segunda-feira, 1 de junho de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/06/2020

ANO A


Mc 12,13-17

Comentário do Evangelho

Deus é misericórdia, amor e vida

Por cerca de três anos Jesus exerceu seu ministério na Galileia e nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, em Jerusalém dá-se o confronto fatal com o sistema religioso do Templo. O imposto de César era exigido dos judeus, sob o domínio romano. Alguns fariseus e herodianos, procurando provocar em Jesus alguma palavra que o condenasse, perguntam-lhe se deviam ou não pagar este imposto. Se dissesse que não, incorreria na condenação dos romanos. Se dissesse que sim, ficaria desacreditado perante o povo. Diante da moeda cunhada com a cabeça de César, que se intitulava "Filho Augusto e Divino", Jesus devolve a pergunta: "De quem é esta figura e a inscrição?". E, depois da resposta, conclui: "Devolvei a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". César é diferente de Deus. César é a ambição do dinheiro e do poder. Deus é misericórdia, amor e vida. Libertar-se do dinheiro e comprometer-se com Deus, é o projeto de Jesus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, tudo quanto existe no universo te pertence. Ensina-me a subordinar tudo ao teu querer e a considerar-te a medida de tudo.
Fonte: Paulinas em 05/06/2012

Vivendo a Palavra

O que pertence a César e o que pertence a Deus? Aqueles que perguntavam a Jesus sabiam que a Deus pertencem homens e mulheres, criados para viver em plenitude, amando e glorificando ao Criador e só a Ele. O Nazareno usava sua liberdade de Filho para proclamar que não devemos culto a César, mas ao Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/06/2012

VIVENDO A PALAVRA

Uma pergunta oportuna para nós, hoje: o que pertence ao Mundo e o que pertence a Deus? Ao Mundo pertencem os sinais de morte: o ter que empobrece o irmão, o poder que o escraviza e o prazer que nos degrada. A Deus, pertencem os sinais de Vida: os bens, para serem partilhados com o irmão; o poder, para ser exercido a seu serviço e o prazer compartilhado, para a alegria de todos.

Reflexão

Dois pontos nos são sugeridos pelo Evangelho de hoje. O primeiro é: por que nos aproximamos de Jesus? Condenamos as autoridades porque mandaram pessoas até Jesus para o apanharem em alguma palavra, mas muitas vezes nos aproximamos de Jesus para a satisfação de nossos interesses pessoais e não para o encontro pessoal com aquele que é nosso Deus e que nos ama com amor eterno. O segundo é: dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, o que significa que César deve dar a Deus o que é de Deus, de modo que Jesus nos mostra também as responsabilidades dos dirigentes das nações em relação a Deus e nós devemos cobrar isso deles.
Fonte: CNBB em 05/06/2012

Reflexão

Os fariseus eram contra os ocupantes romanos. Os herodianos, ao invés, eram aliados do governo de Roma. Adversários entre eles, ajuntavam-se para atacar uma presa comum, o Mestre Jesus. Queriam que ele se pronunciasse sobre a obrigação de pagar o imposto ao imperador. Prontamente, Jesus põe tudo no devido lugar. Se há imposto estabelecido, é porque os chefes judeus aceitaram o domínio do imperador, estão usando o dinheiro de César. Então “devolvam a César o que é de César”. Só renunciando a esse dinheiro deixarão de reconhecer César como senhor. Entretanto, há uma nação inteira que precisa ser respeitada e não pode sofrer e agonizar por causa dos pesados impostos (devolvam a Deus o que é de Deus). O povo é de Deus. Deus é o Senhor absoluto.
Oração
Ó Jesus Mestre, fariseus e herodianos pretendem confundir-te: estás a favor do imperador ou contra? Sabiamente te pões do lado do povo. César não é senhor absoluto. Senhor absoluto da História é Deus, a quem todos devem servir. Ensina, Senhor, nossos dirigentes a governar com justiça. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Meditando o evangelho

OPOSIÇÕES INEXISTENTES

Para confundir Jesus, fariseus e herodianos propuseram-lhe uma pergunta capciosa a respeito da liceidade de pagar o tributo ao imperador romano.
O pano de fundo desta questão era complexo. Sob o aspecto político, tratava-se de saber se Jesus era contra ou a favor da dominação estrangeira. Sob o aspecto religioso, a resposta de Jesus revelaria que imagem ele fazia de Deus, que escolhera Israel para ser o povo de sua predileção, e não se contentava em vê-lo oprimido. Afinal, o Deus de Jesus era um Deus libertador? Sob o aspecto econômico, a questão levava Jesus a posicionar-se diante da penúria do povo, do qual se exigia pagamento de tributo. Sob o aspecto social, Jesus deveria dizer se concordava com a situação de opressão a que estava reduzido o povo de Israel.
A resposta do Mestre, aparentemente evasiva, revela sua visão da história, centrada no Reino de Deus. Não existe contraposição entre César e Deus, uma vez que estão situados em níveis diferentes. O pagamento do tributo ao imperador é irrelevante, quando este não cede à tentação de usurpar o lugar de Deus, tiranizando as pessoas. Deus é o Senhor absoluto da História. E César deve submeter-se a ele. Importa que todos, inclusive o imperador, acolham a vontade divina.
Conseqüentemente, a resposta de Jesus revela que ele se opunha a todo tipo de opressão e exploração, pois o Pai é um Deus libertador. É preciso ser perspicaz para compreender o sentido da posição de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de sagacidade, dá-me a graça de compreender o sentido oculto das palavras de Jesus, cuja sabedoria se esconde para quem não está sintonizado com ele.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um Cristianismo pela metade...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há tantas indagações que poderíamos colocar ao lado dessa pergunta capciosa que os Fariseus e Herodianos fizeram a Jesus. Vamos formular algumas delas, para que compreendamos a resposta de Jesus, para os cristãos de hoje.
"Senhor, é certo um cristão participar da política partidária? Deve um Cristão atuar no sindicalismo ou na associação de moradores? Deve um cristão preocupar-se com questões sociais do bairro, da cidade? Deve um cristão ocupar-se com problemas de ordem econômica? Pode um Cristão acompanhar trabalhos da câmara e cobrar os seus representantes n o legislativo? Deve um Cristão ocupar-se de questões referentes a cidadania, ao meio ambiente e ecologia? Deverá um Cristão preocupar-se com questões da Educação e Saúde? Pode em nossas comunidades um Cristão preocupar-se com administração, situação econômica da Paróquia, formas de gestão para melhorar a arrecadação do dízimo? Deve um Cristão preocupar-se com a comunicação, e ocupar espaços na Mídia local ou na grande Mídia, para evangelizar? A lista é muito grande e paramos por aqui.
A verdade é que, muitas vezes preferimos ser Cristãos pela metade, ignorando ou menosprezando as realidades terrenas que nos cercam e que afetam diretamente a nossa vida. Para que ocupar-se com as coisas do mundo, se elas são transitórias, o que importa é preocupar-me com a salvação da minha alma na Vida Eterna... Esse é o pensamento que prevalecia na Igreja antes do Concílio Vaticano II, e infelizmente muitos ainda pensam assim, se recusam a ser fermento na massa, sal e luz do mundo, preferindo a Fé da Magia, que cuida das coisas santas e sagradas, entendendo que tudo mais são coisas profanas. Claro que, por conta desse pensamento, os cristãos "Metadinha" são péssimos administradores, maus pagadores, vivem "apertados", metidos em grandes dívidas e são capazes de pedir a Deus um milagre econômico para suas vidas.
Cristãos Metadinha odeiam ouvir falar em política dentro da Igreja e na relação com os políticos, legisladores e governantes, só querem uma coisa, ter algum ganho ou levar alguma vantagem com eles... Incentivando, até mesmo políticos de dentro da comunidade, a praticarem o chamado clientelismo político, que é uma praga que infesta nossa sociedade.
Nesse sentido, e olhando por esse lado, podemos entender que a resposta de Jesus "Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus", é um convite a coerência, de uma Fé comprometida com a Vida e todas as suas implicações. Claro que a questão da imagem cunhada na moeda serve também como uma exortação para lembrarmos que o Homem é imagem e semelhança de Deus e não imagem, e semelhança das Instituições.
Portanto, sendo imagem e semelhança de Deus, temos que ser coerentes como Jesus de Nazaré, Homem fiel, Judeu e Cidadão, que se inseriu plenamente na sua realidade Nacional e Religiosa, sem nunca fazer da relação com Deus uma forma de alienar-se. E por ser assim, tão comprometido com a transformação das estruturas do seu tempo, foi perseguido e condenado injustamente á morte da cruz, pois se fosse apenas um fanático religioso, um visionário místico, que vivia nas nuvens, certamente não incomodaria a ninguém e morreria velhinho, de cabelos brancos...

2. Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus - Mc 12,13-17
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Sabemos por experiência que nem todo mundo é sincero e que, às vezes, nós também não o somos. Fazemos elogios para captar a benevolência de quem nos ouve, o que é legítimo, desde que o elogio não seja embalagem de veneno. A língua afiada pode ser instrumento para uma resposta bem dada, sendo a língua para ensinar e não para ferir. Fariseus e herodianos fizeram perguntas a Jesus não para saber nem para aprender. Eram perguntas capciosas, nada sinceras. Sincera, no entanto, foi a resposta que os deixou sem fala: “Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”. A pergunta ocultava uma armadilha. Queriam ver Jesus em “maus lençóis”. Não eram gente boa nem confiável. Não é bom imitá-los. Que Deus nos dê um pouco da sabedoria de Jesus para sabermos nos defender com caridade e elegância! Os impostos devem ser pagos e devem ser bem empregados por quem os administra. Dê o imposto ao governo e os governantes o administrem em favor do povo, sob o olhar de Deus, a quem prestarão contas de seus atos.

HOMILIA DIÁRIA

Subordinemos nossas vontades ao querer de Deus

Postado por: homilia
junho 5th, 2012

Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?(Marcos 12,14).

Ante essa provocação, Jesus simplesmente responde: “Dai a Deus o que é de Deus, e a César o que é de César”. Jesus não fala sobre pagar ou não pagar o tributo a César, porque, primeiro, trata-se de um poder humano e depois temporal. Segundo, porque o homem foi criado para as coisas do Alto, que não perecem nem envelhecem. Terceiro, porque se trabalha demais uma armadilha fracassada.
A reposta de Jesus é um convite para que seus interlocutores abandonem seus horizontes limitados a fim de enfrentar o problema decisivo que era o de Deus.
Havendo falhado em denegrir a pessoa e a autoridade de Jesus, os líderes religiosos armaram-Lhe a “cilada perfeita”: a questão do tributo a César. Se Jesus apoiasse o tributo imperial, estaria se expondo ao ódio dos extorquidos judeus; se não o apoiasse, seria denunciado aos romanos como revolucionário e agitador do povo judeu.
Magistralmente, Ele calou os líderes judaicos com as célebres palavras: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Com isto, Jesus estabeleceu a importante questão de que o cristão é cidadão de dois mundos: o terrestre, com todas as obrigações a ele inerentes, e ao mundo celeste com todas as implicações que isso lhe acarreta.
O cristão não pode viver alienado no mundo, pois é sal e luz, vivendo para fazer uma diferença saudável na comunidade; mas sem se esquecer de sua cidadania celestial, atuando como embaixador de Deus, na linguagem de São Paulo, para com os que estão à sua volta, a começar pelo marido, esposa, filhos, parentes e amigos.
Diante dos conflitos e das reivindicações do céu e da Terra, você, meu irmão, deve sentir, dentro de si, as palavras de Jesus em Mateus 6,33: “Buscai primeiro o seu Reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Portanto, saiba que o Reino de Deus e a Sua justiça têm prioridade. Como disse Pedro: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5,29).
Se as reclamações do mundo não se chocarem com os apelos do Reino de Deus, então o cristão deve atender com as palavras de Paulo: “A quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. Não podeis ter dívida de alguém, senão a dívida do amor” (Rom 13,7-8), ou melhor, “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!”. Escolha, pois, Deus e viverás.
Que Deus nos ensine a subordinar todas as nossas vontades ao Seu querer e vontade, tendo-O como medida de tudo quanto existe. Aliás, dirá o salmista: “Tudo é de Deus e nós somos de Deus”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 05/06/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos força e coragem para desafiar os preconceitos da sociedade em que vivemos, proclamando no mundo o teu Amor misericordioso e a Boa Notícia de que o teu Reino já está em nós e entre nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/06/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, que nos emprestaste tantos dons, ajuda nossa inteligência para discernir os teus Caminhos; nossa liberdade, para orientar as escolhas que fazemos; e nossa vontade, para fortalecer a opção pela Vida em plenitude que nos foi mostrada por Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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