terça-feira, 6 de maio de 2014

São Leonardo Murialdo - 6 de Maio



São Leonardo Murialdo, um padre para os pobres

Nasceu em 1828 em Turim (Itália) numa família burguesa.
Conheceu cedo a riqueza que a vida de oração, sacrifício e caridade pode proporcionar para o amadurecimento humano e também o discernimento em todas as coisas.
Uma pessoa muita atenta aos sinais dos tempos, sensível à opressão sofrida pelos mais pobres. E foi assim que ele discerniu e quis ser um padre para os pobres.
Leonardo voltou-se para as classes mais desprezadas, dos trabalhos simples. Até criou um jornal chamado 'A voz dos operários'. De fato, uma fé solidária. Ele foi sinal de esperança para a Igreja e a sociedade.
O santo de hoje foi ponte para que muitos se encontrassem com o Cristo no mistério da Cruz e do sofrimento.
Ele se consumiu na evangelização, na caridade, na promoção humana, falecendo no ano de 1900. Peçamos sua intercessão para que sejamos sinais de esperança na Igreja e no mundo.
São Leonardo Murialdo, rogai por nós!

São Leonardo Murialdo
SÃO LEONARDO MURIALDO

Homem de Deus; viveu com convicção a realidade do amor de Deus; amigo-educador dos jovens; dedicou toda sua vida aos pobres, aos abandonados, aos operários.
Nasce em Turim no dia 26 de outubro de 1828. Ali viveu praticamente toda sua vida e ai morreu em 1900. O pai, Leonardo Franchino Murialdo, um rico agente de câmbio morre em 1833. A mãe, Tereza Tho, uma senhora muito piedosa, envia o pequeno “Nadino” para o colégio de Savona, dirigido pelos Padres Escolópios.
Permanece ali de 1836 a 1843. De volta a Turim, estuda teologia na Universidade e é ordenado sacerdote em 1851. De imediato põe-se a trabalhar junto aos primeiros oratórios de Turim, entre os adolescentes pobres e marginalizados das periferias: no oratório do Anjo da Guarda, até 1857 e depois no oratório de São Luis, como diretor, de 1857 a 1865.
Faz um ano de atualização em Paris até que a Providência o chama, em 1866, a ocupar-se de jovens ainda mais pobres e abandonados: os jovens do Colégio dos Artigianelli de Turim. Daí por diante dedica toda a sua vida em acolher e dar educação cristã e formação profissional a estes jovens.
Para estes jovens Leonardo Murialdo funda a Congregação de São José - Josefinos de Murialdo em 1873, em Turim, na Itália.
Nos anos seguintes dá início a novas iniciativas: uma casa família (a primeira na Itália), uma colônia agrícola, outros oratórios, e outras novas obras.
A presença de Murialdo é significativa no movimento católico do Piemonte. Trabalha pela imprensa católica, é muito ativo no que se refere à Obra dos Congressos, um dos animadores da União Operária Católica.
Sua existência terrena termina em 30 de março de 1900, mas nós, ainda que há uma centena de anos longe no tempo, podemos haurir de sua preciosa herança espiritual, confirmada pela proclamação de sua santidade em 1970.
Podemos nos enriquecer com a sua experiência de Deus: ele nos ama por primeiro, pessoalmente, em cada instante. Seu amor é infinito, terno, misericordioso. Nossa resposta a este amor será feita através do abandono confiante nas mãos de Deus, na busca alegre de sua vontade, através de um coração totalmente doado a ele e aos jovens, especialmente os mais pobres e sozinhos.
A festa de São Leonardo Murialdo é celebrada no dia 18 de maio.

Servindo os mais pobres:

Desde jovem, foi tocado pelo abandono em que viviam as crianças pobres para os quais dedicou todo sua vida.
Três são os setores principais nos quais Murialdo desenvolveu sua atividade: os oratórios, a acolhida aos jovens mais pobres e abandonados e o movimento católico.
No início de seu apostolado, Murialdo orientou sua atividade para o atendimento dos adolescentes da periferia de Turim; aqueles que passavam todo o dia na rua, sem ir para a escola, ou aqueles já empenhados no trabalho junto aos negócios e oficinas da cidade.
De 1866 em diante empenhou toda sua vida aos meninos mais pobres e sem família, ou aqueles que foram abandonados pelas famílias: entra no mundo do Colégio dos Artigianelli e das obras que dependiam desta instituição.
Um terceiro âmbito de trabalho que o envolveu foi aquele do movimento católico. Ele colaborou com a União Operária Católica de Turim, interessando-se pela organização em apoio aos operários e pela formação cristã dos mesmos; na Obra dos Congressos, trabalhou, sobretudo, no campo da imprensa popular com orientação cristã.

Deus nos Ama

A feliz descoberta da misericórdia de Deus, depois da crise juvenil em Savona, foi o centro ao redor da qual progressivamente cresceu a unificação interior e toda a sua existência. Pecado e perdão, abandono e misericórdia marcaram dali em diante toda a sua vida em modo crescente, cada vez mais profundo.
Muitos anos depois, no Testamento Espiritual, ele recordará a sua “conversão”: “ em 1843, de volta do colégio de Savona, verdadeiro filho pródigo, cheio de mil pecados, eu vim me confessar: Padre, pequei contra o céu e contra de ti. Então abriste à minha oração o teu coração de pai, escutaste esta oração e resgataste uma alma destinada a ser teu templo, mas que durante muito tempo não foi senão que uma casa do demônio. Ó como a tua infinita misericórdia me tornou sensível naquele instante” (Testamento espiritual p. 145).
Ele experimentou “a acolhida verdadeiramente paterna” de um “Deus infinitamente bom, infinitamente misericordioso” (Testamento espiritual, p. 125 e p. 149) e esta comovida experiência de perdão e de amor de Deus se prolongou na maravilha de ser chamado à vida sacerdotal e religiosa.

Abandono à divina providência

A experiência da misericórdia de Deus se tornou o núcleo central de sua espiritualidade. Consciente de ser continuamente amado por Deus, de modo infinito, terno e, sobretudo, misericordioso, Murialdo se empenhou com todas as forças em responder ao amor “infinito” de Deus com um amor “infinito” isto é com todo o seu ser.
É esta a tendência espiritual que o acompanhou por toda a vida e que concretizou com o abandono filial à Providencia do Pai, na docilidade à sua vontade divina, numa intensa oração, na penitência e na caridade operosa.
Esta sua certeza de fé se tornou o carisma que ele intencionalmente quis transmitir a seus “caros filhos e confrades”, a fim de que pudessem alcançar “uma confiança absoluta” (Testamento espiritual p. 71), em Deus misericordioso e se tornassem divulgadores do “conhecimento do amor infinito, atual e individual que Deus tem para cada pessoa [...] e do amor pessoal que ele tem para cada um em particular (Testamento espiritual p. 111).
É este o primeiro dos dois desejos que ele deixou como “testamento espiritual” à congregação. O segundo desejo se insere na mesma linha desta descoberta existencial: viver e difundir a devoção a Maria medianeira de graças e mãe de misericórdia (Testamento espiritual pp. 119-123);
as vistudes da humildade e caridade.

O Abandono à Providência

caracterizou em Murialdo um sentido de busca ativa e ao mesmo tempo de obediência, na resposta amorosa ao amor de Deus mediante o apostolado entre os jovens pobres, a oração, o espírito de penitência e de mortificação, a humildade e a vida escondida a exemplo de São José e da Santa Família. Mas o abandono à Providência não fechou S. Leonardo num intimismo estéril, ao contrário, projetou-o numa atividade rica de iniciativas em nível apostólico e social.

O campo principal de ação

para Murialdo foi o da acolhida e da educação dos jovens pobres e abandonados. Ele não foi um pedagogo, mas um educador, não foi um pensador ou um escritor, mas sacerdote dedicado à formação dos jovens sobretudo aos mais necessitados de acolhida, de apoio e de afeto.

Sistema educativo

Os acontecimentos de sua vida, as suas leituras, os seus contatos com várias personalidades, sobretudo na França, explicam algumas peculiaridades de seu sistema educativo. A educação familiar e a experiência espiritual vivida por ele (a descoberta do amor misericordioso de Deus depois da crise juvenil) contribuíram a dar à sua ação educativa o distintivo da paciência, da doçura, do amor desinteressado e da confiança.

São José

O ambiente dos Artigianelli, com sua tradição orientada para a formação através do trabalho, constituiu para ele uma ulterior riqueza que soube adquirir e melhorar. Neste ambiente ele se familiarizou com a figura de São José, educador de Jesus e modelo de todo o educador que na humildade e na caridade deseja dedicar toda a vida aos jovens.

Maria Medianeira e Mãe de Misericórdia

O segundo desejo confiado à congregação por São Leonardo é aquele de difundir a devoção a Maria medianeira de graça. A função materna de Maria mostra a eficácia da salvação que Jesus nos garantiu.
A devoção de Murialdo a Nossa Senhora deve ser interpretada à luz do Testamento espiritual: Maria é medianeira de graça porque é “mãe de misericórdia” (Escritos VI p. 241; cf. P. 200). Os dois desejos que Murialdo deixa em herança aos seus filhos são ligados entre si pela prospectiva da misericórdia: Deus é misericórdia e a Virgem intercede porque é misericordiosa (Escritos IV p. 31).

Objetivos e destinatários da ação educativa

Querendo recolher, numa grande síntese as linhas fundamentais da pedagogia de Murialdo, podemos em primeiro lugar destacar os destinatários nos adolescentes e jovens das classes populares, sobretudo, aqueles “pobres, órfãos ou abandonados ou apenas travessos”. “Pobres e abandonados: eis os dois requisitos que constituem um jovem como um dos nossos e quanto mais pobre e abandonado, tanto mais é um dos nossos” (Escritos V, P. 6) .
Os objetivos da ação educativa são aqueles da formação moral, civil e religiosa. É preciso trabalhar para que os jovens se tornem “honestos cidadãos, trabalhadores e valentes operários, sinceros e virtuosos cristãos” (Escritos X, p.119).
O fim religioso (ou como se dizia então, a “salvação das almas” encontrava em Murialdo uma forte atenção estimulada pelo slogan muito querido a Murialdo: ne perdantur, para que nenhum se perca (Epistolário 2156 e 2187). O método e o estilo eram aqueles de estar no meio dos jovens “sendo para cada um deles amigo, irmão e pai” (espírito de família).

VIDA DE MURIALDO PARTE 1

VIDA DE MURIALDO PARTE 2

Nenhum comentário:

Postar um comentário