sábado, 16 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/09/2017

ANO A



Mt 18,21-35

“Não devias tu também ter compaixão de teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: “Perdoai as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores”. Assim reza o texto latino do Pai nosso, usado antes do Concílio Vaticano II, no Brasil. Neste domingo, compreenderemos o significado deste pedido. Um pedido que obriga o orante a sentir-se devedor do amor e do perdão a Deus e ao próximo, pelas faltas e pecados cometidos contra um ou contra o outro, sempre que estiver em oração. Nesta celebração, seremos convidados a entrar no Mistério da Salvação pela porta do perdão, o expoente maior do amor, tanto do ponto de vista da convivência comunitária como para o equilíbrio e estabilidade pessoal.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, aqui nos reunimos para celebrar o Dia do Senhor. Foi no primeiro dia da semana que o Senhor apareceu ressuscitado aos seus discípulos e hoje Ele se manifesta a nós e revela seu amor misericordioso. Experimentaremos um forte apelo do Senhor para perdoarmo- nos mutuamente, dando testemunho de que é Ele, em primeiro lugar, que nos perdoa e pede que também assim nós façamos. Abramos nosso coração a essa manifestação do Senhor que vem ao nosso encontro, enquanto colocamos em suas mãos nossos anseios de verdadeira paz.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O judaísmo já conhecia o dever do perdão das ofensas, mas se tratava de uma conquista recente, que só se conseguia impor mediante a lista de tarifas precisas. A mesquinhez humana procura sempre uma medida, uma norma que lhe dá satisfação. Perdoar, sim, mas quantas vezes? Os rabinos, para acentuar a liberalidade de Deus, diziam que ele perdoa três vezes; as escolas rabínicas exigiam que seus discípulos perdoassem certo número de vezes à mulher, aos filhos, aos irmãos, etc., e esta lista variava de escola para escola. Pedro pergunta a Jesus qual a sua taxa. Jesus havia ensinado a amar os próprios inimigos, e orar pelos que nos perseguem a fim de sermos filhos do Pai que está nos céus, que faz surgir o sol para os maus e os bons e faz chover sobre os justos e injustos. No pai-nosso, havia ensinado a pedir: "perdoai nossas dívidas como nós perdoamos nossos devedores". Pedro, que, pelo contato com Jesus, compreendeu que as medidas até agora tidas como válidas, não servem mais, tenta uma resposta: "até sete vezes?". É mais que o dobro de três, e além disso é um número simbólico que significa plenitude. Jesus formula sua resposta retomando o número simbólico, mas multiplicando-o de tal maneira que signifique uma plenitude ilimitada. É preciso perdoar sempre!

Comentário do Evangelho

Perdoar à medida da compaixão de Deus

Como parte do "discurso eclesiológico" (Mt 18), o texto de hoje apresenta o tema dominante de todo o discurso: o perdão. Não se trata de quantificar o perdão, mas de imitar a compaixão de Deus que perdoa toda dívida. A experiência, consciência e reconhecimento de ter sido perdoado por Deus, tem para o membro da comunidade uma implicação prática: perdoar. Nesse sentido os versículos 32b-33 resumem o ensinamento da parábola: ". eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
Fonte: Paulinas em 05/03/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho ensina a construir uma Igreja que perdoa – até setenta vezes sete, isto é, sem impor limites, sem contabilizar débitos e créditos – que perdoa como desejamos que o Pai Celeste nos perdoe. Igreja que perdoa, porque sabemos que tudo é dom da Graça de Deus, a começar pela Vida e a Fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2013

VIVENDO A PALAVRA

Seguindo Jesus de Nazaré, nós ultrapassamos os limites do perdão para mergulhar no terreno da compaixão. Compaixão é isto: nós nos colocarmos no lugar do irmão, sentindo as suas dores, compartilhando seus limites e seus desejos de aperfeiçoamento, tantas vezes frustrados pela iniquidade humana.

Reflexão

O Evangelho nos surpreende muitas vezes ao usar determinados termos que, à primeira vista, nos parecem totalmente descabidos em relação a Deus. O texto de hoje nos mostra Deus indignado por causa da falta de perdão. Como pode Deus indignar-se, o Altíssimo ter a sua dignidade ferida? Este texto nos mostra uma realidade muito profunda: se o pecado fere a dignidade humana, a ausência do perdão fere a dignidade divina. Por que? Porque Deus é amor, é misericórdia, e negar o amor e a misericórdia é negar o próprio Deus na sua essência. Negar o perdão é negar que Deus é amor e misericórdia e impedir que ele aja com amor e misericórdia em relação a nós mesmos, e impedir a ação misericordiosa de Deus é causar-lhe indignação.
Fonte: CNBB em 05/03/2013

Meditando o evangelho

PERDÃO ILIMITADO

A capacidade de perdoar, sem limites, deve caracterizar as relações na comunidade cristã. Esta exigência diz respeito, de forma especial, à liderança da comunidade, quando esta deve lidar com aqueles que apenas iniciam sua caminhada de fé. As contínuas recaídas destes iniciantes não podem ser motivo para desespero. Pelo contrário, deve haver sempre a predisposição para o perdão.
Esta predisposição brota sempre no coração de quem experimentou o perdão ilimitado de Deus. Quem é perdoado, ilimitadamente, pelo Pai deve perdoar, ilimitadamente, os irmãos. Seria sinal de mesquinhez agir de maneira diferente. O próprio Deus não suporta esta atitude contraditória. Quem não está sempre disposto a perdoar, ilude-se, ao contar com o perdão divino.
A atitude do servo impiedoso da parábola chama a atenção para o comportamento de certos líderes das comunidades primitivas.
Tendo sido perdoado de uma dívida fabulosa, este servo omitiu-se de perdoar uma dívida ínfima de um companheiro seu. Tamanha crueldade levou o senhor daquele servo a rever o seu perdão e a exigir dele o pagamento de quanto devia, até o último centavo.
Essa parábola foi um alerta para os líderes da comunidade: que não se enganassem quanto ao erro que cometiam, recusando-se a perdoar as fraquezas dos pequeninos!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu me inspire na atitude do Pai, o qual oferece a todos perdão ilimitado.

REFLEXÕES DE HOJE


17 DE SETEMBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Dois Amores em um só...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Para muitas pessoas o amor de Deus é algo manifestado em Jesus quando ele realizou a obra da Salvação, parece assim um amor meio platônico, e se formos falar bem a verdade, a gente não sabe definir essa ação amorosa de Deus em nossa vida e as vezes esse amor só se manifesta em momentos de aperto e de sofrimento, parece ser apenas uma força interior que nos consola. Será que um amor assim dá para confiar?
O evangelho desse domingo nos apresenta a questão do perdão, que brota do amor, e como a gente acaba departamentalizando o amor humano e o amor de Deus, assim também fazemos com o ato de perdoar. O amor de Deus por nós está mais perto do que imaginamos, é um amor concreto, do dia a dia, um amor que cuida, um amor que busca, um amor que quer sempre ficar junto, um amor que consola, que nos enche de alegria.
Embora insistamos em separar o amor de Deus do amor do irmão, os dois vem em uma mesma esteira e são inseparáveis. Qual a diferença entre a água da chuva que cai sobre nós, e a água encanada que usamos em nossas casas nos momentos de necessidade? Nenhuma!
Trata-se da mesma água que passa pelo ciclo da vida e que volta em forma de chuva. Assim também, o amor humano é uma forma de encanarmos o amor de Deus, e aí, os seus efeitos dependem do tamanho da torneira de cada um, isso é, do tamanho do coração.
O Amor é um só e tem um nome: Deus, segundo João, Deus é Amor. Assim como a água encanada, a sua abundância depende de uma série de fatores, do tamanho do cano, do reservatório onde é armazenada, da abertura e da pressão do registro. Daí encontramos uma torneira que parece um jato d’água de tanta intensidade, tem torneira que a água já é meio escassa, tem torneira que a água é só um filetinho, outras estão secas e só fazem barulho.
A torneira de Pedro, comparando com o perdão, era bem econômica, sete vezes... e já estava de bom tamanho, mas Jesus escancara a torneira, sete vezes sete, isso é, perdoar sempre. A torneira que o Rei abriu, para perdoar o Servo Devedor, era generosa e jorrava com abundância, perdoou toda a dívida, mas a torneira que ele abriu ao homem que também lhe devia uma pequena quantia, era desse "tamaninho" e nem água saia. Não tinha amor para dar... havia experimentado o Amor no perdão recebido, porém o seu egoísmo o acabou sufocando.
A conclusão do evangelho é muito clara, ninguém pode dar algo que ainda não experimentou e nem recebeu, a nossa experiência de amor com as pessoas, depende da experiência de amor que fizemos com Deus, se ainda não descobrimos o seu amor grandioso manifestado em Jesus, se ainda não nos demos conta de que ele nos ama com um amor sem medidas, gratuito e incondicional, o nosso amor para com as pessoas será sempre assim, uma caricatura do verdadeiro amor, um amorzinho frágil, pequeno, um amor que exclui e que não sabe nunca perdoar.
Quem faz a experiência do amor de Deus, manifestado em Jesus e percebido na relação com as pessoas que nos amam, não tem a tentação de colocar um limite ao amor, como era a intenção de Pedro.
Começando pela comunidade, prestemos atenção no nosso jeito de amar, que deve passar para as pessoas o sentimento de que Deus as ama, antes porém, é necessário se perguntar se já descobrimos esse amor grandioso em nós...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. É preciso perdoar sempre
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Aceitar a correção fraterna e promover a ajuda mútua são manifestações do dom da sabedoria. Mais um passo à frente e encontramos o perdão. Somos incapazes de não cometer erros, por isso, é muito bom poder ser perdoado! Pedro acha que é bastante perdoar sete vezes. Jesus pensa que é preciso perdoar mais e diz “setenta vezes sete!”, o que significa “sempre”. É preciso perdoar sempre para poder ser perdoado. Jesus conta a história de um empregado que foi perdoado, e muito, e não soube perdoar um companheiro que lhe devia pouca coisa. Ele foi punido e Jesus conclui que também nós seremos punidos pelo Pai do céu, se não perdoarmos de coração o nosso irmão. Poderíamos desculpar o empregado que não perdoou, dizendo que ele agiu dessa forma para ter com que pagar o seu patrão. “Eu devo e não tenho com que pagar porque quem me deve não me paga.” Na verdade, o empregado já tinha sido perdoado e não havia mais nada a pagar. Pense que Deus é o patrão e você lhe deve muito. Ele perdoa você, que não é capaz de perdoar quem lhe deve pouco! Se a gente quiser acertar e viver em paz, o melhor é perdoar sempre, sem ficar procurando quem tem razão.
Não vivemos nem morremos para nós mesmos, vivemos e morremos para o Senhor. Paulo supõe que tudo o que fazemos, ou pensamos, ou dizemos, fazemos por causa do Senhor. Queremos fazer o que Deus quer, eu e você. Por isso não posso interpretar mal os outros. Devo acreditar que o que o outro faz, ele o faz por causa do Senhor, e não por má vontade. Não pensemos mal dos outros. O outro é tão cristão quanto eu. Não é preciso que todo mundo faça tudo do mesmo jeito. Não é preciso que todos façam do jeito que eu faço. O que é preciso é que todos façam o que Deus quer, cada um do seu jeito.

Veja os ensinamentos claros e diretos do livro do Eclesiástico:
1. Rancor e raiva são coisas tão detestáveis que até o pecador procura dominar. Portanto, nada de rancor e raiva!
2. Deus vai se vingar de quem se vinga dos outros, pedindo contas severas de seus pecados. Portanto, nada de vingança!
3. Perdoe o outro para ser perdoado por Deus. Portanto, perdoe sempre!
4. Não peça a cura de alguma doença com raiva no coração.
5. Não peça o perdão dos pecados sem ter compaixão dos outros.
6. Pense positivo: pense no próprio fim, nos mandamentos, na aliança com Deus, e deixe de lado o ódio, o rancor, a falta alheia.

Deus perdoa, cura, salva, tem carinho e compaixão, não é rancoroso, não vive queixando-se de nós, nos trata bem e não nos pune, apesar de nossas faltas.

HOMILIA DIÁRIA

A maior experiência de amor que podemos fazer é o perdão

Postado por: homilia
março 5th, 2013

O Evangelho de hoje nos fala dos relacionamentos entre Deus e os homens, e dos homens entre si.
Começaremos dizendo que Deus cria o homem por pura benevolência e o faz participar da Sua dignidade. A partir daí, o homem se converte em grande devedor de Deus. Primeiro da vida – como dom gratuito de Deus – e por isso seu promotor e protetor, quer no início quer na fase terminal. Ele foi constituído por Deus como senhor e guarda da natureza: “Crescei-vos, multiplicai-vos, dominai e sujeitai a terra” (Gn 1,28a).
Porque criados à imagem e semelhança de Deus – homem e mulher os criou – Deus estabelece relações entre os homens.
...Como cristãos, embora ainda pequenos, somos convidados, interpelados e impelidos a viver este sonho de Deus em nossa vida. Sonho que se realiza quando amamos, acolhemos e perdoamos os erros e falhas uns dos outros. Portanto, é tempo de viver um constante amar e perdoar sem fim. Aliás, é isso que signIfica as palavras de Jesus ante a pergunta de Pedro: “Quantas vezes deverei perdoar se meu irmão me ofender. Até sete vezes?”
Deus quer nos falar neste dia sobre um assunto tremendamente importante. Eu diria essencial para que os relacionamentos em família possam gozar de inteira comunhão. Refiro-me ao perdão. O perdão é a maior experiência de amor que podemos fazer e não há dia ou tempo marcado para ele. Por desconhecermos as implicações do ato de perdoar e ser perdoado, é que vemos a cada dia lares se desfazendo, filhos abandonando os seus pais, casais se divorciando, irmãos brigando contra irmãos.
Vivemos num mundo, de fato, carente do amor e do perdão. Recordo a você, meu irmão, que a resposta de Senhor: “Não te digo até sete vezes mas até setenta vezes sete”, nos faz mergulhar na imensidade da misericórdia de Deus.
Deus não faz “matemática” para saber até quanto deve perdoar. Veja o que acontece conosco, quando nos ajoelhamos diante d’Ele reconhecendo nossos pecados e pedimos perdão com o propósito de nos corrigirmos, na pessoa do empregado que, de joelhos, diz ao seu patrão: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo”. Diante disso, “o patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora”.
Se o simples patrão perdoou a grande dívida, quanto mais Deus que é rico em misericórdia – que perdoa até a milésima geração – não nos perdoará os nossos pecados se a Ele recorrermos, noite e dia, com gemidos inefáveis?
Quem ama não pode olhar “quantas vezes” as pessoas lhe ofenderam, acusaram injustamente, traíram, enganaram e também “quantas vezes” já perdoou aos que lhe fizeram tudo isso. É necessário perdoar sempre.
A falta do perdão entre os homens é tão forte que, a cada segundo que passa, nos deparamos com o que aconteceu na parábola que Jesus contou. Cristãos que pedem que Deus os perdoe, mas eles mesmo não perdoam. Ou, se o fazem, é só da “boca pra fora” e não de coração. Se isso acontece com você, o desfecho será: “Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você”.
Tomemos para nossas vidas a advertência de Jesus: “É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 05/03/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos uma alma grande para perdoar sem julgamentos; um coração aberto para acolher todos os companheiros que nos deste para a viagem por este mundo encantado. Assis estaremos seguindo os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender que o perdão e não o julgamento deve ser nossa atitude com relação ao irmão. Ensina-nos, Pai amado, a Compaixão – que é a nossa entrega, libertada de julgamentos, para o consolo dos que sofrem, dos que são perseguidos, dos pobres deste mundo. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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