domingo, 26 de março de 2017

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 27/03/2017 A 31/03/2017

Ano A



27 de Março de 2017

Jo 4,43-54

Comentário do Evangelho

Confiança na palavra de Jesus.

Trata-se aqui, depois das bodas de Caná, do segundo sinal (v. 54). O sinal não é evidente por si mesmo, uma vez que ele aponta para outra realidade. Do ponto de vista do evangelho, o sinal exige discernimento e o salto da fé. Se o que Jesus realiza é visto como sinal, então, ele conduz à fé (cf. Jo 2,11; 4,53b; 20,30-31). Jesus é apresentado como Aquele cuja palavra faz viver. Sua palavra é eficaz, realiza o que diz, assim como a Palavra de Deus no primeiro relato da criação, em que todo o universo conhece a existência pela palavra criadora e eficaz de Deus (Gn 1,1–2,4a). Não há nenhum gesto feito por Jesus. Há uma palavra dita, palavra de Jesus que o funcionário do rei acreditou. Por essa palavra, o funcionário e todos os de sua casa puderam ver irromper um tempo novo em que a vida é transfigurada. A confiança na palavra do Senhor permite viver e constatar que para Deus nada é impossível. Para o leitor deste relato há um convite à confiança na palavra eficaz de Jesus. Essa confiança é um caminho que permite experimentar e conhecer a vida como dom de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de fé, concede-me a confiança necessária que me permita ser atendido por Jesus, quando a ele eu suplicar.
Fonte: Paulinas em 31/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

Aquele pai não precisou ver o filho curado para acreditar em Jesus. A Palavra bastou. Nós temos a Palavra do Mestre, que nos promete sua Presença em nós e entre nós até o fim dos tempos. Proclamemos entre os irmãos nossas certeza e gratidão por tamanho dom.

Reflexão

Jesus declarou que um profeta não é honrado na sua própria terra. Como ele foi criado na cidade de Nazaré, que fica na Galiléia, fazia referência aos galileus, que precisavam de sinais e prodígios para crer e ficavam exigindo que Jesus operasse milagres que testemunhariam que ele de fato era o Filho de Deus. Jesus nos mostra que o processo é justamente o contrário: não são os sinais que devem nos levar a crer, mas é a nossa fé que deve produzir sinais de Reino de Deus, sinais de fraternidade, de justiça, de amor, de vida em abundância. Porque ter fé significa ter a presença amorosa e solidária de Deus em todos os momentos da vida.

Recadinho

Preciso de milagre para viver minha fé? - E para meu lar, preciso buscar algum socorro especial de Deus? - Será que o maior milagre que me falta não depende de mim, de meu coração? - Encaro minha vida a partir da cruz de Cristo? - Rezemos hoje, de coração sincero, com Santo Agostinho: “Nosso coração está inquieto, Senhor, até que descanse em vós!”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 31/03/2014

Meditando o evangelho

EM BUSCA DA VIDA

A ação taumatúrgica de Jesus despertava grande interesse. Seus milagres eram manifestações palpáveis de seu poder sobre a vida humana. Por isso, acorriam a ele gente de todos os lugares, suplicando-lhe a cura. E todos eram atendidos, sem distinção. Exigia-se, apenas, a fé de quem desejava ser curado. Sem esta fé, o gesto de Jesus poderia ser interpretado como uma espécie de passe de mágica.
Até um oficial do imperador romano, pagão certamente, movido pela fé, dirigiu-se a Jesus para implorar por seu filho, às portas da morte. O Mestre questionou-o, como se estivesse subordinando o ato de fé à visão de sinais e prodígios realizados por ele. O oficial, no entanto, manifestou uma fé profunda, pelo fato mesmo de partir, imediatamente, assim que Jesus lhe garantiu que seu filho estava vivo. Ao constatar o milagre, ele e toda a sua família abraçaram a fé.
A existência de Jesus pode ser definida como um contínuo partilhar vida. Ele veio trazer vida e não se recusava a atender a quem se aproximava dele implorando vida.
É paradoxal que, apesar dos sinais realizados por Jesus, que revelavam sua identidade, houvesse sempre quem o colocasse sob suspeita. Mesmo assim, o Mestre continuava a dar provas de que viera para comunicar vida, e vida em abundância.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, reconheço que és a fonte da vida! Faze-me participar desta vida que jorra de ti.

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a valorizar a nossa vida – simplesmente o fato de existirmos – sem a necessidade de buscar outros milagres. Que aprendamos a enxergar a tua Presença – em nós, como Pai, e no Universo, como Criador. Esta é a graça que nos ofereces para a caminhada neste planeta abençoado. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.


28 de Março de 2017

Jo 5,1-16

Comentário do Evangelho

Misericórdia que liberta

O texto do evangelho é o relato do terceiro de uma série de sete sinais realizados por Jesus, segundo o evangelho de João. Tudo está centrado na iniciativa de Jesus. Se o relato localiza o episódio em Jerusalém e, especificamente, junto à piscina de Bezata (= casa da misericórdia), em que se depositava grande expectativa terapêutica, o autor não lhe confere nenhuma importância, mas focaliza a pessoa de Jesus. O longo período de duração da enfermidade contrasta com a cura mediante a palavra eficaz de Jesus. Para aquele enfermo, cuja doença, fruto do pecado, o leitor não é informado, o tempo da espera acabou, pois é por meio de Jesus e não das águas borbulhantes da piscina que ele é liberto do pecado e da enfermidade. O relato tem um tom de controvérsia, pois a cura é feita em dia de sábado. Interpelado pelos judeus, o homem curado menciona a palavra eficaz do Senhor que não somente é superior ao sábado, mas realiza plenamente o descanso sabático pela prática da misericórdia que liberta. No entanto, o apego a um modo de pôr em prática a lei impedirá os judeus de reconheceram naquela palavra de Jesus o sinal que conduz a Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, aproxima-me de Jesus, de quem jorra a fonte da vida, para que eu possa ser curado de todas as doenças e enfermidades que me afastam de ti.
Fonte: Paulinas em 01/04/2014

Vivendo a Palavra

O apego à letra da Lei não raras vezes nos faz esquecer o seu espírito. Para Jesus, o importante era o bem do homem. Para as autoridades, era o cumprimento estrito da Lei. Estejamos vigilantes, para que o mesmo não aconteça conosco, em nossos dias. Amar o próximo é querer o seu bem: que ele viva plenamente.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2014

Reflexão

Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.

Recadinho

Minha oração é confiante e perseverante? - Como respeito o dia do Senhor que para nós hoje é o domingo? - Quais sacramentos da Igreja recebo e com que frequência? - Como se explica o fato de tanta gente sofrer muito e ser realmente feliz? - Como podemos manifestar gratidão a Deus pelas maravilhas que Ele realiza?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 01/04/2014

Meditando o evangelho

COLABORANDO COM O PRÓXIMO

A presença de Jesus era aquilo que faltava para que o paralítico obtivesse a cura desejada. O imenso desejo de ser curado levou-o, durante 38 longos anos, à piscina de Betesda, cujas águas, ao pôr-se em movimento, restituíam a saúde ao primeiro que nelas entrasse. No entanto, por ser paralítico, aquele homem não tinha agilidade suficiente para antecipar-se aos demais doentes. Resultado: permanecia ali, curtindo sua esperança de cura, enquanto outros eram miraculados.
A chegada de Jesus abriu-lhe a inesperada perspectiva de ser curado, sem necessidade do contato com as águas revoltas. E o milagre aconteceu. A seguir, obedecendo à ordem de Jesus, ele pegou a cama na qual jazia, e pôs-se a caminhar, sem dificuldade.
Este fato evangélico ajuda-nos a descobrir um sentido novo, na paixão de Jesus. Tal qual este doente de Jerusalém, toda a humanidade encontrava-se como que paralisada por causa do pecado, ansiando, ardentemente, pela libertação. Por si mesmas, as pessoas não conseguiriam atingir este objetivo. Necessitaram, pois, da ajuda de Jesus, cuja vida consistiu em colaborar para que todos nós pudéssemos superar a paralisia do pecado, e caminhar livremente para Deus. Em última análise, todos somos como o paralítico. Só Jesus, por sua morte e ressurreição, pode propiciar-nos a libertação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de acolhida, torna-me sensível para eu reconhecer que, pela morte e ressurreição de Jesus, o Pai possibilitou a minha salvação.

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a liberdade interior de procurar sempre o bem maior para nosso próximo, ainda que a interpretação literal do mandamento pareça dizer outra coisa. Queremos seguir com alegria e gratidão os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2014


29 de Março de 2017

Jo 5,17-30

Comentário do Evangelho

O agir misericordioso do Pai

O nosso texto é a sequência do episódio anterior; é a ampliação da resposta de Jesus à objeção dos judeus. Jesus fundamenta seu agir misericordioso, em dia de sábado, no trabalho incessante e ininterrupto do Pai. O Pai trabalha sempre em favor de toda a humanidade. A missão de Jesus é expressão de sua profunda união com o Pai. A Comunhão com o Pai faz com que o Filho faça a obra de quem o enviou. A afirmação do v. 17 encontra apoio em Dt 5,12-15, em que não se diz que Deus descansa, mas que o homem deve repousar para poder fazer memória de como Deus libertou o seu povo da “casa da servidão”. Essa memória exige tornar presente, sobretudo no dia de sábado, a mesma ação de Deus que libertou o seu povo da escravidão. O texto nos oferece, ainda, o motivo da condenação à morte de Jesus: violação do sábado e blasfêmia, fazer-se igual a Deus. A “posse” da vida eterna se dá por uma dupla atitude: escuta da palavra de Jesus e fé no Pai que o enviou. Daí que a vida eterna não é algo prometido para além da morte, mas uma realidade a ser vivida enquanto se é peregrino neste mundo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, faze-me compreender que tua união com o Pai prepara o caminho para que também eu viva em comunhão com ele.
Fonte: Paulinas em 02/04/2014

Vivendo a Palavra

Jesus revela o segredo de sua relação profunda com o Pai. E garante: “quem ouve a minha palavra e acredita naquele que me enviou, possui a vida eterna.” Estejamos atentos à Palavra Encarnada do Pai, Jesus de Nazaré, que é o caminho único e seguro para o Reino do Céu – cujos sinais já se manifestam em nós e entre nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2014

Reflexão

Jesus começa aos poucos a manifestar a sua origem e a sua natureza divina. Ele de fato é o Filho de Deus, que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e realizar a sua obra, que é a salvação de todas as pessoas, salvação que significa ressurreição e vida eterna, libertação do jugo do pecado e da morte. Mas esta obra é somente para quem crê que Jesus é o Filho de Deus, é para quem crê que ele veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e vê na sua ação a ação divina em favor dos homens, de modo que a fé é essencial para a nossa salvação, para a nossa ressurreição e para que vivamos eternamente.

Recadinho

Quando recebemos o dom da Vida? - Há maneiras diversas de atentar contra a vida? - Temos tendência para julgar nosso próximo? - Como encaramos a realidade da morte? É difícil pensar nela? - Tem em mente alguém de seu relacionamento que teve vida santa e não está mais entre nós?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 02/04/2014

Meditando o evangelho

O FILHO E O PAI

Elemento fundamental da ação de Jesus foi sua constante referência ao Pai. O Filho realizava as obras do Pai. O Pai expressava-se nas obras do Filho. O Filho não se fechava no seu mundo, limitando-se a cultivar um projeto terreno, cujas perspectivas não ultrapassavam seu próprio eu. Por sua vez, o Pai também não se fechava na sua transcendência, prescindindo dos seres humanos e sua história. A comunhão entre o Pai e o Filho acabava por entrelaçar Céu e Terra, divino e humano, transcendência e História.
Apesar de terem sido educados numa tradição teológica em que Deus revela sua relação histórica com o povo de Israel, os contemporâneos de Jesus foram incapazes de compreender que, nele, Deus se aproximava da humanidade de um modo diferente. Eles não podiam suportar que um indivíduo, como eles, tivesse a ousadia de julgar-se tão próximo de Deus. Por isso é que decidiram eliminar o Mestre.
A decisão violenta dos judeus obrigou Jesus a explicitar como se dá a relação Pai-Filho. É uma relação de amor, que leva o Pai a revelar ao Filho todos seus pensamentos, e como deve agir. O amor desemboca na ação.
A paixão de Jesus deve ser contemplada nesta perspectiva: sua fidelidade extrema, corresponde à vontade do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de fidelidade, leva-me a contemplar a paixão de Jesus como o gesto supremo de sua comunhão com o Pai, o qual sempre lhe revelava o modo mais conveniente de agir.

Oração Final
Pai Santo, que nos emprestaste esta terra cheia de encantamento para nela vivermos os sinais do teu Reino de Amor, dá-nos por Teu Espírito coragem, gratidão e alegria para proclamarmos entre os irmãos de caminhada o Nome do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Sento.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2014


30 de Março de 2017

Jo 5,31-47

Comentário do Evangelho

As obras dão testemunho de Jesus

Como é habitual no evangelho segundo João, os temas desenvolvidos nesse trecho do discurso de Jesus já se encontram no prólogo e serão desenvolvidos ao longo de todo o evangelho. As obras de Jesus têm um caráter de sinal; se compreendidas como tal, elas conduzem a Deus. Por isso, as obras dão testemunho de Jesus, pois nelas se revela o desígnio salvífico de Deus. Mas não somente isso, pois a força do testemunho em favor de Jesus vem do Pai. A vontade do Pai está na origem e sustenta a missão de Jesus. Sendo assim, não basta simplesmente escutar Jesus, é preciso deixar-se iluminar e habitar por sua Palavra. A razão, de fato, da resistência dos judeus com relação a Jesus é a falta de fé em Deus (cf. vv. 37-38), e a falta de compreensão do verdadeiro sentido da Escritura (cf. v. 39). Toda a Escritura se destina e encontra seu sentido em Jesus Cristo (cf. v. 45-47). O fechamento nos próprios interesses e o desejo de honras mundanas (cf. v. 44) impedem os opositores de Jesus de reconhecerem que a vida de Deus “in-habita” em Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me suficiente inteligência para descobrir, no testemunho de Jesus, sua condição de Filho enviado por ti, para a nossa salvação.
Fonte: Paulinas em 03/04/2014

Vivendo a Palavra

Para os filhos de Israel, o Pai dava testemunho do Filho através das obras que realizava. Para nós, o sinal é a sua ressurreição. Crer que o Pai está no Filho, o Filho está no Pai e os dois estão em nós é o caminho seguro para desde agora vivermos os sinais da Vida Eterna, que um dia será plena, no Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2014

Reflexão

Ninguém aceita gratuitamente algo como sendo verdadeiro. Só acreditamos que algo é verdadeiro quando temos um fundamento para isso. Assim as pessoas agem em relação a Jesus, exigem uma garantia de verdade a respeito de tudo o que ele fala para que creiam nela. Isso acontece em primeiro lugar porque não acreditam no amor e na ação do próprio Deus na vida das pessoas. Também acontece porque não são capazes de encontrar nas Sagradas Escrituras o testemunho de Jesus e de suas obras. Somente quem se abre a Deus e à sua revelação reconhece a verdade em Jesus.

Recadinho

As obras que faço dão testemunho da ação de Deus em mim? - Busco na Bíblia inspiração para dar testemunho da presença de Deus? - Como falo de Deus? Com exemplos ou com palavras? Ou com ambas? - Como a sociedade reconhece que sou cristão? - Agradeça a Deus o dom de ser membro vivo e ativo na Igreja.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 03/04/2014

Meditando o evangelho

O PAI DÁ TESTEMUNHO DE JESUS

O sentimento de pertença ao Pai e a consciência de tê-lo a seu favor eram fundamentais na vida de Jesus. Afinal, ele não tinha nenhuma instituição a quem apelar para justificar sua ação. Não pertencia a nenhum dos partidos religiosos da época. Não era de família sacerdotal. Nem se apresentava com o título de rabi. Falando em termos humanos, Jesus era totalmente independente. Por conseguinte, seus inimigos não sabiam como classificá-lo e careciam de pistas para interpretar seu modo de proceder.
Na perspectiva do Filho de Deus, tudo se passava de maneira diferente. Ele tinha consciência de contar com o apoio do Pai em tudo quanto fazia. Por fidelidade a ele, sentia-se movido a ir adiante, sem retroceder, dispensando o reconhecimento e a glória do mundo. Bastava o que lhe era oferecido pelo Pai.
Todavia, Jesus não se prevaleceu de sua condição de enviado. A fidelidade ao querer do Pai norteou seu agir. Nada mais lhe interessava, senão ser reconhecido como fiel pelo Pai.
Apesar das adversidades, sentia-se motivado a seguir adiante. Além do Pai, as Escrituras também o apoiavam. Nelas encontrava luzes que justificavam o rumo dado à sua vida. E não tinha dúvida de estar no caminho certo. Ele não corria o risco de agir como um impostor, que evoca Deus para, no fundo, impor sua vontade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, creio que o Pai testemunha a teu favor, e quero também colocar-me do teu lado.

Oração Final
Pai Santo, ainda que não possamos compreender o grande Mistério da Encarnação do teu Filho Unigênito, que o Espírito Santo nos faça agradecidos pelo Teu dom inefável e nos dê alegria e coragem para anunciá-lo ao Mundo. Nós te pedimos, Pai amado, pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2014


31 de Março de 2017

Jo 7,1-2.10.25-30

Comentário do Evangelho

Deus é surpreendente

Os evangelhos sinóticos e João coincidem ao afirmar que Jesus foi, se não em todo o período de sua vida pública, em boa parte dela, perseguido e sua vida, ameaçada, e que era pública a intenção de matá-lo; e, ao menos em determinadas circunstâncias, como o relato de hoje nos permite concluir, Jesus não andava com os seus discípulos. O relato é, ainda, ocasião de o leitor compreender a mentalidade equivocada acerca do Messias: para um bom número de judeus o Messias não teria origem humana. Pensando conhecer a origem de Jesus, esses anônimos do versículo 25 se equivocam, ignoram os desígnios de Deus e se esquecem de que Deus é surpreendente. O ensinamento de Jesus no Templo revela com uma fina ironia a ignorância deles. A verdadeira origem de Jesus é divina. O hermetismo no qual estão enredados lhes impediu, inclusive, de conhecer verdadeiramente Deus e o seu desígnio. Essa crítica revela a verdadeira razão da ignorância deles: não chegaram, de fato, a conhecer Deus. A oposição passional, diga-se irracional, leva os adversários de Jesus a querer prendê-lo. Descoberto, o mal mostra toda a sua armadilha maléfica. Mas a história relida à luz do mistério de Cristo mostra que o desígnio de Deus tem o seu dinamismo e tempo próprios.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, minha vida está colocada em tuas mãos, pois tu és o Senhor do meu destino. Movido por esta certeza, dá-me a graça de testemunhar, com coragem, o teu Reino.
Fonte: Paulinas em 04/04/2014

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre não escondia a Verdade – que era Ele mesmo! – para garantir sua segurança diante das autoridades injustas de seu tempo. Por isto, deixou a Galiléia, indo para Jerusalém, na Judéia. Este é o exemplo de fidelidade e coragem que lega para os seus discípulos de todos os tempos, que hoje somos nós. Sigamo-lo!
Fonte: Arquidiocese BH em 04/04/2014

Reflexão

A descrença pode ter conseqüências terríveis como nos revela o Evangelho de hoje. As pessoas que acreditaram em Jesus procuraram seguir seus ensinamentos e viver uma nova forma de relacionamento com Deus, de modo que a sua fé gerava a vida em abundância. Os que não aceitavam as palavras de Jesus não só se privavam desta vida como também procuravam tirar a vida de Jesus. Mas o nosso Deus é o Deus da vida. A descrença luta contra a vida e pode até mesmo tirar a vida das pessoas, mas tira apenas a vida biológica, e o sangue que é derramado fertiliza a terra para que nela brote as sementes de vida eterna. O sangue de Jesus foi derramado, assim como o de muitos mártires, e isso faz com que as sementes do Reino cresçam e dêem fruto.

Recadinho

Quais as celebrações da Igreja que mais nos atraem? - Ainda há muita gente no mundo que não conhece Cristo? - Para nós é difícil crescer no conhecimento das coisas de Deus? - E para partilhar a fé? - Agradeçamos a Deus que nos dá o dom de conhecer e testemunhar o Evangelho.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 04/04/2014

Meditando o evangelho

A CORAGEM DO MESSIAS

Na medida em que avançava no seu ministério, levantavam-se, para Jesus, toda espécie de barreiras. Seus adversários sentiam-se questionados por ele, e não sabiam como enfrentá-lo, na base do diálogo. Os argumentos do Mestre deixavam-nos desarmados. E eles não tinham a quem apelar, mesmo recorrendo à sabedoria que pensavam possuir.
A decisão de matar Jesus visava eliminar o mal pela raiz. Seria uma maneira de fazer calar, para sempre, aquela voz incômoda, banindo-o do meio do povo. Recorrendo à violência, os inimigos de Jesus pensavam resolver um problema com o qual recusavam defrontar-se: é possível Deus fazer-se presente na história humana, na pessoa de um homem?
Apesar de se precaver, o Mestre não se deixou levar pelo medo. Antes, mostrou-se suficientemente corajoso para defrontar-se, cara-a-cara, com quem ameaçava tirar-lhe a vida.
O templo de Jerusalém foi o palco do confronto. Aí ele se pôs a pregar, abertamente, sua condição de enviado do Pai, ou seja, sua condição divina. Sua pregação derrubava o orgulho de seus adversários, pois ele é quem tinha o verdadeiro conhecimento do Pai. Enganavam-se seus adversários ao cultuar um Deus diferente daquele anunciado por ele. Por isso, a atitude mais sensata seria a de converter-se ao Deus de Jesus, deixando de lado a violência inútil.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de destemor, em meio às contrariedades por causa da fé, faze-me imitar a coragem do Mestre Jesus.

Oração Final
Pai Santo, o mundo não aceita a Verdade. A sociedade de consumo nos seduz com as enganadoras promessas egoísticas do ter, do poder e do prazer cada vez maiores, fugindo à porta estreita e ao caminho áspero que nos levam ao teu Reino. Dá-nos, Pai amado, força e coragem para seguirmos o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/04/2014


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