domingo, 12 de setembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/09/2021

ANO B


24º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“E vós, quem dizeis que eu sou?” Mc 8,29

Mc 8,27-35

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A convivência com Jesus leva a uma opção radical de vida: ao aceitá-lo como o Messias, filho do Deus vivo, aceitamos também que sua missão é libertar o ser humano do pecado e das amarras da morte. Esse caminho nos mostra que, somente após a entrega da própria vida, podemos alcançar a ressurreição.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui nos encontramos reunidos no amor de Cristo para celebrarmos o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. Participando do mistério de sua Páscoa, por esta Eucaristia, renovaremos nossa aliança de amor e, como Pedro, confessaremos na Igreja e com a Igreja a nossa fé em Jesus, Filho de Deus e Salvador do mundo que nos dá coragem para tomar a cruz de cada dia, fruto de nossa adesão a Ele e ao seu Reino.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste domingo, a mensagem é sobre o sofrimento que acompanha o profeta em sua missão. A Palavra de Deus, muitas vezes, e em muitos ambientes, encontra resistência. Deus pede transformação e conversão, mas isto não agrada a muita gente. Então, como o ímpio não pode atingir a Deus, procura atingir o seu mensageiro. Como ouviremos na primeira leitura, o servo de Deus não deve correr nos momentos difíceis, porque Deus não o abandonará jamais. Jesus mesmo profetiza no Evangelho que ele não passará sem sofrimento e morte, mas vencerá pela ressurreição. Isto faz parte da vida daquele que quer transformar o mundo e trazer vida para os demais. Que a Bíblia seja para nós, realmente, o livro que contém a Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste domingo, o terceiro do mês da Bíblia, somos convidados a dar nosso testemunho a respeito de quem é Jesus. Ele quer ouvir de nós o que pensamos e dizemos dele: não basta a resposta dos outros; cada um deve dar a própria resposta e aderir à sua pessoa. Crendo que Jesus é o Messias, o enviado de Deus, nossa fé se manterá inalterada mesmo diante de provocações, e se traduzirá em obras a favor da fraternidade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui nos encontramos reunidos no amor de Cristo para celebrarmos o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. Participando do mistério de sua Páscoa, por esta Eucaristia, renovaremos nossa aliança de amor e, como Pedro, confessaremos na Igreja e com a Igreja a nossa fé em Jesus, Filho de Deus e Salvador do mundo que nos dá coragem para tomar a cruz de cada dia, fruto de nossa adesão a Ele e ao seu Reino.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste domingo, a mensagem é sobre o sofrimento que acompanha o profeta em sua missão. A Palavra de Deus, muitas vezes, e em muitos ambientes, encontra resistência. Deus pede transformação e conversão, mas isto não agrada a muita gente. Então, como o ímpio não pode atingir a Deus, procura atingir o seu mensageiro. Como ouviremos na primeira leitura, o servo de Deus não deve correr nos momentos difíceis, porque Deus não o abandonará jamais. Jesus mesmo profetiza no Evangelho que ele não passará sem sofrimento e morte, mas vencerá pela ressurreição. Isto faz parte da vida daquele que quer transformar o mundo e trazer vida para os demais. Que a Bíblia seja para nós, realmente, o livro que contém a Palavra de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 16/09/2018

CENTENÁRIO DO CARDEAL ARNS

No dia 14 de setembro próximo, comemoramos o centenário do nascimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns, 5º Arcebispo metropolitano de São Paulo. Nascido em 1921 em Forquilhinha, hoje pertencente à diocese de Criciúma, SC; fez seus estudos nos seminários franciscanos, sobretudo em Petrópolis e, depois da ordenação sacerdotal, estudou em Paris, onde conseguiu o doutorado. Foi professor de filosofia e teologia em Petrópolis. Em 1966, o Papa São Paulo VI o nomeou Bispo Auxiliar de São Paulo, ao lado do Cardeal Rossi.
Em 1970, o Cardeal Rossi foi chamado por Paulo VI para assumir a Congregação para a Evangelização dos Povos, em Roma, e Dom Paulo tornou-se Arcebispo de São Paulo. Poucos anos depois, foi eleito Cardeal pelo mesmo São Paulo VI, com quem o Cardeal Arns sempre teve grande proximidade e estreita sintonia.
Dom Paulo procurou dinamizar a evangelização e a vida pastoral na Arquidiocese, atendendo às necessidades da metrópole, que crescia vertiginosamente e precisava de uma atenção especial para as imensas periferias. Ele procurou traduzir em novas práticas organizativas e pastorais as diretrizes do Concílio Vaticano II no que se refere à participação do povo na vida e missão da Igreja. Teve atenção especial para os pobres e desvalidos da comunidade urbana, dando origem e fortalecendo numerosas obras sociais e organizações pastorais voltadas para a promoção da caridade e da dignidade humana.
Iniciou sua missão como Arcebispo em pleno período do regime militar, quando as liberdades democráticas e políticas, o respeito à dignidade humana e aos direitos fundamentais da pessoa estavam sendo lesados de forma grave. Dom Paulo tornou-se voz profética de denúncia desses males e de defesa da dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais. Foi voz firme na promoção do retorno à normalidade democrática no Brasil. Sua personalidade teve projeção nacional e internacional, mostrando o envolvimento da Igreja na promoção do bem comum e da justiça social.
Foi uma grande Bispo e Pastor de nossa Arquidiocese e amou o seu povo, promoveu a evangelização, a formação do clero e dos religiosos, incentivou a formação e o protagonismo dos leigos para ocuparem com coragem seu lugar na Igreja e na sociedade. Dom Paulo queria a Liturgia bem celebrada, em benefício do povo; a palavra de Deus bem anunciada e os filhos da Igreja empenhados no testemunho do Evangelho de Cristo na sociedade. Permanecendo por quase 28 anos à frente da Arquidiocese, ele a marcou profundamente com seu carisma pessoal e suas diretrizes pastorais. Tornando-se emérito em 1998, ele veio a falecer em 2016. Seu corpo repousa na cripta da Catedral da Sé.
A Arquidiocese de São Paulo vai iniciar oficialmente a celebração do centenário do Cardeal Arns no próximo dia 14 de setembro, com uma missa na Catedral. Ao longo do ano, serão numerosas as iniciativas para marcar o centenário de Dom Paulo. Convido, de maneira especial, todos na Arquidiocese a agradecerem a Deus pela vida e a missão do Cardeal em nossa Arquidiocese. Além da ação de graças, é importante que a Igreja de São Paulo recorde esse seu Pastor e destaque as lições que ele deixou como legado.
Cardeal Odilo P. Scherer,
Arcebispo de São Paulo

Reflexão

PARA VOCÊS, QUEM SOU EU?

A pergunta de Jesus a seus apóstolos, no Evangelho deste Domingo, também é feita para todos nós, discípulos de Jesus em nosso tempo: “quem vocês dizem que eu sou?” (Mc 8,29). Pedro respondeu em nome de todos e acertou: “tu és o Cristo!” E Jesus confirmou a resposta de Pedro: Jesus é o ungido de Deus, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Quem somos nós? Podemos tão pouco? Como os Apóstolos, apenas dispomos de 5 pães e 2 peixes. O que temos e o que podemos fazer é tão pouco, quase nada. Muitas vezes esta sensação de nulidade se deve à nossa visão humana, à nossa falta de fé no poder de Deus.
Ao mesmo tempo, Jesus vai avisando que o Messias enfrentará perseguições, sofrimentos e a própria condenação injusta à morte. Só depois disso é que sua glória vai aparecer. E quem quiser estar com Ele, deve estar disposto a renunciar a si mesmo e passar pelo mesmo caminho, enfrentando sofrimentos e desprezo por causa d’Ele. A firmeza na fé e a coerência da vida segundo o Evangelho devem ser características dos discípulos de Jesus.
Em nosso sínodo arquidiocesano temos um lema bonito: “Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas”. Somos as testemunhas de Deus e de Jesus Cristo, seu Ungido, em São Paulo. Este testemunho deve aparecer e não ficar escondido, nem ser renegado no estilo de vida que levamos, ou nas maneiras de organizar a sociedade.
Uma das atividades do nosso sínodo arquidiocesano é o levantamento da realidade religiosa e pastoral em todas as paróquias e comunidades da Arquidiocese. É um convite a nos “olharmos no espelho”, para ver, com sereno realismo, como estamos. A partir dos resultados desse levantamento, faremos uma reflexão sobre a qualidade da vida cristã e da prática religiosa em nossas comunidades. Queremos conhecer e compreender melhor quais são as maiores carências e urgências a enfrentar na evangelização em nossa Arquidiocese.
No fundo, cada um de nós está sendo colocado de novo diante dessas questões: quem é Deus para mim? Como me relaciono com Ele? Quem é Jesus Cristo para mim? O que representa a Igreja de Cristo para mim? Como me relaciono com ela? A pergunta de Jesus aos apóstolos não foi meramente retórica, mas Ele queria saber, se os discípulos tinham mesmo compreendido quem Ele era e qual era a sua missão.
Para os católicos, não basta ter umas ideias genéricas sobre Deus, a Igreja, a vida cristã e a prática religiosa. A nova evangelização é um esforço da Igreja para ajudar os seus filhos a crescerem na fé e a aprofundarem seu testemunho cristão no mundo. E também é isso que buscamos através do sínodo arquidiocesano, que é um “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Igreja em São Paulo.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 16/09/2018

Comentário do Evangelho

A identidade de Jesus

Jesus e seus discípulos partem para os povoados além das fronteiras da Galileia, ao norte. A partir de então Jesus decide tomar rumo ao sul, seguindo o caminho para Jerusalém, através da Judeia, em um ambiente exclusivamente judaico, para aí fazer seu anúncio libertador. Aproxima-se a festa ritual da Páscoa judaica. É o momento oportuno para aprofundar a própria identidade de Jesus. Vai se encerrando o ministério na Galileia e vizinhanças, em ambiente predominantemente gentílico, para o confronto em Jerusalém, completando-se a missão de Jesus.
Conforme as expectativas das elites religiosas e econômicas de Jerusalém, aguardava-se um líder, o messias, representado na figura do "Servo de Javé", das profecias de Isaías , o qual daria à Judeia um poder e status de acordo com antigo império de Davi, conforme as glórias que constavam na tradição. Na escatologia e na apocalíptica do Primeiro Testamento encontravam a esperança de Israel vir a ser uma nação hegemônica sobre todas as nações do mundo, em pleno poder e glória. Parte do povo assimilava esta tradição das elites, introjetando-a. Assim também acontecia com os discípulos de Jesus, originários do judaísmo.
A questão da identidade de Jesus vinha sendo discutida entre o povo e as opiniões eram variadas. O próprio Herodes se interrogava sobre esta questão. Entre o povo, contudo, havia opiniões que identificavam Jesus com alguns líderes populares, contestadores do poder, como foram João Batista, Elias ou os profetas.
Contudo, junto de Jesus, Pedro representando os discípulos, ao ser interrogado, externa sua opinião de que Jesus seria o messias ("cristo", do grego) esperado pelas elites. Jesus os repreende severamente, com o mesmo vigor que exorcizava os espíritos impuros.
Em continuidade, Jesus prenuncia as perseguições que o ameaçam em Jerusalém, da parte das autoridades religiosas (primeiro "anúncio da Paixão"). Pedro rejeita o confronto com os possíveis sofrimentos e é repreendido mais severamente por Jesus. Jesus propõe as "coisas de Deus", a comunicação da vida, sem limites. Pedro atém-se às "coisas dos homens", à preservação do poder e à paz da ordem iníqua estabelecida.
Jesus, então, retoma a instrução aos discípulos quanto ao despojamento e a disponibilidade a serem assumidos por eles. Perder sua vida por causa de Jesus é desprezar os sedutores projetos de sucesso de enriquecimento e de consumismo, oferecidos pelos poderosos deste mundo. Perder sua vida é ser para o outro, estar a serviço e em comunhão com os mais necessitados e excluídos, como Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração da vida e da conquista da Paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, revela-me sempre mais tua face de Messias Servo, para que eu não me engane no caminho do teu seguimento.
Fonte: Paulinas em 16/09/2012

Vivendo a Palavra

Jesus proíbe a Pedro de dizer que Ele é o Messias. Expulsando espíritos malignos, também fazia o mesmo. O ‘Segredo Messiânico’ devia ser guardado até que o Filho do Homem sofresse muito, fosse rejeitado pelos anciãos e pelo povo, morresse e ressuscitasse para a glória do Pai. Ao anunciarmos Jesus, nós temos sempre consciência de que falamos do Ressuscitado?
Fonte: Arquidiocese BH em 16/09/2012

VIVENDO A PALAVRA

Jesus proíbe aos discípulos que digam que Ele é o Messias. Quando expulsava espíritos malignos, também fazia o mesmo. O ‘Segredo Messiânico’ devia ser guardado até que o Filho do Homem sofresse muito, fosse rejeitado pelos anciãos e pelo povo, morresse e ressuscitasse para a glória do Pai. Será que ao anunciar Jesus Cristo, nós temos sempre consciência de que falamos do Ressuscitado?
Fonte: Arquidiocese BH em 16/09/2018

Reflexão

QUEM É JESUS PARA NÓS?

Jesus despertou o interesse de muita gente ao longo dos séculos. Uns motivados por simples curiosidade, outros pelo desejo de conhecê-lo para segui-lo.
Pedro mostra ser mais fácil aceitar e seguir Jesus, o Filho de Deus, o enviado do Pai, do que se comprometer com o “Messias servo e sofredor”, o Cristo do calvário. Quando nos confrontamos com a cruz, pensamos duas vezes antes de nos comprometer. Proclamar Jesus glorioso, rei do universo, é bonito e fascina, mas seguir Jesus com a cruz e na cruz é algo que poucos se animam a fazer.
No entanto, quem quiser segui-lo com compromisso terá de assumir a própria cruz. Não há seguimento de Jesus sem a cruz de cada dia: renúncia a si mesmo, doação ao seu projeto, aceitação dos desafios decorrentes da missão… Não precisamos inventar cruzes nem ser masoquistas, tanto menos nos conformar com sofrimento desnecessário, pois a vida de seguimento de Jesus já implica renúncias e critérios de conduta bem claros.
Professar Jesus significa ser solidário com os sofredores, não se conformar com a injustiça e a corrupção, não aceitar o desrespeito aos direitos humanos. O Documento de Aparecida lembra que os direitos básicos são desrespeitados no rosto dos que sofrem: povos indígenas e afro-americanos; mulheres excluídas e idosos abandonados; jovens sem estudo e sem emprego; pobres sem terra e sem teto; desempregados, e tantos outros (cf. DAp 65).
Não se pode compreender Jesus sem a cruz. Não somente a cruz que carregou no fim da vida e em que morreu, mas a cruz do dia a dia: fidelidade ao Pai, opção pelos pobres, compromisso com a justiça e o reino, doação da própria vida por amor ao ser humano. Somente quando compreendermos e experimentarmos que o discipulado cristão é seguir o caminho da cruz, da doação e do serviço é que estaremos caminhando na estrada de Jesus.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 16/09/2012

Reflexão

Chegamos ao centro do Evangelho de Marcos, que tem como um dos objetivos principais responder à questão: “Quem é Jesus?”. Depois de conviverem com o Mestre, seus seguidores são desafiados a manifestar sua fé em alguém que é mais que Elias ou João, mais que um simples profeta. Eles devem ir além da mentalidade do povo e manifestar se realmente compreenderam a identidade messiânica de Jesus. A resposta vem de Pedro, que responde em nome da comunidade: “Tu és o Messias”. A seguir, Jesus esclarece que seu messianismo não é nacionalista nem triunfalista; através do anúncio da morte e ressurreição, mostra que é um Messias sofredor. Pedro reage, mas o Mestre os convida a seguir o mesmo caminho de renúncia e entrega. O seguimento de Cristo exige entrega total e renúncia a tudo o que é contrário ao seu projeto de vida. Jesus quer seguidores decididos e destemidos e de fé comprometida, pessoas que não fazem o jogo dos poderes deste mundo, que causam e sustentam a dominação e a injustiça, ao invés de propor vida digna para todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 16/09/2018

Reflexão

Jesus faz uma pesquisa, junto a seus discípulos, para averiguar o que eles e o povo pensam a seu respeito. Não há consenso. Pedro responde: “Tu és o Messias”. Mas “embarca” numa ideia errônea sobre o Messias: esperado como um salvador da pátria, com poderes para expulsar os dominadores estrangeiros… Jesus apresenta sua identidade: ele é o Filho do Homem, enviado por Deus para salvar a humanidade. Ele enfrentará terrível oposição em Jerusalém e será capturado pelos dirigentes do povo, que irão torturá-lo e condená-lo à morte, reação inevitável de um sistema social injusto à sua obra. Ele, porém, ressuscitará. Pedro reage a essa perspectiva. Então, Jesus mostra que a sorte do Mestre é a mesma que está reservada a quem se dispõe a segui-lo: “Se alguém quiser seguir após mim…”.
Oração
Ó Jesus Messias, dá-nos compreender quem de fato és, o que vieste fazer entre nós e o que exiges para que sejamos autênticos seguidores teus. Foste enviado pelo Pai, a fim de nos resgatar para a vida divina, e nos salvas por tua morte na cruz. A ti, Senhor, nosso amor e sincera gratidão. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

TU ÉS O MESSIAS

A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas as mais variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.
Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta, e convenceu a Jesus. Ele, de fato, era o Messias.
Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo leva-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à ressurreição.
As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Senhor Jesus, faze-me compreender que escolheste o caminho da cruz e do sofrimento, para realizar a missão recebida do Pai.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Quem dizem as pessoas que eu sou?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Por três vezes Jesus anuncia sua Paixão, Morte e Ressurreição. Hoje lemos o primeiro anúncio. Jesus não diz simplesmente o que vai acontecer, mas ele afirma que o Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelas autoridades judaicas, ser morto e depois de três dias ressuscitar. Este anúncio é feito depois de uma pergunta. Jesus queria saber o que diziam a respeito dele, quem era ele. Foram muitas as respostas, como aconteceria hoje se saíssemos pela rua perguntando aos transeuntes “quem é Jesus para você?”. Depois de responderem “João Batista, Elias, um profeta”, Jesus se dirige aos discípulos e os interroga: “E vocês, quem vocês dizem que eu sou”. O próprio Jesus está inquirindo sobre a sua identidade. Pedro responde: “Tu és o Cristo”. Cristo é o nome grego para Messias, um nome hebraico que significa “ungido com óleo”, escolhido para uma missão. Isso é o que significa o vocábulo “Cristo”, mas qual é o conteúdo da palavra? Que imagem se formava na mente de Pedro, quando dizia: “Tu és o Cristo”? Quem é Jesus? É o Cristo! E quem é o Cristo? O Cristo, responde Jesus com o primeiro anúncio da Paixão, é alguém que vai sofrer, ser rejeitado, morrer e ressuscitar! Pedro não entendeu nada, ou entendeu mas não aceitou o que Jesus estava dizendo. Puxou-o de lado e censurou-o, isto é, deve ter dito que não estava de acordo com o que Jesus acabava de anunciar. A ideia que Pedro tinha do Cristo era a mesma de todos os judeus de seu tempo. Ele esperava o Messias glorioso, que entraria triunfante em Jerusalém para restabelecer o reinado de Davi. [...]
Fonte: NPD Brasil em 16/09/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O CRISTO DOS DESILUDIDOS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Com certeza esse evangelho do 24º. Domingo do Tempo Comum, traz em nosso coração essa pergunta tão inquietante: O que significa perder a vida por causa de Jesus e do seu evangelho? Quem é Jesus, e o que significa a afirmativa de que é preciso “Perder para ganhar”?.
Nos primeiros três séculos da Igreja primitiva, quando o Cristianismo não estava atrelado ao Império, tivemos centenas de mártires que derramaram seu sangue na arena, por causa do testemunho. Nas comunidades de Marcos a perseguição do império romano era muito intensa e os que eram pegos e não renunciavam a fé em Jesus, eram presos e acabavam também mortos. Na América Latina não foram poucos os mártires, que tombaram defendendo o direito e a justiça do povo sofrido e injustiçado.
Será que é deles que o evangelho está falando, no sentido literal? Será que não podemos aplicar hoje ás pessoas de nossas comunidades essa expressão, de que elas também perdem a vida por causa de Cristo e do seu evangelho? Em certo sentido, é muito válido dizer que nossos agentes de pastorais, perdem a vida, quando se dedicam a tantos trabalhos estafantes, muitos até nem vivem mais para si mesmo, mas organizam suas vidas a partir da comunidade, e fazem isso com muita alegria e seriedade. Deixar de lado os interesses pessoais, para dedicar-se ao trabalho pastoral, sem dúvida é também perder a vida.
Entretanto, não é apenas isso, porque muitas vezes recebemos algo em troca, e nesse caso, se ganhamos e não estamos perdendo, o evangelho não se aplica, ainda que haja uma roupagem de trabalho pastoral, mas é só roupagem, pois no fundo a gente se apega ao cargo, ao poder, que sempre nos fascina, nas comunidades há certos coordenadores que “mandam” até mais que o padre, e o poder satisfaz ao nosso “ego”.
Jesus havia se dado conta de que a visão sobre o seu Messianismo, era equivocada. Com o objetivo de fazer a necessária correção, fez uma prova oral com seus discípulos, primeiro eles são indagados sobre o que o povão pensa a respeito dele, e ao saber que o povo o confundia com João Batista, Elias ou um dos profetas, parece que Jesus não demonstrou nenhuma preocupação, e foi direto ao assunto que mais lhe interessava: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. A resposta de Pedro foi corretíssima “Tu és o Messias!”. A questão é saber, de que Messias Pedro estava falando. Por isso, em seguida, Jesus revela o sentido do seu messianismo, que irá se consolidar no sofrimento, na rejeição, na morte e ressurreição.
Na visão de Pedro, no Messianismo de Jesus tudo vai dar certo e as coisas vão se resolver, as contas irão fechar, pois Jesus irá por ordem na casa, com o seu poder divino. Ninguém irá resisti-lo... Não é essa a ilusão que toma conta do coração de muitos cristãos em nossas comunidades? O Jesus do “tudo certo”, do “mar de rosas”, da “doce paz, da saúde, da prosperidade”, o Jesus da reviravolta, que só me dá vitória em cima de vitória, o Jesus que sempre me tira dos “enroscos” da vida. Esse não é o Jesus do Evangelho, mas o Cristo dos Desiludidos!
Encontrar sempre respostas prontas, caminhos largos, problemas resolvidos, portas abertas, nunca foi e nem será uma característica do cristianismo. Anunciar um Jesus assim é trair o projeto de Deus, é falsificar o evangelho, é ser Satanás, aquele que se opõe ao Reino do Céu. Infelizmente na pós-modernidade, muitas igrejas, sem raiz, sem história e nem tradição, idealizaram um Jesus produto do consumo, um Cristo que só abençoa os ricos e poderosos. Nessa teologia de fundo de quintal, os dois últimos versículos do evangelho desse domingo, são deixados de lado, pois não falam a linguagem da pós modernidade. Quem irá, nos dias de hoje, fazer marketing de um projeto que implique renúncia, cruz e sofrimento? Um projeto cuja proposta de Salvação seja pautada pelo desprezo á própria vida, deixando de lado até interesses particulares.
Proposta de Salvação que não fale em vitória, em sucesso, em prosperidade, não dá IBOPE, não lota templo, não dá audiência. Qualquer marqueteiro da atualidade teria a mesma reação de Pedro e repreenderia Jesus... Onde já se viu, começar um projeto prenunciando o fracasso da cruz?
O Messianismo de Jesus vislumbra sim, um mundo totalmente novo, mas ele não descarta a aspereza do caminho, as pedras do calvário, os penhascos, os espinhos, a ousadia de um sonho, que vai se construindo com os pés no chão da história, vivendo já no coração os valores desse reino que virá. O autêntico discípulo é aquele que, vislumbrando esse reino, descobre-o presente em Jesus que caminha com a sua igreja, e passa a viver cada minuto, hora e dia, apenas em função desse projeto, menosprezando todo e qualquer valor ou ideologia, que o mundo possa oferecer, porque crê sinceramente que nada é maior ou mais importante do que Cristo e a Boa Nova do Evangelho. É exatamente assim que o quadro se reverte, e a PERDA se transforma em GANHO, como ensina o evangelho... (24º Domingo do Tempo Comum)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Tome a sua cruz e siga-me! - Mc 8,27-35
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Uma pergunta muito simples a que Jesus fez aos seus discípulos: “Quem dizem as pessoas que eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou?”. Naquele momento, a resposta de Pedro: “Tu és o Cristo” foi insuficiente. Que ideia tinha Pedro sobre “Cristo”? Para evitar erros e equívocos, Jesus logo acrescenta que “o Filho do Homem vai sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar”. Jesus é o Servo Sofredor anunciado pelo profeta Isaías. Ele não é o sucessor do rei Davi, que vai se sentar num trono e restaurar a realeza em Israel. A palavra “Cristo” continha esse significado para os judeus da época. No dia da ascensão de Jesus, os discípulos fizeram a pergunta sobre a realeza em Israel, quase dizendo a Jesus antes que ele partisse: “O senhor não está se esquecendo de nada? Não vai restaurar a realeza em Israel antes de ir embora?”. A pergunta de Jesus é simples, aparentemente. Na realidade, ela provoca uma resposta decisiva. Há uma disciplina nos estudos teológicos que se chama “cristologia”, que busca “uma clara concepção do lugar de Jesus Cristo no âmbito da fé cristã”. Jesus é o centro da fé e da revelação cristã. Não é indiferente ao cristão dar ou não uma resposta à pergunta do próprio Jesus: “Quem sou eu para você?”. A resposta pode ser cultural, sem por isso ser menos importante. Sei o que é vivido no ambiente em que nasci, sei o que me transmitiram em casa, na escola, na igreja. Outra resposta pode vir de uma experiência pessoal, própria, daqueles que chamamos de “místicos”, que alguns consideram possuídos por um fogo ardente interior e outros preferem ver neles “sintomas de instabilidade nervosa”. Jesus Cristo precisa ser experimentado e estudado. Experimentado na oração silenciosa e prolongada e na prática efetiva de solidariedade humana; e estudado nas Escrituras Sagradas, nos bons autores de cristologia, nos escritos dos místicos. Muitos pesquisadores procuram o Cristo histórico. Não é fácil encontrá-lo, mas as buscas são sérias. O que não podemos esquecer é que o Verbo Encarnado do Evangelho de São João é antes de tudo Jesus de Nazaré. No mesmo Evangelho de João, o apóstolo Filipe dirá a Natanael: “Encontramos Jesus, filho de José, de Nazaré”. Ele é o ponto de partida de nossa pesquisa cristológica. Pedro não gostou do anúncio que Jesus fez de sua paixão e morte. Reagiu e recebeu em troca outra reação. Jesus chamou-o de Satanás e mandou que se afastasse. Pedro tinha em mente “as coisas dos homens” que se resumem em poder e glória. Os frutos dos poderosos cheios de glória se mostram na diminuição do ser humano, transformado em degrau para a ascensão do grande. Se Pedro se mantém nessa visão do Cristo Messias, está se posicionando do lado de Satanás. Ele tem que se posicionar do lado do Cristo glorificado em sua morte de cruz.

PONTOS DE REFLEXÃO

I LEITURA Is 50,5-9a

Neste terceiro Cântico de Isaías, o servo do Senhor apresenta-se como um discípulo fiel de JHWH, um sábio encarregado de instruir aqueles que “temem a Deus”, mas também os desgarrados e quantos ainda “caminham nas trevas”. Graças à coragem e ao auxílio divinos, até que o Senhor lhe conceda o triunfo definitivo.
O começo do cântico coloca em evidência e sublinha o tema da “escuta” da Palavra da parte do discípulo.
O servo, tal como o profeta, tem a difícil missão de comunicar e de anunciar a Palavra de Deus para sustentar todos os que perderam confiança e esperança. Ele agora goza desta prerrogativa enquanto discípulo, iniciado na Palavra, tornado experiente por essa escola e portanto capaz de anunciar o que aprende de cada dia do seu Deus. Não recua perante as dificuldades, pelo contrário enfrenta com coragem os ultrajes e a situação de extrema e dura perseguição, porque experimenta o auxílio e o conforto d´Aquele que prontamente, quando ele acorda “cada manhã” , intervém, abrindo-lhe os “ouvidos”. É em virtude desta solicitação divina que o servo está pronto a aceitar os numerosos sofrimentos e desgostos provocados pelos adversários, isto é, de quantos retardam a sua missão e a ela se opõem.
Tendo consigo a segurança de estar nos desígnios do Senhor e de se movimentar no projeto e na missão que lhe foi confiada, não conhece em si dilações de nenhum tipo e é para ele fonte de segurança e por isso torna “o seu rosto duro como pedra” . O servo-discípulo torna-se assim capaz de ultrapassar qualquer tipo de prova, porque nesta empresa nada fácil o seu serviço consiste na certeza e na perspectiva vislumbrada da vitória final.

II LEITURA TG 2,14-18

Numa perspectiva de salvação, não tem valor algum “dizer que se tem fé” se a comprová-la não estão as “obras”. Somente com boas palavras não se coloca o indi-gente a salvo do frio e não se lhe mata a fome. Do mesmo modo. A “fé sem obras está completamente morta”. Não existe contradição entre a afirmação de Tiago e a de Paulo: Tiago coloca-se do ponto de vista de quem é filho de Deus, e Paulo, ao invés, da parte de quem deseja tornar-se.
Na linguagem de Tiago há uma fé “viva” e uma fé “morta”: a primeira tem a capa-cidade de produzir frutos de bem; a segunda, frutos de morte, ou seja, vazio e inoperância. À primeira vista, esta distinção parece subtil e inútil, mas, ao invés, contém em si o critério para discernir a qualidade e a autenticidade da fé, isto é, para distinguir uma fé autêntica de uma fé aparente. Na linguagem do Evangelho isso traduz-se na possibilidade de distinguir pelos frutos a “árvore boa” da árvore “má”.
Tiago reafirma com prontidão que nem sequer a ortodoxia e a crença mais estritas servem para alguma coisa se não se exprimem e não se traduzem em boas obras. Ele quer indicar com firmeza e decisão a impossibilidade de sermos salvos sem uma fé operosa. Isto porque, provavelmente , alguém da comunidade sustentava uma tese diferente. Afinal, fica bem claro que uma fé verdadeira não pode deixar de produzir obras de bem.
No caso em questão, as obras de misericórdia corporal, tais como “vestir os nus” e “dar de comer aos famintos”, são citadas no texto como exemplos válidos para demonstrar a fé operante. Os simples cumprimentos e votos de felicidades não exprimem, de per si, boas intenções. A fé que se reduz a um puro conhecimento intelectual é inútil, como no caso dos demônios. A fé sem obras é com razão chamada “fé diabólica”.

EVANGELHO Mc 8,27-35

O nosso texto apresenta duas partes bem distintas. Na primeira, Pedro dá voz à comunidade dos discípulos e constata que Jesus é o Messias libertador que Israel esperava; na segunda, Jesus explica aos discípulos que a sua missão messiânica deve ser entendida à luz da cruz (isto é, como dom da vida aos homens, por amor).
A primeira parte do nosso texto começa com Jesus a pôr uma dupla questão aos discípulos: o que é que as pessoas dizem d’Ele e o que é que os próprios discípulos pensam d’Ele?
A opinião dos “homens” vê Jesus em continuidade com o passado (“João Batista”, “Elias”, ou “algum dos profetas”). Não captam a condição única de Jesus, a sua novidade, a sua originalidade. Reconhecem apenas que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão – como os profetas do Antigo Testamento… Mas não vão além disso. Na perspectiva dos “homens”, Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que escutou os apelos de Deus e que Se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes d’Ele . É muito, mas não é o suficiente: significa que os “homens” não entenderam a novidade de Jesus, nem a profundidade do seu mistério.
A opinião dos discípulos acerca de Jesus vai muito além da opinião comum. Pedro, porta-voz da comunidade dos discípulos, resume o sentir da comunidade do Reino na expressão: “Tu és o Messias” . Dizer que Jesus é o “Messias” (o Cristo) significa dizer que Ele é esse libertador que Israel esperava, enviado por Deus para libertar o seu Povo e para lhe oferecer a salvação definitiva.
A resposta de Pedro estava correta. No entanto, podia prestar-se a graves equívocos, numa altura em que o título de Messias estava conotado com esperanças político-nacionalistas. Por isso, os discípulos recebem ordens para não falarem disso a ninguém. Era preciso clarificar, depurar e completar a catequese sobre o Messias e a sua missão, para evitar perigosos equívocos. É isso que Jesus vai fazer, logo de seguida.
Na segunda parte do nosso texto, há duas questões. A primeira é a explicação dada pelo próprio Jesus de que o seu messianismo passa pela cruz; a segunda é uma instrução sobre o significado e as exigências de ser discípulo de Jesus.
Jesus começa, portanto, por anunciar que o seu caminho vai passar pelo sofrimento e pela morte na cruz . Não é uma previsão arriscada: depois do confronto de Jesus com os líderes judeus e depois que estes rejeitaram de forma absoluta a proposta do Reino, é evidente que o judaísmo medita a eliminação física de Jesus. Jesus tem consciência disso; no entanto, não se demite do projeto do Reino e anuncia que pretende continuar a apresentar, até ao fim, os planos do Pai.
Pedro não está de acordo com este final e opõe-se, decididamente, a que Jesus caminhe em direção ao seu destino de cruz. A oposição de Pedro (e dos discípulos, pois Pedro continua a ser o porta-voz da comunidade) significa que a sua compreensão do mistério de Jesus ainda é muito imperfeita. Para ele, a missão do “Messias, Filho de Deus” é uma missão gloriosa e vencedora; e, na lógica de Pedro – que é a lógica do mundo – a vitória não pode estar na cruz e no dom da vida.
Jesus dirige-se a Pedro com alguma dureza, pois é preciso que os discípulos corrijam a sua perspectiva de Jesus e do plano do Pai que Ele vem realizar. O plano de Deus não passa por triunfos humanos, nem por esquemas de poder e de domínio; mas o plano do Pai passa pelo dom da vida e pelo amor até às últimas consequências (de que a cruz é a expressão mais radical). Ao pedir a Jesus que não embarque nos projetos do Pai, Pedro está a repetir essas tentações que Jesus experimentou no início do seu ministério ; por isso, Jesus responde a Pedro: “Vai-te, Satanás”. As palavras de Pedro pretendem desviar Jesus do cumprimento dos planos do Pai; e Jesus não está disposto a transigir com qualquer proposta que O impeça de concretizar, com amor e fidelidade, os projetos de Deus.
Padre José Granja,
Reitor da Basílica dos Congregados, Braga (Portugal)
Fonte: Alexandrina Balasar em 16/09/2012

REFLEXÕES DE HOJE

16 DE SETEMBRO DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 16/09/2018

HOMILIA DIÁRIA

Somos chamados ao discipulado e à missão

Postado por: homilia
setembro 16th, 2012

Estamos, hoje, exatamente no “coração” do Evangelho de Marcos. Novamente, aparece o tema da identidade de Jesus: Cristo, o Filho de Deus. Ele tem uma identidade rica e misteriosa, que, desde o início ao fim, o evangelista quer revelar, gradualmente, a todos nós.
O texto de hoje, no capítulo oito, contém a resposta radiante de Pedro que se destaca das opiniões correntes entre as pessoas. As grandes figuras religiosas do passado são superadas, visto que Jesus de Nazaré é o Messias, o Cristo. Na sua simplicidade e brevidade, Marcos condensa a revelação do Mestre nas palavras de Pedro: «Tu és o Messias».
Para Marcos, Jesus entrou numa etapa nova: deixa as multidões da Galileia para dedicar mais tempo à formação dos Seus discípulos e começa com a revelação da Sua dupla identidade de Messias e de Servo sofredor. Duas realidades inalcançáveis pela mente humana por si mesma.
Pedro, com dificuldade, consegue colher a verdade de Jesus Messias-Cristo, mas tropeça totalmente na realidade do Messias-Servo que “devia sofrer muito… ser morto e ressuscitar”. O discípulo se arma, inclusive, em “mestre” de Jesus, repreende-o por aquele tipo de discurso, a ponto de Jesus o censurar duramente, convidando-o a tomar o lugar que lhe compete atrás de Jesus: o discípulo caminha atrás do Mestre, segue os Seus passos.
Sobre o tema do sofrimento e da cruz, Pedro é prisioneiro da mentalidade corrente, pensa “segundo os homens”; só mais tarde, quando vier o Espírito, chegará a pensar “segundo Deus”.
“Tu não compreendes segundo Deus, mas segundo os homens”: é a advertência severa de Jesus a Pedro e aos discípulos de então e de todos os tempos. Uma advertência que petrifica qualquer forma de religiosidade acomodada e retórica. Um convite desconcertante a percorrer o caminho estreito da humildade e da austeridade: deixar de pensar apenas em si mesmo, tornar-se responsável pelos outros, partilhar a opção de Jesus que aceitou – por amor – a própria morte, para que todos “tenham a vida em abundância” (Jo 10,10).
Nós somos chamados ao discipulado e à missão. Mas isso só será possível se, como Pedro, reconhecermos e compreendermos a verdadeira identidade de Jesus. Ele nos propõe as “coisas de Deus”, a comunicação da vida sem limites. Não podemos nos ater às “coisas dos homens” à exemplo de Pedro, à preservação do poder e à paz da ordem iníqua estabelecida.
Jesus está nos chamando e nos apresentando a proposta de Seu seguimento. A vida de cada um, ao ser doada em comunhão com outras vidas em ações concretas nos alcançará a salvação, isto é, se insere e permanece no seio de Deus, na eternidade.
Senhor Jesus, revela-me sempre mais Sua face de Messias-Servo, para que eu não me engane no caminho do Seu seguimento.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 16/09/2012

HOMILIA DIÁRIA

Abracemos nossa cruz e sigamos Jesus

A “cruz” são todas as nossas obrigações e responsabilidades, as quais, muitas vezes, causam até dores em nossa alma

Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga’” (Marcos 8,34).

Aquilo que o Mestre Jesus está dizendo, após reconhecerem o significado do seu ser Messias, não é um ser triunfante nem glorioso, mas o Messias é o servo sofredor, é aquele que carrega a humanidade nas costas. Jesus não faz mágica para salvar a humanidade, mas abraça a sua humanidade com todas as consequências da vida humana.
Para seguirmos Jesus, precisamos, primeiro, abraçar a nossa humanidade, porque, muitas vezes, queremos ser anjos, achamos que somos seres meramente espirituais e que temos de viver a nossa espiritualidade conversando com os anjos o tempo inteiro.
A nossa humanidade precisa ser divinizada, precisa de comunhão com a vida espiritual que Ele nos trouxe, mas a nossa humanidade precisa também ser assumida na sua plenitude como Cristo a assumiu. Por isso, Ele está dizendo que quem quiser segui-Lo não pode querer se transformar em anjo. Quem quer segui-Lo precisa renunciar a si mesmo, porque renunciar a si mesmo é a exigência mais difícil, pois somos muito apegados a nós, somos apegados as nossas coisas, somos cheios de vontades próprias e movidos pelo nosso egoísmo, pelo nosso individualismo. É muito difícil largarmos as nossas coisas, o nosso mundinho para penetrarmos no mundo de Deus.
O peso do discipulado não significa que seguir Jesus seja pesado. O que é pesado é o que nós carregamos e não queremos abrir mão, queremos viver com as costas cheias de coisas, queremos viver cheios de coisas, por isso está todo mundo reclamando: “Tenho coisas demais para fazer!”. Não conseguimos abrir mão nem das coisas que temos em nosso guarda-roupa, porque somos apegados às roupas que temos, às coisas que fazemos; e não encontramos tempo para estar com o Mestre nem para rezar, porque nos enchemos de obrigações demais.
Renunciamos coisas que são até importantes para abraçar o que é essencial, e o essencial o Mestre Jesus direciona para nossa vida. Só pode seguir Jesus quem tem capacidade de fazer renúncias. A vida é exigente, e para abraçar o essencial da vida é preciso renunciar ao superficial.
Abrace a sua cruz. A “cruz” são todas as nossas obrigações e responsabilidades, as quais, muitas vezes, causam até dores em nossa alma. Se temos uma enfermidade, precisamos “abraçá-la”. Se temos dificuldade de convivência, não adianta fugirmos para resolver. Se temos filhos que apresentam essa ou aquela dificuldade, este ou aquele desafio; se o casamento se torna algo doloroso, não é a fuga que resolve, mas o abraço à cruz, porque ela nos salva e dela teremos luz para as situações da nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 16/09/2018

Oração Final
Pai Santo, dá-nos novo ardor, adapta nossos métodos aos tempos em que vivemos e inspira-nos expressões capazes de mostrar aos companheiros de caminhada a nossa fé e nossa gratidão pelo dom inefável que nos concedeste – o teu Filho Unigênito, encarnado em Jesus de Nazaré, o Cristo que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/09/2012 e 16/09/2018

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