domingo, 4 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/11/2018

ANO B


TODOS OS FINADOS

Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas, para os cristãos, tem o gosto da esperança. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que para quem crê, for batizado e seguir Seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com Ele a vida eterna no Reino do Pai.
Enquanto para todos os homens a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na Terra.
A Igreja nos ensina que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V.
Um dos mais belos Dogmas da Igreja é o da “Comunhão dos Santos”. Dessa maneira entendemos que os que estão no Céu, na feliz morada com Deus para sempre, os que se purificam no purgatório, e nós, que ainda caminhamos pelas estradas deste mundo, formamos um só corpo. Por esse motivo, podemos e devemos rezar pelos que partiram, pois nossas orações são eficazes para ajuda-los a mais rapidamente chegarem à casa definitiva do Pai.

REFLEXÃO

A recordação dos fiéis defuntos nos projeta para o futuro. Nossa fé fala-nos de Esperança, a grande palavra chave nesse dia. Trata-se do anseio que todo homem tem de ter a verdadeira felicidade, a felicidade duradoura, sem máculas e sem fim. Essa felicidade só se pode dar no encontro definitivo com Deus, que é a essência do Amor e do Belo. A missão de Jesus, revelada nos Evangelhos, é de dar a vida eterna a todos os que crêem em seu nome.
Extraído do site http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/santo-do-dia/ - Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Jo 19,17-18.25-39

VIVENDO A PALAVRA

A certeza da Ressurreição ilumina a memória dos nossos mortos que celebramos hoje. Sabemos que o destino glorioso de filhos do Pai Celeste e irmãos de Jesus de Nazaré é o abraço misericordioso e eterno que nos espera e do qual o Corpo e o Sangue do Cristo que recebemos hoje são sinais e parte, já nesta terra abençoada.

ORAÇÃO FINAL

Pai Santo, nós Te pedimos que a realidade que vivemos – nosso corpo que se desfaz com o tempo – não nos impeça de celebrar, por todo o curso da vida, o teu infinito Amor e a tua misericórdia de Pai que também é Mãe. Damos graças, amado Pai, pois sentimos que já caminhas conosco, até que um dia sejamos acolhidos no teu Reino glorioso com o Filho Unigênito, o Cristo que se fez carne em Jesus de Nazaré, na unidade do Espírito Santo.

Jo 6,37-40

Catequese Bíblico-Missionária

A celebração do dia de hoje é dedicada à memória de nossos parentes e amigos, que nos antecederam no grande mistério que é a morte. Diante da morte nós nos calamos e também nos assustamos. Morrer é uma certeza e, ao mesmo tempo, um mistério que ultrapassa nosso entendimento. Sabemos que todos nós, um dia, vamos passar por esta experiência e isto nos assusta.
As leituras da celebração de hoje nos ajudam a acolher, viver e proclamar este mistério: a morte não é o fim! O livro de Jó parte desta certeza quando diz: “Eu sei que o meu Redentor vive”. Seguindo os passos deste Redentor, que é Jesus, nós também viveremos e veremos a Deus. Pois de maneira única o mistério da morte foi assumido e vencido por Jesus. A fé na ressurreição de Jesus é o coração do Evangelho de hoje. Por sua maneira serena de entrar na morte, Jesus mostrou que já a tinha vencido e que ele, no dizer do centurião, era verdadeiramente o Filho de Deus.
Na Carta aos Filipenses, Paulo ensina que nossa plenitude como criaturas de Deus está nos céus, junto ao Criador, quando então teremos atingido a maturidade da Criação. Nosso corpo limitado e miserável será transformado e nos tornaremos semelhantes ao corpo glorioso de Jesus ressuscitado. Essa certeza da nossa fé deve encher-nos de alegria e de esperança. Então, viveremos na plenitude da Criação. Jesus ressuscitado é a amostra daquilo que um dia seremos. A ressurreição de Jesus nos abre o caminho para a Nova e definitiva Criação.
Mas, enquanto ainda vivemos aqui na terra, ficamos mergulhados na dúvida e na incerteza. Como acolher o mistério da morte? O Salmo de Meditação nos ajuda a vencer nossas dúvidas. Esse Salmo é um hino de súplica que traz uma reflexão sapiencial. A vida traz dificuldades e desafios. Viver o caminho de Deus não é fácil. Exige fé e aceitação, mesmo quando esse caminho nos parece difícil de acolher e de entender. Gritamos, então, como o salmista: “Mostra-me teus caminhos e guia-me na tua verdade! Alivia-me de minhas angústias e tira-me de minhas aflições!”
Nesta celebração queremos acolher o Deus que nos instruirá no caminho da verdade e nos ajudará a encontrar a felicidade. É nessa felicidade que, temos certeza, já vivem nossos parentes e amigos que nos antecederam na glória.
Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters
Oração
Ó Deus, fizestes o vosso Filhoúnico vencer a morte e subir ao céu. Concedei a vossos filhos e filhas superar a mortalidade desta vida e contemplar eternamente a vós, Criador e Redentor de todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

HOMILIA DIÁRIA

Que a esperança seja o motor a motivar a nossa vida

Que a esperança da eternidade seja o motor a motivar o nosso coração a ter sempre mais confiança e esperança no Senhor

“Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (João 6,40).

Hoje, celebramos o Dia dos Fiéis Defuntos, de todos aqueles que já partiram para a eternidade. Alguns já triunfam na glória celeste, onde celebraremos o Dia de Todos os Santos, mas muitos padecem no purgatório, esperando a purificação para também fazerem parte do festim celeste. Celebramos a nossa comunhão com essa igreja padecente, celebramos a comunhão com os nossos que já partiram para a outra vida.
A esperança é importante neste dia. Sabemos em quem colocamos a nossa esperança, é no Cristo Jesus, nosso Senhor. O nosso Deus é o Deus da vida e não o Deus da morte, Ele transforma a nossa morte em vida eterna, vida que ninguém mais poderá nos roubar. É essa esperança que deve sempre mover o nosso coração!
O dia de hoje não é um dia de tristeza; pode ser um dia de saudade, porque as pessoas que amamos estão dentro de nós, deixaram uma marca em nossa alma e coração. Podemos e devemos sentir saudade dessas pessoas amadas e queridas, são parentes, familiares, amigos, pessoas que fazem parte da nossa história e da nossa vida, porém, eles já foram para onde nós também iremos.
Em Deus todos nós nos encontramos, Ele reúne toda a família em um só lugar. Eles foram primeiro que nós, já estão participando daquilo que Deus preparou para quem O ama, e também estamos nos preparando para ir.
O dia de hoje precisa ser de reflexão sobre a nossa própria vida. Como estamos conduzindo a nossa vida? Como estamos nos preparando para participar da eternidade? Estamos guardando o nosso lugar no Céu? Estamos cuidando da casa que o Pai nos preparou na eternidade?
É Jesus quem nos disse, quem nos deu essa certeza e esperança: “Na casa do meu Pai há muitas moradas!”. Então, lá tem uma morada para cada um de nós, e precisamos cuidar dela. Como vamos cuidar dessa morada no Céu? Vivendo bem a nossa vida aqui na Terra, sendo honestos, justos e fiéis a Deus, vivendo a nossa fé com intensidade e confiança sem jamais nos deixar desanimar por tudo que enfrentamos de contrariedades e dificuldades nesta vida.
Que a esperança da eternidade seja o motor a motivar o nosso coração a ter sempre mais confiança e esperança no Senhor.
Deus abençoe!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Mt 5,1-12a

Comentário do Evangelho

Acolher a presença de Deus é o caminho da santidade.

As bem-aventuranças fazem parte do longo discurso denominado sermão da montanha (Mt 5–7); fazem parte de um gênero literário bastante atestado no Antigo Testamento. A primeira bem-aventurança é o fundamento de todas as demais: “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos céus” (v. 3). Há um espírito dentro do ser humano; ele o recebeu de Deus, que o chamou à existência (cf. Gn 2,7). A pobreza de espírito é uma pobreza em relação a Deus: diante de Deus o ser humano se encontra “desnudo”. Viver essa realidade de maneira concreta é assumi-la com um coração puro, experimentá-la no mais profundo do ser, lá onde aflora a presença de Deus. Nesse sentido, as bem-aventuranças são um apelo ao discípulo a viver a vida referida a Deus e na confiança nele, num compromisso efetivo com o Reino de Deus e na esperança de que a recompensa vem do alto. O que cada bem-aventurança promete, a realidade escatológica, é o fundamento da vida moral, do modo de agir do cristão.
O livro do Apocalipse foi escrito com a finalidade de encorajar os cristãos a que, mesmo na perseguição implacável, guardassem a palavra de Cristo, não renunciassem à fé e aos valores da vida cristã. Ele tira para a vida dos cristãos as consequências do mistério pascal do Senhor. O que encoraja a Igreja peregrina é considerar a Igreja triunfante. A multidão numerosa vestida de branco são os que por Cristo deram as suas vidas e no Cristo participam da sua gloriosa ressurreição. São os que confiaram plenamente no Senhor: “Todo o que espera nele purifica-se, como também ele é puro” (1Jo 3,3).
É preciso, por fim, dizer que o que nos faz santos é a presença de Deus em nós. Acolher esta presença, deixar-se conduzir por ela, é o caminho da santidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 03/11/2013

Vivendo a Palavra

Assim o Evangelista Mateus inicia o Sermão da Montanha – o centro, a essência da Mensagem do Mestre de Nazaré. Ele não descreve virtudes de várias pessoas, mas faz um retrato de corpo inteiro de Jesus, o Bom Pastor que foi e quer que nós sejamos: pobres, puros de coração, amantes da justiça, corajosos, alegres e cheios de misericórdia.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/11/2013

Recadinho

Você é feliz? - Você contribui para que seu próximo seja feliz? Como? - Como você encara a realidade da pobreza, a material e a espiritual? - Você tem consciência de que a misericórdia é tudo em nossa vida? - Qual a bem-aventurança que mais lhe agrada? Explique-se.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - santuario-nacional em 03/11/2013

Liturgia comentada

Assim perseguiram os profetas... (Mt 5,1-12)
Escrevi estas linhas sob o impacto do assassinato de Irmão Roger Schütz, fundador da Comunidade de Taizé. Um bem-aventurado? Sim. Pobre e puro de coração? Sim. Manso e pacificador? Sim. Misericordioso? Sem dúvida. Dedicou toda a sua vida a tecer pontes entre as Igrejas, semeando a paz e a concórdia. No entanto, para que fosse ainda mais visível a sua “bem-aventurança”, acabou assassinado por uma mulher desequilibrada, em plena reunião de oração.
Nesta conhecida passagem do “Sermão da Montanha”, que emocionava o próprio Mahatma Gandhi, Jesus não ilude o grupo de seus seguidores: “Foi assim que perseguiram os profetas antes de vós.” Ou seja, vocês também serão perseguidos. E, quando o forem, aí mesmo é que sereis verdadeiramente bem-aventurados!
Naturalmente, a “receita de felicidade” passada pelo Mestre pode decepcionar bastante aqueles que pensavam aproximar-se de Deus para resolver todos os seus problemas particulares. Com Deus, teríamos simultaneamente cura física, sossego e dinheiro no bolso. Tanto é assim que algumas igrejas fazem seu marketing a partir de frases do tipo: “Pare de sofrer!”
Entre os ingredientes amargos, pobreza e lágrimas, não-violência e misericórdia, fome e sede, injúria e perseguição. Sim, mas não em consequência de nossos erros e imprudências, mas “por minha causa” – diz Jesus. A bem-aventurança é inseparável do compromisso com o Evangelho de Jesus. Brota do choque entre a mensagem da Boa Nova e os projetos neopagãos.
Na verdade, a felicidade consiste exclusivamente no próprio Senhor, na vida em comunhão com ele. Se os primeiros mártires caminhavam para o cepo entoando alegremente hinos de louvor, é que ali mesmo tomavam posse da felicidade-em-Deus. Sabiam que faziam um excelente negócio em trocar a vida que passa pela vida que não passa.
Se ainda julgamos que o homem feliz é aquele que tem “muito dinheiro no bolso / saúde pra dar e vender” – como na valsinha natalina, acabaremos discordando de Jesus Cristo. Se, ao contrário, queremos viver como filhos de Deus (Mt 5, 9), entenderemos o convite à alegria...
Sou um bem-aventurado?
Orai sem cessar: “Feliz o homem que tem seu refúgio no Senhor!” (Sl 34,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: Nossa Senhora Rainha em 03/11/2013

Reflexão

SANTIDADE E FELICIDADE

Felizes são todos os santos. O evangelho das bem-aventuranças mostra que, de fato, aqueles que chegaram à santidade são para nós inspiração e modelo de felicidade.
As pessoas, hoje como sempre, infelizmente valem pelas riquezas que têm, pelos cargos que ocupam. A felicidade é anunciada e buscada a todo custo como prosperidade econômica. E escandalosamente isso acontece também em Igrejas que se dizem cristãs, mesmo depois de Jesus ter proclamado o Sermão da Montanha.
Pois as bem-aventuranças de Jesus vão exatamente em sentido contrário. Felizes são os pobres em espírito, os que sentem a pobreza na pele, os que renunciam à cobiça, os simples e pequenos, os que estão vazios de tudo e só têm a Deus como defensor.
Renunciando à busca da felicidade que se confunde com comodidade ou mero bem-estar, os pobres entram em outra dinâmica: a lógica do reino de Deus. Nesse reino, felicidade é buscar a justiça divina, que supera em tudo o legalismo e a hipocrisia humana. A felicidade do reino é a que dura pela eternidade, mas necessariamente começa neste mundo. Ela consiste em se desgastar pelos outros, em sofrer e chorar com os outros e pelos outros, em construir juntos a paz. É a felicidade que se confunde com o perdão, porque a graça de Deus é infinita diante de nossos erros. Que se confunde com a perseverança diante das calúnias, tribulações e perseguições.
Na dinâmica do reino, a felicidade é algo que se conquista seguindo o exemplo do Mestre: doando a própria vida por amor, em tudo o que isso comporta de sofrimento. Olhando para todos os santos, renovamos hoje a esperança de que todo o amor que vivemos e doamos seja aceito por Deus, pois só levaremos para a eternidade o amor que tivermos deixado aqui. Que ele torne plena nossa vida e eternize nossa felicidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 03/11/2013

Meditando o evangelho

É POSSÍVEL SER SANTO

A santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para com meu próximo.
Fonte: Dom Total em 29/01/2017

Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito em nós nos ajude a compreender o programa de vida que está contido no texto que estamos meditando. E que nos dê coragem, força e perseverança para viver seguindo o modelo do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/11/2013

Mt 25,31-46

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS

(roxo ou preto – ofício próprio)

Em comunhão com Deus, que enxuga nossas lágrimas, e com toda a Igreja, reunimo-nos para fortalecer nosso compromisso com a vida e rezar pelos nossos falecidos. No Senhor confiamos e nele colocamos nossa esperança. Neste dia lembramos que somos herdeiros da vida eterna e que a existência terrena é passageira e finita, mas nem por isso deve ser descuidada.

Reflexão

A comemoração dos Fiéis Defuntos conheceu ampla expansão a partir de 988, com Santo Odilon (abade de Cluny, França). Ora, milhares de mosteiros beneditinos dependiam de Cluny; o fato estendeu esta comemoração para outras partes da Europa. Em Roma, a celebração estabeleceu-se oficialmente em 1311. O Catecismo da Igreja Católica apresenta o sentido dessa comemoração: “A Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos. (…) Já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados (2Mc 12,46), a Igreja também oferece sufrágios em favor deles” (n. 958). Jesus indica a prática do amor fraterno como caminho certo “para a vida eterna”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

Os cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida".
Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que, para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai.
Enquanto para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na terra.
Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas. Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus.
Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais, nós, os integrantes da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos no dia 1o de novembro. Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos os que morreram sem arrepender-se do pecado.
O culto de hoje é especialmente dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição.
A Igreja ensina-nos que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e também para reflexão sobre nossa própria salvação.
Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em 998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão.
Em 1311, Roma incluiu, definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915, quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.
Oração
Dai, Senhor, vós que sois infinitamente misericordioso, a paz eterna aos que esperam por vós.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Uma Vida que seja Eterna
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Antigamente, antes do consumismo que começou a explodir nos anos 80, a gente comprava objetos de uso pessoal, móveis e equipamentos, que duravam uma eternidade, com o consumismo os bens duráveis tornaram-se descartáveis, só vou dar alguns exemplos, por aqueles tempos a gente tinha os consertadores de guarda chuva e sombrinha, e também sapateiros, consertadores de rádios, amoladores de faca, consertadores de relógios despertadores, não eletrônicos. Onde estão eles nas grandes cidades?
Simplesmente não têm mais espaço na economia, esses objetos são de baixo custo, não compensa consertá-los e a maioria nem tem conserto, são produzidos para durar pouco, podem reparar os móveis compensados que após seis meses de uso já começam a apresentar problemas nas gavetas e portas e mesmo os mais resistentes e caros, não duram a vida toda como antigamente.
Pois bem, do mesmo modo que o homem se ilude quando compra algo novo e pensa que vai durar bastante, assim também se pensa em relação a nossa existência. Queremos eternizar o que não é eterno, queremos que dure sempre, algo que é perecível, e quando o homem se depara com a sua finitude, entra em desespero e os que podem tentam camuflar o envelhecimento, com cirurgias plásticas que esticam tudo e é até perigoso o umbigo vim parar na testa, silicones e lepto-aspiração, tingir os cabelos, cremes milagrosos para esconder as rugas e pés de galinha, enfim, tudo o que nos der a ilusão de que a nossa matéria durará sempre, é utilizado pelo homem.
Jesus Cristo nos oferece algo muito melhor, algo que nos revestirá de imortalidade, algo que nos fará superar a nossa finitude, libertando-nos dos limites da nossa matéria. Ele nos dá uma Vida que é eterna, não algo recauchutado, reformado, remendado, mas algo sempre novo e original, que é vontade do Pai, e que não acontece por nossos méritos, e muito menos com o nosso esforço, o homem não terá nunca a chave da morte. Ele até poderá prolongar sua existência, como hoje já acontece, com muitos superando os cem anos de vida, coisa que nos anos 60 ou 70 era um recorde, hoje o homem pode atingir tranquilamente 80 a 90 anos, apesar da qualidade de vida não ser das melhores. Mas Jesus tem a chave de algo que está fora do alcance do homem.
O Homem quer ter vida longa, Deus quer que o Homem seja eterno e por isso, vai esperá-lo no lugar do aniquilamento, do despojamento, quando este homem, purificado de todas as suas misérias se apresenta diante de Deus exatamente no momento da sua morte, naquilo que ele realmente é, uma pessoa na sua totalidade, livre da matéria que o limitava e que o fazia tão frágil. Ali Deus espera cada homem de braços abertos, para acolhê-lo e confirmar nele a sua imortalidade, fazendo-o mergulhar no infinito da eternidade, em uma comunhão plena e sem interrupções...
Jesus se encarna em nosso meio para realizar a vontade do Pai, basta crer nele e fazer dele a razão e o sentido da nossa vida, e quando chegar no último dia da nossa existência, quando pensarmos que tudo se acabou, Nele e com Ele seremos novas criaturas, eternas e imortais como é o desejo e a vontade de Deus.
Pensem nisso nesse dia de Finados, pranteamos nossos mortos, mas que essa esperança de que eles estão bem vivos, nos anime a prosseguir em nossa Vida de Fé, naquele que é a Ressurreição e a Vida!

2. Carregando a sua cruz, ele saiu para o Calvário...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus morreu como todos nós morremos. E tinha de morrer por força da sua encarnação. O ser humano tem um tempo de vida neste mundo. Nasce, cresce, envelhece e morre. Jesus não poderia ficar aqui, de forma visível, para sempre. Não teve tempo de envelhecer por ter morrido na cruz como um condenado. Vendo Cristo morrer e ressuscitar, nossa posição diante da morte é muito tranquila. Adormecemos e despertamos do outro lado, na casa do Pai. No entanto, a ausência de alguém que estava conosco, o estado inerte de um corpo sem movimento, o profundo silêncio do sono da morte não deixam de ser uma grande interrogação. Por quê? E agora, o que está acontecendo?

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