinâmica do Reino de Deus, mas outros se comportam com total frieza e indiferença.
Jesus está dizendo aos discípulos e a nós: “Felizes os olhos que veem o que vocês veem e os ouvidos que ouvem o que vocês estão ouvindo, porque muitos profetas desejaram ver tudo isso e não puderam ver”. A verdade é que a quem muito está sendo dado muito está sendo rejeitado ou  indiferente. “Eu não consigo compreender o que o padre fala. Não consigo compreender o que está na Bíblia”.
A Bíblia, a Palavra de Deus, a Igreja, a vida em si é uma parábola. As coisas não são dadas a nós picotadas, é a sabedoria do querer saber, conhecer e aplicar-se em correr atrás que nos dá a verdadeira compreensão.
Todo pai, toda mãe começam a explicar a vida para um filho por meio de parábolas. É assim que se começa a explicar como é o mundo, como são as coisas; com o passar do tempo, aquilo que explicamos em significados mais simples vai se tornando mais compreensível.
O Reino de Deus também é da mesma forma. Certas coisas não são explicadas por ensinamentos enigmáticos, mas de uma forma que todos possam compreender, usando a lógica, o raciocínio, os elementos da natureza. Essa é a riqueza das parábolas, das comparações e dos ensinamentos. Um bom entendedor para, reflete, medita e entende: “Para mim, é isso que essa Palavra quer dizer”. Essa é a sabedoria, pois alguns querem apenas conhecimentos históricos, querem apenas dizer: “Eu aprendi isso e aquilo”.
A Palavra de Deus é um ensinamento que se aplica a nossa vida. Quando eu me abro para viver o que isso quer dizer a mim, é assim que eu aprendo com a vida. Se acontece uma tragédia, um acidente, o que eu estou aprendendo? Que eu não devo andar assim, que eu devo cuidar para não fazer a mesma coisa. Quando eu vejo uma coisa boa acontecendo com aquela pessoa eu penso: “Olha o exemplo dela”. Ninguém precisa copiar ninguém, mas o que é bom tem de ser aprendido, refletido e meditado.
Vemos tantas coisas boas e ruins acontecerem! E há pessoas que não aprendem com nada. Ou seja, quem não busca compreender, de fato, não vai compreender, mas quem se abre para compreender, por mais simples e mais humilde que seja, a sabedoria é revelada aos simples e humildes, estes entram na dinâmica e na lógica do Reino de Deus, porque Ele fala em todas as coisas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/07/2017

HOMILIA DIÁRIA

Unamos o nosso coração à graça de Deus

“Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração” (Mateus 13,15).

Jesus, hoje, está dizendo aos Seus discípulos qual o motivo de Ele explicar o Reino dos Céus em parábolas. É até estranho Ele dizer que aqueles que não veem, não enxergam mesmo, e aqueles que não escutam, não compreendem (cf. Mateus 13,13). Porque, na verdade, é assim. Aqueles que, de fato, se abrem para acolher o Reino de Deus em Jesus, os olhos irão se abrir para vê-Lo, os ouvidos irão se abrir para ouvi-Lo e o coração há de se dilatar para acolhê-Lo. Então, quem tem, terá mais ainda, mas quem não tem, até o pouco que tem deixará de ter, porque simplesmente fechou o coração.
E Jesus está dizendo: “O coração deste povo é insensível”. Não podemos nos tornar insensíveis à graça de Deus. E não é só a sensibilidade do sentimentalismo. Tomemos cuidado, porque o sentimentalismo é um engano! Aqui, é a sensibilidade com a graça e com aquilo que é de Deus.
No meio de tantos afazeres, preocupações e ocupações que temos na vida, vamos, aos poucos, perdendo a sensibilidade da graça, e o que é pior: vamos ter má vontade. Quantas pessoas têm má vontade para ir à Missa, para fazer as orações, para meditar a Palavra de Deus. À medida que a má vontade e a insensibilidade espiritual tomam conta de nós, os olhos vão se fechando, o olhar da graça vai se perdendo, os ouvidos vão travando, não conseguimos mais ouvir a Palavra de Deus, o coração se fecha, não nos convertemos e não tocamos na graça.

Precisamos, em meio às frustrações e decepções, nos tornar mais unidos e ligados à graça de Deus

Nós nos acomodamos porque somos da Igreja há tanto tempo, porque já lemos toda a Palavra de Deus, porque já rezamos bastante – mas, infelizmente, não compreendemos nada –, porque a insensibilidade vai tomando conta de nós. Vamos nos acostumando com o comum, e não vamos nos sensibilizando para aquilo que a Palavra pode e deve realizar em nossa vida.
Cuidemos de nossas emoções e dos nossos sentimentos, porque se eles são conduzidos pelas decepções, mágoas ou frustrações que muitas vezes experimentamos na vida, isso vai nos tornando insensíveis para a graça, quando, na verdade, é contrário: precisamos, em meio às frustrações e decepções, nos tornar mais unidos e ligados à graça de Deus.
É aí que precisamos ser cada vez mais unidos a Jesus e à graça, mas se nos fazemos de vítima, de coitado, se nos colocamos como aquele que diz: “Religião não vale”. “A Igreja é isso”. “O outro é aquilo”… Perdemos ou estamos perdendo a sensibilidade para o essencial, e por isso a Palavra não tem tido força nem ressonância no nosso coração.
O problema não é a Palavra, não é Deus, não é Igreja nem são as situações, o problema somos nós que nos deixamos focar naquilo que é a nossa vontade ou nos deixamos levar pelas decepções, mágoas, e perdemos a sensibilidade religiosa.
Trabalhemos para sermos cada vez mais sensíveis ao Reino dos Céus, para que a piedade divina, para que todos aqueles sentimentos religiosos, verdadeiros e autênticos, que um dia foram depositados em nosso coração, sejam ressuscitados pelo poder da graça de Deus, porque, no final, tudo passa, e é a nossa união com Deus que prevalece.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/07/2020

Oração  Final
Pai Santo, que revelaste o inefável mistério de teu Reino de Amor através de parábolas tão simples, acolhe-nos como crianças em tua Santa Morada e nos faças generosos para partilhar com os peregrinos desta vida o Caminho, a Verdade e a Vida que nos foram revelados pelo Cristo Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/07/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, envia teu Espírito sobre nós! Dá-nos ouvidos capazes de ouvir, olhos capazes de enxergar e coração capaz de compreender o exemplo de vida e as parábolas do Evangelho proclamado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, dá-nos a singeleza das crianças para atendermos apressadamente ao chamado de teu Filho. Guarda-nos de toda pretensão de conhecimentos humanos, de profundos estudos das ciências naturais e de grandes habilidades artísticas. Infunde em nós a Lei do Amor, própria dos Filhinhos-crianças do Reino dos Céus. Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/07/2020

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