domingo, 4 de dezembro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/12/2016

Ano A


Mt 3,1-12

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. ENDIREITAI AS ESTRADAS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Uma das brincadeiras prediletas na minha infância, vivida na Vila Albertina, era correr pelas laterais, acompanhando a “Plaina”, nome que dávamos à máquina de terraplanagem, que por aqueles tempos, em que as ruas Albertina Nascimento e Tarcísio Nascimento não eram asfaltadas. Causava-nos admiração quando a “Plaina” apontava na Rua do Comércio, entrando pela Vila para aplainar a rua, acabando com os buracos e desníveis, deixando-a alinhada.
Nós meninos, ficávamos estupefatos em ver como aquela lâmina poderosa derrubava facilmente as saliências, e preenchia os buracos, ao mesmo tempo em que aplainava deixando a rua bem mais acessível e transitável para os pedestres, charretes, carroças, e um ou outro carro ou lambretas, que passavam por ali. Pois esta é a palavra de ordem que João Batista, o mensageiro do Senhor grita no deserto, e que o profeta Isaias havia predito “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as estradas, aplainai os morros e nivelai os buracos!”.
O coração humano muitas vezes é uma estrada de chão batido, toda esburacada, cheia de valetas, tortuosa e completamente inacessível! Como é que a graça de Deus vai entrar na vida de alguém com coração assim? É muito difícil! Assim estava a humanidade antes de Jesus trazer a Salvação. Não dava para o homem chegar a Deus e muito menos ele chegar e entrar na vida do homem, por causa da “buraqueira” e saliências do orgulho, da vaidade do pecado.
Jesus vem do Pai, com a força mil vezes maior do que a máquina de terraplanagem, com a sua lâmina afiada e poderosa da graça de Deus, para derrubar por terra o monte do mal e do egoísmo, para aterrar o abismo do ódio, da inimizade e das divisões existentes em nossa vida. O Batismo de João é apenas uma preparação para receber o novo e verdadeiro Batismo, que Jesus trouxe, no fogo do Espírito Santo. Se quisermos recorrer novamente à imagem da rua esburacada, poderíamos dizer que o Batismo pelo fogo é como o asfalto, que muda definitivamente o visual da rua, que nunca mais ficará esburacada e desalinhada (se o asfalto for de primeira).
O anúncio feito pelo Batista, de que o Reino estava chegando com Jesus, era como os meninos que avistavam primeiro e alvoroçados gritavam aos demais “A plaina está chegando!”, provocando em todos uma grande euforia, expectativa e alegria em saber, que pelo resto do dia a veríamos trabalhar, nivelando os barrancos e empurrando grandes porções de terra com sua força descomunal. Assim, em cada advento, o Senhor nos revela que a força de sua graça poderá destruir tantos abismos e buracos na relação entre as pessoas, nos grupos sociais, nas comunidades cristãs e até entre as Nações.
Mas assim como aquele serviço de melhoria da rua era solicitado por alguma autoridade do Distrito, ao Município de Sorocaba, também é necessário que a gente tenha no coração este desejo sincero de mudar de vida e converter, permitindo que o Salvador venha para nos renovar e libertar, pois sem a nossa adesão à obra da salvação, o nosso coração continuará triste, como uma rua deserta e esburacada, onde Deus não pode entrar.
A pregação de João Batista, anunciando que o Senhor viria, é um convite e um alerta, para que abramos o nosso coração a Deus, tornando acessível à salvação e a graça que Jesus nos oferece. E quando Deus tem acesso à nossa vida, e nós temos acesso ao coração do Pai, através de seu Filho Jesus, tornamo-nos outras pessoas, pois passamos a viver de um jeito diferente. A rua alinhada e nivelada não só ganhava um visual novo, mas as pessoas podiam andar com mais segurança, sem ter de desviar dos buracos ou medo de virar o pé. Assim é que esta conversão a que somos chamados, neste tempo litúrgico do advento, não pode ser só de fachada.
João vivia no deserto, lugar de reflexão e experiência de Deus, lugar e tempo de tomar decisões importantes, como aquele povo conduzido por Moisés tomou, na travessia do deserto, onde conheceu a Deus e fez com Ele uma aliança. Foi também no deserto que Jesus, após o batismo, superou as tentações e ratificou a missão que o Pai havia lhe confiado. É no deserto que no Evangelho deste domingo aparece João, vestindo e se alimentando de um jeito diferente, anunciando este tempo novo, onde os corações aplainados e retos irão se inundar da copiosa graça redentora, oferecida por Jesus de Nazaré.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail: jotacruz3051@gmail.com

2. Preparai o caminho do Senhor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Uma figura profética surge no deserto da Judeia. Veste-se e vive de forma austera e chama para a conversão: Convertam-se que o Reino de Deus está próximo. A ele se referia o profeta Isaías quando disse: Voz do que clama no deserto. Preparem o caminho do Senhor. Este é João. Figura profética, homem do deserto, personalidade forte de costumes austeros. Surge no meio do povo e chama todos à conversão porque o juízo final está para acontecer. Reino dos Céus é o termo do caminho e acontecerá depois que passar o Dia da ira de Deus. Ele está chegando para a prestação de contas. Passa a vida, mas ficam as contas, não as do armazém, as da vida a serem ajustadas no Dia da ira do Senhor.
Muitos iam a João, até mesmo fariseus e saduceus. A estes e a todos João chamava de víboras, serpentes em fuga diante da aproximação do fogo do Dia da ira de Deus. Produzam logo frutos de conversão porque a árvore já vai ser cortada. E não pensem que passarão ilesos pela ira de Deus por terem recebido este batismo ou por serem filhos de Abraão. Conversão por dentro e conversão por fora, que se possa ver e seja verdadeira. A voz profética de João vai revelando a santidade do amor de Deus para com seu povo. Nosso Deus é santo, temos que ser como ele, que nos ama e por isso quer a nossa conversão.
João prega forte para o bem do seu povo. Não critica nem condena. Apela para a conversão para que sejam verdadeiramente o Israel de Deus. João não é um crítico de fora. É voz profética que ressoa dentro. Depois de João virá o mais forte, aquele que batizará com o Espírito Santo e com o fogo e limpará a plantação queimando a palha num fogo que não se apaga. Água e fogo, dois elementos da natureza para a purificação, projetam o fiel para o dia da ira. Ritos batismais e descendência abraâmica não nos salvam sem uma conversão interior. Por ser misericordioso, o Juiz precisa ser levado a sério. Tudo o que outrora foi escrito e lemos nas Escrituras, foi escrito para nossa instrução. Permaneçamos firmes na esperança.

3. CONVITE À CONVERSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).

O apelo premente lançado por João Batista aos que se apresentavam para serem batizados exigia ser acolhido no mais íntimo do coração, onde a conversão deveria dar seus primeiros frutos. A preparação para acolher o Messias requeria dos crentes reformular seu modo de pensar e agir (metánoia), cujo sinal seria a predisposição a abandonar o caminho do mal e do pecado para trilhar o caminho do amor e da justiça.
A figura austera do Batista e sua linguagem inflamada não davam margem para dúvida. Urgia converter-se sem demora, pois a manifestação do Reino corresponderia a uma espécie de juízo divino sobre a história humana. Num linguajar metafórico, anunciava que as árvores que não produzissem frutos bons seriam cortadas e jogadas no fogo. Quem não fosse capaz de produzir "frutos dignos de conversão" seria objeto da ira divina.
Os escribas e saduceus que faziam parte do auditório, conhecidos por sua espiritualidade superficial, foram alvos das invectivas do Batista. Seu modo de proceder, falsamente piedoso, era desaconselhável. Deus não se deixa impressionar com exterioridades, pois perscruta os corações, onde espera encontrar sinais de conversão.
A presença iminente do Messias exige uma pronta decisão. E a prudência pede que seja tomada sem demora. O Reino não se faz esperar. Quem recusa a se converter, será deixado de fora. O Messias Jesus, porém, quer acolher a todos.
Oração
Pai, a presença do Reino na nossa história exige de mim contínua conversão. Que eu esteja sempre pronto a deixar o pecado para abraçar o amor misericordioso como projeto de vida.

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d1

Vivendo a Palavra

Neste segundo domingo do Advento, a reflexão se concentra em João Batista. Ele é predito pelo Profeta e anuncia Jesus como o Messias prometido – de quem ele mesmo não era digno sequer de desatar-lhe as sandálias. Entretanto, o Batista não deve ser apenas admirado, mas seguido por nós em seus hábitos sóbrios e modestos.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

HOMILIA
Homilia do 2º domingo do Advento (04.12.16)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Ir ao encontro de Jesus”
Produzi frutos

O Advento, tão caro e precioso, nos traz João Batista que apresenta Jesus ao mundo. Não se pode separar Jesus de João Batista que vem preparar seus caminhos. Essa preparação se dá com a conversão de vida. João não admite a falsa religião. Ensina que Jesus é Aquele que vem com o Espírito Santo e o fogo. Reconhece a missão de Jesus. Não podemos pensar sua missão como um recado. Ele tem uma vocação Divina. Tem personalidade espiritual e profética. Está associado “Àquele que vem”. João tem zelo pelo que é de Deus. Sabe defender a lei. Prega uma conversão que seja uma verdadeira mudança de mente. É o sentido original da palavra conversão. Não basta só a mudança. É preciso produzir frutos bons (Mt 3,10). Celebrar o Advento é entrar em clima de vigilância para participar dos mistérios de Cristo: “O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando seus louvores” (Prefácio). Para isso, pedimos que “nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida” (Oração). A celebração não é somente uma comemoração, mas um aprofundamento da vida. Para ir ao encontro de Jesus no fim dos tempos e no Natal é exigido de nós o empenho em assumir essas verdades como um modo de vida. A conversão é o primeiro momento da preparação para espera do Senhor que vem no fim dos tempos e no Natal.

Conversão universal

O Advento tem também como meta a conversão universal como segundo momento da preparação para a Vinda do Senhor. Isaias profetiza que a raiz de Jessé, isto é, o herdeiro do trono de Davi (Jessé é o pai de Isaí e avô de Davi), será cheio do Espírito do Senhor. Terá o Espírito de sabedoria e discernimento, conselho e fortaleza, ciência e temor de Deus. Ele exercerá a justiça para os pobres (Is 11,1ss). A seguir profetiza uma mudança no relacionamento entre espécies selvagens diferentes e mesmo com as crianças. Esse será o sinal de uma conversão profunda no mundo. Teremos um mundo de paz na busca de Cristo. Essa conversão se realiza a partir de nossas escolhas fundamentais que reforçamos com os sacramentos para bem julgar os valores terrenos: “Pela participação na eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossa esperança nos bens eternos” (Pós-Comunhão). Não basta só esperar. É preciso mudar os valores e saber ver o Reino de Deus entre nós acontecendo também através das atitudes coerentes de conversão que atinge também as estruturas da sociais. Fugir do mundo é ceder espaço para o mal.

Acolhei-vos como Cristo

São Paulo nos oferece o terceiro momento muito concreto: “Deus vos dê a graça da harmonia e da concórdia uns com os outros. Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu” (Rm 15,5). Toda mudança tem que começar no coração voltado para o outro. O acolhimento gera nos cristãos um só coração e uma só voz (6). A conversão conduzirá sempre mais para o próximo. Jesus não pregou uma vida espiritual desencarnada. Sempre encarnado, quis que sua Igreja fosse encarnada. Esse modo de viver não nos leva a perder o valor da atividade terrena. “e aprendamos a julgar com sabedoria os valores terrenos colocando nossas esperanças nos bens eternos” (Pós-comunhão). Uma espiritualidade intimista não vem nem de João Batista, nem de Jesus nem de São Paulo.

Leituras: Isaias 11,1-10;Sal o 71; Romanos 15,4-9; Mateus 3,1-12

Ficha nº 1602

- A pregação de João é para a conversão em preparação para “Aquele que vem”. Conversão exige frutos. Que nada nos impeça de ir ao encontro do Senhor. É o primeiro modo de conversão;
- Isaías propõe uma conversão universal que envolva a própria natureza;
- Paulo ensina que a conversão se dá no coração e no acolhimento do outro.

O homem fera

Quando vemos uma pessoa forte e marcante com sua atividade, dizemos que “o homem é uma fera”. João Batista tinha esse tipo. Além do mais, era um homem provado pelo deserto. Vestia roupa feita de pelo de camelo e com um cinturão de couro. Seu alimento era gafanhoto e mel silvestre. Tinha tudo de um profeta. E não havia profetas já uns 400 anos. O povo entendeu que era o homem de Deus do momento.
João prega a conversão e ataca os falsos piedosos. E anuncia a chegada próxima de Jesus.
Temos três modos de conversão proposto pela Palavra de Deus nesse domingo:
“Produzi frutos que provem vossa conversão”. O risco de uma árvore que não produz fruto é ser cortada. João pede consistência e não grãos chochos. Isaías proclama um modo de conversão universal: simbolicamente fala da convivência pacífica na qual os animais ferozes convivem entre si e com os humanos. Será a restauração universal proveniente de Cristo, raiz de Jessé (significa da família de Davi).
São Paulo nos apresenta a terceira modalidade. E muito concreta: “Deus vos dê a graça da harmonia e concórdia uns com os outros. Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu”.
Diante do anúncio de conversão e preparação para um mundo novo, sabemos que isso se realiza em primeiro lugar dentro de nosso coração: “Nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro de vosso Filho, mas instruídos por vossa sabedoria, participemos da plenitude da vida” (Coleta)... “e aprendamos a julgar com sabedoria os valores terrenos colocando nossas esperanças nos bens eternos” (Pós-comunhão).

http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/04/12/2016

Meditando o evangelho

CONVITE À CONVERSÃO

O apelo premente lançado por João Batista aos que se apresentavam para serem batizados exigia ser acolhido no mais íntimo do coração, onde a conversão deveria dar seus primeiros frutos. A preparação para acolher o Messias requeria dos crentes reformular seu modo de pensar e agir (metánoia), cujo sinal seria a predisposição a abandonar o caminho do mal e do pecado para trilhar o caminho do amor e da justiça.
A figura austera do Batista e sua linguagem inflamada não davam margem para dúvida. Urgia converter-se sem demora, pois a manifestação do Reino corresponderia a uma espécie de juízo divino sobre a história humana. Num linguajar metafórico, anunciava que as árvores que não produzissem frutos bons seriam cortadas e jogadas no fogo. Quem não fosse capaz de produzir "frutos dignos de conversão" seria objeto da ira divina.
Os escribas e saduceus que faziam parte do auditório, conhecidos por sua espiritualidade superficial, foram alvos das invectivas do Batista. Seu modo de proceder, falsamente piedoso, era desaconselhável. Deus não se deixa impressionar com exterioridades, pois perscruta os corações, onde espera encontrar sinais de conversão.
A presença iminente do Messias exige uma pronta decisão. E a prudência pede que seja tomada sem demora. O Reino não se faz esperar. Quem recusa a se converter, será deixado de fora. O Messias Jesus, porém, quer acolher a todos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Pai, a presença do Reino na nossa história exige de mim contínua conversão. Que eu esteja sempre pronto a deixar o pecado para abraçar o amor misericordioso como projeto de vida.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-12-04

REFLEXÕES DE HOJE


04 DE DEZEMBRO-DOMINGO
https://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/

HOMÍLIA DIÁRIA

O fogo do Espírito muda nossas atitudes

Converter-se é, de fato, mudar de vida, mudar atitudes, gestos e práticas
“Convertei-nos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mateus 3, 2).




Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova


http://homilia.cancaonova.com/homilia/o-fogo-do-espirito-muda-nossas-atitudes/

Liturgia comentada

O lobo habitará com o cordeiro… (Is 11,1-10)

Desde a antiguidade, os fabulistas puseram lado a lado o lobo e o cordeiro como ícones do predador e da presa. Na conhecida fábula de Fedro, o poeta latino, um cordeirinho inocente acaba devorado, mesmo sem culpa. Prevalece a “lei do mais forte”. Mais tarde, um filósofo criaria o amargo refrão: homo homini lupus – o homem é um lobo para o homem.
Será mesmo impossível a convivência fraterna? Existirá um determinismo genético que nos impele à agressão e à exploração do próximo? Estaremos condenados ao medo fóbico que nos leva a erguer muros com cacos de vidro, cercas elétricas e portões eletrônicos? Nosso próximo é nosso lobo? Somos o predador de nosso irmão? Seremos eternamente Abel e Caim?
A profecia de Isaías garante que não… Ele fala da presença de um descendente de Davi que será o portador do Espírito de Deus no meio de nós. Ele será reconhecido pelos atributos que o Espírito Santo manifesta em sua Pessoa: sabedoria e discernimento, conselho e fortaleza, conhecimento e temor de Deus. Em seu breve sermão na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4), anunciará que o Espírito do Senhor repousa sobre seus ombros. E é esse mesmo Espírito de paz e unidade que ele promete a seus seguidores.
Sua presença será a garantia de que os inimigos entrarão em acordo, mesmo que, aparentemente, devam violentar sua natureza agressiva, como na imagem da ursa que pasta junto à vaca e seus bezerros, em pacífica convivência.
Claro que os céticos estão rindo…. Você ouve suas gargalhadas? Os desesperados zombam da esperança. Os fabricantes de armas bradam maldições, pois a paz gera prejuízos para eles. A simples visão de uma sociedade sem competição e disputas, fundamentada na partilha dos bens e no serviço solidário – uma sociedade onde o dinheiro não seja a mediação, e a espada o fiel da balança – causa pesadelos no sono desses mercadores da morte.
Logo virá o Natal. O Príncipe da Paz virá como criança indefesa. Neste Natal, teríamos a coragem de nos identificar com o Menino? Logo a Criança que Herodes tentará assassinar? Estaríamos dispostos a abrir mão do regime de competição e disputa, onde retesamos os músculos e arreganhamos os dentes para manter à distância a ameaça do próximo?
Orai sem cessar: “O Senhor livrará o pobre que clama! ” (Sl 72,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
http://nsrainha.com.br/capela-virtual/liturgia-do-dia-04122016/

Oração Final
Pai Santo, que nós aprendamos com o Precursor – João Batista – a modéstia, a sobriedade de costumes, a firmeza da fé e a certeza de que as promessas feitas nas Escrituras se cumpriram em Jesus de Nazaré – o Cristo, teu Filho Unigênito feito humano e nosso Irmão Maior, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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