domingo, 1 de novembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/11/2020

ANO A


TODOS OS SANTOS

Ano A – Branco

“Será grande a vossa recompensa nos céus!” Mt 5,12a

Mt 5,1-12a

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Hoje, reunimo-nos para celebrar o mistério da santidade divina em nossa vida. É uma celebração que mostra o céu e indica o caminho para que a santidade seja plena em cada um de nós. Um modo para que isso seja realidade está na mansidão evangélica: bem-aventurança que cultiva a bondade e o respeito para com o outro. Celebremos alegremente esta Solenidade implorando a intercessão de todos os Santos e Santas de Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje a Igreja volta seu olhar e seu coração para o céu e enche-se de alegria ao contemplar a multidão daqueles que já participam da glória e da plenitude do Deus Santo. Nossa atenção se volta para o incontável número daqueles para quem o Senhor Deus manifestou sua misericórdia. Nesta Eucaristia, elevemos o nosso hino de adoração ao Senhor, cuja santidade reluz nos seus santos e santas.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: No princípio a Bíblia reservou a Javé o título de "Santo", palavra que tinha então um significado muito próximo ao de "sagrado": Deus é o "Outro", tão transcendente e tão longínquo que o homem não pode pensar em participar da sua vida. Diante de sua santidade o homem não pode deixar de ter respeito e temor. Todo homem deve procurar a "pureza de coração" capaz de fazer com que possa participar da vida de Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Hoje, reunimo-nos para celebrar o mistério da santidade divina em nossa vida. É uma celebração que mostra o céu e indica o caminho para que a santidade seja plena em cada um de nós. Um modo para que isso seja realidade está na mansidão evangélica: Bem-aventurança que cultiva a bondade e o respeito para com o outro. Celebremos alegremente esta Solenidade implorando a intercessão de todos os Santos e Santas de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 04/11/2018

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje a Igreja volta seu olhar e seu coração para o céu e enche-se de alegria ao contemplar a multidão daqueles que já participam da glória e da plenitude do Deus Santo. Nossa atenção se volta para o incontável número daqueles para quem o Senhor Deus manifestou sua misericórdia. Nesta Eucaristia, elevemos o nosso hino de adoração ao Senhor, cuja santidade reluz nos seus santos e santas.
Fonte: NPD Brasil em 04/11/2018

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Na vida eterna, contemplaremos com os olhos da inteligência a glória de Deus, de todos os anjos e de todos os santos, assim como a recompensa e a glória de cada um em particular, das maneiras que quisermos. No último dia, no julgamento de Deus, quando pelo poder de Nosso Senhor ressuscitarmos com os nossos corpos gloriosos, esses corpos estarão resplandecentes como a neve, serão mais brilhantes do que o sol, transparentes como cristal. Cristo, nosso Senhor e mestre, cantará com a Sua voz triunfante e doce um cântico eterno, elogio e honra a Seu Pai celeste. Todos nós entoaremos esse cântico, com espírito alegre e voz clara, eternamente, para todo o sempre. A glória da nossa alma e a sua felicidade refletir-se-ão nos nossos sentidos e atravessar-nos-ão os membros; contemplar-nos-emos mutuamente com nossos olhos glorificados; escutaremos, diremos, cantaremos esse elogio de Nosso Senhor com vozes que nunca desfalecerão.
Fonte: NPD Brasil em 04/11/2018

FELIZES, BEM-AVENTURADOS!

Na celebração de Todos os Santos contemplamos a Igreja do céu, a “Jerusalém celeste”, a “cidade de Deus” dos redimidos e salvos, na casa do Pai. De fato, olhamos para o nosso futuro: para lá se encaminha também a nossa vida. Chegar lá, é o grande objetivo final de nossa existência.
São Paulo diz que, neste mundo, somos todos peregrinos e não temos aqui cidade permanente, mas estamos a caminho da que há de vir (cf Hb 13,14). Jesus mesmo também prometeu aos discípulos que iria para junto do Pai para preparar um lugar para eles. E queria que todos estivessem junto dele para sempre (cf Jo 14,2-4). O céu é esse “lugar” e a companhia e plena comunhão com Ele é a felicidade completa.
Os Santos no céu já chegaram lá, no final do caminho, e alcançaram a meta da existência. Estão felizes e adoram e bendizem a Deus. A 1ª. leitura de hoje, do Apocalipse (Ap 7,2-4.9-14), nos apresenta uma visão do céu, onde uma multidão imensa de redimidos proclama em uníssono “o louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder, a força” de Deus. Graças a Deus, é uma multidão tão numerosa, que “ninguém consegue contar”.
O Papa Francisco nos recordou, no início deste ano, que a santidade é a vocação de todos nós (ver Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate). E a principal missão da Igreja é ajudar a humanidade a alcançar esse grande objetivo da existência humana. O Papa destaca que isso não é reservado para alguns poucos, ou para “pessoas muito especiais”. Talvez pensamos logo que é “santo” quem faz milagre ou consegue fazer coisas que ninguém faz. Não é assim. Santos são todos os que estão com Deus. E isso é possível a todos.
Santos e santas são as pessoas que vivem a comunhão com Deus e procuram viver a sua dignidade de filhos e filhas de Deus; são as pessoas que “ouvem a palavra de Deus e a colocam em prática cada dia” (Lc 11,38), como fez Nossa Senhora. A santidade é o chamado que Deus faz para todos: “sede santos porque eu, vosso Deus, sou santo” (Lv 11,45).
E o Papa recomenda que o caminho para viver a santidade e alcançar a felicidade do céu é viver as Bem-aventuranças do Evangelho. Jesus e Maria foram os primeiros que viveram esse caminho e nos deram o exemplo. A santidade não está fora do nosso alcance.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 04/11/2018

TODOS OS SANTOS DE DEUS

Os santos canonizados ou beatificados têm a sua festa marcada no calendário litúrgico. E hoje a Igreja comemora todos os restantes santos do Céu, ou seja, uma grande multidão que ninguém poderia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, como nos recorda a primeira Leitura da Missa. As vestes brancas significam que seus pecados foram purificados pela Paixão de Cristo. As palmas nas mãos são o sinal da vitória. Receberam o prêmio pela sua fidelidade e chegaram ao Céu. Deus os recebeu e enxugou as lágrimas dos seus olhos. Quem são eles? São pessoas como nós: lutaramatualmente: tentações, erros, falhas e defeitos semelhantes (perderam a paciência, foram gulosos ou curiosos). Caíram até em faltas graves; foram vencidos algumas vezes, mas não se deixaram abater: recuperaram a graça por meio da Confissão e retomaram a luta sem desanimar. Foram purificados da mancha dos seus pecados no Purgatório, receberam com fruto as indulgências ou os sufrágios oferecidos por eles. com dificuldades parecidas às nossas e tiveram que recomeçar muitas vezes, como nós procuramos fazer. Passaram por situações semelhantes às nossas atualmente: tentações, erros, falhas e defeitos semelhantes (perderam a paciência, foram gulosos ou curiosos). Caíram até em faltas graves; foram vencidos algumas vezes, mas não se deixaram abater: recuperaram a graça por meio da Confissão e retomaram a luta sem desanimar. Foram purificados da mancha dos seus pecados no Purgatório, receberam com fruto as indulgências ou os sufrágios oferecidos por eles.
Talvez tiveram que lutar durante anos a fio contra defeitos do temperamento como os nossos: teimosia, gênio forte, timidez, superficialidade, sentimentalismo, desordem... Mas foram fiéis à sua vocação, fiéis até a morte. E hoje estão hoje no Céu, contemplando o rosto de Deus. Alguns deles são pessoas com as quais convivemos algum tempo aqui na terra, e às quais continuamos unidos por uma profunda amizade e afeto (como nossos pais, avós, irmãos, familiares e amigos). Agora prestam- nos muita ajuda do Céu, e lembramo-nos delas com muita alegria e recorremos à sua intercessão. Essa comemoração nos reacende a esperança de, um dia, chegarmos no Céu.
Bento XVI explica que as bem-aventuranças são como uma velada biografia interior de Jesus, como um retrato de sua figura. Ele, que não tem onde reclinar a cabeça, é o autêntico pobre. Ele, que pode dizer de si mesmo: vinde a mim, porque sou manso e humilde de coração, é o verdadeiramente humilde; Ele é verdadeiramente puro de coração e por isso contempla a Deus sem cessar. Ele é o construtor da paz, aquele que sofre por amor de Deus. As bem-aventuranças manifestam o mistério do próprio Cristo e nos chamam a entrar em comunhão com Ele. Neste discurso Jesus está propondo um novo padrão de felicidade, completamente avesso ao que o mundo nos propõe, porque louva os que são pobres e os mansos, os que choram e os que sentem fome e sede de justiça, os misericordiosos e os limpos de coração, os que trabalham pela paz e os que são perseguidos por amarem a justiça.
As bem-aventuranças levam-nos a adquirir uma visão elevada, superior, sobrenatural. Dão-nos critérios diferentes e nos mostram que os bens do espírito estão muito acima dos bens materiais. Nem a falta dos bens, nem a dor, a doença, a injustiça... nada disto é capaz de abalar aqueles que confiam plenamente em Deus.
D. Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

Bem-aventuranças

Mateus, no seu evangelho, apresenta, didaticamente, cinco coletâneas de textos extraídos das tradições das primitivas comunidades cristãs, formando cinco discursos de Jesus. O "Sermão da Montanha" é o primeiro destes discursos, em vista do anúncio do Reino dos Céus. Este Sermão inicia-se com as nove bem-aventuranças.
A subida à montanha é uma alusão ao lugar do encontro com Deus e a Moisés que recebeu os mandamentos da Lei na montanha (Sinai). Moisés, agora, cede lugar a Jesus, que apresenta as bem-aventuranças do Reino dos Céus. Os mandamentos da Lei eram expressos em forma categórico-imperativa. Contudo, as bem-aventuranças proclamadas por Jesus são uma oferta amorosa de felicidade a ser encontrada na união de vontade com Deus, através de práticas acessíveis a todos.
As bem-aventuranças não indicam um estado de felicidade de alguém que se aplica em crescer nas virtudes pessoais, mas sim a felicidade da comunhão com os irmãos, particularmente os mais excluídos, em um processo de libertação e integração social, e, nesta comunhão com os irmãos, a felicidade da própria comunhão com Deus.
A primeira bem-aventurança apresenta a pobreza, na forma de desapego concreto dos bens terrenos, como a característica genérica do Reino. As duas bem-aventuranças seguintes apontam para as vítimas da sociedade injusta: os que choram e os submissos ("mansos") aos quais o amor de Deus traz a libertação. Seguem-se quatro bem-aventuranças ativas, em vista da transformação da sociedade: a fome e sede da justiça que é a vontade de Deus, a misericórdia que impulsiona à ação solidária, a pureza do coração que supera a pureza ritual e acolhe a todos, e os promotores da paz em vista da construção de um mundo sem a ambição e a violência daqueles que tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça. As duas últimas bem-aventuranças retomam o tema da justiça, advertindo sobre a repressão a que estarão sujeitos os que a buscam e exaltando sua grandeza.
Pela prática das bem-aventuranças, na plenitude do amor, somos, de fato, filhos de Deus (segunda-leitura). Nelas encontramos valores universais, que podem ser entendidos e acolhidos entre todos os povos, chamados a formar "uma multidão imensa, que ninguém podia contar, gente de todas as nações, tribos e línguas" (primeira leitura). As bem-aventuranças são o caminho concreto para a transformação deste mundo em um mundo de fraternidade, justiça e paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 04/11/2012

Vivendo a Palavra

O Mestre traça o perfil para quem O quiser seguir: será feliz quem é pobre em espírito; quem se aflige com a dor dos irmãos; quem é manso e humilde de coração; tem fome de justiça; é misericordioso, puro de coração e pacificador. E, sobretudo, quem, como Ele, for perseguido por causa da Justiça. Por isto Ele é o Caminho para a Casa do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

O dia de todos os Santos é o ‘nosso’ dia, pois a santidade é a vocação de cada um dos cristãos. Não por mérito nosso, mas pelas infinitas Misericórdia e Graça do Pai. Celebremos com alegria, gratidão e atentos ao surpreendente perfil dos felizes eleitos traçado por Jesus, o Filho amado: eles são os pobres, os mansos de coração, os que não se ‘acostumam’ com a iniquidade e nem se calam covardemente. São os misericordiosos e os perseguidos por causa da Justiça. Procuremos viver como esses bem-aventurados vivem!

Reflexão

A exemplo de Moisés, que, na montanha, recebe a lei e a entrega ao povo, Jesus, ao ver as multidões de sofredores que vêm a ele, sobe a montanha e nos deixa a nova lei, as bem-aventuranças, início solene do sermão da montanha. As oito bem-aventuranças são dirigidas a toda a multidão, e não apenas aos discípulos de Jesus (a nona é mais específica para seus seguidores). Ele propõe anúncios de felicidade. O que é ser feliz? Onde buscamos a felicidade? Para a sociedade moderna, felizes são os ricos, os poderosos, os “bem de vida” e os que podem consumir à vontade. Jesus, ao contrário, nos diz: felizes os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça. Essas são instâncias de felicidade propostas por Jesus para toda a humanidade, não apenas para alguns grupos específicos. À primeira vista, parece que as bem-aventuranças conclamam para a acomodação. Ao contrário, elas convocam para o “não conformismo”, para a busca dos valores do Reino (paz, justiça, misericórdia). E também não é uma proposta para a vida após a morte, mas para o presente.
Oração
Ó Jesus Mestre, és o Caminho que conduz ao Pai; és a Verdade que revela os planos divinos; és a Vida que renova o mundo. Confiantes, te pedimos, Senhor: dá-nos perseverança na constante busca da santidade nesta vida, a fim de vivermos eternamente em comunhão contigo e com todos os santos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Reflexão

TODOS OS SANTOS

QUEM QUER SER SANTO?

Você já imaginou sair pelas ruas da cidade, perguntando a cada pessoa: “Você quer ser santo/a?” O que será que responderiam? Imagino que se ouviria cada resposta… Muitos diriam de cara: “Não quero”. Não penso que essas pessoas sejam gente sem bondade no coração. A verdade é que elas não entendem o que é santidade. Talvez pensem que ser “santo” é se comportar como uma estátua de madeira ou de gesso. Talvez pensem que um santo é uma pessoa fria, distante de todo o mundo, sem sentimentos, que não se importa com nada, não sente prazer, não se diverte, não dá gargalhadas nem vai a festa.
Já outras pessoas provavelmente iriam dar risada de deboche e dizer: “Santinho/a, eu?” Estas também não são más; só não sabem o que estão dizendo. Pensam que ser santo é ser pessoa que vive de aparências, que é fingida, que gosta de aparecer como “certinha” na frente dos outros. Acham que ser santo é se considerar melhor do que os demais.
Haveria até quem dissesse querer ser santo/a por pensar que o santo é alguém que leva uma vida muito fácil, muito tranquila, sem dificuldade nenhuma, que não chora nem adoece, que não enfrenta problemas. Mas estes também não sabem o que estão dizendo. Pensam que ser abençoado por Deus é levar vida mansa.
O que, então, uma pessoa precisa para ser santa? Para começar, todo o mundo já tem no coração a semente da santidade. Só precisa deixá-la crescer. Todo o mundo tem no coração o desejo de fazer o bem, de ser feliz, de ajudar, de ser solidário. Em outras palavras, todos têm o desejo de amar e de ser amados, como Jesus ensinou. Assim, quem quer ser santo precisa olhar para Jesus e procurar agir do jeito que ele agia, fazer as coisas como ele fazia. Quem está no caminho da santidade sempre se pergunta: o que Jesus faria se estivesse no meu lugar? Às vezes vai ser fácil, às vezes vai ser difícil. Muitas vezes não vamos conseguir fazer como Jesus. Muitas vezes vamos pensar em desistir. Enquanto não desistirmos de fazer o bem, ainda estaremos no caminho que Jesus nos indicou, e isso é a santidade.
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
Fonte: Paulus em 04/11/2012

Reflexão

A exemplo de Moisés que, na montanha, recebe a lei e a deu ao povo; Jesus, ao ver as multidões de sofredores que vêm a ele, sobe a montanha e nos deixa a nova lei, as bem-aventuranças, início solene do sermão da montanha. As oito bem-aventuranças são dirigidas a toda a multidão e não apenas aos discípulos de Jesus (a nona é mais específica para seus seguidores). Ele propõe anúncios de felicidade. O que é ser feliz? Onde buscamos a felicidade? Para a sociedade moderna, felizes são os ricos, os poderosos, os bem de vida e os que podem consumir à vontade. Jesus, ao contrário, nos diz: felizes os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os persegui- dos por causa da justiça. Essas são instâncias de felicidade propostas por Jesus para toda a humanidade, não apenas para alguns grupos específicos. À primeira vista, parece que as bem-aventuranças conclamam para a acomodação. Ao contrário, elas convocam para o “não conformismo”, para a busca dos valores do Reino (paz, justiça, misericórdia). E também não é uma proposta para a vida após a morte, mas para o presente.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 04/11/2018

Reflexão

A exemplo de Moisés, que, na montanha, recebe a lei e a entrega ao povo, Jesus, ao ver as multidões de sofredores que vêm a ele, sobe a montanha e nos deixa a nova lei, as bem-aventuranças, início solene do sermão da montanha. As oito bem-aventuranças são dirigidas a toda a multidão, e não apenas aos discípulos de Jesus (a nona é mais específica para seus seguidores). Ele propõe anúncios de felicidade. O que é ser feliz? Onde buscamos a felicidade? Para a sociedade moderna, felizes são os ricos, os poderosos, os “bem de vida” e os que podem consumir à vontade. Jesus, ao contrário, nos diz: felizes os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça. Essas são instâncias de felicidade propostas por Jesus para toda a humanidade, não apenas para alguns grupos específicos. À primeira vista, parece que as bem-aventuranças conclamam para a acomodação. Ao contrário, elas convocam para o “não conformismo”, para a busca dos valores do Reino (paz, justiça, misericórdia). E também não é uma proposta para a vida após a morte, mas para o presente.
Oração
Ó Jesus Mestre, és o Caminho que conduz ao Pai; és a Verdade que revela os planos divinos; és a Vida que renova o mundo. Confiantes, te pedimos, Senhor: dá-nos perseverança na constante busca da santidade nesta vida, a fim de vivermos eternamente em comunhão contigo e com todos os santos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Meditando o evangelho

BEM-AVENTURANÇA E SANTIDADE

Ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus descreveu a dinâmica da santidade. Bem-aventurado é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeita toda espécie de idolatria. Com certeza, possuirão o Reino dos Céus. Santos são os mansos, que por não responderem a violência com violência, herdarão um bem inalcançável pelos violentos. Santos são os aflitos, que são impotentes diante de situações dramáticas, e não pretendem ter solução para tudo. Sua recompensa será a consolação de Deus. Santos são os famintos e sedentos de justiça, que não pactuam com a maldade, nem se deixam levar pela lógica da dominação.
Deus mesmo haverá de realizar seu ideal e fazê-los contemplar o reino da justiça. Santos são os misericordiosos, cujo destino consistirá em viver a comunhão definitiva com o Deus-misericórdia. Santos são os puros de coração, que não agem com segundas intenções e nem falsidade, mas sim, com transparência. Por isso, serão recompensados com a visão de Deus, em todo seu esplendor. Santos são os promotores da paz, que procuram criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, a fim de que o mundo seja mais fraterno. Eles serão chamados filhas e filhos de Deus. Santos são os perseguidos por causa da justiça, os que lutam para fazer valer o projeto de Deus para a humanidade.
Este é o caminho da santidade que todos somos chamados a percorrer.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me trilhar os caminhos das bem-aventuranças, que é o caminho da santidade.
Fonte: Dom Total em 04/11/2018

Meditando o evangelho

ENTREGUES NAS MÃOS DO SENHOR

A santidade não é um artigo de luxo reservado a um grupo de privilegiados. É um ideal para o qual todos os cristãos devem tender, independentemente de sua condição social ou eclesial. Como ninguém é excluído, também ninguém pode eximir-se de dar sua resposta a este apelo divino. O importante é ter uma visão correta da santidade, para se evitar esmorecimentos diante de concepções falsas, e também para não ir atrás de um projeto de santidade incompatível com a proposta de Jesus.
O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se.
A bem-aventurança dos pobres em espírito, dos mansos, dos aflitos e dos que têm fome e sede de justiça acontece quando as pessoas, nestas condições, contam apenas com o auxílio que vem de Deus. Seria inútil contar com as criaturas e esperar delas o socorro.
Por outro lado, também os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e os perseguidos por causa da justiça trilham um caminho de santidade. Sem uma profunda adesão a Deus e a seu Reino, jamais se disporiam a prestar ao próximo um serviço gratuito e desinteressado, e a escolher um projeto de vida em que os interesses pessoais passam para um segundo plano. A santidade, neste caso, consiste em imitar o modo divino de agir.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Os discípulos aproximaram-se, e ele começou a ensinar...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
no, que não tornaram sua limitação empecilho na busca da santidade de Deus. Ao contrário, mostraram a glória de Deus na sua limitação, porque para Deus nada é impossível. Estes homens e estas mulheres levaram a sério o seguimento de Jesus Cristo, levaram a sério a sua vida cristã. Na Igreja Católica são considerados heróis e heroínas por terem vivido de forma heroica as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, assim como as virtudes cardiais da prudência, da justiça, da fortaleza e da temperança. O exame de suas vidas mostra que são de fato servos de Deus com a fronte marcada com o selo de Deus. Isto seria suficiente para terem sua memória honrada entre nós. No entanto, damos-lhes ainda o título de “santos” pela sua proximidade com Aquele que é o único Santo. Tal proximidade com Deus se vê nas graças extraordinárias que Deus nos concede pela intercessão dos santos e das santas. São os milagres que só Deus pode fazer, e faz se quer e quando quer, ouvindo o pedido que lhe fazem os santos, a exemplo de Maria, que nas bodas de Caná disse a Jesus: “Eles não têm mais vinho”, ou à semelhança de Ester, que pediu ao rei a vida para o seu povo.
Celebramos hoje, numa só festa, os méritos de todos os Santos. O Senhor se dirigiu a Moisés e mandou que dissesse a toda a comunidade de Israel: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. Assim lemos no Levítico, e ouvimos novamente Pedro, em sua primeira carta: “Como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos também vós santos em todo o vosso comportamento, porque está escrito: ‘Sede santos, porque eu sou santo’”. Os Santos não são apenas chamados de filhos de Deus. Eles o são de fato. Levaram a sério o que ouviram e praticaram o que lhes foi ensinado. Procuraram o que estava a seu alcance, se não a perfeição do Pai, ao menos a sua misericórdia. Ouviram que deviam ser santos como o Pai é santo e decidiram sê-lo. São estes os santos e as santas que hoje celebramos. Homens e mulheres deste mundo, membros de nossas comunidades, limitados como qualquer ser humano, que não tornaram sua limitação empecilho na busca da santidade de Deus. Ao contrário, mostraram a glória de Deus na sua limitação, porque para Deus nada é impossível.
Estes homens e estas mulheres levaram a sério o seguimento de Jesus Cristo, levaram a sério a sua vida cristã. Na Igreja Católica são considerados heróis e heroínas por terem vivido de forma heroica as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, assim como as virtudes cardiais da prudência, da justiça, da fortaleza e da temperança. O exame de suas vidas mostra que são de fato servos de Deus com a fronte marcada com o selo de Deus. Isto seria suficiente para terem sua memória honrada entre nós. No entanto, damos-lhes ainda o título de “santos” pela sua proximidade com Aquele que é o único Santo. Tal proximidade com Deus se vê nas graças extraordinárias que Deus nos concede pela intercessão dos santos e das santas. São os milagres que só Deus pode fazer, e faz se quer e quando quer, ouvindo o pedido que lhe fazem os santos, a exemplo de Maria, que nas bodas de Caná disse a Jesus: “Eles não têm mais vinho”, ou à semelhança de Ester, que pediu ao rei a vida para o seu povo.
Os anjos marcaram com o selo divino a fronte dos que eram servos de Deus, e Jesus beatificou, declarando felizes os que são pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede da justiça, os misericordiosos, os puros de coraç ão, os que promovem a paz, os que são perseguidos por causa da justiça; e de modo particular os que forem injuriados e perseguidos por causa dele. Gente que vale a pena!
Fonte: NPD Brasil em 04/11/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. VIVER HOJE O “AMANHÔ
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Ser santo não é uma decisão do homem mas uma resposta ao convite que Deus nos faz em Jesus Cristo: Sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito! Perfeição nesse sentido, nunca foi e nem será o forte do homem, feito de barro, vulnerável ao pecado, sujeito a tantas fraquezas, marcado por tantas limitações. Se santidade fosse isso, Deus seria o maior dos injustos, pois é o mesmo que um homem perfeito sair em disparada e pedir para que um deficiente físico o acompanhe nessa corrida.
Nunca teríamos a menor chance de ser santos. Há ainda outra corrente que acha que a santidade é apenas para alguns, que têm uma conduta exemplar, são pacientes, tolerantes, dóceis, calmos, prestativos, solidários, educados, nunca perdem a cabeça e o equilíbrio, nunca reclamam de nada e aceitam tudo, sendo bondosos o tempo todo. De pessoas assim, é melhor manter distância e ser cauteloso, porque me dizia um padre muito amigo, o santinho de hoje pode ser o diabinho de amanhã!
Ser calmo ou ter os nervos a flor da pele, ter equilíbrio emocional, demonstrar serenidade, ser amável e dócil, ser prestativo e educado, sem dúvida que são belas virtudes, mas não necessariamente um indicativo de santidade, pois conheço histórias de grandes santos que eram bem temperamentais. Há ainda outro conceito perigoso de santidade, que é ter o poder de realizar coisas prodigiosas, os chamados milagres. Conheço pessoas descrentes de Deus e da igreja, e que, contudo praticam essas virtudes. E já tive conhecimento de curas operadas por pessoas de outras correntes religiosas, até opostas ao cristianismo.
A ideia de que santidade é coisa restrita de alguns homens e mulheres especiais, parece-me um tanto quanto equivocada, pois o visionário do apocalipse afirma categoricamente na primeira leitura, que se trata de uma multidão, de onde se conclui facilmente, que santidade é uma proposta de vida que Deus faz a toda humanidade, onde Jesus Cristo é o modelo e a referência máxima, nele a gente se encontra como Filho de Deus, não mais desfigurado pela corrupção do pecado, mas liberto, vitorioso e perfeito como fomos criados e concebidos pelo Pai. Somente Nele, com ele e por ele seremos santos! Mas encontrei nas leituras dessa "Festa de Todos os Santos", uma definição ainda mais bonita e completa do que é a Santidade - "Viver hoje o amanhã".
É preciso ter os pés no chão, pois uma coisa é enfrentar com coragem os desafios do presente e buscar soluções concretas, o outro é camuflar a situação, fazendo uma belíssima coreografia, sem mudar o cenário! É maquiar para parecer belo! A copa do mundo que vai acontecer no Brasil em 2014, será um desses momentos, de grande ilusão e utopia. Já se está vendendo a imagem de um País que é um paraíso...
As bem-aventuranças proclamadas solenemente por Jesus, no alto de um monte, são profundamente realistas: a Primeira e a Oitava, trazem o verbo no presente, "...porque deles é o Reino dos Céus", ao passo que as demais, usam o verbo no futuro, "porque serão, verão, alcançarão...". Ser pobre em espírito é fazer de Deus a sua única riqueza, é possuir já nesta vida a plenitude da vida futura. É ser discípulo e estar em constante aprendizado a partir do evangelho, vivendo hoje tudo o que cremos e esperamos no amanhã. Esta postura diferente trará incompreensão e perseguição mas em compensação, a alegria será verdadeira, porque não se fundamenta naquilo que se vê, mas sim no que se espera.
Jesus Cristo trouxe o futuro até nós, sendo precisamente esta crença e esperança que nos faz ter uma identidade própria, fomos marcados para fazer a diferença neste mundo tão descrente, que não consegue vislumbrar a Vida Nova, para a qual fomos destinados por Deus, desde o início da Criação.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus - Mt 5,1-12a
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

É fim de ano civil e fim de ano litúrgico. A visão do fim nos faz pensar no fim do mundo e no fim da nossa vida nesta terra.
Celebrando hoje Todos os Santos, festejamos os que chegaram ao fim vitoriosos, aqueles e aquelas cuja vida foi um sucesso. Alcançaram a salvação. Homens e mulheres em multidão, marcados com o selo do Deus vivo, passaram pela grande tribulação, lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e agora, com palmas de vitória, estão felizes na casa do Pai, onde são verdadeiramente filhos.
A estes chamamos de santos e santas. São pessoas como todo mundo, gente normal. Viveram em nosso meio, em nosso país, trabalharam, sofreram, alegraram-se, tudo de forma heroica. Foram heróis e heroínas até mesmo na aceitação e na superação dos próprios defeitos. Santos e pecadores nos quais a santidade superou o pecado. Gente de fé convicta, de esperança permanente e de caridade ativa. Eles e elas viveram as bem-aventuranças praticando as obras de misericórdia. O que eles e elas foram e fizeram, por que não posso também ser e fazer? Não caíram do céu. Lutaram a luta de cada dia e, com muita paciência, suportaram os outros na caminhada para a casa do Pai. Suportaram, quer dizer, deram suporte, apoiaram, e também aguentaram.
Todo ser humano é imperfeito e a imperfeição se manifesta de diversas maneiras. Quando estavam em nosso mundo, os santos tinham seus defeitos. Eram, porém, sinceros e procuravam de coração amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo, como Jesus o amou. Qual é o seu nome? É nome de algum santo? Procure conhecer a vida dele ou dela, olhe como o santo do seu nome viveu o Evangelho, como praticou a caridade, como equilibrou os seus defeitos. Ou então escolha algum santo de sua devoção e leia algum livro sobre sua vida.
Todos eles olham para Jesus e nos mostram o caminho que nos leva até Jesus. Eles e elas ensinam, são exemplo e intercedem. Conversam com Deus sobre nós. Se não houver nenhum santo com seu nome que tenha sido beatificado ou canonizado, seja você o primeiro e a primeira. Faça força para ser santo como o Pai Celeste é santo, isto é, cheio de misericórdia. Nisto consiste a nossa perfeição, simplesmente em sermos bons e justos.
Temos ainda três domingos do Tempo Comum, nos quais vamos proclamar, do Evangelho de Mateus, o Sermão dos Últimos Tempos. Meditaremos a parábola das dez moças descuidadas, a parábola dos talentos e, por fim, na solenidade de Cristo Rei, o juízo final de todos os povos e nações.

REFLEXÕES DE HOJE

01 DE NOVEMBRO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

O Sermão da Montanha, um autêntico programa de vida cristã

Postado por: homilia
novembro 4th, 2012

O chamado “Sermão da Montanha” faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de São Mateus. Hoje, vamos observar o primeiro dos cinco discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia – acompanhado de uma grande multidão -, Jesus sobe ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois chega a um lugar plano. Ali, Ele se senta. Os Seus discípulos e toda a multidão se aproximam d’Ele. Então, tomando a palavra, Jesus começa a ensinar: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus…”
A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos um discurso completo. Há portanto, aqui, uma unidade retórica, sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo mas, sobretudo, como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado objetivo que, neste caso, é proclamar o Evangelho do Reino de um modo novo.
Não há aqui espaço para uma interpretação detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este sermão nos traz, advertindo desde já que, de maneira nenhuma, trata-se de ruptura com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De fato, Ele declara: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição”. Levar à perfeição é o mesmo que “dar pleno cumprimento”, realizar plenamente.
À semelhança de Moisés, que sobe ao Monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19,3.20; 24,15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo pela escuta e vivência da Sua Palavra: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu” (Mt 7,24). Ou ainda: “Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha”. Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a aliança a todos os povos. Assim, podemos ver o Sermão da Montanha como “a nova Torá trazida por Jesus”.
Devemos insistir, porém, que não se trata aqui de abandonar a Torá dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo – com a Sua ação – o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.
O que Mateus nos apresenta, no texto de hoje, não tenho nem sequer uma sombra de dúvida de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da Nova Aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum.
A atitude dos filhos do Reino se traduz numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça antes de tudo. Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui a referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do Sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente a não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18,15: “O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar” e a Moisés em Dt 18,18: “Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar”. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos Céus.
Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as Suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo homem, criado à Sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então, para nós, um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática todos os dias, pois ele compreende o “anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 04/11/2012

HOMILIA DIÁRIA

Deus deseja que todos nós sejamos santos

Precisamos lutar para viver a graça da pureza batismal que nos foi concedida pelo Senhor. Ele é santo e deseja que nós todos sejamos santos

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

Hoje, temos a grande alegria de celebrarmos a Solenidade de todos os santos. Veja aqui uma particularidade, “todos os santos” quer dizer até mesmo aqueles que não conhecemos, que não são canonizados, que não foram oficialmente dados pela Igreja como santos, mas são.
A santidade não é mérito nosso, mas é mérito de Deus, e é Ele quem chama para junto de si aqueles que levaram, aqui na Terra, uma vida bem-aventurada, são dignos de participar da glória celeste. É o destino de todos nós, é o que devemos almejar com toda a força da nossa alma e do nosso coração!
Não podemos querer ser outra coisa a não ser santos. Podemos até dizer: “Eu sou pecador. Tenho os meus pecados”. Todos os santos, com exceção da bem-aventurada Virgem Maria, que também lutou pela sua santidade para permanecer imaculada, nasceram pecadores, mas não deixaram o pecado prevalecer, porque santo é aquele que deixa prevalecer a graça, a luta pela santidade, o combate para viver a vida em Deus.
O dia de hoje nos faz lembrar os santos que temos devoção e amor, os santos que nós conhecemos a sua história, a sua vida. Hoje, especialmente, essa festa é dedicada para lembrar os santos que fazem ou fizeram parte do nosso cotidiano: os nossos avós, algum dos nossos pais que já partiram para a eternidade, pessoas de nossa comunidade, próximas a nós que dizemos: “Que pessoa santa que nos edificou com a sua vida, que viveu essas bem-aventuranças, o espírito da pobreza, da aflição, da mansidão, da paz, da pureza”. Foram perseguidos, injustiçados, mas permaneceram fiéis a Deus e a Sua Palavra.
São essas pessoas que estamos celebrando no dia de hoje, essa enorme multidão que ocupa lugar no coração de Deus e participam da felicidade sem fim que ninguém mais poderá roubar. Que mérito esses homens e essas mulheres têm! Da nossa parte, a nossa luta, porque a nossa meta é o Céu, é ir morar junto com eles na eternidade feliz, junto com Deus.
Precisamos, no dia de hoje, assumir um compromisso de viver a graça do batismo com seriedade, serenidade e empenho. Que graça é essa? O batismo nos conferiu a santidade original quando nos lavou dos nossos pecados. Precisamos lutar para viver a graça da pureza batismal, que nos foi concedida pelo Senhor. Ele é santo e deseja que nós todos sejamos santos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 04/11/2018

Oração
Deus eterno e onipotente, dignai-Vos ouvir as nossas súplicas e conduzir-nos, pelo vosso Espírito, para a bem-aventurança que nos prometeis. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/11/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, que és o Rei da Glória! Ilumina nossos corações e infunde em nós o desejo maior de acolher a bênção de tua Presença Misericordiosa em nós. Tua Graça foi vivida em plenitude e oferecida a todos por Jesus de Nazaré, nosso Irmão Maior, a quem queremos seguir como discípulos missionários. Ele é o Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano como nós e, ressuscitado, contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

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