ANO B
4º DOMINGO DA PÁSCOA
Ano B - Branco
DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
“Jesus é o Bom Pastor.”
Jo 10,11-18
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cristo é o Bom Pastor que cuida de suas ovelhas a ponto de dar sua vida por elas. É o único salvador, apesar de tantas vezes rejeitado por aqueles que ainda não tiveram seu encontro com ele. Ao celebrarmos o dia de Oração pelas Vocações Sacerdotais peçamos que o Divino Pastor nos dê santos e dedicados sacerdotes segundo o seu coração.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste domingo, dia do Senhor, a Igreja volta-se para contemplar o Cristo, Bom Pastor, que nos amou, entregando-se na cruz. Aqui estamos para bendizer ao Pai que nos ofereceu, em seu Filho Jesus, o seu coração, cheio de compaixão e de misericórdia para com todos, especialmente para os que se encontram feridos e machucados. Somos convidados a nos unir em prece pelas vocações, suplicando ao Senhor que envie pastores santos e dedicados ao seu povo.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O Bom Pastor nos reúne, fazendo de nós um só rebanho, uma só família. Numa relação de amor, ouvimos sua voz e damos graças sobre o pão e o vinho, sinais sacramentais da sua vida que nos é dada. Esta participação na eucaristia nos leva, como bons pastores, a doar livremente, com ele, nossa vida a serviço dos irmãos. Também hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Na Mensagem para este dia, o Papa Emérito Bento XVI nos lembra que "as vocações são dons do amor de Deus" e ainda faz um apelo "aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se coloquem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel". Assim, queremos rezar pedindo pelas Vocações.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Bom Pastor nos reúne, fazendo de nós um só rebanho. Numa relação de amor, ouvimos sua voz e damos graças sobre o pão e o vinho, sinais da sua vida que nos é dada. Esta participação na Eucaristia nos leva, como bons pastores, a doar livremente, com ele, nossa vida a serviço dos irmãos. Hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, lembramos que as vocações são dons do amor de Deus e instrumentos através dos quais o Divino Mestre salva seu povo. Peçamos ao Senhor que envie novos operários à sua messe.
http://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/22-de-abril-de-2018---4-pascoa-novo.pdf (22/04/2018)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste domingo, dia do Senhor, a Igreja volta-se para contemplar o Cristo, Bom Pastor, que nos amou, entregando-se na cruz. Aqui estamos para bendizer ao Pai que nos ofereceu, em seu Filho Jesus, o seu coração, cheio de compaixão e de misericórdia para com todos, especialmente para os que se encontram feridos e machucados. Somos convidados a nos unir em prece pelas vocações, suplicando ao Senhor que envie pastores santos e dedicados ao seu povo.
http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_29_4o_domingo_da_pascoa.pdf (22/04/2018)
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O quarto domingo da Páscoa é conhecido como o domingo do Bom Pastor. Proteger a vida é a principal atividade do Bom Pastor. Tanto protege que dá a vida e conhece as ovelhas. Proteger a vida é um gesto amoroso de Deus em favor seja da vida em geral, como da vida de cada um, em particular. Jesus se apresenta como o Bom Pastor. Ele é a referência suprema. A intenção principal da nossa celebração atual é pelas vocações sacerdotais e religiosas, pois, como é sabido, hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Juntos, queremos interceder ao Pai, por Cristo, o Bom Pastor, que desperte entre nós e no mundo inteiro, vocações sacerdotais e religiosas.
POR QUE VALE A PENA SER PADRE?
(Testemunho do Pe. Marcos Donizete Bertanha)
Para desenvolver este instigante tema, gostaria antes invocar um episódio do testemunho precioso da época da juventude do Papa Emérito Bento XVI, quando ele foi obrigado a servir no repulsivo exército nazista. Nos conta o Papa que “numa noite, os jovens convocados foram tirados das camas e, meio adormecidos, reunidos na praça da caserna. Um oficial os chamou um a um, tentando convencê-los a entrar como voluntários combatentes”. Quando perguntados sobre qual profissão desejariam obter, Joseph Ratzinger, “juntamente com alguns outros, disse que tinha a intenção de tornar-se padre católico”. O Papa testemunha que a partir desse momento foram “humilhados, cobertos de escárnios e insultos e perseguidos”. Aqueles pérfidos oficiais diziam, a todo o momento, que “no futuro não se precisaria mais de padres”.
Já faz setenta anos que terminou a Segunda Guerra Mundial, e esta dramática previsão nunca se cumpriu. A sabedoria do tempo nos confirma, no Século XXI, diante da nossa humanidade fragmentada pela discórdia e tão dilacerada pela força do pecado, que podemos afirmar com convicção: “Precisamos dos Padres, e vale a pena ser Padre!”.
No meio de tanta confusão, que se tornou uma marca de nossa era, precisamos de padres com coragem e lucidez proféticas para nos iluminar sobre o que de bom existe, e para nos ajudar prevendo o bom e o bem que deveremos conquistar.
Porque existe tanto barulho, embaraço e ameaça, precisamos de padres conferentes e confidentes, padres que falem bem e que escutem melhor, em quem podemos confiar francamente. Entre tanta incerteza, deformação e fundamentalismo religioso, precisamos de padres para nos orientar sobre o modo verdadeiro de honrar, amar e servir a Deus, com atitudes de justiça e solidariedade fraterna em favor do nosso próximo.
Neste mundo que padece com tantas injustiças, precisamos de padres que inquietem as consciências e pacifiquem os corações, que enxuguem as lágrimas e aliviem as dores.
Precisamos de padres de vanguarda, que saibam caminhar à frente do seu povo, guiando-o e defendendo-o, a exemplo do Bom Pastor, e precisamos de padres de retaguarda, modestos, sendo apoio na parte posterior de qualquer lugar ou situação.
Precisamos de padres do nosso tempo nos nossos templos, corajosos e humildes, com força na luta e energia moral ante os perigos, iluminando-nos para que este mundo misterioso seja também respeitável e respeitado.
Para ser bem sincero, vale a pena ser padre, e nós precisamos de padres... dos padres que aí estão e dos padres que virão!
Jovem, Deus te chama, seja também um padre!
UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR
No 4º Domingo da Páscoa lê-se todos os anos o “Evangelho do Bom Pastor” (cf João 10). Jesus é o pastor bom que conhece suas ovelhas e é por elas conhecido, cuida delas, alimenta-as, defende-as e dá a vida por elas. E também se preocupa com as ovelhas dispersas e, talvez, em perigo. Vai à procura delas, para reunir a todas no único rebanho.
A Páscoa nos lembra que Jesus fez e continua a fazer isso. Além de anunciar o Evangelho da vida a todos e de mostrar uma preocupação especial pelos pecadores, enfermos e pobres, ele também entregou sua vida sobre a cruz como prova de amor extremo pela humanidade. Ninguém ficou excluído do seu amor e doação: “eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.
No Domingo do Bom Pastor, a Igreja reza de maneira especial pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais. Jesus continua a realizar sua missão ao longo do tempo e em toda parte através daqueles que são chamados ao sacerdócio. Na pessoa e ação dos seus ministros, Ele continua a ser o pastor bom no meio da humanidade.
A vocação sacerdotal é um dom precioso, que Deus concede a alguns para o bem da Igreja. Mas a comunidade precisa fazer a sua parte para que surjam vocações e essas possam ser bem formadas no Seminário, conforme orientações da Igreja. E cada comunidade católica deve participar desse esforço em favor das vocações.
A primeira coisa a fazer, é rezar com fé e perseverança pelas vocações nas famílias e nas comunidades. E também, desenvolver um clima de fé e vida cristã fervorosa nas famílias e comunidades, criando um ambiente de apreço pelas coisas da Igreja e do sacerdócio nas crianças e jovens. Sem oração e vida cristã intensa dificilmente surgem vocações.
A Igreja chama e acolhe os vocacionados. Cabe a ela fazer o discernimento sobre os sinais de vocação que se manifestam nos candidatos. Ela os forma e orienta no Seminário durante longos anos de estudos, formação e amadurecimento humano e espiritual, preparando-os para receberem a ordenação sacerdotal. Enfim, a Igreja confirma a vocação, mediante a ordenação e a entrega da missão.
Em todo o processo que vai do despertar vocações, encaminhar ao Seminário, formar e amadurecer a vocação, é importante o apoio da comunidade católica. É ela que receberá o sacerdote, depois de ordenado, e terá o benefício de sua missão. “A vocação é um dom de Deus providente a uma comunidade orante” (S.João Paulo II).
Renovo, portanto, meu apelo para que todas as paróquias e comunidades da Arquidiocese sejam ambientes vocacionais férteis para o despertar de muitas vocações ao sacerdócio e à vida religiosa consagrada.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
O BOM PASTOR
Hoje, celebramos o ‘Domingo do Bom Pastor’ e o ‘Dia Mundial de Orações’ pelas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Justamente, por isso, o evangelho apresenta Cristo como o pastor modelo (cf. Jo 10, 11-18). Ao comparar-se a um pastor, Jesus parte da vida cotidiana de seu povo. Os seus ouvintes tinham familiaridade com o mundo rural, sabiam por experiência própria o laço que unia o pastor às suas ovelhas. Este conhecia suas ovelhas, chamava-as inclusive pelo nome. Conhecer, na bíblia, significa comunhão de vida, relação pessoal, ativa, amorosa e recíproca. Jesus mantém com cada ovelha uma relação única, especial, pessoal, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças.
Não somos número nem massa, mas pessoas únicas para Jesus. O qualificativo ‘Bom’ que Jesus acrescenta ao ofício de pastor tem também um sentido especial. ‘Bom’ não é uma simples conotação sentimental, mas a indicação de que Jesus é o verdadeiro pastor, o homem forte, destemido, que luta contra os inimigos para defender seu rebanho. Como o rei Davi corajosamente lutava por suas ovelhas (cf. 1Sm 17, 34-35), muitíssimo mais forte e valente é Jesus que se entrega totalmente por seu rebanho.
O ofício de pastor é próprio de pessoas corajosas e destemidas; covardes e mercenários jamais serão pastores na acepção do termo. O mercenário está com as ovelhas por interesse, não por uma motivação de amor. Por isso, diante do perigo ele foge, não se importando com as ovelhas (cf. Jo 10, 13). O salário do mercenário não é somente dinheiro, pode ser também honrarias, bajulações. São pastores deles mesmos, não das ovelhas; cuidam dos seus interesses e prestígio e não do povo a cujo serviço dizem estar. Rezemos para que o “Senhor da messe” suscite jovens determinados e corajosos a consumir a própria vida no serviço ao Reino de Deus.
Dom José Roberto Fortes Palau
Bispo Auxiliar de São Paulo
Comentário do Evangelho
Jesus o modelo dos pastores
Jesus já havia proclamado: "Eu sou a porta do redil das ovelhas". Agora se identifica com o bom pastor. Com estas proclamações, Jesus afirma-se como o modelo para os que têm a responsabilidade de estar à frente das comunidades.
Qualquer imagem é limitada para exprimir a realidade da missão de Jesus, que ultrapassa as nossas comuns experiências de vida. Em contraste à imagem do bom pastor é apresentada a imagem do "assalariado" (misthôtós). Esta imagem, que pode comportar certa ambiguidade, indica a situação de alguém que se coloca a serviço de outrem em troca de um salário, situação esta questionável do ponto de vista socioeconômico e dos direitos humanos. O termo pejorativo "mercenário" se aplica àquele que só se importa com o dinheiro que vai receber; na história é comum a formação de exércitos de mercenários para fazer a guerra, o que acontece, hoje, com os exércitos que estão sendo enviados para fazer a guerra no Oriente. Isto não significa que os assalariados, em geral, sejam mercenários, pois, diante da necessidade da sua sobrevivência, comumente eles se dedicam ao cumprimento dos deveres impostos pelos patrões.
Com a imagem do assalariado mercenário é feita uma alusão aos chefes das sinagogas e do Templo de Jerusalém que rejeitam Jesus e oprimem o povo, cuidando apenas do dinheiro que sua função proporciona. Na primeira leitura, Pedro, que havia sido encarcerado, ao ser trazido diante dos membros do Sinédrio, do sumo sacerdote, de anciãos e escribas, destemidamente, acusa-os de terem rejeitado Jesus e de o terem crucificado.
Esta imagem do mercenário é, também, uma advertência contra aqueles que, na comunidade, assumem posições de liderança por interesses pessoais, por vaidade, ou por desejo de poder. Na hora das dificuldades são omissos em seus compromissos com a comunidade.
A imagem do "bom pastor", na parábola, se aplica àquele que cuida das ovelhas fazendo a vontade do Pai em comunhão de amor. Jesus é o bom pastor. É ele quem comunica a vida plena. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos os homens e mulheres que vivem no mundo. É por este amor que somos filhos de Deus, participantes da vida divina e eterna (segunda leitura).
Como bom pastor, Jesus conhece suas ovelhas e elas o conhecem. O conhecer as ovelhas, e ser conhecido por elas, é uma qualidade fundamental do pastor, sendo fruto do convívio e do diálogo, fortalecendo o amor. O conhecer leva à proximidade, à solidariedade, à comunhão. Ao dedicar sua vida a suas ovelhas, o pastor está comunicando vida a elas. E foi esta a missão que Jesus recebeu do Pai: como pastor, dar sua vida divina pelas ovelhas de todos os redis, sem fronteiras, sem eleições particulares e sem limites. João, já no prólogo de seu evangelho, caracteriza esta dimensão universal do dom de Jesus: Jesus é a luz verdadeira que ilumina todo homem, e a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,9.12).
Para Jesus não existe massa humana amorfa. Jesus mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama a cada um pelo nome e a cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é de mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai. Pelo conhecimento e pelo amor a Jesus e ao nosso próximo, inserimo-nos na vida divina trinitária, em comunhão de vida com o Pai e o Filho, no Amor.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que eu saiba entregar-me com toda confiança nas mãos de teu Filho - o bom Pastor -, pois só assim estarei seguro de estar trilhando o caminho para ti.
Fonte: Paulinas em 29/04/2012
Vivendo a Palavra
O conforto, a paz e a alegria de nos sentirmos carinhosamente amados pelo Pai do Céu deve se revelar no cuidado que devemos dispensar aos irmãos de caminhada. Deus nos faz ricos, mas nós só temos, de verdade, aquilo que oferecemos com generosidade e desapego ao nosso próximo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/04/2012
VIVENDO A PALAVRA
O cuidado que devemos aos que estão próximos de nós é como aquele que o bom pastor dedica às suas ovelhas: na sua Carta, João nos revela que somos todos filhos muito amados do Pai Misericordioso e, portanto, devemos a cada ser humano o carinho de irmão. Esta era a novidade trazida por Jesus e cabe a nós vivê-la em comunidade!
Fonte: Arquidiocese BH em 22/04/2018
vIVENDO A PALAVRa
O cuidado que devemos aos que estão próximos de nós é semelhante àquele que o Bom Pastor dedica às suas ovelhas: na sua Carta, João nos revela que somos todos filhos muito amados do Pai Misericordioso e, portanto, devemos a cada ser humano o carinho de irmão. Esta era a novidade trazida por Jesus e cabe a nós vivê-la alegremente na Comunidade!
Reflexão
No evangelho deste domingo, Jesus se apresenta como o bom pastor. Ora, se há o bom pastor, é sinal de que pode haver também o mau pastor. Quem é o bom e quem é mau pastor? Jesus se diz bom pastor, porque conhece seu povo e o povo o conhece. Conhecer, em sentido bíblico, é ter consciência que cria comunhão de vida, relação pessoal de amor e amizade. Conhecer de verdade as pessoas implica disposição a pagar o preço de se colocar ao lado delas. Jesus é o bom pastor, porque dá a vida para que as pessoas a tenham em plenitude. Toda a prática de Jesus foi a favor da vida do mais necessitado. Quem ama de verdade é capaz de se doar pela vida do amado e não foge diante do perigo. Jesus é o bom pastor, porque se preocupa com todos e não apenas com um pequeno grupo. Jesus não é exclusividade de um único povo. Sua proposta de vida é para todas as pessoas e para todos os povos. Infelizmente existem também maus pastores. São os mercenários que se preocupam consigo mesmos; não têm interesse pela vida do povo. O mercenário instrumentaliza as pessoas para seu próprio fim, porque só vê e valoriza as pessoas enquanto lhe são “úteis”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
Jesus se declara o bom pastor. As ovelhas são todos os povos. Ora, o bom pastor é aquele que está junto do rebanho, zela por ele e arrisca a própria vida para defendê-lo. Então, Jesus está disposto a sacrificar a vida em favor dos seres humanos: “Exponho a minha vida pelas ovelhas”. Outro aspecto importante na relação pastor-ovelhas é que o bom pastor conhece as suas ovelhas e por elas é conhecido. Trata-se de um conhecimento que vai além do nível intelectual. É um conhecimento que cria comunhão de vida, relações de amizade: “Vocês são meus amigos” (Jo 15,14). Jesus é um pastor singular, pois não se limita a pastorear uma nação apenas, mas quer ser o pastor de todos os povos da terra. Seu profundo desejo é que haja “um só rebanho com um só pastor”. Então, ainda estamos longe desse ideal!
Oração
Ó Jesus, bom Pastor, somos gratos a ti porque nos tratas como ovelhas do teu rebanho e arriscas tua vida por nós. Somos gratos a ti principalmente porque entregas ao Pai tua vida para que tenhamos vida em abundância. Gratidão a ti para sempre, Senhor. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Meditando o evangelho
O BOM PASTOR
A atitude mais dignificante de um pastor consiste em estar disposto a dar a sua vida em defesa do rebanho. Esquecendo-se de si mesmo, luta para garantir a sobrevivência de suas ovelhas, embora venha a morrer. Não existe forma melhor de comprovar a condição de guia do rebanho! Só quem age assim merece o título de pastor.
No trato com seus discípulos, Jesus inspirava-se neste modelo de pastor. Conhecia os que havia chamado para estar com ele e partilhar a sua missão e o seu destino. Colocava-se no meio deles como amigo e servidor, interessado em que tivessem vida abundante – a vida eterna, oferecida pelo Pai. Cuidava para que a ação perversa dos adversários – certas alas radicais do farisaísmo, as autoridades religiosas e políticas etc. – não viesse a prejudicá-los. Defendia-os dos ataques dos inimigos, calando a boca de acusava falsamente seus discípulos. Colocava-se a serviço deles, desejoso de que fizessem uma verdadeira experiência de Deus, reconhecido como Pai misericordioso. Lutava para congregar quem vivia disperso, vagando por caminhos impróprios, por ser mal-orientados.
Toda esta ação de Jesus resultava do cumprimento da ordem que recebera de seu Pai: ser Mestre para guiar a humanidade para ao reencontro com Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que eu saiba entregar-me com toda confiança nas mãos de teu Filho – o bom Pastor –, pois só assim estarei seguro de estar trilhando o caminho para ti.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O BOM PASTOR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Jesus já se autoproclamara a porta do redil das ovelhas, pela qual entra o pastor. Agora se declara como o bom pastor. É ele quem conduz para a vida plena. A imagem do pastor e das ovelhas é comum nos textos dos profetas no Primeiro Testamento, sendo o povo de Israel as ovelhas de Javé.
O mercenário, alusão aos fariseus e chefes religiosos de Jerusalém que rejeitaram Jesus (cf. primeira leitura), não se importa com as ovelhas. O que lhe importa é o dinheiro que o beneficia em S. Filipe e S. Tiago, Apóstolos sua função de pastor.
Jesus é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Toda sua vida foi dom e comunicação do amor que vivifica. Neste dom não há temor nem fuga diante da morte. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos, homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, ele conhece suas ovelhas e elas o conhecem. O conhecimento é fruto do convívio e do diálogo, e gera o amor.
Para Jesus não existe massa humana amorfa. Ele mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama cada um pelo nome e para cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é da mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai. Pelo conhecimento e pelo amor a Jesus nos inserimos na vida divina trinitária com o dinamismo da união entre o Pai e o Filho, no Amor. As relações de conhecimento e amor de Jesus não se restringem a um único rebanho, a um único grupo de eleitos. O dom da vida de Jesus tem um alcance universal.
João, já no prólogo de seu Evangelho, caracteriza a dimensão universal deste dom: Jesus é a luz verdadeira que ilumina todo ser humano, e a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,9.12). O vínculo de unidade em torno de Jesus é amor que liberta, promove a justiça e gera a vida, e não é restrito a nenhuma profissão de fé particular.
Deus é a plenitude do amor e da vida. A vida de Jesus está, por sua natureza divina, toda perdida e reencontrada nesta plenitude. Presente entre nós, ele quer que sejamos mergulhados em sua vida divina. Entregando nossa vida a Jesus, em comunhão de conhecimento e amor, fazendo a vontade do Pai, nos tornamos filhos de Deus (segunda leitura) e participamos da vida eterna.
Fonte: NPD Brasil em 29/04/2012
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O bom pastor dá a vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
No capítulo décimo de São João, Jesus diz: “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas”. “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem.” Ele mesmo se dá o título de bom pastor, o melhor título para o Cristo Ressuscitado. Estamos no centro do Tempo Pascal, professando que o Cristo Ressuscitado é o bom pastor. Muitos de nós nunca vimos um pastor e menos ainda um rebanho, mas esta é a ideia que está dentro da figura do pastor: ele é alguém que cuida do seu rebanho com carinho e atenção. Quando Jesus diz que é pastor, é porque ele cuida dos seus seguidores; quando diz que é bom pastor, é porque cuida bem. Não só cuida bem, mas dá a sua vida por nós. Ele se preocupa também com as pessoas que não fazem parte do seu rebanho e espera que um dia haja um só rebanho e um só pastor. Os católicos pensariam em uma só Igreja conduzida por um só papa. Um pensamento justo, mas talvez não realista. Jesus desejou a unidade de seus discípulos e disse ao Pai: “Que eles sejam um como tu e eu somos um”[...]. Este Jesus, Filho de Deus, veio a este mundo por nossa causa. O seu rebanho são homens e mulheres desta terra. Aqueles que não são cristãos e que não têm Cristo como ponto de referência, conservando suas práticas religiosas, encontram-se com todos os que têm sentimentos humanos, têm sensibilidade em relação às pessoas enquanto seres humanos, porque são todos iguais [...].
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Dou a Vida pelas Ovelhas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Confesso que ás vezes como católico, sinto uma “pontinha” de ciúmes dos dirigentes das Igrejas Históricas, que são denominados de “Pastores”, que a meu ver é um título mais profundo e sublime do que “Padre”, que por sua vez significa “Pai”.Entretanto, ambos estão corretos e de acordo com o evangelho, pois a palavra “Padre”, embora signifique “Pai” é compreendida no sentido de ser aquele que cuida, toma conta, zela, dirige, mantém, e não aquele que “gera”, embora ainda haja o argumento de que, no batismo a igreja filhos e filhas de Deus, entretanto, o Batismo é realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, portanto, a palavra pastorear é uma ação mais humana e esta é, a meu ver, uma das mais belas alegorias aplicadas a Jesus, pelo evangelista.
No antigo Testamento, a maioria dos pastores não eram donos do rebanho, mas trabalhavam para alguém que era o verdadeiro proprietário. Em Ezequiel 34, Deus censura os maus pastores e garante que ele mesmo irá cuidar do seu rebanho “Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso, buscarei a ovelha que estiver perdida, curarei a ferida, reconduzirei a que estiver desgarrada”
Em Jesus Cristo essa profecia se cumpre, e quando ele se apresenta como o Bom Pastor, está dizendo a todos aqueles a quem confiou as ovelhas : “Vejam, é assim que eu quero que tratem as minhas ovelhas”. Portanto, nenhum dirigente de uma Igreja Cristã, poderá ter dúvidas sobre como tratar as ovelhas, a consciência de que elas não são suas, não fazem parte de sua propriedade, deve estar sempre presente na missão de um verdadeiro pastor. As ovelhas pertencem a Deus, devem ser conduzidas até sua casa, e cabe ao pastor apenas mostrar o caminho.
Há neste evangelho um versículo que ensina de modo muito claro como age o verdadeiro pastor, e aqui a reflexão se torna mais ampla, porque o recado não é direcionado apenas aos dirigentes, mas a qualquer cristão que tenha na comunidade alguma responsabilidade pastoral. Na nossa compreensão do dia a dia, alguém que é BOM, é aquela pessoa quietinha, que não tem boca pra nada, que não reclama, não critica, só faz o bem, é muito boazinha. Mas o conceito de BOM, nesse evangelho, sendo aplicado a Pastor, quer antes de tudo nos mostrar que Jesus, enquanto modelo perfeito de homem, no seu jeito de amar, vai além dos limites.
Podemos entender melhor esse pensamento na comparação entre o Pastor e o mercenário, que também é um pastor, porém, profissional contratado, uma espécie de “Tarefeiro”, que pastoreia o rebanho apenas pelo salário, tendo certas obrigações e deveres constantes do contrato, por exemplo, diante de algum perigo que rondasse as ovelhas, ele teria que defendê-las, porém, desde que a sua vida não estivesse sendo colocada em risco: diante de um Leão faminto e feroz, ele podia abandonar o rebanho á sua própria sorte, pois não tinha como enfrentar um leão, ou seja, na defesa da vida das ovelhas há um limite. Então não vamos fazer mau juízo do mercenário.
Entretanto, é bom fazer uma pergunta fundamental: quem é que irá contratar um profissional, que trabalhe apenas pelo salário, que apenas faça aquilo que é necessário, ou que apenas cumpra o contrato? Se fosse em um time profissional, seria aquele jogador que só entrou para ganhar o “bicho”, nunca vai “suar” a camisa, aliás, nem a camisa do time ele vai vestir. É aquele agente de pastoral, ou participante de um movimento, que sempre diz de peito estufado “A minha parte eu sempre faço!”. Esse é o mercenário, que sempre faz o que tem que fazer, e que é sua obrigação.
Jesus Cristo, o único e verdadeiro Pastor, apresenta-se como BOM nesse sentido, de que as ovelhas, cada uma delas em particular, são o alvo de sua atenção, de modo que o seu interesse está voltado totalmente para elas, a vida do rebanho todo e de cada ovelha, é mais preciosa do que a sua própria Vida, e se vier uma matilhas de Lobos ferozes, ou um bando de leões famintos, ele nunca “dá no pé”, mas fica e enfrenta, ainda que esse ato, marcado de um amor extremoso e infinito, represente a perda da sua vida.
Há uma tentação muito grande, de nesse Domingo do Bom Pastor, olharmos para os nossos dirigentes e pastores, ministros ordenados e servos de Deus, colocados pela Instituição à frente da comunidade, paróquia ou Diocese, criticar duramente sua conduta e condená-los ao inferno ainda em vida, mas pensemos um pouco naquelas ovelhas, numerosas ou não, ou quem sabe apenas uma ovelha, que Deus colocou sob os nossos cuidados, na vida comunitária ou familiar, se a nossa relação com elas, não se modelar em Jesus, o Bom Pastor, nosso pecado será tão grave como o das lideranças, e também iremos um dia prestar conta dessas ovelhas diante do único e verdadeiro DONO do rebanho. (Domingo do Bom Pastor – João 10, 11-18)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Eu sou o bom pastor - Jo 10,11-18
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
O Cristo ressuscitado permanece presente entre nós de muitas maneiras, nos pobres, nos sacramentos, e também no pastoreio. Cristo deixou Pedro à frente do rebanho como o Bom Pastor que cuida carinhosamente das ovelhas e dos cordeiros. O título mais antigo e mais bonito que os cristãos deram a Jesus foi o de Bom Pastor e é o título que ele mesmo se deu. Nas representações gráficas, antes de “o Todo-Poderoso”, os cristãos representaram Jesus como um Bom Pastor. Por isso, a bondade é e deve ser a característica de todos aqueles que no mundo e na Igreja exercem a função de Pastor.
No Evangelho, Jesus se define como Bom Pastor. Assim lemos em São João: “Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai”. Ele se mostra preocupado com as ovelhas que não fazem parte do seu rebanho. Não é indiferente a elas. Ele mesmo diz: “Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”. Ele é o Bom Pastor porque conhece as suas ovelhas e é conhecido por elas.
Jesus é o Bom Pastor porque dá a vida por suas ovelhas. Ele dá a sua vida livremente, ninguém a tira dele e ele tem o poder de recebê-la de novo, o que se dá na sua ressurreição. Ele continua dando a vida pelas ovelhas nos pastores que ele deixou à frente da sua Igreja. Pedro cura um enfermo em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, crucificado, que Deus ressuscitou dos mortos e aceitou ser rejeitado embora fosse a pedra principal da construção do Reino de Deus. Graças à sua entrega somos membros do rebanho, filhos de Deus, já agora. Quando ele vier em sua glória, nós o veremos e seremos semelhantes a ele. Nesse dia, se manifestará o que significa ser filho de Deus. Seremos semelhantes a ele, mas nós já nos conhecemos. Ele conhece as ovelhas e as ovelhas o conhecem.
São Paulo, na Carta aos Filipenses, ensina que o conhecimento vem junto com a sensibilidade e é expressão do amor. O amor se expande em conhecimento e em sensibilidade. Se não houver sensibilidade, não haverá conhecimento entre as pessoas. A pessoa é inefável, a pessoa é incomunicável. O que há de mais pessoal em nós não se diz, não se comunica. Por isso, o verdadeiro conhecimento pessoal é o conhecimento do coração, que Santo Inácio chama de conhecimento interior. Da nossa parte o conhecimento e o reconhecimento são sempre parciais e incompletos. Da parte de Deus, não. Ele simplesmente sabe e conhece.
De Jesus mesmo já disse o evangelista que “ele conhecia a todos e não necessitava que lhe dessem testemunho sobre o homem, porque ele conhecia o que havia no homem”. Deus conhece o valor e as potencialidades de cada ser humano, e ao chamá-lo pelo nome, como Jesus chamou Maria na manhã da ressurreição, mostra ter do outro uma imagem positiva, de alguém que pode evoluir sempre mais. Conhecer e ser conhecido significa interessar-se pela pessoa e por sua dignidade. Significa aproximar-se e buscar uma relação duradoura e afetuosa, num ambiente de compreensão mútua.
O pastor não é um profissional de pastoreio e menos ainda um patrão e dono do rebanho. Ele se aproxima, amando. Seu relacionamento não é profissional nem autoritário. É antes expressão de uma verdadeira comunicação. O pastor cuida das ovelhas e Jesus, o Bom Pastor, cuida de quem cuida.
HOMÍLIA
Pe. José Luiz Gonzaga do Prado
O MODELO DE PASTOR
I. INTRODUÇÃO GERAL
Estamos habituados a repetir a expressão “Bom Pastor”, aludindo sempre ao trecho do evangelho a ser lido hoje. O adjetivo bom é muito pouco para o que Jesus quer dizer. Ele não é apenas um pastor bom, ele é o verdadeiro, o autêntico pastor, o modelo de pastor.
Ezequiel (cap. 34) já falara dos dirigentes do povo como pastores, para os quais só interessavam a carne e a lã das ovelhas, que não cuidavam da fraca e da doente e ainda permitiam que as mais fortes afastassem do cocho as mais fracas com os chifres ou com as ancas. No lugar deles, Deus, o dono das ovelhas, iria ele mesmo ser o pastor.
Jesus se apresenta como verdadeiro pastor em oposição ao assalariado, a quem, naturalmente, o que interessa é garantir o seu salário, as ovelhas que se danem. O autêntico pastor arrisca a vida pelas ovelhas.
Pouco antes ele havia dito que os outros dirigentes do judaísmo só vieram para roubar, sacrificar, destruir, enquanto ele veio para que todos tenham vida e vida plena. O verdadeiro pastor dá a vida para que as ovelhas tenham vida.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (At 4,8-12)
Só a fé na ressurreição de Jesus, na sua vida nova, a certeza de que Deus está do lado dele e aprovou sua morte dão a Pedro, que tremeu diante de uma empregada, a coragem de dizer o que diz agora diretamente aos chefes.
Reúnem-se todas as autoridades judaicas: Anás, Caifás e toda a família de sumos sacerdotes, os anciãos, os grandes proprietários membros do Sinédrio, como também escribas que faziam parte desse conselho. Interrogam Pedro e João para saber com que autoridade, em nome de quem, eles fizeram o paralítico se levantar.
A resposta de Pedro é o texto da primeira leitura de hoje. O mesmo que negara ser discípulo diante de uma funcionária de um desses chefes agora fala abertamente a todos eles. Eles mesmos o reconhecem na continuação do episódio. Onde ele encontrou tamanha força?
“Estamos sendo acusados de fazer o bem”, diz Pedro. Isso mostra que esses chefes preferem que o povo continue sofrendo, contanto que eles não percam a sua autoridade. Não querem que os paralíticos se levantem.
Pedro os acusa diretamente: foram eles mesmos que, como maus pedreiros, descartaram aquela pedra que Deus, o verdadeiro mestre de obras, colocou como pedra principal.
“Pedra angular”, o termo hebraico que se encontra no Salmo 118(117), pode significar tanto a pedra da quina do alicerce, que apoia duas paredes, como a pedra que fecha um arco e lhe dá estabilidade.
O rejeitado pelas autoridades religiosas deste mundo, o que foi descartado por aqueles que se julgavam os donos da situação, tornou-se único caminho de salvação para a humanidade. Outro caminho não há a não ser o que passa pela cruz.
2. II leitura (1Jo 3,1-2)
O autor tinha dito no final do trecho anterior que “todo aquele que pratica a justiça nasceu de Deus”. Agora ele passa a falar da grandeza de sermos filhos de Deus. O prólogo do evangelho já colocava no seu centro (vv. 12-13) o pensamento de que Cristo nos deu o poder de nos tornarmos filhos de Deus.
Só que, na rede de comunidades do Discípulo Amado, algumas estavam dizendo que quem já é filho de Deus nada mais tem a esperar depois da morte, já está glorificado com Cristo. Não separavam o “já” do “ainda não”.
Sim, é um grande dom do amor do Pai, já somos filhos de Deus não só de nome, mas de verdade. É por isso que o mundo não nos entende nem reconhece a nós nem ao Pai.
Mas o que temos como um botão de rosa ainda não desabrochou. Isso só vai acontecer quando o Cristo vier. Só então seremos plenamente semelhantes a ele, porque o estaremos vendo ou sentindo como ele é de verdade.
3. Evangelho (Jo 10,11-18)
O pastor, para um povo de origem nômade, é figura de grande importância. A comparação do pastor na Bíblia foi usada primeiramente para falar dos governantes, quase sempre para criticar a corrupção e o descaso com o povo.
O capítulo 34 de Ezequiel é clássico nesse sentido. Os governantes ou pastores só estavam interessados no que podiam aproveitar das ovelhas, a carne e a lã.
Das ovelhas mesmo não cuidavam, não curavam a ferida, não procuravam a que se perdera, não enfaixavam a que quebrou a perna, não cuidavam de alimentar as fracas e magras e ainda permitiam que as mais fortes afastassem as mais fracas do cocho, impedindo que elas se alimentassem. Ao final, o próprio Deus será o verdadeiro pastor, ele que é o dono das ovelhas.
O capítulo 10 do Evangelho de João está ainda no contexto da cura do cego de nascença e do conflito a propósito disso entre Jesus e os chefes judeus. O cego de nascença representa bem quem nasceu naquele sistema que um grupo de fariseus, na época em que o evangelho foi escrito, estava impondo a todos. Eles eram os guias, e o restante do povo era cego e devia continuar como cego. Jesus, porém, abre-lhe os olhos.
Jesus havia dito um pouco antes: “Aqueles que vieram antes de mim vieram para roubar, sacrificar, destruir; eu vim para que todos tenham a vida e vida plena”. Aí está o grande contraste entre os falsos e o verdadeiro pastor.
A conhecidíssima expressão “Bom Pastor” pode prestar-se à confusão, pode levar a pensar em Jesus somente como um Pastor bom. É muito mais: o adjetivo grego utilizado pelo evangelista, kalós, não significa bom, e sim correto, legítimo, verdadeiro, autêntico. Com esse sentido, ele aparece em várias palavras do nosso vocabulário, como em “caligrafia”, escrita correta, dentro dos padrões, elegante, e em “califasia”, pronúncia correta, elegante.
Jesus é o autêntico Pastor, modelo dos pastores. No evangelho, ele é posto em contraste com o assalariado ou mercenário, aquele que só pensa em receber seu salário. Os que vieram antes de Jesus (depois, não se sabe) só vieram para cuidar dos próprios interesses “roubar, sacrificar, destruir”. Intencionalmente, o evangelista usa o verbo “sacrificar” e não “matar”, como muitas vezes se traduz, para lembrar justamente o sacrifício das ovelhas no Templo.
O Verdadeiro Pastor faz o contrário: sacrifica a própria vida para que as ovelhas tenham vida. O mercenário, o assalariado, o mero funcionário, não é o lobo que ataca e dispersa as ovelhas, mas tem medo dele; está ali, ele pensa, para cuidar de si e não das ovelhas; ele não é capaz de se arriscar, de se sacrificar, mas foge, e o lobo fica livre para agir.
O Verdadeiro Pastor conhece as ovelhas e é conhecido por elas. Não apenas conhece cada uma pelo nome, como já foi dito no início do capítulo, mas tem íntima relação com o conjunto das ovelhas. Elas têm experiência do seu amor, que o levou a dar a vida por elas e a comunicar-lhes o espírito desse amor. Sua intimidade é grande, à semelhança da intimidade entre Jesus e o Pai.
Jesus diz ter outras ovelhas que não são “deste aprisco”, costuma-se traduzir. O evangelho utiliza aqui a mesma palavra (aule) empregada para falar do átrio ou recinto do sumo sacerdote. O átrio, o recinto, a área, o espaço, o “aprisco” do sumo sacerdote é o ambiente da religião judaica, de onde vieram os primeiros discípulos. Mas Jesus tem outros, de fora, das nações; ele é o “Salvador do mundo”, já disseram os samaritanos (Jo 4,42).
Todos hão de seguir a voz do Pastor, e único será o rebanho, como único é o pastor. As dificuldades porventura existentes devem ser superadas. Isso vai acontecer na “hora” de Jesus, quando sua mãe, representando as ovelhas deste aprisco, e o Discípulo, representando as que “não são”, vão se acolher como mãe e filho.
O Pai ama Jesus porque ele dá a vida para que tenha vida novamente; ele o faz livremente, ninguém lhe tira a vida. Amor sob coação não é amor. O Pai o ama porque ele nos ama. Era isso o que o Pai queria. O mandamento do Pai era que Jesus amasse até o fim. O mandamento de Jesus é que nós façamos o mesmo.
III. DICAS PARA REFLEXÃO
– Pedro, que tremeu diante de uma empregada, agora, na segurança de que Jesus está vivo e está com ele, tem toda a tranquilidade para falar claro e acusar os próprios patrões daquela empregada. Isso é testemunhar a ressurreição do Senhor.
– Aquela pedra, que os que se consideravam construtores do mundo descartaram, foi escolhida por Deus para ser a pedra principal, seja do alicerce, seja do acabamento. Acreditamos nisso?
– Jesus não é um pastor bonzinho. É o único e autêntico capaz de livremente entregar a sua vida pelas ovelhas. Não há como fugir disso aí.
– Os falsos pastores só pensam no seu interesse. Em vez de se sacrificarem pelo povo, tendem a sacrificar o povo em seu proveito próprio.
– A eucaristia celebra sempre o sacrifício do Verdadeiro Pastor em prol das ovelhas, para que tenham vida e vida plena. Ele se dá em pedaços e deixa beber o seu sangue para chegarmos à comunhão, à plenitude de vida, assim na terra como no céu.
Fonte: Paulus em 29/04/2012
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO-25 DE ABRIL
4º DOMINGO DA PÁSCOA
HOMÍLIA DIÁRIA
Você tem sido bom pastor às ovelhas de Deus?
Postado por: homilia
abril 29th, 2012
Jesus nos responde: “Eu sou o Bom Pastor”. Se entendermos, na palavra “bom”, o sentido de “modelo”, então teremos a resposta certa, porque o Senhor é modelo de Pastor ideal.
O verdadeiro pastor é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem do rebanho que lhe foi confiado. Por isso, ele arrisca tudo em benefício das ovelhas e está disposto a dar sua própria vida por elas, porque as ama. Nele, as ovelhas podem confiar, pois sabem que seu cuidador não defende interesses pessoais.
Você, presidente, governador, prefeito, político, bispo, sacerdote, diácono, consagrado, catequista, casado, pai, mãe ou jovem, como tem sido bom pastor para as ovelhas que lhe foram confiadas por Deus?
O Bom Pastor dá a sua vida por nós. Isso requer de nós a consciência de nossa tarefa, de nosso dever. Ao dar a Sua vida, Jesus estava consciente de que não perderia nada. Quem se gasta a serviço do projeto de Deus não perde a vida, mas constrói para si – e para o mundo – a vida eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em glorificação. Para quem ama não há morte, pois o amor gera vida verdadeira e definitiva.
O apascentador dá a vida por suas ovelhas. Jesus se apresenta como modelo de Pastor ideal, fato polêmico com os sumos sacerdotes e mestres da Lei, denunciando o modo como o povo era tratado por seus líderes. Diferente do mercenário – como bem nos escreve João -, que não se importa com as ovelhas, Jesus é Aquele que vive para os Seus.
Ele, o Homem da substituição solidária, conhece e dá Sua vida para que tantos a tenham. Por isso, o Pai Lhe ama e Lhe concede o poder de tirar e receber a vida: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai” (Jo 10,18). Essa missão é marcada por uma relação pessoal e íntima com as ovelhas: conhece a cada uma, fruto de amor-doação. Mas, ao mesmo tempo, não se limita às fronteiras de Israel: “Tenho também outras ovelhas…”. Seus cuidados de Pastor destinam-se a levar vida a todos os povos da Terra.
Em Jesus se realiza a ação do Pai. N’Ele e por Ele a salvação chega ao universo, como Lucas reconhece nos Atos dos Apóstolos: “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.
Em Jesus recebemos o grande presente do Pai: somos todos considerados filhos de Deus. Desta consciência deve nascer toda a nossa alegria e esperança. Se o mundo em que vivemos nos revela que perdeu seu sentido de ser entregue à violência, à corrupção exagerada e ao consumismo desaforado, nós temos o grande compromisso de levar a Boa Nova mediante atitudes cristãs que nos empenham na luta por ver triunfar, neste mundo, o amor do Bom Pastor por Suas ovelhas.
A entrega de Jesus não é um acidente nem uma inevitável fatalidade, mas um gesto livre de alguém que ama o Pai, ama os homens e escolhe o amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre, gratuito e generoso. Sua decisão em oferecer, livremente, a própria vida, manifesta Seu amor pelo Pai e pelos homens.
Jesus é a porta que introduz o ser humano na vida de Deus. Entrando por essa porta, as ovelhas se encontram com o Pai e com o Seu projeto de salvar a todos, inclusive você, meu irmão e minha irmã!
A salvação está entrando em sua casa pela parábola do Bom Pastor. Louve e agradeça a Deus, porque Ele é bom, pois em Jesus se manifesta a ternura do Pai que quer nos conduzir.
Veja que Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: “É pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré – Aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos – que este homem está curado diante de vós”, ou seja, que nossas ações possam revelar o Cristo. Somente por Ele sejam feitas nossas ações pastorais e sociais. Pedro, nessa passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos, nos inspira a ser reveladores do Bom Pastor. Portanto, alegremo-nos no Senhor fazendo o bem, mesmo quando encontrarmos oposição. Isso enriquece nossa vida, porque o amor de Jesus é salvação, é Páscoa, é Ressurreição!
Que neste domingo, eu e você busquemos ser sinal do Bom Pastor que “dá a vida por suas ovelhas” e faz-se Pão partilhado. Que cada batizado se sinta chamado e comprometido com Sua causa. Que Sua ação seja a nossa ação mediante participação, a cada domingo, no memorial eucarístico, e concretizado na perfeita busca pela justiça e paz. Que possamos, verdadeiramente, ser bons pastores e revelar o Reino de Deus nas nossas manifestações de carinho e atenção mútua, em especial pelo pobre e sofredor, figura predileta da ternura e do cuidado do Bom Pastor.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 29/04/2012
HOMÍLIA DIÁRIA
Escutemos a voz do Bom Pastor
Se escutamos a voz do nosso Pastor, não vamos nos perder nas estradas da vida
“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas” (João 10,14).
Quando olho para a figura do Bom Pastor, sinto-me uma “ovelhinha” do redil d’Ele; procuro olhar para Jesus porque encontro n’Ele refúgio, segurança e confiança. O nosso lugar é no colo do Bom Pastor!
É verdade que nem sempre somos boas ovelhas; somos uma ovelha difícil, complicada, mas o Bom Pastor nos conhece. Precisamos conhecê-Lo mais, amá-Lo mais; precisamos ser uma ovelha que escuta a voz d’Ele. Uma ovelha só se perde quando ela não escuta a voz do seu pastor, e se nos perdemos nos caminhos da vida, não foi o Senhor que nos abandonou, pelo contrário, fomos nós que não escutamos a voz d’Ele.
Quando olhamos para a nossa vida e a repassamos, vamos vendo que, em muitas situações, escutamos mais a nós mesmos, o nosso coração, escutamos a voz do outro e deixamos de escutar o Senhor.
Escutar o Senhor não é difícil, mas é preciso dedicação e desdobramento de alma, de coração. É preciso submeter-se a estar aos pés do Senhor para escutá-Lo, pois se escutamos a voz do nosso Pastor não vamos nos perder nas estradas da vida.
Vivemos num mundo em que, muitas vezes, nos torna insensíveis à voz de Deus. Quando não nos tornamos insensíveis, nos tornamos confusos; nos perdemos na confusão do mundo onde tem tantas vozes, tantos conhecimentos, tantas coisas nos orientando para cá e para lá. A boa ovelha procura o recanto do silêncio da alma, do coração, para na intimidade da alma escutar que tem um verdadeiro Pastor que nunca deixa de cuidar de Suas ovelhas, e Ele é capaz de doar a vida por elas.
O Bom Pastor nos deu a vida para que tivéssemos vida; Ele nos dá a vida a cada dia cuidando, dedicando-se, porque, para o Bom Pastor nada é mais importante do que cuidar das Suas ovelhas.
Como ovelhas do redil de Jesus, permitamos ser cuidados por Ele. A maneira essencial de sermos cuidados pelo Bom Pastor é termos sensibilidade para escutar a voz d’Ele, e segui-la para não nos perdermos nas sendas da vida.
Deus, o Bom Pastor, abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que nos ofereces como Bom Pastor o teu Filho Unigênito, dá-nos generosidade e grandeza de alma para que também nós nos tornemos bons pastores para os homens e mulheres que colocaste ao nosso lado nos caminhos desta vida. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/04/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a olhar com mansidão – sem julgamentos! – os nossos companheiros de peregrinação. Que vejamos em cada um deles um irmão, um filho Teu, que muito amas. Veremos, assim, apenas o Bem em cada um, o reflexo nele da Presença do teu Espírito. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/04/2018
oRAÇÃO FINAl
Pai querido, faze de cada um de nós uma criança do teu Reino. Ensina-nos a olhar com mansidão – sem julgamentos! – os nossos companheiros de peregrinação. Que vejamos em todos eles irmãos amados, filhos do teu carinho de Pai que tem entranhas maternais. Veremos, assim, apenas o Bem em cada um, como reflexo da Presença do teu Espírito. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
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