domingo, 16 de dezembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 15/12/2018

ANO C


Mt 17,10-13

Comentário do Evangelho

Será Elias o percursor de Jesus?

Este diálogo dos discípulos com Jesus se dá ao descerem da montanha, após a transfiguração de Jesus. Na transfiguração entrou em cena a figura de Elias. Agora os discípulos querem se esclarecer sobre a vinda de Elias, como precursor do Messias, conforme a doutrina que receberam dos escribas. Esta doutrina tradicional fundamenta-se no apêndice final do livro de Malaquias (Ml 3,23-24), segundo a qual Elias "fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais...". Seria o estabelecimento da paz escatológica. Os escribas associavam Elias com o messias davídico glorioso que esperavam. Jesus retifica esta falsa expectativa. Elias já veio, na pessoa de João Batista, e as elites religiosas do Templo, em parceria com Herodes, o ignoraram e o assassinaram. E este também será o futuro do Filho do Homem, como se autodenomina Jesus. Identificando-se com João em seus sofrimentos e perseguições, Jesus distingue-se do messias poderoso e glorioso. Esta previsão do sofrimento decorre do fato de que o poder opressor não admite nada que ameace sua estabilidade e reage com violência, empenhando-se na destruição daqueles que, colocando-se a serviço da vida, se dedicam à libertação dos pobres e oprimidos.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.
Fonte: Paulinas em 15/12/2012

Vivendo a Palavra

Elias, no passado remoto, e João Batista, tão recente, são apenas sinais que apontam para o Messias prometido e preparam os seus caminhos. E o próprio Jesus de Nazaré, o Cristo esperado, é, para nós, Sacramento vivo do Pai Misericordioso, arauto do Reino do Céu que já chegou a nós e está no nosso meio.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/12/2012

VIVENDO A PALAVRA

Elias, no passado remoto, e João Batista, mais recente, são apenas sinais que apontam para o Messias prometido, e preparam os seus caminhos. E o próprio Jesus de Nazaré, o Cristo esperado, é, para nós, Sacramento vivo do Pai Misericordioso, arauto do Reino do Céu que já chegou a nós e está no nosso meio – embora ainda não em plenitude.

Reflexão

O Profeta Elias foi aquele que, na sua época, lutou contra os profetas de Baal na tentativa de restabelecer o culto a Javé e reconduzir os corações do povo para Deus. Assim também era a função de João Batista, que deveria pregar a conversão para preparar um povo disposto para a vinda de Jesus. Neste sentido, João Batista realiza a promessa da volta de Elias, que não foi a sua ressurreição ou reencarnação ou ainda a carruagem de fogo o trouxe de volta do alto, mas o profetismo segundo o espírito de Elias se fez presente em João Batista.
Fonte: CNBB em 15/12/2012

Reflexão

Conforme crença popular, ensinada pelos doutores da Lei, antes da vinda do Messias viria alguém com as características do profeta Elias. Se Elias ainda não voltou, Jesus não é o Messias. Já voltou, explica Jesus; é João Batista, cuja missão era preparar o povo. Mas não o reconheceram e fizeram com ele “tudo quanto quiseram”. Conhecemos o trágico fim que teve João, por capricho de Herodes (Mt 14,1-12). Igual desfecho terá Jesus: “O Filho do Homem deverá sofrer por causa deles”. Elias, João Batista e Jesus, os três falam em nome de Deus. Pregam a mudança de atitudes pessoais e sociais. Provocam a ira e a rejeição dos poderosos, que não abrem mão de seus privilégios. A morte de Jesus será inevitável, preço de sua fidelidade ao plano de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A VINDA DE ELIAS

As expectativas messiânicas do tempo de Jesus mesclavam-se com uma série de elementos, dentre os quais, a crença que, por ocasião da vinda do Messias, o profeta Elias haveria de retornar. Era bem conhecida a história do profeta arrebatado aos céus, num carro de fogo. Por não ter morrido, como qualquer ser humano, difundiu-se a esperança de que Elias voltaria no fim dos tempos, indicando, assim, que a vinda do Messias estava próxima.
Jesus não negou esta tradição. Entretanto, ofereceu uma pista para indicar que ela já se havia realizado na pessoa de João Batista. A ação precursora dele em relação a Jesus correspondia àquela de Elias, em vista do Messias vindouro. A conclusão era evidente: Jesus era o Messias esperado por Israel. Deveria, pois, ser aceito e acolhido como tal.
Entretanto, o Mestre não se adaptou aos esquemas messiânicos do povo. Se, por um lado, sua presença assinalava o fim de uma era, por outro, introduzia, na história humana, um tempo novo. Ele superou a agitação messiânica, propondo aos discípulos um ideal de fraternidade, fundado na misericórdia e no serviço desinteressado aos irmãos. Igualmente recusou-se a responder questões de curiosidade a respeito do dia do fim do mundo e do número dos que seriam salvos. Desta forma, rompeu com o messianismo popular, dando margem para que seus discípulos assumissem sua vida e sua missão com mais seriedade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, não me deixes contaminar pelas preocupações escatológicas. Antes, que eu esteja sempre voltado para o compromisso de transformar o mundo pelo amor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A história se repte...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na minha vizinhança nos primeiros tempos de casado, meu sogro gostava de se divertir com uma “Trucada”, um jovem que frequentava a nossa casa se divertia jogando com os mais velhos, e quando fazia alguma jogada que punha o adversário em aperto, usava um bordão para expressar sua valentia “Sou neto do Tufi e sobrinho do Caluda”, Tufi era seu avô, famoso naquela Vila por ser hábil truqueiro, Caluda era o apelido do tio, também com a mesma fama.
Neste evangelho Jesus rasga o Verbo ao falar de Elias e João Batista, é como se ele dissesse “Sou da mesma linha do Profeta Elias e de João Batista”. É até bonito entendermos esse evangelho, pois Jesus está dizendo a seus discípulos que ele não fugirá da “Raia” e que como seus dois predecessores também será perseguido, torturado e morto, mas o anúncio será feito á todas as categorias de pessoas, gente simples ou importante, ricos e pobres, jutos e pecadores, pessoas que iriam se admirar dele e passariam a ser seus seguidores, mas outros que passariam a odiá-lo até a morte na cruz.
A pregação do Evangelho de Cristo não é um show como querem alguns, não são discursos e palavras bonitas para agradar algumas pessoas, não são palavras para gerar emoção e lágrimas, como muitos gostam de fazer, ao contrário, tem uma vertente profética que jamais pode ser deixada de lado, uma linha dura que anuncia a Justiça e denuncia a Injustiça, que requer uma mudança de vida e uma adesão ao Reino como uma opção radical.
E diante de perseguições, incompreensões que possam surgir, basta lembrar-se do modo de ser daquele jovem jogador de truco “Somos seguidores de Jesus, Cristãos da “Gema”, que traz a linha profética no sangue, na alma e no coração”.

2. A vinda do Filho do Homem
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Estamos esperando pela vinda do Senhor no Natal, primeiro, e no último dia, depois. Primeiro no Natal porque é quando se manifesta o Messias prometido e esperado por todo o povo. Mas onde está o profeta Elias, que deve vir antes que chegue o Messias? Já veio, diz Jesus. É João Batista. Não que Elias tenha se reencarnado em João Batista, como querem alguns, mas porque João desempenhou literalmente o papel de Elias como precursor do Messias, que é Jesus. O profeta Malaquias deixou escrito o que disse o Senhor sobre Elias: “Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o grande e terrível Dia do Senhor. Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais”. Elias foi arrebatado ao céu num carro de fogo, por isso deve voltar. É representado soprando o shofar (instrumento antigo), enquanto conduz o Messias a Jerusalém. É ele quem traz a boa notícia da chegada do Messias, filho de Davi. Deus disse a Jeremias: “Aproximam-se os dias em que farei surgir para Davi um rebento justo, um rei que exercerá na terra o direito e a justiça”. Jesus não era muito parecido com um rei que se iria sentar no trono de Davi e restaurar Israel. Os discípulos conheciam as profecias e sabiam o que ensinavam os escribas sobre Elias e o Messias. A pergunta que fazem levanta uma dúvida sobre Jesus: “O Senhor é mesmo o Messias?”. E onde está Elias?

HOMILIA DIÁRIA

O cristão é testemunha de uma glória que passa pelo sofrimento

Postado por: homilia
dezembro 15th, 2012

Elias já veio ou não?
Os discípulos, fracos e sedentos da verdade, querem ser bem informados de toda a doutrina obscura que diz respeito ao Mestre. Afinal, Elias já veio ou não? Apesar de tudo o que tinham visto, eles queriam tirar dúvidas e ter esclarecimento. A justificativa é simples: o diálogo entre os discípulos e Jesus se dá ao descerem da montanha, após a transfiguração de Jesus. Na transfiguração, Pedro, João e Tiago viram três homens: Moisés e Elias que falavam com Jesus sobre o Reino. Diante disso, ficam confusos quando se deparam com as passagens da Lei.
Agora, os discípulos querem ser esclarecidos sobre a vinda de Elias como precursor do Messias, conforme a doutrina que receberam dos escribas. Esta doutrina tradicional fundamenta-se no apêndice final do livro de Malaquias (cf. Ml 3,23-24), segundo a qual Elias “fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais…”. Seria o estabelecimento da paz escatológica. Os escribas associavam Elias com o messias davídico glorioso que esperavam. Ante esta preocupação dos discípulos, Jesus retifica esta falsa expectativa.
E ao preparar seus seguidores para a missão que os espera, Jesus quer convencê-los de que Ele é, deveras, o Messias que esperavam. Os profetas falaram d’Ele e suas obras o atestam com extrema clareza: “Não acreditais nas minhas palavras, acreditai apenas nas minhas obras, pois são elas que dão testemunho de mim”.
Elias já veio na pessoa de João Batista, mas as elites religiosas do Templo, em parceria com Herodes, o ignoraram e o assassinaram. Este também será o futuro do Filho do Homem, como se autodenomina Jesus. Identificando-se com João em seus maus-tratos e sofrimentos, Jesus distingue-se do messias poderoso e glorioso. Essa previsão do sofrimento decorre do fato de que o poder opressor não admite nada que ameace sua estabilidade e reage com violência, empenhando-se na destruição daqueles que, colocando-se a serviço da vida, dedicam-se à libertação dos pobres e oprimidos. Por isso, não nos devemos escandalizar quando tais coisas acontecerem conosco.
O cristão é testemunha de Cristo, é aquele que O torna vivo no mundo de hoje, aquele que julga as coisas mundanas e os acontecimentos da vida, como Cristo os julga. Se o Filho do Homem se insere na linha dos profetas sofredores, o discípulo, por sua vez, põe-se em seguimento a Ele. Não é maior que o seu Mestre e deve ser, portanto, a testemunha de uma glória que passa pelo sofrimento e transpõe a soleira da morte. Como poderia ser de outra forma, desde o momento em que se aceita tomar parte em uma Eucaristia?
Quem comemora a Paixão e a Ressurreição do Senhor? Jesus, convencendo os seus discípulos de que Elias já veio e os grandes não O reconheceram como o Messias esperado para salvar o mundo dos pecados, quer preparar-nos para a Missão. Esta deverá acarretar consigo sofrimentos, perseguições e até o próprio martírio. É urgente que, corajosos e firmes na fé, O tornemos conhecido e O levemos a todos os nossos irmãos e irmãos que ainda não O reconheceram como seu Salvador.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 15/12/2012

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a ler e compreender os sinais dos tempos que vivemos. Que através deles nós sintamos a tua Presença Paterna em nossa história, o teu cuidado próprio da Mãe que vela por seus filhos queridos. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a ler e compreender os sinais dos tempos que vivemos. Que através deles nós sintamos a tua Presença Paternal na nossa história, o teu cuidado próprio da Mãe que vela por seus filhos queridos. Nós te pedimos, amado Pai, pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário