terça-feira, 8 de janeiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/01/2019

ANO C


Mc 6,34-44

Comentário do Evangelho

Mensagem de vida e misericórdia

O contexto imediato do texto é a volta dos Doze da missão para a qual foram enviados (Mc 6,7-12.30-33). Nós não temos mais acesso ao fato, propriamente dito, mas à mensagem gerada por uma recordação. Interpretar, sem mais, o episódio como "milagre" seria perder a oportunidade de conhecer e compreender o próprio relato e o que ele visa. A multidão que Jesus vê desperta nele compaixão, sentimento divino que provoca "êxtase" - movimento de saída de si para socorrer o outro em sua necessidade. A razão da compaixão: "... porque eram como ovelhas que não têm pastor". Há, aqui, uma primeira evocação do Salmo 23(22): "O Senhor é o meu pastor.". Jesus não somente orienta ensinando, mas sustenta alimentando: "Vós mesmos, dai-lhes de comer!". A ordem de se assentarem na relva verde é outra evocação do Sl 23(22): "Em verdes pastagens me faz repousar". O texto tem clara intenção de apresentar Jesus como o Pastor de Israel, Pastor segundo o coração de Deus, compassivo e misericordioso, cuja palavra e vida são o verdadeiro sustento do povo que ele reúne.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, preserva-me da cobiça e da ganância que me impedem de ser generoso com meu semelhante. E abre meu coração para a partilha e a misericórdia.
Fonte: Paulinas em 08/01/2013

Vivendo a Palavra

Sinais são indicações que nos apontam para outra coisa. O sinal deixado por Jesus quando alimentou a multidão quer lembrar o grande milagre da Vida que o Pai concede à humanidade – maior do que o alimento; o milagre do nosso corpo – maior do que nossa roupa. E tudo por generosa gratuidade, por Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2013

VIVENDO A PALAVRA

Sinais são indicações que nos apontam para outra coisa, mais além. O sinal deixado por Jesus quando alimentou a multidão quer lembrar o grande milagre da Vida que o Pai concede à humanidade – maior do que o alimento; o milagre do nosso corpo – maior do que a nossa roupa; e tudo por generosa gratuidade, puro Amor.

Reflexão

Jesus é o pastor segundo o coração de Deus, realizando assim a profecia de Jeremias, e é também o próprio Deus que vem apara apascentar o seu povo, conforme nos diz o profeta Ezequiel. Ele vem porque Deus tem compaixão do seu povo que está como ovelhas que não têm pastor. Jesus é o pastor que alimenta o rebanho com a palavra, ensinando-lhes muitas coisas, e com o alimento material, multiplicando os pães e os peixes. Como continuadores da missão pastoral de Jesus, devemos nós também dar a nossa contribuição para que o povo seja formado na fé, possa lutar pela superação da miséria e da fome, e tenha condições de conhecer e viver os valores do Reino de Deus.
Fonte: CNBB em 08/01/2013

Reflexão

Pessoas em grande número, movidas pela fome de ouvir a palavra de Jesus, permanecem com ele num lugar deserto. Cheio de compaixão, porque elas parecem ovelhas sem pastor, Jesus tem disposição para ensinar-lhes muitas coisas. Bem de tardezinha, a fome se apodera de todos, e surge um impasse: como alimentar tanta gente? Jesus não se apresenta como super-homem capaz de fazer tudo sozinho. Rejeita a sugestão de comprar e propõe a partilha. Organiza cuidadosamente o povo e, usando o que eles têm (cinco pães e dois peixes, cuja soma simboliza a totalidade), sacia a fome de todos. Os dons de Deus são abundantes e, se forem repartidos, satisfazem a todos e ainda sobra muita coisa. A nós, discípulos do Mestre, cabe colaborarmos para que a ninguém falte o pão material e o pão espiritual.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

DA CONCENTRAÇÃO À PARTILHA

A Galiléia tinha, desde há muito tempo, uma péssima tradição de desequilíbrios sociais. O episódio da vinha de Nabot, sucedido num passado longínquo, estava ainda bem vivo na mente do povo. Mudaram-se os tempos, porém, a ganância de concentrar os bens nas mãos de poucos permaneceu inalterada.
O milagre da partilha dos pães foi na contramão desta mentalidade, visando incentivar a criação de uma sociedade diferente, na qual os bens deste mundo fossem partilhados entre todos.
Fato notável é que a lição da partilha teve como ponto de partida a pobreza e não a abundância de bens. Poderia ter acontecido assim: uma pessoa rica, possuidora de muitos recursos, ter-se servido deles para alimentar a multidão faminta. Ou mesmo Jesus, recorrendo ao poder recebido do Pai, ter milagrosamente feito aparecer uma montanha de pães com os quais todos se pudessem saciar.
Nada disto! Tratava-se, sim, de cada um repartir com o próximo o pouco que lhe cabia, a começar com aquele jovem que possuía “cinco pães e dois peixes”. Quem não acreditava na força do Reino, perguntou-se o que seria isto para “cinco mil pessoas?” Mas aqueles em cujos corações o Reino lançou raízes, tudo se passou de maneira diferente.
A partilha começa no pouco, pois, quem tem muito (fruto da cobiça e da ganância) dificilmente se disporá a repartir e a mostrar-se misericordioso com o próximo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, preserva-me da cobiça e da ganância que me impedem de ser generoso com meu semelhante. E abre meu coração para a partilha e a misericórdia.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Saciando a Fome
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(Jesus, modelo de Pastor, quer a Salvação do homem todo, e isso implica também em saciar a fome material de suas ovelhas)
Jesus sente compaixão da numerosa multidão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois a ensinar-lhes muitas coisas. Essa introdução do evangelho faz surgir um questionamento: Jesus poderia sentir compaixão porque o povo estava com fome, e em seguida faria o milagre da multiplicação dos pães, e a narrativa estaria completa.
Mas era o início da pregação, imaginemos que fosse de manhã, os ensinamentos de Jesus continuou o dia inteiro e de repente já é o entardecer que prenuncia a noite e os discípulos constatam um problema e imediatamente propõe uma solução...
A compaixão inicial de Jesus não é pelo problema da fome ou da falta de alimentos naquele lugar distante, mas sim porque o povo estava sem perspectiva, em um total desânimo, não havia quem lhes indicasse um caminho seguro, ou quem lhes falasse de algo novo. Ovelha sem pastor é gente sem esperança, sem rumo a seguir, sem um sentido para a sua vida.
Talvez o povo tivesse colocado sua esperança em instituições, governantes, autoridades e outros Líderes, a espera de uma mudança para melhor, que nunca viria. Ninguém quer aqui menosprezar nossas instituições políticas e governamentais, mas está difícil de se acreditar em mudanças no Brasil, pelo menos aquelas mudanças estruturais necessárias e importantes, que trariam benefícios á grande massa. O evangelho não fala, sobre o que Jesus ensinava, mas certamente ele deixa evidente que a realização do Reino de Deus não depende das estruturas humanas, nem religiosas e nem governamentais. Ao mesmo tempo ele se apresenta como o realizador do Reino: O caminho, a Verdade e a Vida....
E para que na cabeça do povo não fique a impressão de que Religião é alienação, Jesus se volta para um problema levantado pelos discípulos: é preciso dispensar o povo, pois é muita gente e não há alimentação disponível e suficiente para todos.
Se Jesus fosse pregador de uma Religião alienadora, aceitava o conselho dos discípulos e se livrava do problema, mandando a multidão embora.
Mas Jesus é Pastor e não Lobo, que se aproveita das ovelhas, ao dizer aos discípulos, dai-lhes vós mesmos de comer, Jesus está afirmando que as Comunidades Cristãs não podem ficar alheias ás necessidades das pessoas. No Reino dos Homens, somente o “Muito” viabiliza projetos sociais, no Reino de Deus, basta a partilha do “Pouco” e o milagre acontece. É uma alusão direta á Eucaristia, o maior de todos os milagres, e do qual nasce a vida de comunhão e partilha, que faz tantos milagres iguais a esse acontecer. O Homem e a mulher Eucaristizados contempla as pessoas com o mesmo olhar de compaixão de Jesus, e suas necessidades nunca ficam sem serem supridas...

2. Jesus multiplica pães e peixes e alimenta uma multidão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os sinais do Reino começam a ser vistos. Jesus multiplica pães e peixes e alimenta uma multidão. Mostra ter um coração que se compadece da multidão abandonada. Ele ensina muitas coisas ao povo, orienta, educa, abre caminhos, tira as pessoas da margem e as coloca no centro da existência. Para isso ele veio, para mostrar o grande amor de Deus por suas criaturas, para mostrar o valor do ser humano. Os discípulos devem se preocupar com a fome do povo, espiritual e material, e providenciar que todos tenham o que comer. Viram que pães e peixes partilhados se multiplicam e sobram.

HOMILIA DIÁRIA

Somos chamados a partilhar o pão com misericórdia

Postado por: homilia
janeiro 8th, 2013

Jesus se compadeceu da multidão que O seguia, pois era como que “ovelhas sem pastor”.
Os Evangelhos nos relatam que Ele – por duas vezes – multiplicou pães e peixes para atender à multidão que O seguia até uma região “deserta” (longe de cidades) e, ali, ficava ouvindo-O e recebendo curas, mas, por não se terem munido de alimentos, estavam a ponto de passar fome. Aproveitando o que os discípulos dispunham: cinco pães e dois peixes, mandou que o povo se assentasse em grupos de 100 e de 50. Tomando os pães e os peixes, Ele ergueu os olhos aos céus, deu graças e os abençoou. Depois, fez a repartição entre os discípulos e estes para o povo. Todos comeram à vontade: milhares de homens, além das mulheres e crianças. E como se não bastasse, ainda sobraram doze cestos com pedaços de pão e de peixe, que Jesus mandou recolher para nada se perder.
Assim como Jesus se compadeceu da multidão, também na nossa vocação cristã somos chamados a ter compaixão do povo, sobretudo o sofredor. Nossa vida cristã deve conduzir-nos à prática da misericórdia para com os irmãos. Esse é o grande testemunho de que o mundo precisa, e é uma exigência que brota das palavras de Jesus no Seu Evangelho: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.
Jesus conduz seus discípulos a um lugar deserto para que repousassem, atravessando o mar da Galileia em um barco. Porém, ao desembarcarem, já uma grande multidão os espera. Incansavelmente e tomado de compaixão, Ele se põe a ensinar-lhes. Com o passar do tempo, faz-se necessário que todos se alimentem. A solução dos discípulos é que seja comprado o alimento. Jesus propõe outra solução: “Vós mesmos dai-lhes de comer!”, e eles não entendem. Abençoando cinco pães e dois peixes que tinham, Jesus os partilha com a multidão. Aqueles que tinham alimentos aderem à partilha e todos ficam saciados. Jesus toca os corações e os transforma pelo amor.
O milagre da multiplicação dos pães se chama misericórdia e compaixão, perdão, partilha, justiça, amor e paz.
Hoje, fala-se muito da fome no mundo. Quem não viu imagens de crianças famintas da África que mais parecem esqueletos? Deus conta conosco para repartir o Seu “Pão” com todos aqueles que têm fome de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança.
O pão partilhado sacia a fome de todos e ainda sobra. Não será esse o caminho a ser seguido, também em nossos dias, para resolver o grave problema da fome no mundo?
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 08/01/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos olhos para ver e abre nosso coração para compreender e agradecer os grandes dons que nos ofereces: a Vida e a Fé. E, mais do que tudo, faze-nos alegres e generosos seguidores neste mundo do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos olhos para ver e abre nosso coração para compreender e agradecer os grandes dons que nos ofereces: a Vida e a Fé. E, mais do que tudo, faze-nos alegres e generosos seguidores neste mundo do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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