sábado, 21 de setembro de 2019

LEITURA ORANTE DO DIA - 15/09/2019



LEITURA ORANTE

Lc 15,1-32 - Alegria do reencontro


Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente virtual.
Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos, com este acesso à internet,
nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 15,1-32 e observo as duas parábolas de Jesus.
Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo:
- Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.
Então Jesus contou esta parábola:
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida."
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.
A moeda perdida
Jesus continuou:
- Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida."
- Pois eu digo a vocês que assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados.
E Jesus disse ainda:
- Um homem tinha dois filhos. Certo dia o mais moço disse ao pai: "Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança."
- E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha.
- O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. Então procurou um dos moradores daquela terra e pediu ajuda. Este o mandou para a sua fazenda a fim de tratar dos porcos. Ali, com fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Caindo em si, ele pensou: "Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! Vou voltar para a casa do meu pai e dizer: 'Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.' " Então saiu dali e voltou para a casa do pai.
- Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou. E o filho disse: "Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!"
- Mas o pai ordenou aos empregados: "Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. Também tragam e matem o bezerro gordo. Vamos começar a festejar porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado."
- E começaram a festa.
- Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. Então chamou um empregado e perguntou: "O que é que está acontecendo?"
- O empregado respondeu: "O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. Por isso o seu pai mandou matar o bezerro gordo."
- O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse. Mas ele respondeu: "Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda matar o bezerro gordo!"
- Então o pai respondeu: "Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado."
Refletindo
Neste texto Jesus conta três parábolas: a da ovelha perdida que o pastor reencontra, a da moeda perdida que mulher procura e também encontra, motivo de grande alegria, e a do filho que retorna ao abraço misericordioso do pai. “Perder”, “reencontrar” e "voltar" significam nas histórias de Jesus o perdão de Deus para o pecador. Nas três predomina o sentimento de alegria. É uma alegria imensa, transbordante, em clima de festa. Vai até o céu: “assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados”. Esta alegria acusa um sofrimento precedente: a perda. Tanto a ovelha , como a moeda, a pessoa humana, apesar de pecadora, é propriedade de Deus. É muito terna a figura do pastor que carrega a ovelha sobre os ombros. É de ternura infinita o pai que acolhe o filho no seu abraço. Esta é a figura do Deus misericordioso, sempre em busca de cada um de nós.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Meditando
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: “Nicodemos e sua ânsia de vida eterna (cf. Jo 3,1-21), a Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), o cego de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Lc 19,1-10)... Todos eles, graças a este encontro, foram iluminados e recriados porque se abriram à experiência da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida. Não abriram seu coração para algo do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de crescimento na “maturidade conforme a sua plenitude” (Ef 4,13), processo de discipulado, de comunhão com os irmãos e de compromisso com a sociedade.”(DAp 249).
E eu me interrogo:
Como acolho as buscas de Deus?
Abro meu coração ao Pastor que me procura?
Penso, num momento de silêncio, como procuro o Pai que me espera.

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o  Salmo 150

Louve o Senhor tudo o que vive e que respira.

Louvai o Senhor Deus no santuário, / louvai-o no alto céu de seu poder! / Louvai-o por seus feitos grandiosos, / louvai-o em sua grandeza majestosa! – R.

Louvai-o com o toque da trombeta, / louvai-o com a harpa e com a cítara! / Louvai-o com a dança e o tambor, / louvai-o com as cordas e as flautas! – R.

Louvai-o com os címbalos sonoros, / louvai-o com os címbalos de júbilo! / Louve a Deus tudo o que vive e que respira, / tudo cante os louvores do Senhor! – R.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo,
acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas.
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus e Maria, dai-me a vossa bênção:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Irpatricias@gmail.com

Setembro - Mês da Bíblia

O tema do Mês da Bíblia 2019 é “Para que n’Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta de João”. Trata-se do quarto e último ano do ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. No primeiro ano em 2016 refletiu-se sobre a Profecia de Miqueias. No segundo ano em 2017 foi a Primeira Carta aos Tessalonicenses. Em 2018 no terceiro ano foi o Livro da Sabedoria. Neste quarto ano 2019 é a vez da Primeira Carta de João.

O lema do Mês da Bíblia 2019 é “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 419). O verbo amar é uma palavra chave da Primeira Carta de João. O lema recorda que o amor provém de Deus e chega a todas as criaturas. O amor é convite que pede uma resposta que é amar. Assim a resposta ao amor de Deus é o amor aos irmãos.

Leitura Orante
24º DOMINGO TEMPO COMUM, 15 de SETEMBRO de 2019


O QUE ESTÁ PERDIDO EM MEU INTERIOR?

“Encontrei a minha ovelha que estava perdida”; “encontrei a moeda que tinha perdido”; “este teu irmão estava perdido, e foi encontrado”

Texto Bíblico: Lucas 15

1 – O que diz o texto?

As três parábolas deste domingo, relatadas por Lucas, condensam toda a história de nossa salvação.
Elas contêm a quinta-essência do Evangelho do Reino do Pai, proclamado por Jesus, ou seja, a história do amor de Deus para com a humanidade.
Justamente por ser o Evangelho condensado, as parábolas contadas por Jesus devem ser incessantemente escutadas e contempladas por todos nós. E, depois de contempladas e experimentadas, devemos contá-las, proclamá-las e testemunhá-las, sempre de novo, a todos os homens e mulheres que Deus ama.
Elas são as parábolas da nossa vida, da nossa história, de cada um dos nossos caminhos.
Elas são as parábolas da nossa origem e do nosso destino.
As três parábolas da misericórdia são, na verdade, as “parábolas dos perdidos”.
O que Jesus quis proclamar, ao contá-las, foi revelar a nova imagem do Deus Pai - Mãe que, movido pelo seu amor, misericórdia, perdão, sai ao encontro dos que estão “perdidos”.
As três parábolas expressam, com uma força insuperável, dois temas particularmente caros a Lucas e vinculados entre si: o tema da misericórdia e do perdão oferecidos por Deus aos pecadores, a todos os “perdidos”, e o tema da alegria do mesmo Deus quando os perdidos são encontrados.
A trama das três parábolas é a expressão de que vivemos permanentemente banhados pela misericórdia reconstrutora de Deus, e que se expressa no perdão contínuo. Jesus, nestas parábolas, nos revela que Deus vai aonde nunca antes ninguém se atrevera ir, acompanhando-nos com sua presença, aproximando-se de nós e nos convidando à festa do seu perdão, com uma misericórdia sem fim.
As três parábolas também revelam o caráter de defesa, feita pelo próprio Jesus, do seu modo de vida, do seu comportamento, particularmente do seu relacionamento com os extraviados e excluídos. O Evangelho que Jesus proclama com palavras e ações é a Boa Nova da salvação para os perdidos; e é, ao mesmo tempo, apelo à conversão dirigido aos que se consideravam “justos”, mas se fechavam ao amor e ao perdão.
O que escandalizava os destinatários das três parábolas, que se consideravam justos e cumpridores exemplares da lei de Deus, não era propriamente a conduta dos pecadores, mas a conduta do próprio Jesus com relação a eles: permitia que os pecadores se aproximassem dele, recebia-os de coração aberto, tomava a iniciativa de ir ao encontro deles e sentava-se com eles à mesma mesa.

2 – O que o texto diz para mim?

O comportamento de Jesus é uma “parábola viva” do comportamento de Deus com os pecadores.
Os escribas e fariseus não podiam suportar que Jesus proclamasse o Deus que acolhe e perdoa incondicionalmente a todos, que tem um carinho especial e um amor de predileção pelos perdidos; um Deus que sai ao encontro dos perdidos e que transborda de alegria quando os encontra.
Esse Deus “novo” anunciado por Jesus era um Deus “desconcertante”, “escandaloso”, totalmente incompatível com o “deus legalista” dos escribas e fariseus. Por isso, a pregação e o comportamento de Jesus eram intoleráveis para eles.
As três parábolas me revelam os sentimentos e as ações do “Abba de Jesus” com relação aos filhos perdidos. Revelam-me um Deus cheio de ternura e de misericórdia que vai ao encontro dos perdidos, libertando-os da exclusão e do isolamento; um Deus que exulta de alegria quando os reencontra e que convida a todos para a festa da comunhão e da alegria pelo seu retorno.
As três parábolas de Lucas me permitem também fazer uma leitura em “chave de interioridade”, ou seja, “o quê está perdido, rejeitado, escondido... dentro de mim”?

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Os entendidos em restauração de obras de arte sabem que não se trata de voltar a pintar de novo a obra em questão. Nem sequer refazê-la, com outras cores, o que parece que está perdido. Um bom restaurador procura limpar com delicadeza e paciência cada detalhe do quadro, com a única pretensão de trazer de novo à luz o mais original da obra. Isto é o que Deus faz em mim, através de sua misericórdia. Me limpa com delicadeza em cada esquina e dobra de meu coração. A misericórdia de Deus atua para que venha à luz o mais original que há em mim. Sou filha de um Deus que é toda bondade e amor. Sou obra de arte restaurada pelo amor ativo de Deus.
Viver a experiência da misericórdia é deixar-me reconstruir por um amor que me oferece a possibilidade de sentir novamente como filha de Deus.
Preciso, como Deus, tomar iniciativa, aprender a me aproximar daquilo que está perdido e desgarrado em mim, sem julgamentos e sem moralismos. Aproximar-me, acolher, abraçar, colocar nos ombros, tudo o que foi rejeitado e excluído, para pacificar minha interioridade.
Tudo aquilo que considero “perdido” (fragilidades, feridas, traumas, fracassos, crises...) tem algo a me revelar. Nada pode ser rejeitado, tudo deve ser acolhido, pois tudo compõe a minha história de vida. Preciso fazer as pazes com o que foi reprimido e afastado e que continua gerando um mal-estar interior.
O diálogo com as ovelhas desgarradas, as moedas perdidas e o filho pródigo, significa dirigir a atenção para as áreas reprimidas de minha condição humana e que foram excluídas porque centrar forças em alimentar minhas imagens aureoladas e ideais exagerados, dominados pelo desejo de ser perfeita e infalível (fariseu e mestre da lei).
Acolher e integrar tudo o que é humano (também o que está afastado dentro de mim) é a condição para a verdadeira experiência de Deus.
O encontro com o que está perdido em meu interior é oportunidade para me lançar por inteira nos braços misericordiosos de Deus. Pois Ele vem ao meu encontro em minhas carências e fraquezas; Ele me procura através de meus fracassos, de minhas feridas, de minhas limitações... Deus serve-se do que está perdido em mim para abraçar-me carinhosamente.
Portanto, o caminho para a integração e alegria interior passa pelo encontro e acolhida de tudo aquilo que foi rejeitado, reprimido e excluído dentro de mim, consumindo muita energia.
A espiritualidade das parábolas de Lucas me mostra que é exatamente em minhas feridas onde Deus encontra mais facilidade para entrar em minha vida e reconstruir minha identidade verdadeira: filha amada com um “amor em excesso”.
“Lá onde nós fomos feridos, onde nos quebramos, aí nós também nos abrimos para Deus” (H. Nouwen)

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor o que é que Deus deseja me revelar por meio daquilo que está “perdido” em mim? Procurar e buscar o que está “perdido” em minha casa interior significam “buscar e encontrar a Deus” exatamente em minhas paixões, em meus traumas, em minhas feridas, em meus instintos, em minha impotência e fragilidade...
Viver uma nova espiritualidade significa, então, não buscar “ideais de perfeição”, mas dialogar com a “vida perdida” e que deseja retornar ao lar, espaço do amor misericordioso.
A partir da experiência da misericórdia posso reunir em meu redil, em minha casa, tudo o que se afastou e se perdeu. Daqui poderá brotar nova possibilidade de vida, mais leve e mais humana.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Qual é a ovelha desgarrada do meu interior que é preciso ir atrás dela, acolhê-la e integrá-la ao redil?
Qual é a moeda que ali se perdeu?
Apresentar a Deus minhas ovelhas e moedas perdidas, para que, na luz da sua misericórdia, tudo adquira novo brilho e nova vida.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lucas 15
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Eterna é a sua misericórdia  (salmo 136) – fx 06
Autor: Frei Luiz Turra
Intérpretes: Edicleia Tonete, Ana Paula Ramalho e Jonas Rodriques
CD: Felizes os misericordiosos
Gravadora: Paulinas Comep

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