terça-feira, 31 de março de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/04/2020

ANO A


Jo 8,31-42

Comentário do Evangelho

A verdade de Deus revelada em Jesus.

Diante da pessoa de Jesus, os judeus se dividiam. Se há os que lhe faziam forte oposição e lhe condenariam à morte, há também os que passaram a crer nele. São estes os destinatários dessa parte do discurso de Jesus. No entanto, esses judeus que passaram a acreditar em Jesus continuam com dificuldade de se abrir ao seu ensinamento e compreender em profundidade a sua mensagem e de viver dessa verdade. A fé de Israel deveria abri-lo à novidade de Deus revelada em Jesus Cristo. Pois a verdade que liberta é a verdade de Deus revelada em Jesus. Essa verdade liberta de uma imagem equivocada e severa de Deus que arranca do coração do ser humano a alegria de viver em Deus. Verdade, aqui, não é movimento do intelecto que busca o acordo entre conceito e realidade, mas algo recebido na fé e que vem da escuta atenta da Palavra encarnada de Deus. É Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, que liberta da escravidão causada pelo pecado. É essa verdade recebida como dom que permite ao ser humano não se tornar prisioneiro de sua própria mentalidade, inclusive. Como verdade, ela ilumina e orienta a vida em Deus e para Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, liberta-me por tua palavra de verdade que afasta o egoísmo do coração, e capacita-me a amar meu semelhante, como amor total, a exemplo de Jesus.
Fonte: Paulinas em 09/04/2014

Vivendo a Palavra

Jesus revela o que é liberdade: ouvir, guardar e viver a Palavra do Senhor. O que nos torna livres não é só o fato de termos Deus como Pai – Ele é Pai de todos os povos –, mas reconhecer os nossos limites e tentar vencê-los, seguindo o Caminho de Jesus rumo ao Reino do Céu, cujas primícias já vivemos nesta terra abençoada.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus anuncia a liberdade plena, a felicidade verdadeira, a cidadania do Reino do Pai Misericordioso. Elas vêm com o conhecimento do Caminho, Verdade e Vida que é o Cristo, o Filho de Deus que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré e nos conduz em nossa volta à Casa do Pai.

Reflexão

Em que consiste a liberdade? A resposta a esta pergunta sempre nos parece clara, mas só à primeira vista. O Evangelho de hoje nos mostra que os judeus pensaram que eram livres e, no entanto, não eram, porque existem muitas formas sutis de escravidão, sendo que as piores são as nossas tendências ao mal, as nossas imaturidades e as nossas fraquezas, e são piores porque brotam no nosso interior, nos enganando, porque pensamos que estamos fazendo a nossa vontade quando na verdade estamos cedendo aos nossos desejos, que não nos deixam ser livres. Somente permanecendo unidos a Cristo é que podemos vencer a nossa natureza e sermos verdadeiramente livres.
Fonte: CNBB em 09/04/2014

Reflexão

Jesus convida os judeus que creram nele a manter-se fiéis. Pois ainda continuam tão fechados em suas instituições e tradições, que têm real dificuldade de aceitar o Filho de Deus, que veio justamente para cumprir o que a Lei e os Profetas anunciaram a seu respeito. O debate se desenrola em três momentos: no primeiro, os judeus dizem ser descendência de Abraão e nunca foram escravos de ninguém. Jesus responde que são escravos do pecado de querer matá-lo, porque a sua palavra não penetrou neles. No segundo, Jesus nega que são filhos de Abraão, pois não fazem as obras de Abraão (crer), mas querem matá-lo por lhes dizer a verdade. No terceiro momento, os judeus afirmam ter a Deus por Pai. Jesus contesta: se isso fosse verdade, deveriam amar também aquele que vem do Pai e volta ao Pai.
Oração
Divino Mestre, disseste aos teus conterrâneos: “Se Deus fosse mesmo o Pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus e estou aqui; não vim por mim mesmo, foi ele que me enviou”. Dá-nos compreender tua preciosa mensagem, a fim de aproximar-nos cada vez mais de ti. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Você tem orgulho de ser cristão e procura sempre falar bem de sua Igreja? - Você tem consciência de que não basta ser batizado para se dizer filho de Deus? - Cite uma boa obra recente que você realizou. - A seu modo de ver, qual a melhor obra que sua comunidade faz ou já fez? - Tem consciência de que liberdade é estar em condições de fazer o bem e não o mal?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/04/2014

Meditando o evangelho

A VERDADE QUE LIBERTA

No confronto com os judeus, Jesus apresentou-se como a única verdade que pode trazer libertação. Com isto, punha em xeque a prática religiosa judaica na qual fora educado e que era a base da fé de seus discípulos e de seus interlocutores. Em que sentido o ensinamento de Jesus era diferente, a ponto de proporcionar uma libertação impossível de ser alcançada por outras vias?
A força libertadora da verdade ensinada pelo Mestre está ligada à sua origem: ele ensinava o que havia visto junto do Pai. Suas palavras tinham uma força única de colocar os discípulos em contato com o desígnio do Pai e estabelecer uma profunda comunhão de amor com ele. A libertação resultava da presença amorosa do Pai no coração do discípulo. Presença capaz de banir toda forma de egoísmo escravizador e estabelecer relações fraternas com o próximo. Presença suficientemente forte para arrancar o discípulo das trevas do pecado e introduzi-lo no reino da luz. Presença humanizadora e plenificadora.
Jesus considerava a doutrina dos judeus demasiadamente contaminada por elementos espúrios, nem sempre compatíveis com o querer divino. De fato, de tanto se intrometer na Lei de Deus, os judeus acabaram por desvirtuar-lhe o sentido.
As palavras de Jesus serviam de alerta para quem desejava tornar-se discípulo. Urgia deixar-se libertar pela verdade proclamada por ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, liberta-me por tua palavra de verdade que afasta o egoísmo do coração, e capacita-me a amar meu semelhante, como amor total, a exemplo de Jesus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Comunicar a palavra de Deus claramente
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus está falando com um grupo de Judeus que a princípio acreditaram nele, entusiasmados pelas suas sábias palavras e pelos prodígios que realizava. Jesus os convida a darem um passo á frente: permanecer na Palavra que um dia acolheram... É aí que vem o grande desafio...
Às vezes as pessoas vagam de paróquia em paróquia, principalmente nos grandes centros urbanos, á, procura de padres que sejam pregadores de primeira. O que essas pessoas buscam? A palavra transformadora ou palavras bonitas e frases de efeito, buscam um evangelizador ou um exímio orador?
Claro que hoje em dia se exige um desempenho melhor dos nossos pregadores de celebrações, sejam eles sacerdotes, Diáconos ou Ministros Leigos, evidentemente nos estudos teológicos deve constar da grade curricular uma boa aula de comunicação, técnicas para aprimorar a oratória, postura, impostação da voz, pois a concorrência é muito grande e há pastores evangélicos que nesse particular são ótimos comunicadores.
Mas uma pregação, para ser boa, depende de como ela é acolhida, conheço sacerdotes que não têm muita eloquência no falar, mas são sábios no pouco que dizem, pois, o Espírito Santo não fica selecionando oradores para os inspirar, não é esse o critério de Deus...
Quando não se acolhe interiormente a Santa Palavra, mas apenas a ouve como algo bonito e comovedor, acontece o que aconteceu com esse grupo de admiradores de Jesus: não percebem que a Palavra de Deus manifestada em Jesus é essencialmente Libertadora!
Em resumo, Jesus fala muito bem, prega muitas verdades, tem uma linha profética diferenciada e superior aos demais, entretanto, a pregação serve para o meu vizinho, pois em mim não há nada a ser mudado, está tudo muito bem…"Pertencemos a Tradição de Israel, somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém, não precisamos tanto assim da sua Palavra.
É o homem da pós-modernidade "escritinho"! Aprecia o cristianismo, é capaz até de frequentar a celebração dominical, vibra ao ouvir as leituras e a pregação (quando o pregador tem cultura e conhecimento teológico) entretanto, do jeito que entra ele sai, não sendo um crente sincero, mas apenas um admirador de Jesus e da sua Igreja.
E quando esse grupo de fervorosos Judeus que haviam manifestado uma certa queda por Jesus, perceberam que seus ensinamentos e o seu modo de viver, contrariava certas regrinhas e normas importantes do Judaísmo, passaram a rejeitá-lo e agora articulam sua morte.
E no final Jesus os chama de "Judeus de meia Pataca", porque se diziam descendentes de Abraão, mas não seguiam o seu exemplo de Homem Santo, temente a Deus e fiel na sua Fé, quem é realmente de Deus, jamais apoia as forças da morte e da violência...
Muitos cristãos hão que, finda a celebração, guardam o seu cristianismo em uma das gavetas junto com a Bíblia, e vivem e pensam de um modo que contradiz tudo o que celebram aos domingos: aborto, pena de morte, desigualdade social, intolerância religiosa, opressão, exploração e violência. Filhos de Abraão ou Cristãos de meia tigela?

2. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres - Jo 8,31-42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Entregue-se a Jesus e sinta-se livre. Quando falamos em pecado, estamos pensando na maldade que impera no mundo. Pense no que nos escraviza, tira a nossa liberdade, nos torna dependentes, nos faz perder a dignidade. Entregar-se a Jesus significa, na prática, meditar a sua Palavra escrita nos Evangelhos e encontrar-se com ele nos irmãos e irmãs necessitados. Mostre que Deus é seu Pai, amando a Jesus e a todos, sobretudo os mais esquecidos.

HOMILIA

A VERDADE LIBERTA

A verdade que Liberta é Jesus, nosso Senhor! Como poderemos encontrar esta liberdade, nós que somos escravos do mundo, escravos do dinheiro, escravos dos desejos da carne? É meu irmão, minha irmã olhando para Jesus, ouvindo Sua palavra, guardando-a e vivendo no nosso dia a dia!
Jesus Cristo é a verdade do Pai para nós. Ele veio ao mundo para revelar aos homens a face de Deus que não tem face. Veio para nos comunicar o jeito de ser do Pai e assim nos fazer desejar imitá-Lo já que fomos feito à Sua imagem e semelhança. Só Jesus, que conhece o Pai, pode nos ensinar as coisas que O Pai nos deseja transmitir. Assim, nós poderemos ser livres de nós mesmos, das nossas tendências pecaminosas, da nossa humanidade decaída pelo pecado. Em Jesus, fomos livres do pecado que antes nos escravizava. Essa experiência nós podemos tê-la na nossa vida quando temos um encontro pessoal com a Salvação de Jesus que nos comunica o amor e a misericórdia do Pai. Nunca mais seremos os mesmos e podemos afirmar com convicção: somos filhos de Abraão, somos filhos da promessa de Deus, se como Abraão vivemos da palavra de Deus alicerçada na fé. Meu irmão, Deus é o nosso Pai, somos livres porque conhecemos a Jesus, Caminho, Verdade e Vida.
Você já se deu conta disso? Você se considera uma pessoa livre de você mesma? Qual é a imagem que você tem de Deus, Pai? O que Jesus veio lhe ensinar em relação ao Pai? Você conhece a verdade sobre você mesmo?
Claro que me esforço por me corrigir, julgo-me a mim próprio, condeno as minhas faltas. Que os meus ouvintes examinem por seu lado o que pensam do seu próprio coração. Mas, digo-o do fundo do meu coração, enquanto estiver preso a alguma destas coisas, não estou convertido ao Senhor, não atingi a verdadeira liberdade, porque ainda me deixo prender por tais preocupações. Está escrito, sabemo-lo: É-se escravo daquele por quem nos deixamos vencer (2Ped 2, 19).
Ainda que não seja vencido pelo amor ao dinheiro, ainda que não esteja preso pela preocupação dos bens e das riquezas, estou, contudo ávido de elogios e desejoso da glória humana, quando me preocupo com o rosto que me mostram os homens e com o que dizem de mim, quando quero saber o que pensam de mim, como me consideram, quando temo desagradar a uns e desejo agradar a outros.
Enquanto tiver estas preocupações, sou seu escravo. Mas quereria fazer um esforço para me libertar, tentar livrar-me do jugo desta escravidão vergonhosa e chegar a esta liberdade de que nos fala o apóstolo Paulo: foi para a liberdade que vós fostes chamados; não vos torneis escravos dos homens (Gal 5, 13; 1 Cor 7,23). Mas quem me dará esta liberdade? Quem me libertará desta escravidão vergonhosa, senão Aquele que disse: Se o Filho vos libertar, sereis realmente livres? Sirvamos, portanto, fielmente, pois o mandamento do Senhor nos diz: amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças e ao próximo como a ti mesmo (Mc 12, 30), para merecermos receber de Cristo Jesus nosso Senhor o dom da verdade que nos conduzirá a plena liberdade de filhos e filhas de Deus.
Pai, liberta-me por tua palavra de verdade que afasta o egoísmo do coração, e capacita-me a amar meu semelhante, como amor total, a exemplo de Jesus.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 09/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Jesus veio para nos libertar da escravidão do pecado

Não se condene, mas não se mantenha escravo de nada neste mundo, pois Jesus veio para nos libertar e nos fazer livres. E hoje a Palavra de Deus quer nos libertar de toda escravidão do pecado!

Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre” (João 8, 34-35).

Palavra de Deus, hoje, nos permite refletir sobre aquilo que o pecado provoca em nós e aquilo que a graça de Deus pode fazer em nós e em nossa vida. Primeiramente, é óbvio que o pecado nos mantém cativos e escravos dele. Olhando a história, ou, melhor ainda: esse embate que há entre Jesus e os judeus que se opõem a Ele há um terrível pecado ali: o pecado de não querer reconhecer Jesus como Senhor.
Sabem quando alguém coloca alguma coisa na cabeça e não quer mudar e não quer aceitar? Não aceita ser corrigido, não aceita nem refletir sobre o assunto? E a pior das durezas é a incapacidade de refletirmos e de mudarmos nossas atitudes! É dela que brota o autoritarismo e deste vem todas as outras formas de ignorância humana, que nos mantém cativos, presos e escravos das nossas atitudes. O orgulho e a soberba são venenos terríveis para a nossa vida espiritual, para a nossa vida com Deus.
Na passagem bíblica de hoje Jesus mostra aos judeus onde está o pecado neles, sobretudo, o pecado de não saber reconhecê-Lo. E você sabe que eles começam então a se contradizer, eles começam então a rebater o que o Senhor lhes diz, porque eles não aceitam, de forma nenhuma, a verdade que Jesus nos traz!
Não há problema em assumir as nossas fraquezas e as nossas misérias. O problema é quando o pecado nos corrói, nos corrompe e nos mantém cativos dele e quando ele cega a nossa visão e a nossa maneira de ver e nos quer convencer de que o errado está certo. Quando quer nos mostrar que não há problema e não há erro em muitas coisas incorretas e injustas que fazemos; e quando nos deixa conformados às injustiças, à mentira, a uma vida hipócrita, como se não tivesse problema em viver assim.
O problema do pecado é nos acomodarmos a ele e nos tornarmos cativos, reféns e escravos daquilo que ele é. Deus hoje não quer apontar nenhuma condenação a você, mas a Palavra d’Ele hoje quer nos iluminar para discernirmos: que pecado e que situação pecaminosa nos mantêm cativos? Pode ser que sejam coisas que estejam em nosso interior, que só nós mesmos fazemos e sabemos que é errado. Não se condene, mas não se mantenha escravo de nada neste mundo, pois Jesus veio para nos libertar e nos fazer livres. E hoje a Palavra de Deus quer nos libertar de toda escravidão do pecado!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/04/2014

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a perceber que a liberdade que o mundo nos oferece é falsa e quer nos manter reféns de seus caprichos e seduções. Faze-nos desejar a verdadeira liberdade de filhos teus, buscando-a na tua Palavra Criadora que se fez Carne em Jesus de Nazaré. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/04/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos um coração dócil para acolher a tua Palavra Encarnada e coragem para segui-La na nossa caminhada por este planeta-jardim que nos emprestas para ser cuidado, usufruído e repartido com os irmãos. Dá-nos a liberdade plena, que – nós bem o sabemos! – virá pelo conhecimento da Verdade anunciada por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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