terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/02/2019

ANO C


Mc 6,1-6

Comentário do Evangelho

A incredulidade impede de receber o dom

Jesus, na sua terra, que supomos ser Nazaré, muito embora o texto não a mencione, num dia de sábado, ensina na sinagoga. Marcos não nos informa acerca do conteúdo do ensinamento, porque o interesse maior, neste episódio, está centrado na reação dos ouvintes.
Se o tema da perícope precedente era o da fé, o de hoje é a incredulidade: "Ele (Jesus) se admirava da incredulidade deles" (v. 6). Se a fé, em certo sentido, é confiança, abertura do coração que permite reconhecer a presença e ação de Deus, a incredulidade é fechamento que impede de ver além das aparências, ou melhor, impede de reconhecer nas palavras e gestos de Jesus os sinais que remetem a Deus, e impede de receber o dom. Por esta razão, Jesus não podia fazer, aí, qualquer milagre, literalmente, "ato de poder". Os concidadãos de Jesus se admiram, perguntam-se sem nada responder - é que a falta de humildade os cegava!
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre minha mente e meu coração, para que eu possa compreender que tu te serves de meios humanamente modestos para realizar as tuas maravilhas.
Fonte: Paulinas em 06/02/2013

Vivendo a Palavra

O preconceito não era privilégio dos conterrâneos de Jesus. Também nós, hoje, nos deixamos guiar pelas aparências, pelos títulos acadêmicos, pelo sucesso financeiro das pessoas. Aprendamos a descobrir e respeitar, em cada irmão, o Espírito de Deus que mora nele. É o mesmo que está em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

O preconceito não é privilégio dos conterrâneos de Jesus. Também nós, hoje, nos deixamos guiar pelas aparências, pelo aspecto físico, pelos títulos acadêmicos ou pelo sucesso financeiro das pessoas. Precisamos aprender a descobrir e respeitar, em cada irmão, o Espírito de Deus que mora nele. É o mesmo que está em nós.

Reflexão

Muitas vezes, nós nos apegamos apenas à realidade aparente e colocamos a nossa confiança apenas em critérios humanos para a compreensão dessa realidade. Confiamos principalmente nas nossas experiências pessoais e no que as ciências modernas nos ensinam. Tudo isso faz com que tenhamos uma visão míope da realidade, fato que tem como conseqüência o endurecimento do nosso coração e o fechamento ao transcendente, ao sobrenatural e, principalmente, às realidades espirituais e eternas. Quando nos fechamos ao próprio Deus, simplesmente nos tornamos incapazes de ver sua presença no nosso dia a dia e dificultamos a sua ação, que visa principalmente o nosso bem.
Fonte: CNBB em 06/02/2013

Reflexão

O breve texto nos mostra Jesus numa de suas principais atividades, isto é, ensinando. Ensina na sinagoga e percorre “os vilarejos vizinhos, ensinando”. As reações dos ouvintes parecem seguir o mesmo esquema: numeroso grupo adere a Jesus e a seus ensinamentos, e outra parte o rejeita. Em Nazaré, onde havia passado a infância e a adolescência, Jesus encontra grande rejeição à sua presença libertadora. Tanto que ele extravasa um lamento: “Um profeta só é desprezado em sua terra, entre seus parentes, e em sua casa”. A aversão ao Mestre chega a tal ponto, que ele não consegue realizar aí nenhum milagre. A seus conterrâneos faltam fé e abertura de coração. Mas o “carpinteiro, filho de Maria”, segue seu caminho levando a Boa-Nova a outros povos e regiões, talvez mais receptivos à sua mensagem.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

ONDE LHE VEM ISTO?

O saber de Jesus deixava admirados os seus conterrâneos. Especialmente quem convivera com ele, durante o longo período de vida escondida em Nazaré, perguntava-se pela origem de tanta sabedoria. Não havia explicação plausível, em se considerando sua origem familiar. Seus pais eram pessoas simples, desprovidas de recursos para oferecer-lhe uma formação esmerada, que o tornasse superior aos mestres conhecidos. Sua pregação, na sinagoga, não dava margem para dúvidas. Ele possuía, de fato, uma ciência elevada, desconhecida até então.
Diante desta incógnita, os conterrâneos de Jesus deixaram-se levar pelo preconceito: não é possível que o filho de um carpinteiro, pobre e bem conhecido de todos, possua uma tal sabedoria!
Sem dúvida, este preconceito escondia outro elemento muito mais sério. Quiçá desconfiassem que a sabedoria de Jesus fosse de origem espúria, por exemplo, obra do demônio. Em outras palavras: aquilo não parecia ser coisa de Deus.
A decisão de desprezá-lo e não lhe dar ouvidos decorre destas explicações. Era perigoso enveredar por um caminho contrário à fé tradicional, desviando-se de Deus.
A incredulidade de sua gente deixava Jesus admirado, a ponto de decidir realizar, em Nazaré, poucos milagres. Seu povo perdia, assim, uma grande oportunidade de conhecê-lo melhor, e descobrir, de maneira acertada, a origem de seu saber.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de perspicácia, não me deixes ficar enredado em falsas questões a respeito de Jesus, a ponto de perder a ocasião de conhecê-lo mais profundamente.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Rejeição do Profeta Santo de Casa
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus não tinha nem um cargo importante na comunidade da sua cidade de Nazaré, onde morara na adolescência e juventude, até que deixara o lar para formar o grupo dos discípulos. Mas todo Judeu adulto tinha o direito de conduzir a reflexão ou homilia sobre a Palavra de Deus, proclamada diante da assembleia. Não era Ministro da Palavra, Padre, Diácono ou catequista, porém, falava com grande sabedoria, causando espanto e admiração nos seus conterrâneos e em meu imaginário, vejo os “Caciques” da Comunidade alvoroçados e já se deixando levar pela inveja pois o povão, não só se encantava com Jesus, mas era ainda beneficiado pelos seus milagres, pelo menos alguns o procuravam com Fé e eram curados de suas enfermidades.
Os “Caciques” não admitiam que alguém vindo de fora fizesse sucesso na comunidade, ainda que fosse alguém ali da terra. Jesus não era diplomado, não tinha Teologia, não tinha formação acadêmica e nem tinha credencial das autoridades Religiosas. Era simplesmente um Leigo, podia até usar da Palavra, como a Lei lhe facultava, mas brilhar daquele jeito e ter toda aquela fama? Ah! Os invejosos da comunidade morriam de raiva. Então começaram a tentar diminuir a sua fama, alegando que não era nenhuma celebridade, pois era filho do “Sêo” José Carpinteiro, e da Dona Maria, Tiago, José, Judas e Simão eram seus irmãos, quer dizer, “primos”. Enfim, era um “Pé Rapado” ali da Vila e não poderia jamais ser o Grande Messias prometido e anunciado pelos Profetas.
Em nossas comunidades sempre há as pessoas humildes que acolhem com alegria e se admiram da Santa Palavra de Deus, vendo também os sinais que Jesus vai realizando na comunidade, nos trabalhos pastorais, na catequese, nos ministérios e na catequese, quanta sabedoria de Deus, manifestada em Jesus e que nos chega através das pessoas que se abrem a essa graça, sejam elas leigos, ministros, padres, ministros ou diáconos.
Mas infelizmente há também os “Caciques”, que imitando os “Senhores Feudais” querem ter tudo sob seu controle e de repente se sentem no direito de monitorar até os carismas que Deus concede as pessoas para o serviço e com isso, eles abafam e sufocam os carismas e dons, como tentaram fazer com Jesus na sua comunidade de Nazaré.
Continuemos a nos encantar com as maravilhas que a Graça de Deus realiza em nosso meio, mas também peçamos perdão por tantos carismas e ministérios sufocados em nossas comunidades, por conta de tanta prepotência e arrogância dos “Importantes” que ainda não aprenderam a reconhecer Jesus nas pessoas mais simples...

2. A falta de fé entre os seus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus vai a Nazaré e não é bem-aceito pelos seus conterrâneos. Eles o desvalorizaram e mostraram não ter muita fé. No entanto, muitos se admiravam quando o ouviam ensinando na sinagoga. A admiração, porém, foi logo envolvida pela incapacidade de perceber que Deus se manifesta nos atos simples do nosso dia a dia. E Jesus estava em Nazaré, exatamente onde viveu sua juventude no cotidiano de sua existência de habitante do lugar. De seus trinta anos de vida oculta, ou vida normal, sairá a espiritualidade de Nazaré, na simplicidade da vida de cada dia, sem nada de extraordinário. Por terem conhecido Jesus e sua família sem nada de extraordinário, os nazarenos passaram da admiração à rejeição. Rejeição sem sentido, que desvalorizava os próprios nazarenos. Rejeitaram Jesus por ser um deles, por ser como eles. Nesse clima de incredulidade, Jesus pôde fazer pouca coisa. Impôs as mãos sobre alguns doentes e os curou. Ele, porém, não se deixa vencer. Sai de Nazaré e percorre os povoados vizinhos, sempre ensinando.

HOMILIA DIÁRIA

O desafio de encarnar o Evangelho nas realidades humanas

Postado por: homilia
fevereiro 6th, 2013

O evangelista Marcos narra que Jesus foi para “sua própria terra”, isto é, para sua cidade de origem, a cidade de sua família, Nazaré. Para Marcos, esta é a última vez que Jesus vai a Nazaré. É também a última vez que entra numa sinagoga, lugar onde os judeus se reuniam aos sábados para ouvir a Palavra de Deus e rezar. No início, quem se admira são os ouvintes. Porém, a admiração não os leva à fé em Jesus, e sim a rejeitá-lo. No final desse Evangelho é Jesus quem se admira com a falta de fé do povo daquele lugar. Essa falta de fé no homem-Jesus impede a realização de milagres, isto é, o Reino acaba não acontecendo em Nazaré.
Marcos dá a entender que o povo estava cansado com esse costume. De fato, quando Jesus entra pela primeira vez numa sinagoga e começa a ensinar libertando (cf. 1,21-28), o povo gosta desse novo ensinamento dado com autoridade (cf. 1,27).
Em Nazaré, terra de Jesus, as coisas tomaram um rumo diferente. É que Jesus não havia frequentado nenhuma escola de ensino das Escrituras, não fizera nenhuma especialização. Além disso, seu ensinamento é acompanhado de uma prática que liberta as pessoas de qualquer tipo de opressão ou marginalização. Marcos não consegue mostrar Jesus ensinando sem libertar. Mais ainda: seu ensinamento é uma prática que liberta.
Em Nazaré, num dia de sábado, Jesus está ensinando na sinagoga. Mais uma vez o evangelista não diz o que Jesus ensina. Nós não precisamos de explicações, pois conhecemos que tipo de ensinamento é o de Jesus.
O povo que está na sinagoga manifesta sua perplexidade e descrédito em relação a Jesus. A primeira e a segunda levantam suspeita e ceticismo: “De onde ele recebeu tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria?” Por trás dessas objeções está o início da rejeição de Jesus enquanto o Messias. Naquele tempo especulavam muito sobre a origem do Messias. E a conclusão a que chegaram era esta: “Nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem” (Jo 7,27). Jesus, portanto, não poderia ser o Messias, pois sua origem era conhecida por todos. Além disso, para os conterrâneos de Jesus é impossível “fazer teologia” sem passar pela escola dos doutores da Lei e fariseus.
A terceira pergunta levanta suspeitas sobre quem age por meio de Jesus: “E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?” Um pouco antes, alguns doutores da Lei afirmavam que o chefe dos demônios agia em Jesus, levando-o a expulsar demônios. O povo de Nazaré deixa transparecer essa mentalidade.
A última pergunta sintetiza todas as anteriores: “Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” É uma pergunta desmoralizante e debochada. Quando se queria desprezar alguém, bastava substituir o nome do pai pelo da mãe. Por isso, a expressão “filho de Maria” (a não ser que José já tivesse morrido), é altamente depreciativa. E a conclusão é muito simples: “Ficaram escandalizados por causa dele”, isto é, seus conterrâneos o rejeitaram.
Jesus, portanto, foi rejeitado porque se apresentou como um trabalhador que cresceu em Nazaré ao lado de parentes, amigos e conhecidos. Seus conterrâneos não descobriram nele nada de extraordinário que pudesse indicá-lo como o Messias de Deus. Mas a extraordinariedade de Jesus-Messias está justamente aí, na Encarnação, no fato de não ter nada que possa diferir da condição humana comum. O Filho de Deus se fez como qualquer um de nós, e aqui está o “nó” da questão. Muitos afirmam que “não creem porque não veem”. Os conterrâneos de Jesus não creem justamente porque veem Jesus trabalhador, o filho de Maria, um homem do povo, que não frequentou nenhuma escola superior, um homem que vem de Nazaré, lugarejo insignificante.
O “escândalo” da Encarnação continua sendo um espinho atravessado na garganta de muito cristão de boa vontade. Por se encarnar nas realidades humanas, Jesus-Messias foi rejeitado. Isso faz pensar no desafio que é a encarnação do Evangelho na realidade do povo. Ficaremos paralisados como os conterrâneos de Jesus?
Pai, abre minha mente e meu coração, para que eu possa compreender que Tu te serves de meios humanamente modestos para realizar as tuas maravilhas.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 06/02/2013

Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito, habitante do nosso mistério, nos ensine a acolher em cada companheiro de caminho nesta vida um filho do teu Amor e da tua misericórdia paternal. Livra-nos, Pai amado, de julgarmos pelas aparências e cria em nós uma expectativa acolhedora de todos. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o teu Espírito, habitante do nosso mistério interior, nos ensine a acolher em cada companheiro na caminhada desta vida um filho do teu Amor misericordioso. Livra-nos, amado Pai, da tentação de julgar o próximo pelas aparências e cria em nós uma expectativa acolhedora de todos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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