sábado, 4 de novembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/11/2017

ANO A


Lc 14,1.7-11

Comentário do Evangelho

Observação ao redor da mesa

Apenas em Lucas temos narrativas, três, nas quais Jesus participa de refeição em casa de fariseus. A reunião em torno da mesa de refeição é a moldura para um ensino de Jesus. Os fariseus observavam Jesus, procurando alguma falha para condená-lo. Mas, na realidade, é Jesus quem observa os presentes, como escolhiam os primeiros lugares, e faz a sua sábia intervenção. O banquete das elites é uma imagem da sociedade classista, na qual cada um procura passar por cima dos outros, na busca da ascensão social. O ensino de Jesus é uma subversão dos valores comuns desta sociedade competitiva em busca da riqueza e do poder, expresso na sentença final: "todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado". No Reino de Deus cada um coloca-se em último lugar, como aquele que serve. São os laços do serviço recíproco, no amor, que criam a união da comunidade, como fermento que transforma a sociedade.
Oração
Pai, faze-me humilde e discreto no trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e exaltado por ti.
Fonte: Paulinas em 03/11/2012

Vivendo a Palavra

Os fariseus observavam Jesus. Uma atitude que não poucas vezes, também nós tomamos em relação aos irmãos. No nosso íntimo, nós nos julgamos melhores, quase perfeitos, até o ponto de querermos consertar o mundo. Isto até que seria bom, mas... comecemos por nos tornarmos melhores: o texto mostra o caminho a ser adotado: “quem se humilha será elevado...”
Fonte: Arquidiocese BH em 03/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho expõe o sentimento mais encravado no ser humano – a vaidade. Aliada ao orgulho, a vaidade é a força que move as engrenagens da sociedade humana em qualquer tempo. E o Mestre nos ensina, primeiro com sua vida, mas também, hoje, com sua palavra, a lição da humildade. Este é o caminho para a Vida no Reino do Pai.

Reflexão

O mundo em que vivemos é marcado pela concorrência, pela luta constante no sentido de superar as outras pessoas. É sempre uma luta de um contra os outros para vencer, estar por cima, e, por causa dessa concorrência, nunca sobra lugar para a amizade, o amor e a fraternidade. Jesus nos mostra que entre nós, que somos seus discípulos, não deve ser assim. Devemos buscar a promoção das pessoas, valorizar aqueles que estão ao nosso lado, a fim de que, promovendo as pessoas, elas também nos promovam, de modo que temos o crescimento de todos e não apenas de alguns e vivamos como irmãos, filhos do mesmo Pai que está nos céus, e não como inimigos em uma batalha constante.
Fonte: CNBB em 03/11/2012

Meditando o evangelho

A VIRTUDE DA DISCRIÇÃO

Algumas circunstâncias ofereciam a Jesus a oportunidade de dar lições de boas maneiras aos seus contemporâneos. Seus ensinamentos, nestes casos, tinham o sabor dos antigos ditos sapienciais, tão próprios da mentalidade judaica.
O modo como os convidados se comportavam numa refeição, na casa de um dos chefes dos fariseus, levou o Mestre a recomendar discrição nestas ocasiões. Querer logo ocupar o primeiro lugar é muito arriscado. Se chegar alguém mais importante, a pessoa será convidada a ceder-lhe o lugar e ir ocupar o último. Quem se julga superior aos olhos do anfitrião e digno de deferência, acaba sofrendo a humilhação de ver revelada sua condição de inferioridade.
A prudência recomenda que a pessoa convidada, discretamente, procure o último lugar. E se houver um lugar de honra, caberá ao anfitrião fazer o convite a quem lhe convier. Caso quem se colocou em último lugar seja convidado a ocupar tal lugar, a discrição redundará num desfecho honroso e ficará patente a estima que o anfitrião tem por este convidado.
A recomendação de Jesus parte de uma norma de vida própria do discípulo do Reino. A ânsia de ser exaltado acaba em humilhação. A humilhação, pelo contrário, terá como prêmio a exaltação, que, se não vier dos homens, sem dúvida, virá de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me suficientemente sábio e prudente para agir com a discrição dos discípulos do Reino, em todas as circunstâncias de minha vida.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Acirrada disputa dos primeiros lugares
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quantas disputas acirradas e concorrências na vida da comunidade! Disputas de cargos, de funções litúrgicas nas celebrações, de posições importantes nas reuniões de conselhos, onde o confronto das idéias acaba virando uma verdadeira guerra entre as pessoas e os grupos. Desculpe-me, não estou falando da sua comunidade, mas de uma lá do Alaska...
A comunidade apenas reflete a sociedade onde a disputa e a concorrência é cruel, no mundo do trabalho, no mundo da política, nos partidos que acabam virando um verdadeiro balaio de gato, na vida profissional, o homem busca o poder a qualquer preço, e alguns até vendem a alma ao diabo...
As pessoas não procuram valer pelo que são, mas pelo que têm, pelo status, posição de destaque e importância, diante dos outros. E esse clima tão hostil e totalmente contrário ao Reino de Deus, acaba infestando as pastorais, os movimentos, associações religiosas e as nossas comunidades. Já, presenciei verdadeiras "guerras" dentro da Igreja, nos bastidores de alguns movimentos e pastorais, e o espaço celebrativo é o lugar mais disputado, olhares de desprezo e indiferença, chispas de ódio, trocadas ali, diante do altar onde o Senhor se imola e se oferece em oblação, laicato e clero, infelizmente todos nós temos esse pecado.
Nos banquetes nas casas dos notáveis, havia também, esse desfile de vaidades, todos queriam os primeiros lugares, bem perto do anfitrião ilustre, lá está Jesus, que até se diverte ao ver os que se acotovelam para chegarem á frente. Ele desmonta esse quadro totalmente contrário ao Reino de Deus e aos valores do Evangelho e coloca a humildade como virtude primordial ao discípulo.
Uma humildade que não consiste em não ter nenhum carisma, em ser um pobre coitado que nada tem a oferecer, em andar de cabeça baixa, pedindo desculpa por existir... Não, isso não é humildade...
O humilde é aquele ornado de um carisma especial que o faz brilhar diante dos homens, carisma usado para servir e alimentar os irmãos e irmãs, carisma que o humilde não nega que tem, mas que no fundo sabe que não é dele, e que o Senhor lhe concedeu para servir, somente para servir, e nunca para ser servido. Carisma que não o torna a pessoa mais importante da comunidade, mas que o torna sim, o servidor de todos, exatamente como o Senhor Jesus, que sendo mestre se fez escravo, para servir...
Fonte: NPD Brasil em 03/11/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. QUEM SE EXALTA SERÁ HUMILHADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Lucas ao iniciar esse evangelho, faz questão de nos dizer que o Fariseu tinha uma “Ficha Limpa”, era alguém notável, íntegro, de boa índole, uma referência para a comunidade. Por ser admirado como grande Mestre, Jesus era sempre muito solicitado para estar á mesa com eles, na casa de algum líder da comunidade. O texto nos informa que “eles” o observavam, talvez para ver se tinha boas maneiras, se seguia a risca as determinações judaicas para se tomar uma refeição, ou simplesmente porque Jesus irradiava algo de sobrenatural, e cada gesto ou palavra sua, tinham um significado profundo.
Sem se sentir o centro das atenções e sem querer ser o grande “astro” ou celebridade, Jesus também se põe a observar o modo como os convidados do Fariseu escolhiam os primeiros lugares à mesa, e que era naturalmente os mais próximos ao Dono da Casa. Não sabemos em que lugar Jesus tomou assento, mas certamente não foi no lugar mais importante, julgando-se pela sua observação...
Penso ainda, que naquela refeição, Jesus notou que os serviçais tiveram que, educadamente, tirarem de seus lugares alguns que se julgavam o máximo e que deles haviam se apossado. Imaginem o “mico” de sair de um lugar mais importante para sentar-se em outro, menos importante. Vai ver que alguém se apressou em chamar Jesus para ocupar o lugar principal ao lado do Fariseu Anfitrião. Ao ver o constrangimento desses convivas, Jesus deve ter esboçado um leve sorriso aos que estavam ali por perto.
Em nossas comunidades algo semelhante ocorre nas ações litúrgicas, principalmente quando se trata da Santa Missa. Os lugares mais próximos do Padre são os mais visados e disputados nas escalas. Aliás, Liturgia é uma das maiores vitrines da nossa Igreja, nela os Egos são alisados, e os prazeres e alegrias plenamente satisfeitos. E quando a Paróquia realiza algum evento, como um Jantar Dançante, por exemplo, as mesas mais próximas a do Padre são as mais procuradas, ás vezes até reservadas com antecedência. Há muitas disputas para cargos que “aparecem”, mas por trabalhos humildes, que ficam quase no anonimato, não há disputas ou concorrências.
Poderia se disputar, por exemplo, quem faz mais visitas aos enfermos, aos pobres, aos presos, quem se doa mais a essas classes sofridas e injustiçadas, às vezes até dentro da própria comunidade. O que isso nos mostra?
Que o Amor doação, que se faz serviço desinteressado ao outro, anda meio longe de nossas comunidades, em certas ocasiões. É nesse sentido que Jesus alerta para esse perigo em nossas comunidades, onde quem se exalta vai acabar sendo humilhado, de que jeito? No dia em que a casa cair e todos ficarem sabendo de suas reais intenções. A humilhação será grande e a pessoa, envergonhada por ser desmascarada, vai acabar sumindo da comunidade. O que Jesus exalta nesse evangelho é exatamente a gratuidade nas relações fraternas, uma ajuda, um trabalho, uma ação feita a favor do outro, e que nada espera de recompensa ou gratificação. Nessa linha que devemos compreender a exortação de não convidar pessoas importantes para almoçar em nossa casa, mas sim de pessoas que nunca poderão retribuir. Jesus não é contra a ideias de acolhermos pessoas queridas em nossa casa para uma refeição, o que ele ensina é que, a conduta de um cristão, dentro da comunidade e fora dela, deve ser pautada pelos valores do evangelho, e não pelas grandezas fantasiosas que o mundo nos propõe. No mundo o que vale é o TER, na comunidade é o SER.
A interferência do TER no SER na Vida eclesial resulta em numa comunidade de relações mercantilizadas, onde cada um busca o benefício próprio e não o Bem Comum.

2. Quando fores a um casamento, assenta-te no último lugar.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O último lugar é o lugar de Jesus, não o lugar geográfico, embora possa sê-lo, mas o lugar onde estão os últimos, os menos valorizados, os mais esquecidos e talvez os menos amados. Foi por livre vontade que ele escolheu o último lugar e, sendo este o seu lugar, será também o lugar de quem o segue. E para segui-lo é preciso encontrá-lo onde ele está: no último lugar. Ser cristão é de fato a coisa mais simples do mundo. A modéstia tem também seu aspecto estratégico. Evita humilhações públicas. O apresentado se expõe facilmente ao ridículo. O modesto sincero receberá uma exaltação. O modesto puramente estratégico é interesseiro e acaba revelando a sua nudez. À mesa, o lugar ao lado da cabeceira parece ser o mais importante, ou o lugar ao lado do dono da casa. Poderia ser importante o lugar que você ocupa pela importância que você tem. Sua importância será feita de suas virtudes, suas qualidades, suas boas ações, tudo o que ornamenta a vida de um ser humano belo e bom, capaz de tornar o mundo mais agradável.

HOMÍLIA DIÁRIA

Seja modesto na hora de avaliar seus méritos

Postado por: homilia
novembro 3rd, 2012

Este Evangelho nos ajuda a corrigir um preconceito sumamente difundido. «Num sábado, Jesus entrou para comer na casa de um dos principais fariseus. Eles o observavam atentamente». Ao ler o Evangelho a partir de um certo ponto de vista, acabou-se fazendo dos fariseus o modelo de todos os vícios: hipocrisia, falsidade; os inimigos por antonomásia de Jesus. Com estes significados negativos, o termo «fariseu» passou a fazer parte do dicionário de nossa língua e de outras muitas.
Semelhante ideia dos fariseus não é correta. Entre eles havia certamente muitos elementos que respondiam a esta imagem, e Cristo os enfrenta. Mas nem todos eram assim. Nicodemos, que vai ver Jesus de noite e que depois O defende ante o Sinédrio, era um fariseu (cf. João 3,1; 7,50ss). Também Saulo era fariseu antes da conversão, e era certamente uma pessoa sincera e zelosa, ainda que não estivesse bem iluminado. Outro fariseu era Gamaliel, que defendeu os apóstolos ante o Sinédrio (cf. Atos 5,34 e seguintes).
As relações de Jesus com os fariseus não foram só de conflito. Compartilhavam muitas vezes as mesmas convicções, como a fé na ressurreição dos mortos, no amor de Deus e no compromisso como primeiro e mais importante mandamento da Lei. Alguns, como neste caso, inclusive O convidam para uma refeição em sua casa. Hoje se considera que mais que os fariseus, quem queria a condenação de Jesus eram os saduceus, a quem pertencia a casta sacerdotal de Jerusalém.
Por todos estes motivos, seria sumamente desejável deixar de utilizar o termo «fariseu» em sentido depreciativo. Ajudaria ao diálogo com os judeus, que recordam com grande honra o papel desempenhado pela corrente dos fariseus em sua história, especialmente após a destruição de Jerusalém.
Durante a refeição, naquele sábado, Jesus ofereceu dois ensinamentos importantes: um dirigido aos «convidados» e outro para o «anfitrião». Ao dono da casa, Jesus disse (talvez diante dele ou só em presença de seus discípulos): «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem os vizinhos ricos…». É o que o próprio Jesus fez, quando convidou ao grande banquete do Reino os pobres, os aflitos, os humildes, os famintos, os perseguidos.
Mas nesta ocasião, quero deter-me a meditar no que Jesus diz aos «convidados»: «Se te convidam a um banquete de bodas, não te coloques no primeiro lugar…». Jesus não quer dar conselhos de boa educação. Nem sequer pretende alentar o sutil cálculo de quem se põe numa fila, com a escondida esperança de que o dono lhe peça que se aproxime. A parábola nisso pode dar pé ao equívoco, se não se levar em consideração o banquete e o dono dos quais Jesus está falando. O banquete é o universal do Reino e o dono é Deus.
Na vida, quer dizer Jesus, escolhe o último lugar, procura contentar os demais mais que a si próprio; seja modesto na hora de avaliar seus méritos, deixa que sejam os demais quem os reconheçam e não você («ninguém é bom juiz em causa própria»), e já desde esta vida Deus lhe exaltará. Ele lhe exaltará com sua graça, lhe fará subir na hierarquia de seus amigos e dos verdadeiros discípulos de seu Filho, que é o que realmente importa.
Ele lhe exaltará também na estima dos demais. É um fato surpreendente, mas verdadeiro. Não só Deus «se inclina ante o humilde e rejeita o soberbo» (cf. Salmo 107,6); também o homem faz o mesmo, independentemente do fato de ser crente ou não. A modéstia, quando é sincera – não artificial – conquista, faz que a pessoa seja amada, que sua companhia seja desejada, que sua opinião seja desejada.
Vivemos numa sociedade que tem suma necessidade de voltar a escutar esta mensagem evangélica sobre a humildade. Correr para ocupar os primeiros lugares, talvez pisoteando – sem escrúpulos! – a cabeça dos demais, são características desprezadas por todos e, infelizmente, seguidas por todos. O Evangelho tem um impacto social, inclusive quando fala de humildade e hospitalidade.
Pai, faz-me humilde e discreto no trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e exaltado por Ti. Amém.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/11/2012

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos o caminho da humildade. Que a grandeza do ser humano não nos torne orgulhosos, mas filhos reconhecidos que tudo que somos e temos é dom de teu Amor Paternal. Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos humildes de verdade. Que procuremos os últimos lugares, não alimentando o desejo secreto de sermos reconhecidos e conduzidos aos primeiros, mas já nos sentindo felizes por sermos os menores do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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