domingo, 23 de outubro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/10/2016

Ano C


Lc 18,9-14

Comentário do Evangelho

A salvação é dom de Deus.

Os destinatários da parábola deste domingo são “aqueles que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros” (v. 9). A “própria justiça”, aqui, diz respeito à prática da Lei. A teologia da retribuição reitera que o homem que cumpre de modo irrepreensível todos os mandamentos é salvo (ver Dt 28,1ss). Ora, a salvação é dom de Deus. O empenho de pôr em prática os mandamentos é reflexo da consciência de ter sido salvo. O reconhecimento do dom recebido, em Jesus, tem implicações para a vida prática de quem quer que seja. No tempo do Messias, nós não estamos mais sob o regime da Lei, mas da graça: “Ninguém é justificado diante dele pelas obras da lei […]. Agora, independente da Lei, a justiça de Deus foi manifestada; a Lei e os Profetas lhe dão testemunho. É a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Rm 3,20-22).
Os personagens da parábola são um fariseu e um publicano. O publicano é considerado um pecador público (cf. Lc 19,7); estava a serviço dos romanos, e sua função era odiosa: cobrar os impostos. Eram considerados ladrões e exploradores. Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos, dirá a Jesus: “Senhor, se defraudei alguém…”; trata-se de um condicional de realidade, isto é, ele efetivamente havia defraudado as pessoas. Apresenta-se diante de Deus na sua verdade: “Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!” (v. 13). Na sua imensa bondade e misericórdia, é Deus quem o salva, pois “A oração do humilde penetra as nuvens e não se consolará enquanto não se aproximar de Deus” (Eclo 35,21). Reconhecer-se na sua miséria diante de Deus, eis a verdadeira oração!
O fariseu, ao contrário, é considerado um homem justo que cumpre de maneira irrepreensível todos os mandamentos da Lei. Na sua oração, recita a própria justiça: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda” (vv. 11-12). O fariseu certamente não mente; pratica a lista de prescrições que recita diante de Deus. A referência de sua oração é ele mesmo; ele se basta, não pede nada, não necessita de coisa alguma. A sua oração é uma volta sobre si mesmo e sobre a sua própria obra. A salvação para ele não é dom, é merecimento. A última frase do texto é muito ampla e convida a Igreja a tirar as consequências: “... quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (v. 14). Isto significa que diante de Deus ninguém pode se orgulhar do quer que seja, pois tudo é dom (cf. 1Cor 1,29-30).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, faze-me consciente de minha condição de pecador, livrando-me da soberba que me dá a falsa ilusão de ser superior a meu próximo e mais digno de me dirigir a ti.
Fonte: Paulinas em 27/10/2013

Vivendo a Palavra

A Justiça Evangélica não é, como a nossa contabilidade, a busca de saldos nos lançamentos de débitos e créditos, de virtudes e vícios – mas um tratado de Amor. O Pai nos ama sem medidas e, do mesmo modo, ama a todas as suas criaturas. Portanto, não nos preocupemos com comparações, com os balanços das contas dos irmãos ou das nossas próprias contas.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/10/2013

Vivendo a Palavra

...porque não sou como os outros homens! Não raras vezes procuramos nos justificar, comparando-nos intimamente com os irmãos de caminhada. Assim, pecamos duas vezes, porque além de carregar nossa infidelidade, ainda caímos no erro de julgar o próximo. O Pai do Céu nos deseja humildes, é certo, mas firmes no seguimento de Jesus de Nazaré.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a salvação não pode ser alcançada por nossas ações, uma vez que a pessoa não pode salvar-se por si mesma, mas por uma ação amorosa e gratuita do próprio Deus. Nós não nos salvamos, aos homens isso é impossível, mas Deus nos salva, pois para ele tudo é possível. Sendo assim, a nossa salvação depende antes de tudo da postura que temos diante de Deus. O fariseu contava os seus méritos diante de Deus, o que não lhe garantiu a salvação, enquanto que, ao demonstrar as suas misérias e os seus pecados diante de Deus, o cobrador de impostos reconhecia que somente Deus poderia salvá-lo e implora por essa salvação e, por isso, ele foi atendido em suas preces.
Fonte: CNBB em 09/03/2013

Meditação

Como é minha oração? - Procuro colocar tudo nas mãos de Deus? - Sou grato a Deus por tantos dons recebidos? - Como retribuo tanta bondade para comigo? - O fariseu julga pelas aparências. Deus vai ao íntimo de nosso coração! E, de um coração partido, se levado a ele, Ele consertará os pedaços! Coragem!
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 27/10/2013

Meditando o evangelho

A PIEDADE CORRETA

A parábola do fariseu e do publicano aponta para dois diferentes tipos de piedade, representando posições extremas. O discípulo do Reino deve decidir-se pela maneira correta de agradar a Deus, evitando os caminhos enganosos.
A piedade farisaica, baseada na prática cotidiana da Lei, em seus mínimos detalhes, tinha seus defeitos: era cheia de orgulho, uma vez que levava a pessoa a olhar com desprezo para os considerados pecadores e incapazes de perfeição; pregava a segregação das outras pessoas, por temor de contaminação. Os fariseus julgavam-se com direito de exigir de Deus a salvação, em vista dos méritos adquiridos com sua vida piedosa.
A piedade do povo simples e desprezado, como o cobrador de impostos, tem outros fundamentos: a humildade e a consciência das próprias limitações e da necessidade de Deus para salvá-lo, a certeza de que a salvação resulta da misericórdia divina, sem méritos humanos, o espírito solidário com os demais pecadores que esperam a manifestação da bondade de Deus.
A oração do fariseu prepotente e egoísta dificilmente será atendida. É uma oração formal, da boca para fora. Já a oração do publicano é totalmente humilde, porque ele reconhece que sua salvação vem de Deus. Só a oração sem estardalhaço é ouvida!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito de humildade na oração, ensina-me a rezar, pondo minha confiança totalmente em Deus, pois só sua misericórdia pode salvar-me.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-10-23

REFLEXÕES DE HOJE


23 DE OUTUBRO-DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/

HOMÍLIA DIÁRIA

OUÇA E/OU LEIA AGORA

Aproximemo-nos de Deus com humildade

Precisamos viver cada dia com simplicidade e humildade, louvando, agradecendo, reconhecendo e entregando tudo a Deus
“Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros” (Lucas 18, 9).



Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova


http://liturgia.cancaonova.com/liturgia/30o-domingo-do-tempo-comum-23102016/

Liturgia comentada

Mantendo-se à distância… (Lc 18, 9-14)

Pode parecer estranho, nestes nossos tempos de tantas intimidades e de sem-cerimônias de nosso cristianismo moderno, que Jesus venha elogiar um homem que “se mantinha à distância”. A moda reinante é bem outra: fala-se muito em viver na intimidade divina, em tratar a Deus como um amigo, trocando definitivamente o “vós” pelo “tu”…
Pode ser muito bonito, mas não deixa de encerrar um perigo oculto. Afinal, entre a criatura pecadora e o Deus Três vezes Santo, há um notável abismo! E não é preciso muita teologia para saber que esse abismo é nosso pecado. A Igreja sabe disso e – claro – inicia todas as suas celebrações por um Ato Penitencial! Não precisam dizer-nos com Quem estamos falando… Nós sabemos quem somos nós, que estamos falando: meros pecadores! E isto devia bastar…
Neste Evangelho sempre incômodo, o fariseu empina o nariz e faz questão de ignorar sua própria condição: em sua empáfia, prefere apresentar seus méritos, fazendo uma comparação otimista com “aquele cara lá atrás”. Só faltou apresentar ao Senhor Yahweh uma fatura por serviços prestados!!!
Ao contrário, o publicano – um marginal sócio-político-religioso na Palestina romana – olha para o chão, bate no peito e resume sua oração a um tímido recurso à misericórdia de seu Deus: “Tem compaixão do pecador que eu sou!” A ênfase não recai absolutamente nos méritos do fiel, mas na infinita misericórdia de Deus. E, natural, a miséria fará cócegas na misericórdia…
Nas palavras do teólogo Urs von Balthasar, o publicano só encontra em si mesmo o pecado, um vazio de Deus que, em sua prece, se muda em um vazio para Deus. “Todo aquele que toma como objetivo último sua própria perfeição, jamais encontrará a Deus; mas quem tem a humildade de deixar a perfeição de Deus tornar-se ativa em seu próprio vazio – não passivamente, mas trabalhando com o talento que recebeu -, este será aos olhos de Deus um ‘justificado’.”
Se nós chegamos à presença de Deus com o papo inflado por nossos projetos inspirados, nossas realizações e supostas virtudes, já não teremos espaço algum para a habitação divina.
Deus anda à procura de corações vazios. Ali é que Ele encontra espaço e faz a sua tenda.
Orai sem cessar: “Meu coração e minha carne gritam para o Deus vivo!” (Sl 84, 3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
http://nsrainha.com.br/capela-virtual/liturgia-do-dia-23102016/

Oração Final
Pai Santo, faze-nos conscientes de que a missão primeira é a nossa própria conversão. Livra-nos, Pai amado, do desejo de descobrir o cisco no olho do irmão, esquecendo-nos de retirar a trave que trazemos no nosso olho. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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