terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 13/02/2017 A 18/02/2017

Ano A



Mc 8,11-13

Comentário do Evangelho

Os sinais de Jesus, sinais do Reino

A brevidade da cena e do diálogo mostra a decisão deliberada e firme de Jesus de não ceder a nenhum tipo de tentação que possa desviá-lo de sua missão. O nosso texto é a prova de que as tentações de Jesus não fizeram parte de um único momento da sua vida (Mc 1,12-13; Mt 4,1-11; Lc 4,1-13), mas se estenderam por toda a sua existência terrestre. O trecho ajuda o leitor a compreender que as tentações se dão no exercício e em relação à missão e à filiação divina de Jesus. Ele se recusa a fazer qualquer gesto sem motivo e a seu favor, somente para ganhar reconhecimento e aplausos; rejeita toda proposta que o desvie do caminho de um messianismo profundamente marcado pela humildade e pelo serviço. A adesão à pessoa de Jesus não pode se dar através de gestos espetaculares, de um sinal vindo do céu, mas através de uma decisão livre. Nossa perícope está situada imediatamente depois do segundo relato da “multiplicação dos pães”. O sinal sobre o qual se baseia a adesão livre a Jesus é a sua vida entregue, para que todo o povo não desfaleça pelo caminho (cf. Mc 8,3).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.
Fonte: Paulinas em 17/02/2014

Vivendo a Palavra

Condenamos a incredulidade dos fariseus, que pedem sinais extraordinários. Não poucas vezes também nós andamos em busca desses sinais, esquecidos de que a fé é entrega total a Deus, com a mesma confiança de uma criança que se joga nos braços confiáveis do seu pai. Nossa vida e a fé são os grandes sinais que recebemos do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2014

Reflexão

Quando Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, a segunda tentação era que ele se atirasse do pináculo do Templo, uma vez que os anjos cuidariam dele.Mas a resposta que Jesus deu ao demônio foi: "Não tentarás o Senhor teu Deus". O Evangelho de hoje nos mostra que existem pessoas que sempre estão tentando a Deus, pois, assim como os fariseus pediam um sinal do céu para por Jesus à prova, muitas pessoas querem fazer chantagem com Deus, fazendo uma série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.

Recadinho

Tenho consciência de que as demonstrações de fé são aquelas que expresso nas horas mais difíceis? - É verdade que nos momentos difíceis quanto mais me dedico ao próximo mais forças encontro para vencer meus problemas? - Procuro de fato as ocasiões de fazer o bem? - O que me leva a agir com dedicação e espírito de serviço? - Dou-me conta de que quanto mais me dedico ao próximo mais abençoado sou por Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 17/02/2014

Meditando o evangelho

UM SINAL DO CÉU

Um sinal vindo diretamente do céu era a exigência dos fariseus para darem crédito a Jesus. Os feitos prodigiosos que ele tinha realizado, até então, não foram suficientes para convencê-los. Haveria algo ainda mais espetacular que pudesse ser feito, de modo a forçá-los à conversão?
A presença dos adversários de Jesus era problemática. Tinham vindo com a clara intenção de discutir com o Mestre, a fim de pô-lo à prova. Portanto, faltava-lhes um mínimo de boa vontade para acolher o testemunho de Jesus, com imparcialidade, e dar-lhe crédito. O sinal do céu, que esperavam, deveria consistir numa intervenção espetacular vinda diretamente do céu, logo, de Deus, de modo a não pairar nenhuma dúvida a respeito da identidade messiânica do Mestre.
O pedido dos fariseus foi capcioso. Eles conheciam muito bem o modo de agir de Jesus, e como detestava fazer exibição de poder. Portanto, pediram-lhe algo que, de antemão, sabiam que não iria realizar. Daí puderam concluir que o Mestre não lhes apresentou o sinal comprobatório de sua messianidade. Por conseguinte, declararam ser falso testemunho dele.
Jesus foi peremptório em recusar-se a lhes dar qualquer tipo de sinal. Para gente como os seus adversários, não seria dado nenhum sinal. Se não eram capazes de perceber o Reino de Deus acontecendo por meio de sinais realizados na Terra, não seria um sinal formidável, vindo do céu, que haveria de convencê-los.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para reconhecer a messianidade de teu filho Jesus manifestada no bem que ele fez ao povo e no seu modo simples de ser.

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender o que significa a tua Graça. Por puro amor paternal tu nos dás a Vida para que a partilhemos com os companheiros de caminhada. Ensina-nos, Pai amado, a sermos agradecidos a Ti e generosos com os irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2014


14 de Fevereiro de 2017

Mc 8,14-21

Comentário do Evangelho

Os discípulos, desatentos em relação à observação de Jesus

Jesus aproveita o esquecimento e a discussão entre os discípulos para repreendê-los por causa da incredulidade deles, pois não obstante tudo o que têm ouvido e contemplado do que Jesus faz, não são capazes de ir a fundo na mensagem contida no ensinamento de Jesus nem ver no que ele faz – o texto faz referência às duas multiplicações dos pães – “sinais” que remetem ao mistério de Deus que habita a vida de Jesus. O tom do relato é áspero, expressão da indignação de Jesus acerca da atitude dos discípulos. Vê na atitude deles o perigo de serem contaminados pelo apego desordenado às tradições humanas (cf. Mc 7,1-23), à necessidade de ver um sinal do céu (cf. Mc 8,11) e ao poder pelo poder. Daí o alerta quanto ao cuidado em relação ao “fermento dos fariseus e o de Herodes”. Em nosso caso se trata da influência maléfica do ensinamento e da prática dos fariseus e do péssimo exemplo de Herodes, que podiam contaminar a todos. Na tradição rabínica o fermento era, ainda, metáfora do pecado e da corrupção. Em nosso texto, trata-se de não ser seduzido pelo ensinamento e pela atitude representados por esses dois elementos: fariseus e Herodes.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha fé na tua providência paterna que se manifestou de tantos modos em minha vida, e livra-me de colocar minha esperança nas coisas deste mundo.
Fonte: Paulinas em 18/02/2014

Vivendo a Palavra

Ontem os fariseus pediam um sinal a Jesus. Nesta passagem, os discípulos mostram que mesmo eles ainda não haviam entendido. E nós: será que compreendemos que o cuidado que merece ser tomado é com o Reino do Pai e seu anúncio aos homens? Que tudo o mais virá por acréscimo, como garantiu o Cristo?
Fonte: Arquidiocese BH em 18/02/2014

Vivendo a Palavra

O ‘fermento dos fariseus’ a que o Mestre se referia é a nossa mesma idolatria: adoramos o dinheiro, o poder, os prazeres, não poucas vezes dissimulando-os com práticas religiosas apenas superficiais, cumprimento de regras exteriores apenas para parecer e não para sermos seguidores dele, o Cristo Jesus.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

Todos nós temos uma hierarquia de valores que servem como critério para a nossa vida e tudo o que temos e fazemos está subordinado a essa hierarquia. A maioria das pessoas orienta a sua vida para a satisfação das suas necessidades primárias e instintivas. Assim, os seus valores principais são a comida, a bebida e o sexo, de modo que essas pessoas, apesar de civilizadas, possuem a mesma hierarquia de valores que os animais: buscam apenas a satisfação dos próprios instintos. Essas pessoas não aceitam a Jesus e criticam a sua doutrina porque a sua dependência aos instintos lhes cega a vista e endurece os seus corações, de modo que não podem compreender a verdadeira hierarquia de valores que Jesus veio trazer para que as pessoas não vivam instintivamente, mas tenham vida em abundância.

Recadinho

O pão do dia a dia leva-nos a pensar sempre na Eucaristia? - Jesus fala de fermento. Somos como fermento de bondade no meio do mundo? - Desanimamos facilmente diante das dificuldades ou somos persistentes? - Somos reconhecidos à imensidão da bondade de Deus? - Procuro também ser generoso para com todos como Deus é generoso para comigo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 18/02/2014

Meditando o evangelho

O FERMENTO PERIGOSO

A contaminação dos discípulos através do fermento dos fariseus e de Herodes consistia numa espécie de materialismo que se apossava deles.
Quando os discípulos deixaram tudo para seguir Jesus, optaram por colocar-se nas mãos da Providência. Não lhes tinha sido prometido recompensa de espécie alguma, nem o Mestre lhes havia garantido uma vida cômoda e tranqüila. O discipulado basear-se-ia na total confiança em Deus e na recusa de construir a própria segurança com a posse dos bens materiais. Por conseguinte, a pobreza seria um traço característico do projeto de vida dos discípulos.
O sinal de que algo estranho estava acontecendo com eles ficou patente quando, em plena travessia do lago, deram-se conta de não terem trazido pão suficiente para todos. E começaram a falar sobre isto, lamentando-se e se autocensurando, pois, ao desembarcarem, não teriam chance de comprar pão necessário para alimentar-se.
Jesus os censurou, chamando-lhes a atenção para o tema da solidariedade e da partilha. Assim como multidões foram alimentadas, por causa da solidariedade de alguém que partilhou seus poucos pães e peixes, o mesmo iria acontecer com eles.
O discípulo deve ser o primeiro a acreditar no milagre da partilha. É esta a maneira como o Pai costuma agir em favor deles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, reforça minha fé na tua providência paterna que se manifestou de tantos modos em minha vida, e livra-me de colocar minha esperança nas coisas deste mundo.

Oração Final
Pai Santo, faze-nos discípulos transparentes. Que a nossa vida, mais do que as palavras, seja o testemunho do quanto reconhecemos e somos agradecidos pela presença do teu Reino de Amor em nós (à espera de que o conquistemos), trazido que foi pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.


15 de Fevereiro de 2017

Mc 8,22-26

Comentário do Evangelho

A insistência de Jesus

Depois do diálogo com os discípulos marcado, como dissemos, por certa aspereza e indignação, o evangelista pôs este relato da cura do cego de Betsaida. No episódio precedente (8,14-21) é observada com clareza a incredulidade dos discípulos; uma forma de afirmar a cegueira espiritual deles (cf. 8,18). Nesse sentido, o texto de hoje tem um forte valor simbólico, a saber, ele exprime o desejo de Jesus de abrir os olhos dos seus discípulos. A intenção de ir a Betsaida já havia sido anunciada em 6,45, depois do relato da primeira multiplicação dos pães. O cego é levado por outros, o que se compreende em relação à sua deficiência. Jesus também o toma pela mão para conduzi-lo para fora do vilarejo. Esse gesto de Jesus pode ser entendido também em relação à limitação daquele anônimo, conhecido somente por sua cegueira. No entanto, há, aqui, um plus: a condução do cego por Jesus já é o início da cura. O gesto repetido da imposição das mãos, até o cego ver claramente, é símbolo da dificuldade e do processo necessário até que os discípulos vejam com clareza. A clareza da visão e a compreensão do mistério de Cristo não se darão de uma só vez; será preciso um longo itinerário. O termo desse caminho é a ressurreição do Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, abre meus olhos para que, pela fé, eu reconheça teu filho Jesus, e possa beneficiar-me da força libertadora que dele provém.
Fonte: Paulinas em 19/02/2014

Vivendo a Palavra

Em meio à multidão, Jesus toma o cego pela mão e o separa do grupo para cuidar dele. Estabelece para nós o caminho a ser seguido: o anúncio do Reino do Pai não visa a converter multidões anônimas, mas se dirige pessoalmente a cada um dos nossos irmãos – com carinho e cuidado.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/02/2014

Reflexão

Jesus retira o homem do povoado, não o cura totalmente na primeira vez que lhe impõe as mãos, o deixa totalmente curado na segunda vez que lhe impõe as mãos e diz para ele não entrar no povoado. Esses elementos nos ajudam numa reflexão sobre o Evangelho de hoje. As pessoas vivem em sociedade e, geralmente, assumem integralmente os seus valores. Esses valores muitas vezes se tornam um obstáculo para a atuação da graça e para a verdadeira libertação dessas pessoas. Depois que a libertação acontece, essas pessoas não podem assumir novamente todos os valores da sociedade, pois voltarão a viver na escuridão do erro e do pecado.

Recadinho

Procuramos enxergar e ser grato por tantos milagres que Deus realiza em nossa vida? - Tomamos cuidado para que o pessimismo não tome conta de nós? - Fazemos o que está a nosso alcance, deixando por fim nas mãos de Deus? - Será que muitas vezes não nos deixamos levar pelo egoísmo? - Enxergamos o mundo à nossa volta que necessita de fraternidade, generosidade e perdão.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 19/02/2014

Meditando o evangelho

UM RITO LIBERTADOR

O cego trazido à presença de Jesus foi submetido a um verdadeiro ritual, até ser definitivamente libertado de sua cegueira.
A primeira providência de Jesus consistiu em tomá-lo pela mão e conduzi-lo para fora da cidade, a fim de evitar que a cura se tornasse um espetáculo aos olhos da multidão. Tudo se passou entre o Mestre e o infeliz. O segundo gesto de Jesus foi a unção dos olhos do cego com saliva. O sentido preciso desta ação é desconhecido. Quiçá aponte para a força curativa de Jesus agindo sobre o cego, ou mesmo, represente sua solidariedade para com aquele homem carente de misericórdia. O gesto seguinte foi a imposição das mãos, duplamente repetida, símbolo da relação especial que se estabeleceu entre ambos. Por esta imposição, Jesus comunicava ao cego o dom da cura. Significava também a torrente de bênçãos jorrando sobre o homem doente, trazendo-lhe, com a cura, a salvação.
Jesus não realizou um ritual de magia, pelo qual a simples unção com saliva e a imposição das mãos produziriam a cura instantânea. Esta aconteceu gradativamente: num primeiro momento, o homem via somente os vultos das pessoas movendo-se. Só depois da segunda imposição das mãos, ele passou a ver com precisão. Quer dizer, quanto mais se aprofundava seu relacionamento com Jesus, mais profunda se tornava a fé do homem cego, e mais ele experimentava o poder libertador do Mestre.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, abre meus olhos para que, pela fé, eu reconheça teu filho Jesus, e possa beneficiar-me da força libertadora que dele provém.


16 de Fevereiro de 2017

Mc 8,27-33

Comentário do Evangelho

Jesus deixa interrogações sobre sua identidade

Com o trecho de hoje, chegamos ao centro do evangelho segundo Marcos. O segundo evangelho é uma “catequese mistagógica” em cujo centro está a pergunta cristológica por excelência: Quem é Jesus? O pano de fundo da dupla pergunta de Jesus a seus discípulos é a incompreensão e a incredulidade tanto da parte das pessoas, em particular os escribas e fariseus (cf. Mc 8,11-13), como também dos seus próprios discípulos (cf. Mc 8,14-21). É um momento de crise, entenda-se, de discernimento, de tomada de decisão para que a missão recebida do Pai seja levada a termo. Cesareia de Filipe é um vilarejo ao norte do mar da Galileia, lugar onde nasce o rio Jordão. Havia aí um santuário para culto pagão de Pan; mais tarde, Herodes construiu um templo de mármore branco dedicado a Augusto. É exatamente aí que Pedro exprime o reconhecimento de Jesus como Messias, como o verdadeiro e único Salvador (cf. v. 29). Mas, mesmo reconhecendo o messianismo de Jesus, essa profissão não impedirá os discípulos, representados por Pedro, de se oporem ao modo como esse messianismo é exercido (cf. vv. 32-33), passando, inclusive, pela paixão e pela morte (cf. vv. 31-32).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.
Fonte: Paulinas em 20/02/2014

Vivendo a Palavra

Em Israel, a expectativa era que o Messias viria como um rei poderoso, um chefe guerreiro que resgataria a liberdade do povo, então dominado pelo Império Romano. Jesus surpreende com suas revelações: anuncia o Reino que já estava entre eles – melhor, estava dentro do coração de cada um, como tesouro a ser descoberto e conquistado.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2014

Reflexão

A resposta que damos à pergunta que Jesus faz aos discípulos e a cada um de nós no Evangelho de hoje mostra principalmente o significado que ele tem em nossas vidas e exige coerência no relacionamento que nós temos com ele. Para Pedro, Jesus é o Messias, o enviado de Deus, o Ungido, o Salvador, mas Pedro é incoerente no relacionamento, pois não quer submeter-se a ele e aceitar os caminhos da salvação. Assim também acontece conosco: dizemos que Jesus é amor, mas não amamos; que é Deus, mas não o servimos; que é o enviado do Pai, mas não o ouvimos; que é nosso irmão, mas não criamos fraternidade.

Recadinho

Quem é Jesus para você? - Esforça-se realmente para seguir seus ensinamentos? - Procura se informar sobre os ensinamentos da Igreja? - Serve a Deus presente nos irmãos? - Quais os melhores momentos para me encontrar com Deus, estar com Ele?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 20/02/2014

Meditando o evangelho

O MESSIAS SOFREDOR

O processo de compreensão da pessoa e da missão de Jesus foi paulatino. As opiniões desencontradas a respeito da identidade do Messias vindouro impediam que as pessoas se aproximassem dele com objetividade. Com muita facilidade eram projetados em Jesus os preconceitos messiânicos, em voga na religiosidade popular.
Havia quem pensasse ser ele João Batista reencarnado. Sua liberdade diante do poder político e religioso, a concentração de multidões em torno dele, sua vida pobre e despojada podem ter motivado essa interpretação. Outros julgavam-no ser Elias que voltara após ter sido levado para o céu numa carruagem de fogo. E tinham motivos para isso. Como Elias, Jesus fizera da Galiléia seu campo de atuação: realizava milagres, combatia um tipo de religião que excluía Deus e denunciava as injustiças. Por não ter experimentado a morte, o povo julgava que Elias voltaria no fim dos tempos. Isto teria acontecido na pessoa de Jesus. Outros consideravam-no como a reencarnação de um dos antigos profetas.
O que Jesus pensava de si mesmo era bem diferente. Ele, de fato, era o Messias. Contudo, espelhava-se na figura do Servo Sofredor. Sua fidelidade a Deus haveria de causar-lhe sofrimento, rejeição e morte. O Pai, porém, mostraria seu amor por seu Filho, ressuscitando-o. Afinal, sua vida, apesar dos sofrimentos, estava nas mãos de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.

Oração Final
Pai Santo, abre as portas do nosso coração para receber a Boa Notícia do teu Reino de Amor, sempre novo e surpreendente, muito além das pobres expectativas que sonhamos. Dá-nos discernimento para sintonizar os sinais da Tua Presença junto a nós na caminhada que fazemos neste mundo encantado. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2014


17 de Fevereiro de 2017

Mc 8,34–9,1

Comentário do Evangelho

O seguimento de Cristo exige entrega total

O reconhecimento do messianismo de Jesus e o modo de realizá-lo têm consequências para a vida dos discípulos. Num primeiro momento, como podemos notar da perícope precedente, foi frustrante para Pedro a consciência de que o Messias que tem diante de si não é o que esperava ter encontrado. A conversão de sua mentalidade exigirá um longo percurso. O seguimento de Cristo exige entrega total, pois é participação na vida do Senhor. A condição do seguimento diz respeito a todos, multidão e discípulos. Renunciar a si mesmo não é a negação do que se é, nem da própria história; é adesão livre e compromisso de viver a existência no dinamismo da entrega a Deus e aos outros. Renunciar a si mesmo é reconhecer a vida como dom e aceitar a vocação de fazer o outro viver, mesmo quando para isso a própria vida é posta em risco, como o foi para a vida de Jesus. Trata-se, portanto, de não se deixar levar pelo instinto de preservar a própria vida, mas ser movido pelo sopro de Deus. Renunciar a si mesmo é desejar e optar por viver a vida do Senhor, sem perder a própria identidade; é viver o caminho do Senhor como um caminho para a vida.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me num seguidor fiel de Jesus, que saiba carregar a própria cruz e pôr-se no seguimento dele, mesmo devendo suportar humilhação e até a morte.
Fonte: Paulinas em 21/02/2014

Reflexão

O Evangelho de hoje nos mostra um significado fundamental para entendermos o mistério da cruz. Jesus diz: "renuncie a si mesmo e tome a sua cruz". A cruz significa antes de tudo não ser mais nada para si e ser tudo para os outros. De fato, Jesus no alto da cruz já não tinha nada que fosse seu, a não ser a sua própria vida, e até ela nos é dada conforme ele mesmo nos diz: "Ninguém tira a minha vida, eu a dou livremente". Mas esse fato é o coroamento de toda a vida de Jesus que não se apegou ciosamente à sua condição divina, mas se fez homem, obediente até a morte e morte de cruz, vivendo totalmente para servir ao seu Pai e aos seus irmãos e irmãs, numa total oblação.

Recadinho

Entendemos o que significa renunciar a si mesmo? - Deixamos nossos projetos pessoais em segundo plano para dar preferência às coisas de Deus? - Há muito egoísmo. Somos culpados disso? - O que dizer dos que sofrem zombaria, desprezo, por manifestarem publicamente sua fé? - Procura compreender e assumir com firmeza as cruzes de sua vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 21/02/2014

Meditando o evangelho

COMPANHEIROS DE CAMINHADA

Jesus não fazia segredo das exigências que apresentava a quem aceitasse ser seu companheiro de caminhada. A proclamação feita diante do povo e dos discípulos visava coibir qualquer pretensão descabida. Seu discurso centrou-se no tema da cruz.
O primeiro passo para o seguimento consistia em renunciar-se a si mesmo. Tratava-se de deixar de lado os projetos pessoais, para que o Reino fosse prioridade absoluta na vida do discípulo. A opção pelo Reino não podia subordinar-se a nenhuma outra. Para isso, o discípulo deveria apresentar-se livre de qualquer apego.
Uma vez dado o primeiro passo, ele era instado a tomar a própria cruz. "Cruz", neste caso, corresponde à missão reservada por Deus ao discípulo de Jesus, com todas as suas conseqüências, mesmo as mais desafiadoras. A referência à cruz alerta para um dado importante: o seguimento será sempre uma opção difícil. Para perseverar nela, até o fim, é necessária uma adesão incondicional ao Mestre. E a profundidade desta adesão manifesta-se nos momentos da provação.
O passo seguinte diz respeito ao seguimento efetivo de Jesus. Tem a ver com os passos anteriores, pois consiste em viver a cruz, inspirando-se no Mestre. O discípulo deve modelar-se no testemunho de vida de Jesus, especialmente, na sua capacidade de prosseguir resoluto, guiando-se pelo projeto do Pai, mesmo à custa do martírio.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, transforma-me num seguidor fiel de Jesus, que saiba carregar a própria cruz e pôr-se no seguimento dele, mesmo devendo suportar humilhação e até a morte.


18 de Fevereiro de 2017

Mc 9,2-13

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O AMOR QUE TRANSFIGURA...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tivemos um jovem em nosso grupo, que acabou se tornando médico, recordo-me que após a formatura, a sua turma, vinda de famílias abastadas, como recompensa e merecido descanso, decidiu participar de um cruzeiro internacional, em um navio luxuosíssimo, com hospedagens em hotéis 5 estrelas, mas esse jovem, já formado, retomou contato com a humilde comunidade onde tivera a sua experiência pastoral e ao saber que a mesma fazia atendimento a uma área paupérrima do bairro, se dispôs a conhecer esse trabalho.
Observando uma carência total na área da saúde, ele não teve dúvidas, juntou-se a Pastoral da Saúde e elaborou um cuidadoso plano de ação, e quando seus amigos vieram procurá-lo, para surpresa geral o jovem Doutor abriu mão da fantástica aventura, para dedicar-se nas férias, à comunidade pobre que fazia parte da sua antiga paróquia.
Parece história da “Carochinha”, mas se prestarmos atenção ao nosso redor, vamos encontrar pessoas como esse jovem, que nem sempre saem nos jornais, e que a gente se pergunta, como é que podem existir pessoas assim, que no anonimato abrem mão daquilo que têm, em favor de quem precisa, fazendo um sacrifício, palavra estranha e sem sentido para o homem deste milênio, rodeado de conforto, facilidades, tecnologia, comodidade e bem estar.
Não há nenhuma razão lógica para alguém sacrificar-se assim por um ser humano, aquele jovem poderia primeiro curtir a sua merecida viagem com os amigos e depois, quem sabe, dar um pouco do seu tempo à comunidade pobre, mas aí é que está a diferença, o amor quando é autêntico, nunca se satisfaz em dar apenas um “pouco”.
Entre os jovens ainda é comum a palavra “FICAR”, que significa uma relação sem compromisso, um amorzinho bem vagabundo, desses de quinta categoria, mas quando dois jovens resolvem migrar do simplesmente Eros para o Ágape, daí vamos ter o amor em toda sua beleza e esplendor, amor de primeiríssima qualidade, indestrutível, inseparável, como nos ensina a segunda leitura desse domingo, sempre tolerante, compassivo, disposto a perdoar e a recomeçar, amor que sabe sonhar e construir juntos, na partilha e comunhão de vida, casamento na Igreja supõe tudo isso...
É assim que Deus se revela em Jesus Cristo, é assim que Cristo se revela em quem é capaz (e não precisa ser médico) de renunciar algo valioso, para doar-se aos irmãos, não existe outra forma de amar que não seja o serviço, feito com grande sacrifício, e isso parece algo tão simples e ao mesmo tempo tão complicado, difícil de ser compreendido pelo coração humano, que hoje é educado para buscar grandezas e ambições, prestígio, fama, sucesso e poder, em um egocentrismo exacerbado.
Como podemos entender o sacrifício de Abraão, que abre mão do Filho da Promessa, tão esperado e sonhado, e que veio em sua velhice, brotado como semente tardia, dom de Deus, da esterilidade de Sara, sua esposa? O Patriarca, ícone das três maiores religiões do planeta, sente em seu coração que o amor á Divindade em quem crê, só se concretiza ofertando algo valiosíssimo,e aqui retomamos o sentido do amor, que não é dar um pouquinho, mas o “tudo”, ou seja, aceitar perder algo, que não se vai mais recuperar...
Na religião da recompensa divina, sempre marcada pela mediocridade, ou nas relações mercantilizadas com as pessoas, se faz na verdade uma barganha, é muito complicado chegarmos a compreensão dessa gratuidade, pois pensamos que somos muito bons e nos doamos até um certo ponto, mas não se pode também exagerar e sair no prejuízo, é esse o grande problema, colocamos sempre um limite no nosso modo de amar, abrimos mão de ganhar alguma coisa, mas ter que perder, aí já é um pouco demais... Amar como Jesus amou, é sempre assumir o risco de uma perda.
Entretanto, quando desenvolvemos em nós essa virtude do evangelho, e aceitamos até perder tudo, estamos nos unindo Aquele que se deu por inteiro, e que para salvar a todos aceitou perder tudo, pois o Cristo na cruz é um homem derrotado e humilhado, diante doa amigos que acreditaram em sua proposta, é alguém que perdeu tudo, prestígio, família, amigos, dignidade, honra, considerado na visão profética um homem maldito diante de Deus, abandonado e esquecido, incompreendido e rejeitado, homem esmagado pelas dores, como nos lembra Hebreus, e se o Pai não o tivesse glorificado quem seria Jesus para o mundo de hoje?
Talvez ninguém, pois enquanto homem aceitou correr esse risco, não sabia bem no que ia dar tudo aquilo, e podia ser que nem a comunidade reconhecesse o seu gesto de amor.
Somos hoje convidados a contemplar exatamente essa glória, pois no Cristo transfigurado, está a humanidade, sonhada, planejada e criada por Deus, está aquele jovem, cuja história contei no início, está cada cristão, que tem essa disposição interior de doar-se por inteiro, e que ninguém tenha medo, Deus nunca exigirá de nós o mesmo sacrifício da cruz, mas que nossas pequenas ações possam pelo menos refletir um pouco, do Amor de Jesus de Nazaré, para isso é necessário buscá-lo e escutá-lo, pois somente ele e mais ninguém, nos ensina com tanta autoridade, como é que se ama de verdade...

2. Transfiguração de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Não é fácil seguir Jesus. Não foi animador para os seus amigos ouvir que ele ia ser preso e morrer em Jerusalém. Eles precisavam de um sinal forte antes de tudo acontecer para não desanimarem. Jesus subiu ao monte e se transfigurou diante de Pedro, Tiago e João. Eles puderam contemplar antecipadamente a glória do Mestre ladeado de Moisés e Elias. Foi a visão do céu. Pedro queria ficar lá para sempre.


Reflexão

A transfiguração nos mostra que Jesus, verdadeiro homem, vive todas as dimensões da existência humana, ou seja, da glória até o sofrimento e a morte. No alto do Monte Tabor, a sua glória torna-se manifesta, porém Jesus está diante de Moisés e Elias, ou seja, diante de todas as profecias que foram feitas em relação a ele, principalmente as que se referem à sua morte e ressurreição. E Jesus nos mostra que a verdadeira realização humana encontra-se em fazer a vontade de Deus, ou seja, amar até o fim. A morte de cruz foi colocada pelos homens como condição para que Jesus amasse até o fim, e Jesus não fugiu do seu compromisso, nos mostrando que é perfeitamente possível cumprir a vontade do Pai até o fim.

Meditando o evangelho

O FILHO GLORIOSO

O prenúncio da paixão, feito por Jesus, deixou confuso o coração dos discípulos. Não conseguiam ligar a perspectiva de sofrimento e morte ao ideal de Messias exaltado que aguardavam. Sem dúvida, uma ponta de suspeita deve ter tomado conta deles: “será que Jesus é mesmo o Messias esperado?”.
A transfiguração mostra a outra face da moeda: o aspecto glorioso de Jesus. Portanto, apresenta-se aos discípulos o desafio de combinar na pessoa do Mestre as duas dimensões. Sua existência era feita de sofrimento e glória, paixão e exaltação. Não dava para fixar-se num só aspecto.
A glória de Jesus manifestava-se por meio dos diversos elementos da cena da transfiguração: a luminosidade resplandecente, as vestes incomparavelmente brancas, a nuvem que envolveu a todos, a presença de Moisés e Elias. Sobretudo, a voz celeste não deixava dúvidas sobre a identidade de Jesus: ele era o Filho amado de Deus, seu maior título de glória.
Apesar de ser filho glorioso de Deus Pai, Jesus não estaria isento de passar pela provação da cruz. A dificuldade de fazer os discípulos entenderem esta realidade em nada alterou o projeto do Mestre. Só depois da Ressurreição é que conseguiriam compreender o fato de brilhar a glória na vida de um Crucificado por fidelidade a Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, faze-me contemplar o brilho de tua glória em cada discípulo de teu Filho que se entrega ao serviço do Reino, com total generosidade, mesmo devendo enfrentar a morte.


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