sábado, 9 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/09/2017

ANO A


Mt 18,15-20

Mês da Bíblia

“Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo.”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Palavra de Deus, proposta pela liturgia atual, chamará a nossa atenção para a correção fraterna. Corrigir, antes de qualquer coisa, signifi ca ajudar o outro a reorientar atitudes e modo de pen- sar. Quando os pais corrigem o fi lho, por exemplo, estão reorientado a sua atitude para outro modo de agir, em base a uma mentalidade diferente. Contudo, com o desenvolvimento da psicologia, pedagogia e também da fi losofi a, sabemos que existem correções que podem transformar vidas e outras que podem prejudicá-la para sempre. Neste sentido, a primeira coisa a se fazer, é estar atento ao modo de corrigir. O valor da vida humana, é o ponto de partida da cor- reção. O intuito da correção fraterna é, deste modo, resgatar a vida de quem trilhava estradas ameaçadoras. Contudo, nenhuma correção se faz com ame- aças ou imperativos, mas pelo diálogo que, pouco a pouco, ajuda o outro a perceber que o caminho e as atitudes que está assumindo irão prejudicar sua vida. (Sugestão: A entrada solene da Bíblia poderá ser feita antes da Liturgia da Palavra.).

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, eis que aqui chegamos e, reunidos, vamos celebrar o Dia do Senhor. O Senhor que prometeu que estaria presente onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome, está aqui agora, no meio de nós. Vamos bendizer o Senhor, reconhecê- lo presente em nossa assembleia santa e , com Ele, glorificar ao Pai, na força do Espírito nesta Eucaristia, renovemos em nós o desejo de realizar a vontade do Senhor, vivendo o mandamento do amor ao próximo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O trecho do evangelho de hoje segue imediatamente a narrativa da parábola da ovelha desgarrada, da qual se torna uma aplicação concreta. Se um irmão cometeu uma falta, deve fazer-se em primeiro lugar a correção pessoal; se não escuta, é necessário chamar em auxílio algumas testemunhas; em terceira instância, convém referir à comunidade; e se não houve nem esta, deve-se, só então, considerá-lo como um pagão ou publicano, isto é, como um ex-comungado. O contexto de todo o trecho é o do convite à misericórdia e ao perdão. Não se trata tanto de uma "ex-comunhão", mas da constatação de que, apesar do recurso a todos os meios possíveis para a reconciliação e o diálogo fraterno, não há no irmão a vontade eficaz de comunhão e conversão. E, no entanto, convém lembrar que a Igreja conserva o direito de pronunciar-se contra os pecadores contumazes, para não prejudicar a comunidade, e, com o fim de fazer o pecador entrar em si e converter-se.

Comentário do Evangelho

Correção fraterna

Mateus insere estas orientações sobre a correção fraterna na fala de Jesus sobre as normas de convívio nas comunidades. Estas orientações são apresentadas após a abordagem das questões da disputa pelo poder, do escândalo e das defecções. A correção fraterna, que brota do amor e do perdão, é fundamental para manter-se a unidade na comunidade. Conflitos, sensibilidades feridas e ofensas são comuns no convívio comunitário. Contudo, é importante superá-los com a mudança de comportamentos que provocam estes conflitos, sem defecções. O evangelista formaliza esta questão da correção, apresentando-a como uma regra. Contudo, o amor, que nos move ao perdão e à reconciliação, atua de maneira mais livre e espontânea. A alusão ao pagão ou ao publicano, no texto, tem um caráter discriminatório e excludente que destoa da prática de Jesus e da índole do publicano Levi (Mateus), sugerindo que a autoria deste evangelho possa ser atribuída a um escriba convertido (cf. Mt 13,52).
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que a presença de teu Filho ressuscitado na comunidade cristã seja um incentivo para que nós busquemos pautar nossa ação pela tua santa vontade.
Fonte: Paulinas em 15/08/2012

Comentário do Evangelho

A missão do profeta.

O profeta Ezequiel é contemporâneo do profeta Jeremias. Ao contrário de Jeremias que, durante o exílio na Babilônia, ficou em Judá, Ezequiel foi para a Babilônia com os deportados. Sua missão tinha um duplo aspecto: ajudar o povo exilado a não se esquecer de que, ao contrário do que eles pensavam, Deus não os havia abandonado, mas estava com eles, e manter viva a esperança do retorno à terra dos seus antepassados. O texto autobiográfico que, hoje, lemos, apresenta Ezequiel como sentinela da casa de Israel (cf. Ez 33,1-7). Enquanto tal, ele deve alertar contra o inimigo que ameaça o povo. A missão do profeta é prevenir o povo contra tudo o que possa ameaçar a esperança e a fidelidade ao Deus de Israel. Ele compreende que sua missão, enquanto sentinela da casa de Israel, é também de despertar no povo o desejo de conversão.
O evangelho de hoje é parte do discurso sobre a Igreja, em que Jesus instrui os seus discípulos acerca dos aspectos essenciais da vida comunitária cristã. A comunidade cristã é uma comunidade de reconciliados, por isso, o perdão deve ser uma das marcas de sua existência. No trecho anterior ao apresentado pela liturgia deste domingo, duas características da comunidade eclesial foram ressaltadas: a comunidade cristã deve ser caracterizada pelo serviço e pelo cuidado de uns para com os outros, de modo especial pelos “pequeninos”, isto é, por aqueles que se sentem, por algum motivo, desprezados e não valorizados, e que correm, por isso, o risco de abandonar a comunidade. Nosso texto de hoje é, por assim dizer, a aplicação prática do desejo de Deus de que nenhum membro da comunidade se perca (v. 14). A atitude exigida para realizar o desejo de Deus é a iniciativa que cada um deve tomar no que diz respeito à reconciliação, tendo presente que a comunidade cristã é uma comunidade de irmãos (v. 15). O pecado divide a comunidade. Se acontecer a alguém ser vítima do pecado de outro membro da comunidade, trata-se, aqui, de tomar a iniciativa de ajudar o pecador no seu processo de conversão, desde que ele aceite livremente. É Deus quem toma a iniciativa de vir em socorro de nossa humanidade e é ele quem oferece, gratuitamente, o seu perdão. A comunidade cristã é chamada a ser reflexo da misericórdia divina (Mt 5,48; Lc 6,36; 15). Assim como Deus não desiste de nós, também não devemos desistir de nossos irmãos. O único limite para o perdão e a reconciliação é o fechamento do outro (v. 17). O amor fraterno e, consequentemente, a comunidade cristã são construídos através desse esforço permanente de reconciliação.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a presença de teu Filho ressuscitado na comunidade cristã seja um incentivo para que nós busquemos pautar nossa ação pela tua santa vontade.
Fonte: Paulinas em 07/09/2014

Vivendo a Palavra

O Evangelho alerta sobre a responsabilidade que temos com relação aos nossos irmãos. Como discípulos missionários de Jesus, é nosso primeiro dever testemunhar, com a vida, que estamos procurando seguir a Lei do Amor. Mas devemos, também, ajudar o irmão a discernir a sua realidade – e o Mestre aponta o jeito fraterno de fazê-lo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2012

Vivendo a Palavra

Existe diferença fundamental entre julgamento e correção fraterna: quem corrige o irmão é um amigo que oferece ajuda para caminharem juntos seguindo Jesus; quem julga se coloca em posição superior para condenar seu próximo. Um segue a lei do amor e cria fraternidade; outro mostra seu orgulho e exclui o irmão.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2014

Reflexão

A vida em comunidade é essencial para que possamos sentir a presença de Jesus no meio de nós e usufruir dessa presença, porém ela não é fácil, principalmente por causa das dificuldades de relacionamento. A comunidade, para ser realmente cristã, deve ser pautada na misericórdia, no perdão e na acolhida dos que erram, buscando não a punição, mas sim o reerguimento e a superação dos que erram, possibilitando-lhes a conversão e a vida nova em Cristo. É por isso que Jesus nos mostra, no Evangelho de hoje, as exigências da correção fraterna juntamente com a sua promessa de presença no meio de nós.
Fonte: CNBB em 15/08/2012

Recadinho

Será que eu julgo os erros ou as pessoas que erram? - Não sou fácil para julgar e condenar as pessoas? - Deixo-me levar por antipatias ou simpatias apenas? - Será que às vezes não inverto os papéis buscando testemunhas para simplesmente condenar meu próximo de modo parcial? - Lembro-lhe de rezar por aqueles que erram, que falham na caminhada?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 07/09/2014

Meditando o evangelho

CORRIGIR COM DISCERNIMENTO

É preciso agir com extremo discernimento, quando se trata de afastar um membro da comunidade do convívio fraterno. Em geral, as lideranças da comunidade são tentadas a deixar-se levar por critérios irrelevantes, revelando-se injustos contra quem cometeu uma falta. Uma decisão deste porte não pode depender de preconceitos ou do que pensam os líderes. Importa somente fazer a vontade de Deus.
A comunidade cristã deve rezar e refletir muito, antes de excomungar alguém. Sua decisão deve corresponder ao pensamento de Jesus. Por isso, é necessário evitar que a reunião onde se toma uma tal decisão se assemelhe a um tribunal onde se submete a pessoa a um juízo inclemente. O melhor lugar para se decidir isso é a assembléia eucarística. A ela se refere a afirmação do Senhor: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estou ali, no meio deles". Neste caso, trata-se de uma reunião bem específica, na qual a comunidade põe-se de acordo para pedir a luz divina, antes de decidir sobre a sorte do membro que errou. Se a comunidade pede com sinceridade, poderá estar certa de ser atendida pelo Pai.
A decisão comunitária, se tomada seriamente, terá o aval de Deus. Ou seja, se o membro for desligado da comunidade terrestre, será também desligado da comunidade celeste. O Pai confirma o veredicto da comunidade que agiu com discernimento.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de seriedade, livra-nos da leviandade e, afastar da comunidade os membros que erraram. Pelo contrário, que o façamos após a devida ponderação diante do Senhor.

REFLEXÕES DE HOJE


10 DE SETEMBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Se o teu irmão errar...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O evangelho deste Domingo deveria ser proclamado solenemente em todas as nossas reuniões pastorais, porque traz ensinamentos profundos para um desafio sempre presente, e que nunca sabemos enfrentar: como administrar os conflitos surgidos dentro da comunidade...
Muitas vezes a gente prefere fazer “vista grossa” diante de certas “briguinhas” entre membros da comunidade, e quando nos omitimos diante dessas situações, que transformam a pastoral, o movimento, ou até a comunidade, em um barril de pólvora, pronto para ir aos ares, estamos fazendo como aquela faxineira desleixada, que empurra a sujeira em baixo do tapete, fazendo de conta que tudo está limpo. "Aqui em nossa comunidade as pessoas se amam e se querem bem", como se o ser humano já fosse em sua essência esse bem supremo. Nesse evangelho somos convidados a olhar a nossa relação com o próximo, marcada por tantos limites. No fundo o apelo é, para que nos reconheçamos assim, incapazes de uma relação perfeita, pois a plenitude do amor faz parte da nossa esperança escatológica, um dia nós seremos assim como imaginamos, aquela comunidade ideal sonhada por Lucas no Livro dos Atos, onde todos se amavam...
Até que chegue esse dia tão esperado, temos que ter muito presente em nossa vida de comunidade, os ensinamentos do evangelho, tendo uns pelos outros um amor co-responsável que quer ajudar o outro a crescer, pois assim é a correção fraterna. Se faltar-nos essa compreensão para com o outro, a nossa alegria nunca estará completa e este nosso pecado irá contaminar toda comunidade.
A conclusão do evangelho nos faz pensar seriamente nas relações conturbadas existentes no seio da comunidade, como é que duas pessoas que não se querem bem, vão orar com toda assembléia, fazendo diante de Deus um só pedido, uma só prece? Preces que brotam de corações tomados por ressentimentos, além de não serem ouvidas por Deus, comprometem a oração de toda assembléia. Que Pai ou Mãe, se alegra ao saber que um dos irmãos está brigado com o outro? Com Deus é a mesma coisa. Sem misericórdia, amor e compreensão, não há de se resolver nenhum conflito.
É nesse sentido que Jesus recomenda a correção fraterna, que só pode ser feita entre irmãos, entre os quais há uma total liberdade de expressão, é preciso ter humildade, tanto para fazer a correção como para aceitá-la. A Comunidade é como o circuito de um aparelho eletrônico, tem que estar bem unido, bem ligado um ao outro, senão a graça de Deus, conectada a nós pelo Santo Batismo, não fará seus efeitos. Como é que o amor de Deus vai passar de um irmão para o outro, se há na comunidade relações que foram rompidas?
As divergências de opiniões só nos ajudam a crescer, desde que o debate em nossas reuniões, não seja marcado por velhas mágoas, ciúmes ou inveja, afinal, a nossa unidade se torna mais consistente na adversidade e no pluralismo de valores, precisamos sim, de ter oposição, pessoas que pensem diferente, mas que sejam inteligentes e sempre direcionados ao bem comum e não ao bem particular ou pessoal.
Uma oposição assim, que não seja burra, enriquece a comunidade e a faz crescer nos valores do evangelho. Mas que nunca nos falte a consciência de que o Senhor está no meio de nós, que o Dono da Obra é Ele, somos apenas obreiros, cada um com seus carisma e suas possibilidades de realizar ações concretas, esse poder, enquanto possibilidade de fazer sempre o melhor para a comunidade, é sempre muito bem vindo.
Admoestação de Jesus: Se o teu irmão errar... O ato do erro não é uma exceção, não se trata de uma maçã podre no meio das outras que estão ótimas, pois o erro do outro é oportunidade para exercemos a caridade, a misericórdia e a compreensão, manifestando um amor que se sente responsável pelo outro, e só quer ajudá-lo a crescer, e não humilhá-lo em seu pecado.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Correção fraterna
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O quarto Sermão de Jesus apresentado pelo evangelista São Mateus é o Sermão Eclesial ou Sermão Comunitário. Nele encontramos orientações para o nosso relacionamento fraterno. Vivemos em sociedade e os relacionamentos são complexos. Vivemos em Igreja, isto é, em comunidade, sem deixar de ser humanos, com as limitações próprias da natureza e com as acrescentadas pelo pecado das origens. São Mateus junta num sermão o que pode nos ajudar a fazer a experiência dolorosa do amor em comunidade de fé. Sendo ativa, a nossa fé se mantém pela esperança e produz frutos de caridade. A vivência do amor é dolorosa em todos os níveis e o nível comunitário faz a mesma experiência, seja em comunidade estável, seja em comunidades paroquiais. Há sempre um irmão pecando contra nós. Ao menos, é o que pensamos em nossos confrontos. Jesus pede que um ajude o outro e ensina como fazer. Seu irmão ou sua irmã está prejudicando você; o comportamento de alguém é negativo, não é bom, não constrói; uma pessoa não caminha, anda por atalho que só dá trabalho! Converse com ela em particular. Se não der certo, converse em grupo, com mais gente.
Se ainda não der certo, só então vá às autoridades. Estando juntos, dois ou mais, buscando a mesma coisa, com o mesmo objetivo que será sempre o que é bom, agradável e perfeito diante de Deus, nossa ação será abençoada e Jesus estará entre nós. Deus ratifica a ação da sua Igreja. Ele aceitará no céu o que fizermos na terra, se estivermos unidos e agindo em nome de Jesus. Correção fraterna significa ajuda mútua. Não queremos que ninguém fique para trás, que ninguém fique parado à beira do caminho ou se desvie do caminho. Corrigindo-nos, nós nos ajudamos uns aos outros. É importante saber corrigir. Mais importante, porém, é saber aceitar a correção.Pense então não em corrigir os outros, mas em aceitar ser corrigido. Deus estabelece o profeta Ezequiel como vigia do povo de Israel. Quando Deus fizer alguma observação, o profeta deverá logo advertir o povo. O profeta não pode ficar indiferente diante de uma pessoa má e desonesta.
Se não fizer nada para que a pessoa mude de atitude, ele vai dar contas a Deus da vida dessa pessoa. Não podemos ser indiferentes diante da desonestidade organizada, que se chama também de corrupção. É um ato de amor interessar-se pela mudança de atitude do corrupto, por ele e pelos que ele prejudica. Deus pedirá contas de quem permanece indiferente diante do mal. Você, porém, não será responsabilizado se o outro não quiser mudar de atitude. É bom não ter nenhuma dívida com ninguém, a não ser o amor mútuo, orienta-nos São Paulo. Se todas as nossas ações forem movidas pelo amor, nunca faremos mal a ninguém, estaremos cumprindo a vontade de Deus e observando todas as prescrições das Escrituras Sagradas. “O amor é o cumprimento perfeito da Lei.” É preciso ter o costume, ter o hábito de fazer o bem aos outros, de procurar ajudar os outros sempre e em qualquer situação. Quem quer estar em dia com a vontade de Deus, exercita a sensibilidade fraterna. Se essa atitude estiver arraigada em nós, faremos o bem espontaneamente. Como, porém, não somos perfeitos, o que acontecer de errado não será por má vontade da nossa parte. Pode ser resultado da fraqueza da natureza ou das circunstâncias que não controlamos. Não será resultado de algo planejado na mente. Não fechem o coração, escutem a voz de Deus, não provoquem a Deus, abram os olhos e vejam as suas obras. Não devam nada a ninguém, a não ser o amor!

HOMILIA

A JUSTIÇA DE DEUS NÃO SE CANSA DE NÓS

Quero lembrar-te que o fato de sermos “irmãos”, não nos isenta da possibilidade de enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a irmandade não elimina a nossa individualidade: temos diferenças de criação, formação, visão, doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem desejarmos, colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos. Por isso, como o pastor que procura a ovelha perdida, a justiça do Reino não se cansa e tenta outra forma de aproximar quem errou: Se ele não lhe der ouvidos, tome consigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. À primeira vista, tem-se a impressão de que estaríamos fazendo um cerco em torno de quem errou. Mas essa atitude pode ser vista sob a ótica da justiça do Reino, que tem como princípio fazer de tudo para que o irmão não se perca. E se isso não der certo, toda a comunidade é chamada a se pronunciar: Caso não dê ouvidos, comunique à Igreja. E se, depois de esgotados todos os recursos, depois de ter dado a quem errou a oportunidade de ouvir o parecer de toda a comunidade é que a pessoa, por decisão de todos, é excluída: Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos. Mesmo nesse caso a comunidade deve manter-se em atitude prudente, dando uma chance em longo prazo a fim de que a pessoa se arrependa e volte a ela. Antes de condenar ou excluir alguém, é preciso aprender a justiça do Reino. E ter consciência de que os passos aconselhados por Jesus não são normas rígidas, e sim um modo de agir que tempera com justiça as relações entre pessoas. Em outras palavras, é preciso ser criativos no esforço de recuperar quem erra e se afasta da comunidade. E o espírito que anima essa tarefa não é o da exclusão, mas o da busca para reintegrar.
Tomar decisão de incluir ou excluir pessoas da comunidade não é tarefa fácil, como pretendiam e faziam os chefes de sinagoga daquele tempo. É necessário que tenhamos sempre em conta advertência de Jesus: Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no reino do céu. Para tanto, Ele dá algumas indicações, que passam pela necessidade de as pessoas se reunirem em nome dele, a fim de, mediante a oração, chegarem a um consenso: Se dois de vocês estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isto lhes será concedido por meu Pai que está no céu. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.
É urgente que a comunidade esteja sempre ligada à Cristo pelo fato de na comunidade existem tensões entre os diversos grupos e problemas de convivência: há irmãos que se julgam superiores aos outros e que querem ocupar os primeiros lugares; há irmãos que tomam atitudes prepotentes e que escandalizam os pobres e os débeis; há irmãos que magoam e ofendem outros membros da comunidade; há irmãos que têm dificuldade em perdoar as falhas e os erros dos outros. Somente estando em permanente sintonia com Jesus que nos convida à simplicidade e humildade, ao acolhimento dos pequenos, dos pobres e dos excluídos, ao perdão e ao amor que conseguiremos vencer. Aliás, com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado. Só assim seremos uma comunidade verdadeiramente família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos pequenos e aos débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no amor do Filho, animada pelo Espírito Santo.
Ninguém pode viver a fé de qualquer modo ou abandoná-la quando passar por aflições. As primeiras Comunidades cristãs enfrentavam algumas dificuldades de correção fraterna, onde os mais humildes eram vítimas da falta de tolerância. E Jesus vem ensinar-nos o jeito de nos reconciliar com os outros e ajudá-los a se reconciliar. Esse é o caminho que todos nós e nossa Comunidade devemos percorrer. Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar como discípulos da comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo para que a vontade de Deus prevaleça sobre a vontade do homem; unidade para acordar a autoridade deve estar associada a uma espiritualidade que nos impulsiona a estabelecer parcerias de oração e acordos sobre dificuldades no relacionamento para as quais creremos sinceramente que o Pai seja capaz de sanar. Isto exite de nós a unidade para experimentar a presença de Jesus. Construído e vivenciado o acordo terapêutico pela oração Jesus assegura a Sua presença em nosso meio.
A experiência cristã evidencia que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre o que fazem conosco, mas temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi feito. Percorrer o caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da plenitude da presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da comunhão da Igreja que precisamos buscar diligentemente!Assim haverá harmonia e paz, concórdia e vida abundante entre nós.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 07/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

É importante estarmos sempre em comunhão com nossos irmãos

Postado por: homilia
agosto 15th, 2012

Nesta passagem, Mateus nos relata um episódio em que Jesus estava ensinando Seus discípulos sobre a questão do perdão, além outros assuntos relacionados ao Reino de Deus como a autoridade da Igreja na disciplina e a importância da comunhão na oração.
Jesus e Seus discípulos se encontravam na cidade de Cafarnaum, uma cidade marítima situada na Galileia. O Senhor estava ainda no semestre da retirada, no ano da Paixão, quando se despedia da região da Galileia após voltar da terceira jornada de Cesareia de Filipe. Neste local, aconteceram três eventos, entre os quais a instituição da Igreja de Cristo como resposta à confissão de Pedro sobre a identidade de Cristo (cf. Mateus 16,13-20).
O Mestre ensina, logo no versículo 15, que é necessário humildade para estar sempre numa perfeita comunhão. Perdoar sempre? Tudo bem. Mas o que fazer quando a pessoa que ofendeu não reconhece seu erro e não pede perdão? Jesus ensina que deve existir disciplina na Igreja. Neste caso, devemos ir ao encontro do nosso irmão pessoalmente – e sem ninguém mais saber – para fazê-lo ver a sua falta.
Para tomar a iniciativa em resolver um assunto que não nos deixa ter a comunhão com o nosso irmão é necessário humildade. Se proceder desta forma e o irmão reconhecer seu pecado e se arrepender, a restauração da comunhão se concretiza de imediato. Todavia, se ele não aceitar a sua correção, você deve levar duas pessoas para testemunhar, como nos ensina a Sagrada Escritura.
Se, ainda assim, o irmão não quiser ouvir as testemunhas, deve-se comunicar à comunidade para tratar do assunto em coletividade. Se o irmão continuar a não se arrepender, deve-se considerá-lo como um gentio.
De fato, a Igreja tem a autoridade de ligar ou desligar alguém no Reino de Deus. Se a pessoa pecar contra algum irmão, mas não se arrepender, ele deve se desligar da Igreja na terra e, sendo feito assim, ele será desligado no céu também. Porém, se ele pecou, mas se arrependeu, continua na comunhão da Igreja na terra, a qual deve perdoar e, assim, também no céu será perdoado.
A partir do versículo 19, Jesus dá um grande motivo para perdoar sempre e continuar em comunhão: “Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles” (Mateus 18,19-20).
Devemos abandonar o orgulho que nos faz esperar que o irmão se arrependa e procurar avisá-lo com amor e paciência, para que ele sinta vontade de estar em comunhão conosco. Lembrando a promessa que Senhor Jesus fez, quando diz que as nossas orações serão atendidas pelo Pai que está no céu, não devemos deixar que aborrecimentos e desentendimentos nos impeçam de estar com os nossos irmãos em plena comunhão.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 15/08/2012

HOMILIA DIÁRIA

A correção fraterna ajuda-nos a crescer na vivência da fé

Precisamos corrigir uns aos outros para crescermos na vivência da fé, para não nos desviarmos do caminho reto e não perdermos a direção no caminho da vida.
“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!” (Mateus 18, 15).
No dia do Senhor, somos alimentados pela Palavra de Deus, que conduz nossos passos e ilumina a nossa vida. A correção fraterna é, muitas vezes, difícil de ser vivida e interpretada pela nossa fé, mas é uma necessidade para a vivência do Evangelho. Precisamos corrigir uns aos outros para crescermos na vivência da fé, para não nos desviarmos do caminho reto e não perdermos a direção no caminho da vida.
A correção fraterna é uma necessidade evangélica e para ser vivida precisa de alguns elementos, que nos são mostrados pela própria Palavra de Deus. Primeiro: a correção precisa ser feita no poder da autoridade [cristã]; não pode ser no espírito da raiva, da vingança, do medo, do receio, mas sim no espírito da caridade cristã: “Eu corrijo meu irmão porque o amo”.
Segundo: a correção fraterna precisa ser feita com a discrição necessária. Jesus nos chama à atenção sobre isso, ensinado-nos que a correção precisa ser a sós. Quando corrigimos alguém, precisamos fazer isso sozinhos, em particular, não na frente dos outros, sem expor a fraqueza da pessoa diante de alguém. Este é um aspecto muito particular da correção fraterna, porque, algumas vezes, nós sabemos coisas da vida de alguém que muitas pessoas sabem também, mas pode ser que ninguém o saiba, só você.
Há duas coisas importantes sobre isso. A primeira é que eu não vou, nunca, compartilhar com os outros o que eu sei da vida do meu irmão. Não caia naquela falsa armadilha do “vou partilhar”, quando, na verdade, você vai fofocar da vida do seu irmão. Imbuído do espírito evangélico, vá até o seu irmão, ganhe-o para Jesus e não o perca para o maligno; converse com ele em particular sobre a situação em questão.
A segunda coisa: seu irmão não quis ouvi-lo e desprezou o que você lhe falou? Então procure a autoridade da Igreja, procure um sacerdote; fale daquilo que você sabe, do que está machucando o seu coração, da preocupação que você tem. Mas, por favor, procure a autoridade da Igreja, não procure uma pessoa que possa espalhar a situação ou que não tenha maturidade para ouvir o que você tem a partilhar e poderá tornar a situação ainda mais grave.
Por fim, tenha a maturidade de Jesus, a maturidade humana, a maturidade no Espírito, para saber corrigir e, ao mesmo tempo, aceitar ser corrigido.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/09/2014

VEJA MAIS HOMÍLIAS EM
HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/09/2014

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a ser cuidadosos com nossos companheiros de estrada. Não permitas que nos coloquemos na posição de juízes ou algozes, mas que sempre nos mova a vontade pura de ajudar; que sejamos humildes e discretos, como viveu e ensinou o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos plena consciência da Presença do Teu Espírito em nós e entre nós todas as vezes que nos reunimos em Teu Nome. Nossas vozes poderão, assim, agradecer-te e louvar-te pelos dons que nos ofereces, especialmente a Vida, a Fé e a fraternidade. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2014

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