sábado, 4 de agosto de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/08/2018

ANO B


Mt 14,1-12

Comentário do Evangelho

O banquete de Herodes

Mateus retoma aqui a narrativa de Marcos sobre o banquete de Herodes, resumindo-a. Em ambos os evangelistas ela antecede a narrativa da partilha do pão entre Jesus, os discípulos e a multidão.
Podemos destacar aqui dois aspectos. Na articulação do poder em vista da morte de João, pode-se ver uma prefiguração da morte de Jesus e, também, uma advertência aos discípulos: quem assume a missão assume também o destino daquele que o enviou. Outro aspecto é a contraposição entre este banquete dos poderosos, Herodes e os que o cortejam, e a refeição de Jesus com o povo. O banquete dos poderosos, pretendendo comemorar um aniversário, tem como desfecho a opção pela morte. Por outro lado, a partilha do pão com Jesus e a multidão é a festa da fraternidade e da vida.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, na qualidade de discípulo de teu Filho Jesus, quero inspirar-me na coragem inabalável de João Batista, denunciando profeticamente a prepotência dos grandes.
Fonte: Paulinas em 04/08/2012

Vivendo a Palavra

As leituras de hoje falam da coragem de Jeremias e de João Batista. Virtude que precisamos exercer para anunciar nos nossos ambientes a Boa Notícia que o Cristo proclamou e nos delegou como missão: o tempo se cumpriu e o Reino do Céu já está no meio de nós. Melhor ainda: o Reino está dentro de nós!
Fonte: Arquidioces BH em 04/08/2012

Reflexão

A vida de João Batista foi sempre a história da ação divina na história da humanidade, mas principalmente a oposição que existe entre os valores do Reino de Deus e os valores que são assumidos e vividos pelas pessoas. Esta oposição aparece desde o início da vida de João, quando Zacarias, no seu cântico, afirma que ele veio para iluminar os que jazem nas trevas. Mas assim como acontece com Jesus, acontece também com João: os que são das trevas não o receberam, de modo que a sua morte foi conseqüência desta contradição. Mas até a sua morte se torna contradição, porque ela acaba por se tornar um testemunho ainda maior da verdadeira vida, que é destinada aos filhos da luz.
Fonte: CNBB em 04/08/2012

Reflexão

João Batista e Jesus cumpriram com valentia a missão de profetas. Nem João nem Jesus fizeram pacto com o erro, a mentira, a exploração. Foram fiéis executores do plano de Deus: justiça, amor e vida abundante para todos. Herodes, ao invés, foi promotor do antirreino: mergulhado na maldade, seguia ceifando vidas, oprimindo o povo, cavando sua própria condenação. Os convidados para o banquete aceitaram passivamente que João fosse degolado no cárcere: covardes e malignos como o próprio Herodes! Tendo por modelo o Batista, possamos desmascarar a ousadia dos que se creem com poder absoluto para eliminar pessoas, exterminar povos. Alguém tem que dar um basta a essa fúria incontrolável. Ainda que pague com a própria vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O PROFETA SILENCIADO

O assassinato de João Batista recoloca um tema comum, no âmbito da história do profetismo bíblico: a imposição do silêncio ao enviado de Deus. Quem recebeu a missão divina de convocar o povo à conversão, acaba sendo silenciado por quem deveria escutá-lo. Outro tema é o da intrepidez dos profetas. Embora devendo defrontar-se com forças hostis e refratárias à sua pregação, não se deixaram intimidar, por terem consciência do caráter divino da missão recebida.
A intrepidez de João Batista revela-se na coragem com que se defronta com um governante ímpio. Reconhecidamente prepotente, Herodes apoderou-se, sem escrúpulos, da esposa de seu irmão, tomando-a como mulher. Sem medo, o profeta João denuncia a injustiça cometida, e sofre as conseqüências de sua ousadia.
A decisão de jogar o Batista na prisão funciona como uma maneira de calá-lo. Encarcerado numa fortaleza romana, ele teve a sua liberdade cerceada, e a voz calada.
Mas isto ainda foi pouco, no parecer na mulher ilegítima de Herodes. Era preciso fazer calar João definitivamente. A oportunidade para isto surgiu por ocasião de uma festa. Embora a contragosto, Herodes atendeu o pedido da mulher e mandou decapitar o profeta incômodo.
O destino de João Batista prenunciara o de Jesus. Também a este procuravam calar, por causa da liberdade com que denunciava os desmandos dos prepotentes de seu tempo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de intrepidez, dá-me a coragem dos profetas para denunciar as injustiças cometidas pelos grandes e prepotentes.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “Incomodou o poder e perdeu a cabeça...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Se no tempo de Herodes tivesse uma imprensa livre, esta seria a manchete no dia seguinte á festa de aniversário de Herodes. A elite palaciana dos que ocupam algum poder temporal, tornam-se deuses de si mesmo e fazem o que bem entendem. Herodes gostava de ouvir João Batista, apreciava suas pregações, até o dia em que o Batista denunciou o seu pecado de adultério contra seu irmão, tomando a Herodíades, sua cunhada, por esposa.
Herodes é o mais puro retrato do homem da pós-modernidade, que ouvem a Palavra de Deus, chegam a se empolgar com ela, mas quando essa Palavra exige uma mudança de mentalidade e de postura, no campo da ética e da moral, aí a menosprezam, pois não admitem ser contrariados na busca da felicidade que é o gozo de todos os prazeres que o mundo oferece.
Mas todos precisam ouvir o anúncio da Palavra de Deus, e não anunciá-la a essas pessoas seria uma grave negligência de todos nós, cristãos, pois o anúncio não tem como objetivo condená-los, mas sim salvá-los. Nesse sentido a dimensão profética da nossa Igreja deve cumprir com mais fidelidade a missão que lhe foi confiada e aí talvez esteja um grande pecado da omissão, quando temos um certo receio de anunciar o evangelho ás classes elitizadas, ou anunciando um evangelho menos comprometedor.
João estava preso, mas era um homem livre, que anunciou a Palavra da Verdade a Herodes. E na sua festa de aniversário, deixou seus caprichos falarem mais alto ao esnobar o seu poder real “peças tudo o que quiseres que eu te darei”. Também o Homem da pós-modernidade, seduzido pelo avanço científico de que é capaz, ocupa o lugar que é de Deus, e julga-se poderoso, para dar o que quiser a quem assim o desejar.
A Filha de Herodíades e sua mãe, a exemplo também da pós-modernidade, corre dos ideais fúteis, da busca do prazer em um egocentrismo exacerbado e assim, João Batista é decapitado. Sem a cabeça estará morto e irá silenciar-ser para sempre, ficando os poderosos livres de sua voz perturbadora. João é o precursor também por isso, por preceder Jesus Cristo, aquele cujo anúncio irá perturbar a corte palaciana e o poder religioso, e que irão matar na certeza de que estarão enterrando definitivamente com Jesus, o projeto daquele Reino estranho que não oferecia felicidade alguma a quem optou apenas pelo poder dominador e opressor.

2. UMA LIBERDADE PROFÉTICA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O testemunho e o destino de João Batista foram úteis para iluminar a caminhada feita por Jesus. Existe muito em comum entre ambos. Tiveram de defrontar-se com poderosos opressores, de cuja maldade foram vítimas. Não pactuaram com a mentira e a prepotência, denunciando-as com a valentia própria dos profetas. Foram exemplarmente livres, não se deixando intimidar por quem pudesse servir de empecilho para sua missão. Igualmente, foram vítimas de morte violenta e ignominiosa, embora inocentes e não tendo cometido nada digno de censura.
Estas coincidências levavam as pessoas a identificarem Jesus com João Batista ressurgido dentre os mortos. Esta leitura equivocada não tomava em consideração que as semelhanças entre eles eram devidas unicamente à fidelidade de ambos a Deus-Pai. João Batista não se desviou do caminho traçado por Deus: preparar o povo para acolher o Messias Jesus. Jesus, por sua vez, absolutizou o querer do Pai, a ponto de ser submetido a toda sorte de humilhação e desprezo, apesar de sua condição de Filho de Deus.
O segredo do testemunho exemplar de João Batista e de Jesus radicava-se, pois, em Deus-Pai. Mesmo diante da iminência do martírio, só se submeteram a ele, a ninguém mais. Este é um testemunho alentador para os discípulos do Reino.
Oração
Senhor Jesus, que o teu testemunho de fidelidade ao Pai, somado ao de João Batista, inspire sempre minha caminhada de discípulo do Reino.
Fonte: NPD Brasil em 04/08/2012

HOMILIA DIÁRIA

A grande vocação de todo o cristão é a santidade

Postado por: homilia
agosto 4th, 2012

Na meditação do Evangelho de hoje, não posso deixar de lembrar a memória de um grande santo que, em2010, no Ano Sacerdotal, o Papa Bento XVI proclamou “Patrono de todos os sacerdotes”. Com admiração,alegramo-nos com a santidade de vida do patrono o Cura D’Ars, São João Maria Vianney.
A grande vocação de todo o cristão é a santidade. É iluminar o mundo com a Verdade e o vigor do Evangelho,como fez João Batista. Com sua vida e pregação anunciava e denunciava sem “respeito humano”, sem vergonhade sua fé, assumindo todo o comprometimento que o Evangelho exige daquele que quer ser no mundo umsinal de salvação.
João batista não temia e muito menos tinha o “rabo preso” ou usava do Evangelho para seus próprios interesses,mas pregava e vivia com vigor para quem quer que seja, pois todo homem na face da Terra tem o direito deconhecer a Verdade da Salvação, mesmo que isso cause constrangimento e exponha o seu pecado.
Respeito humano: medo ou vergonha de assumir a sua posição diante dos acontecimentos, das coisas e daspessoas. Receio de viver a VERDADE por medo de suas consequências, perda da auto-imagem, gerando faltade compromisso, falsidade, incoerência e omissão. Com certeza, “o maior entre os nascidos de mulher” nãoviveu esta dificuldade. Por isso, pagou o preço com sua própria vida, unindo o seu sangue ao Sangue redentorde Nosso Senhor Jesus Cristo.
Conhecendo a Verdade àquele que escuta a pregação do Evangelho tem a liberdade de escolher pela luz oupelas trevas, como fez Herodes. Tendo conhecimento de Cristo e da Salvação pela pregação do Evangelho éimpossível o ser humano não tomar posição, aceitar ou rejeitar a Boa Nova e assumir as consequências de suafé. Essa tem sido uma grande tentação neste mundo pós-moderno, onde tudo é relativo e onde a fé parece quese encontra num supermercado. Você já encontrou a Verdade da Salvação que é o Cristo e assumiu todas asconsequências de sua adesão e compromisso?
Outros personagens interessantes deste Evangelho: a mãe dominadora que divide o pecado com Herodes e afilha Salomé, que se deixa manipular pela mãe porque não tem opinião própria; é uma marionete e nãoconsegue decidir na vida suas próprias escolhas. Mãe e filha presas no emaranhado do pecado com Herodesque lhes dá tudo que lhes é conveniente.
O Evangelho pregado por João Batista: “Não te é permitido tê-la como esposa”, podia lhe trazer a libertação e asalvação. Herodes até se comove, mas preso e comprometido com o pecado e o sistema que o envolve, nãoconsegue se desvencilhar e manda matar o profeta. O conhecimento de Cristo pela pregação nos leva à fé, aexperiência – que vivida até as últimas consequências – exige de nós, cristãos, coerência de vida e santidade.Só assim poderemos ser no mundo um sinal vivo do Ressuscitado e da Salvação.
Você está disposto, como cristão e evangelizador, ir até as últimas consequências por Jesus Cristo, pela sua fé epela salvação da humanidade?
Padre Luizinho – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 04/08/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem, como deste a Jeremias e João Batista, para que sejamos, neste mundo encantado que nos deste para desfrute e cuidado, mensageiros da Boa Notícia da chegada do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/08/2012

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