segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/12/2017

ANO B


Mt 1,18-24

Comentário do Evangelho

Não tenhas receio

A maternidade de Maria é obra do Espírito Santo (cf. v. 18). Se em Lucas o anúncio do nascimento de Jesus é feito a Maria, em Mateus, por razões apologéticas, é feito a José, em sonho (cf. v. 20). Dado o fato da gravidez de Maria, José, o homem justo, pensa em despedi-la secretamente. A melhor tradução para o que José pretende fazer é “deixar ir livremente”. A atitude de José não está motivada pelo medo do juízo dos outros, mas pelo reconhecimento do que estava acontecendo. Queria, isso sim, se manter distante do mistério de Deus que ele compreendia estar presente na gravidez de Maria. É exatamente por isso que o texto diz que ele era justo (cf. v. 19). “não tenhas receio”, diz o anjo a ele, “o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (v. 20). A palavra do anjo faz José superar a distância do sagrado e do profano: “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (v. 24).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ajuda-me a contemplar tua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.
Fonte: Paulinas em 18/12/2013

Vivendo a Palavra

Contemplamos hoje o silêncio de José. Nenhuma palavra, nenhum gesto de resistência ao projeto do Pai. Busquemos inspiração em José para a nossa vida, especialmente nos momentos em que os desígnios do Pai nos parecem incompreensíveis, até injustos... Boa razão para termos José como Patrono de nossa Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

É bom meditar tranquilamente sobre este trecho de Mateus. Trata-se de uma rara e preciosa referência a José, a figura mais discreta da História Sagrada. Mas, nem por isso, menos importante e digna de nossa reverente admiração. Aqui, ele acolhe a Vontade do Pai e assume nova missão: cercar de cuidado e carinho Maria, a mãe de Jesus, e Jesus Menino, o Filho de Deus.

Reflexão

Os profetas anunciaram que o Messias seria da descendência do rei Davi, e esta descendência vem por meio de José. As Sagradas Escrituras não narram se Maria era descendente de Davi. José não teve nenhuma participação no Mistério da Encarnação, mas mesmo assim, cooperou com a realização das profecias ao reconhecer Jesus como seu filho e, ao dar-lhe o seu nome, lhe transmite todos os direitos da descendência davídica. Com isso, o Evangelho de hoje nos mostra que, embora a salvação seja obra de Deus, a colaboração humana é necessária para a sua realização e somente pode ser considerado verdadeiramente santo aquele que procura participar da obra salvífica da humanidade como colaborador do próprio Deus.
Fonte: CNBB em 18/12/2013

Recadinho

José nos incentiva a ouvir a Palavra de Deus. Ele acolheu Maria e o Menino. Peçamos que nos acolha e nos conforte, para que Deus esteja sempre conosco. E será Natal hoje e sempre! Amém!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/12/2013

Comentário do Evangelho

A OBEDIÊNCIA DE JOSÉ

Tendo excluído a paternidade humana na geração de Jesus, a genealogia deixou sem explicação a participação de José no nascimento do Messias. Para superar esta lacuna, José é apresentado como um discípulo fiel que se deixou guiar por Deus e, assim, mesmo sem ter evidências, aceitou colaborar na obra da salvação.
O esposo de Maria foi definido como sendo um homem justo. Em suas dúvidas a respeito da noiva que se apresentara grávida, soube ouvir a voz de Deus e submeter-se a ela. O pedido de Deus era claro: José deveria acolher Maria como esposa e assumir, como filho, o que nela fora gerado por obra do Espírito Santo. A função de José no plano da salvação seria a de garantir a identidade social do menino Jesus. Doravante, este seria reconhecido como filho de José, embora fosse Deus seu verdadeiro Pai. Em seu papel de pai adotivo, competia-lhe dar, ao menino, o nome - Jesus - e, com isso, evidenciar sua missão de salvador da humanidade.
A obediência de José possibilitou o cumprimento do projeto salvífico divino, pois Jesus tornar-se-ia o Emanuel, a presença de Deus na vida da humanidade. Em Jesus, começaria uma nova etapa da História, sendo ele o acesso definitivo a Deus. Seria Deus conosco, caminhando com a humanidade pecadora em busca de salvação. Em tudo isto, foi grande o mérito do humilde José.
Oração
Senhor Jesus, faze-me assimilar o exemplo de José, em sua obediência de discípulo disposto a colaborar na obra da salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei aos que gememos na antiga escravidão sob o jugo do pecado a graça de ser libertados pelo novo natal do vosso Filho, que tão ansiosamente esperamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 18/12/2013

Meditando o evangelho

A CONCEPÇÃO VIRGINAL

A explicação do nascimento de Jesus toca um ponto controvertido de sua história: sua concepção virginal. O evangelista não está interessado em polemizar nem em dar uma lição a respeito do tema. Por ser uma questão já resolvida para a sua comunidade, a explicação é reduzida a seus elementos fundamentais.
A preocupação do evangelista refere-se a outras questões: como se explica a origem davídica de Jesus, se José não havia ainda coabitado com Maria? De fato, Jesus não é da descendência davídica, quanto ao sangue, e sim José que aceitou colaborar com o projeto de Deus. Deste modo, Jesus é um davídica.
Por outro lado, tem-se a intenção de sublinhar a atitude exemplar de José, um discípulo perfeito. Nele tudo é digno de admiração e imitação. Era um homem justo, temente a Deus, pronto a respeitar o mistério divino, embora desconhecendo-lhe a dinâmica. Homem de discernimento, capaz de colocar-se à escuta de Deus nos momentos de dificuldades, e de sei deixar inspirar por ele. Homem plenamente obediente, cumpridor intemerato da vontade de Deus, a quem submete seu querer.
Todo este cabedal de virtudes encontrou correspondência na Virgem Maria. Na pureza de coração, ambos se tornaram servidores do mistério de Deus, colaboradores na obra divina da salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito que nos introduz no mistério, faze-me conhecer a ação de Deus no coração de Maria e de José, por meio dos quais nos chegou Jesus Cristo, supremo dom de do Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. UMA VIRGEM CONCEBERÁ...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Uma das grandes alegrias na minha adolescência, foi a de ter participado na construção da Igreja São João Batista. Por aqueles tempos eu me juntava com alguns congregados marianos, entre eles meu pai, e íamos aos domingos ou feriados, trabalhar em um mutirão na construção da Igreja de São João Batista em Votorantim, para tirarmos terra do sub solo, onde hoje é presbitério, em um trabalho de formiguinha, que exigia esforço e paciência de todos os voluntários. Evidentemente, quando olhávamos para toda aquela estrutura de ferragens e vigas de concreto, madeiramento, tijolos e pedras espalhados por todo canto, não conseguíamos vislumbrar a beleza da obra acabada, mesmo assim, no final da jornada de trabalho, não deixávamos de comemorar com um bom gole de vinho que o Sr. Olério providenciava, porém, recordo-me que em 08 de dezembro de 1972, quando ela foi oficialmente inaugurada à noite, eu senti muito orgulho e alegria ao pensar que, mesmo na fragilidade dos meus quinze anos, havia participado do projeto.
O reino de Deus vem sendo edificado no meio dos homens desde os primórdios da humanidade, parece que no Antigo Testamento, que foi o tempo das promessas, Deus sinalizou o que estava por vir, o templo da plenitude com a encarnação do seu Filho Jesus, no qual o projeto chegaria ao ápice: Deus no meio dos homens, falando e caminhando com eles. Poderíamos ainda dizer, que em todo o Antigo Testamento, através dos patriarcas e profetas, Deus foi explicando os pormenores do seu projeto, usando para isso uma linguagem humana, fácil para nossa compreensão, dando uma visibilidade do seu reino nos reinados humanos, para que assim, na fé e na esperança, sendo fiéis à aliança estabelecida, os homens colaborassem e o ajudassem a preparar o coração de toda humanidade para acolher o novo reino que estava por vir.
A primeira leitura desse quarto domingo apresenta-nos a figura do Rei Acaz, um homem aparentemente religioso, com um discurso muito bonito “Não pedirei e nem tentarei o Senhor”, mas com uma prática desastrosa, porque não deu ouvidos ao profeta e preferiu confiar na força e no poder dos Assírios, para vencer seus inimigos, o que não acabou acontecendo. Parece que Acaz não era muito chegado em sinais divinos, que só são perceptíveis à luz da fé. Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Emanuel – Em tempos em que, ser virgem era uma desonra, pois uma das promessas de Deus ao patriarca havia sido a descendência numerosa, uma concepção era sem dúvida um sinal prodigioso, mas o rei Acaz não acreditou que Deus pudesse agir e reverter à dramática situação em que se encontrava o seu reino. Esse rei Acaz é o homem da pós modernidade, que neste terceiro milênio, aposta todas as suas fichas na tecnologia, na ciência que lhe possibilita o poder político e econômico, é como se dissesse “Não precisamos de Deus”, ou então “Olha Deus, fica aí no seu cantinho e vê se não atrapalha o avanço da humanidade”.
Mas no evangelho encontramos José, homem justo diante de Deus, alguém que não se move a partir da lógica humana, mas sim pela fé, alguém que é capaz de desfazer seus planos para aceitar em sua vida a vontade de Deus, tornando-se disponível para colaborar com o reino. O Deus que tudo PODE porque é onipotente, pede ao homem para colaborar com a sua obra e o seu maravilhoso projeto, e o que esse faz é pouco, mas sem a sua participação a obra não chegaria à sua conclusão, ao assumir aquele filho como seu, perante o sistema religioso da época, José tornou possível o cumprimento das promessas de que da descendência de Davi nascesse o Messias, como havia dito o profeta Isaias. Tanto a Acaz como a José, Deus tem uma palavra de encorajamento: Não tenhas medo! E também oferece um mesmo sinal: uma Virgem irá conceber... Revelação que só pode ser acolhida na fé e na humildade, virtudes estas que o rei nunca teve, pois o seu coração, corrompido pelo poder, só sabia confiar nos projetos humanos.
E o desafio de José foi muito maior, a justiça que lhe é atribuída como maior virtude, não era aquela do legalismo religioso, pois se fosse apenas isso, bastava denunciar a noiva, que estava lhe prometida em casamento, e sairia da história fazendo o papel de moço piedoso e zeloso dos bons costumes, e a Maria de Nazaré caberia o triste papel de mulher infiel, adúltera e vulgar, passível de uma morte por apedrejamento. Mas José prefere acreditar no seu sonho que é sonho de Deus. A Fé jamais será uma utopia, mas sim a realização do sonho de Deus, concretizado em seu projeto de salvação, que vai acontecendo na medida em que como José, vamos a ele aderindo, para fazê-lo acontecer.

2. Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Nesta terceira e última semana do Advento, o Anjo do Senhor aparece a José em sonhos e lhe explica o que está acontecendo. O anjo do Senhor aparece a Zacarias e lhe explica o que vai acontecer. O Anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo. Maria visita Isabel, canta o Magnificat e nasce João Batista. José estava confuso e não sabia bem o que estava acontecendo. Sabia quem era Maria, sabia que ela estava grávida e sabia que não podia pensar mal dela. Ele era justo e quem é justo não pensa mal dos outros. O que fazer? Se denunciasse Maria publicamente, ela e o pai da criança seriam apedrejados. Pensou então em despedi-la em particular, com o testemunho de algumas pessoas. Foi então que o Anjo lhe apareceu e resolveu o enigma. Estava se realizando a profecia de que uma virgem, enquanto virgem, daria à luz um filho, o Emanuel, Deus conosco.

Liturgia comentada

Despertando do sono... (Mt 1,18-24)
Quando Maria voltou de Ain Karim, onde assistira a Isabel em uma gravidez de risco, pois a mãe de João Batista tinha idade avançada, certamente já se percebia que a noiva de José estava grávida...
Entre os hebreus, noivado era coisa séria. Se o noivo morria, a noiva passava a se vestir como as viúvas e com elas convivia. A noiva adúltera era apedrejada após a denúncia feita pelo noivo. Não admira que José, o justo, sem poder conciliar aquela evidência com a íntima certeza de que sua noiva era pura e fiel, pensasse em se afastar dela, em silêncio (isto é, sem a acusar!), certamente por intuir que o dedo de Deus estava naquela história...
É quando ocorre a “Anunciação do anjo a José”. Uma experiência profunda, ligada ao inconsciente (esse sabidinho!...), tantas vezes usado por Deus para iluminar nosso caminho. E a mensagem do Anjo é clara: “Não temas! É obra do Espírito de Deus...”
Despertando do sono, José põe em prática aquilo que “ouvira” com o ouvido do coração e toma por esposa a noiva grávida de Deus. Pode parecer um detalhe insignificante. Penso que não. Na prática, não basta ouvir a voz de Deus. É preciso “despertar do sono”. Enquanto cochilamos, não entramos em ação conforme manda a voz de Deus.
Não é à toa que o apóstolo Paulo tantas vezes insiste no mesmo imperativo: “Eis a hora de despertar do vosso sono: hoje, com efeito, a salvação está mais próxima de nós do que no momento em que abraçamos a fé. A noite está adiantada, o dia está bem próximo” (Rm 13,11-12a) “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti o Cristo resplandecerá.” (Ef 5,14)
O Advento, todo o tempo, representa um insistente convite a sair do marasmo, a despertar da sonolência e ficar de olhos acesos para o Cristo que vem. Rotinas sem alma, anestesias da TV, relacionamentos mornos – tudo isto é incompatível com a expectativa da iminente chegada do Senhor. Se o velhinho de vermelho não nos distrair do essencial, quem sabe estaremos acordados quando o Menino chegar...
Como assegura a Antífona de Laudes, “o Senhor vai chegar sem demora; trará à luz o oculto nas trevas, vai revelar-se a todos os povos. Aleluia.”
Orai sem cessar: “Jamais deixarei que meus olhos se fechem!” (Sl 132,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 18/12/2013

HOMILIA

O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO

O nascimento de Jesus é precedido pela Anunciação, em Mateus e em Lucas. Neste, a Anunciação é feita a Maria. Em Mateus, o anjo aparece em sonho a José, “filho de Davi”, com a intenção teológica de demonstrar a origem davídica de Jesus, através da genealogia inicial. Jesus é o Messias (Cristo) dos judeus-cristãos para quem Mateus escreve. João inicia seu Evangelho, afirmando a eternidade do Verbo em Deus. Sem origem, existia desde o princípio. Essa é a última realidade de Jesus. Mas, enquanto homem, qual foi sua origem? Mateus e Lucas descrevem o início do homem Jesus de modo diferente, porém, essencialmente idêntico. Lucas apela ao testemunho da mãe, Maria. Mateus, pelo contrário, descreve a situação do ponto de vista do marido, José. Ambos os relatos convergem para afirmar que o concebido no ventre de Maria não tinha pai humano. Que a concepção foi um ato do poder do Espírito Divino. Esse Espírito, que pairava presente sobre as águas no início (Gn 1,2), agora paira sobre Maria para uma realidade que se parece com uma criação.
Jesus não é um homem qualquer; na sua humanidade existe uma intervenção direta do poder de Deus. Ele tem uma mãe terrena, mas o Pai d’Ele (”meu Pai” dirá Ele) e vosso Pai, é o próprio Deus. Porém, essa sua permanência desde a concepção até seu nascimento no seio de Maria o torna semelhante a nós em tudo. Se o primeiro homem foi feito espírito vivente pelo Sopro Divino, o segundo Adão, Cristo, foi feito homem pelo Espírito Divino que transforma um óvulo humano em ser divino totalmente dependente da divindade. Será chamado Filho de Deus (Lc 1, 35) ou Deus conosco.
É admirável a simplicidade da narração. Mas também é apreciável o modo como é efetuada: José conhece o caso pelas palavras do mensageiro de Deus, como num sonho. Este sonho implica uma duplicata da realidade que temos que conhecer, em profundidade, unicamente com os olhos e ouvidos interiores. Por meio de uma fé que depende de um relato humano, mas que unicamente aceitamos porque avaliado pela palavra divina.
A dúvida de José era se podia aceitar uma mulher que, em termos legais, era uma idólatra e, portanto, maculava o matrimônio de modo a atingir de forma pecaminosa o esposo, cuja infâmia, portanto, deve ser extirpada. Aceitá-la era impossível. O meio de recusá-la era a dúvida principal de José. Como temos exposto, escolheu um método que a deixava fora de suspeitas adúlteras, mas que impediria a união matrimonial, porque nesse caso, como marido de uma mulher infiel, comparável a uma idólatra, estaria ele colaborando com o mal. O escrito de repúdio antigo, foi a forma escolhida por José. Não era preciso relatar causas, mas deixar claro que não deviam existir vínculos ulteriores. Tudo estava terminado.
A visão em sonhos declara os fatos e inocenta Maria. Mais: a eleva à categoria de especial escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador esperado. Existe outro aspecto a ser tomado em conta: pede a José que atue como pai. Ninguém saberá o acontecido e todos pensarão numa concepção, gravidez e nascimento comuns.
José aceitou o encargo e se tornará pai – todos assim o pensavam - de um menino a quem impõe o nome, de Salvador dos pecados de seu povo. Não dos inimigos externos ou do poder estrangeiro, mas dessa ruptura essencial do homem com Deus que Cristo inicia a dissolver e da qual sempre será causa de anulação por meio da reconciliação. Era o antigo decreto de morte que acompanhava o afastamento do homem. Agora, por parte de Deus, todos somos filhos em seu Filho. Por parte humana, individual, essa nova realidade é assumida particularmente por meio da fé e a conversão em que não é o homem quem dita a ética vital, mas o Homem Jesus quem a proclama no seu Evangelho.
Pai, ajuda-me a contemplar tua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Leve Maria para sua casa

Leve Maria para sua casa como fez José. E você não precisa ter receio, porque amar Nossa Senhora não é nenhum pecado. Quem primeiro a amou foi Deus!
“Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: ‘José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo’” (Mt 1,20).
Você que na narração do Evangelho, segundo São Mateus, ele nos conta como foi o nascimento de Jesus, a origem d’Ele, e como Maria – grávida por obra e por ação do Espírito Santo – totalmente cheia do Espírito, ela pôde conceber Jesus.
Mas José não tinha pleno conhecimento daquilo que estava acontecendo com Maria, da obra que Deus estava realizando na vida e no ventre dela, os segredos de Deus que agora se realizavam plenamente na Bem-Aventurada, a sempre Virgem Maria.
José, por querer ser justo e não querer ver a sua esposa ser difamada e apedrejada, ou seja, ser realmente condenada pelos homens, resolve fazer isso de forma secreta. Ele não foi procurar saber dela o que, de fato, havia acontecido com ela. Mas a Santíssima Virgem Maria, de tão maravilhada daquilo que Deus realizava nela, se recolheu no silêncio da contemplação, para contemplar aquilo que o Todo-poderoso realizava em sua vida.
Ah, José! Ele teve medo, receio, dúvida, incerteza… Mas a palavra do anjo foi poderosa nesse momento: “Não temas, José! Não tenhas medo de receber Maria, porque o que nela está sendo concebido é obra e ação do Espírito Santo”. Daquela hora em diante, José recebeu Maria em sua casa.
Deixe-me dizer a você: não tenha também medo de receber Maria. Não tenha medo de amar Maria. Não tenha medo de estar próximo – mas bem próximo mesmo! – e amar, do fundo do seu coração e da sua alma, aquela que Deus escolheu para ser templo da morada do Eterno no meio de nós, templo da morada do Seu Filho no meio de nós. Tudo o que se realiza no ventre da Virgem Maria é obra do Espírito Santo.
Receba Maria na sua casa. Leve-a para sua casa como fez José. E você não precisa ter receio, porque amar Nossa Senhora não é nenhum pecado. Quem primeiro amou Maria foi Deus! Foi Deus quem a escolheu, foi Deus quem a fez plena do Espírito para poder conceber Jesus.
Eu hoje, como São José, quero receber Maria. Quero abrir as portas da minha casa, do meu coração e da minha vida para que aquela, que foi escolhida para ser a Mãe de Jesus, também possa ser a minha Mãe. Cuidar de mim, tomar-me em seus braços maternos, me acolher, orientar e conduzir.
Preparando o Natal do Senhor, eu convido você a receber aquela que trouxe para nós a Luz Eterna, que é Jesus Cristo. Não tenha medo de receber a Virgem Maria na sua casa e na sua vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/12/2013

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a valorizar o silêncio. Mas que ele não seja um tempo de sonolência, de passividade, e sim momento rico, de abertura do coração para que o teu Espírito nos infunda Amor e discernimento para a caminhada em teu Reino, junto com o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do mesmo Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, lembrando a figura terna, mas vigorosa de José, patrono da Igreja e da vida interior, nós te pedimos que participemos com ele das virtudes da pureza, da humildade, da entrega confiante e incondicional aos desígnios de tua Vontade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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