A cidade de Paestum está
situada no Golfo de Salerno, sul da Itália, cuja capital é a famosa cidade de
Nápoles. A partir da metade do século VII antes de Cristo chegaram, os
agricultores gregos e fundaram a cidade Poseidonia, além de vários santuários.
O mais importante era o da deusa Hera Argiva, adorada como a Verdadeira Senhora
por ser a esposa do deus supremo do Olímpo. Graças às excelentes condições
geográficas, a cidade prosperou muito, se desenvolveu e seus templos ganharam
fama em toda Grécia.
Quatro séculos depois, Roma tomou posse da região
e fundou uma colônia latina dando à cidade seu nome definitivo: Paestum. O
cristianismo foi introduzido na região no século II e o culto à Virgem Maria,
Mãe de Deus, contrapondo-se à antiga adoração à Hera Argiva.
Paestum foi destruída no século VII por obra dos
invasores muçulmanos e se tornou numa das fascinantes relíquias arqueológicas
do mundo. Os habitantes sobreviventes, junto com seu bispo, foram para o monte
Calpazio. Situado nos confins da planície de Paestum, defronte ao Golfo de
Salerno, era um lugar mais seguro às constantes invasões. Assim, fundaram uma
nova cidade chamada Capaccio e construíram a igreja dedicada à Santa Maria, Mãe
de Deus.
No século XI, Capaccio adquiriu o mesmo poder que
tivera Poseidonia. A igreja magnificamente ampliada assumiu a condição de
Catedral e sede episcopal da diocese de Paestum-Capaccio. Neste Santuário, os
fiéis devotavam à imagem da Virgem Maria sentada com o Menino Jesus e que
segura na mão direita uma fruta romã aberta como símbolo da Graça, a invocação
de Nossa Senhora da Romã ou da Abundância.
Entretanto, em 1247, foi destruído junto com a
cidade, pelo exército de Frederico II, dando origem às ruínas da Velha
Capaccio. Algumas famílias escondidas na vizinha Vila de São Pedro se
organizaram e criaram um novo centro urbano conhecido como Nova Capaccio. Com a
transferência do Bispo, a Catedral -Santuário deixou de ser a sede da diocese,
mas continuou sendo meta de muitos peregrinos e romeiros de outras localidades.
Após o século XIV, a devoção à Nossa Senhora da Romã era tão popular que o
título foi incorporado ao nome do Santuário.
A única restauração completa ocorreu em 1708. O
edifício anexo ao Santuário, para acolher os religiosos responsáveis pela
preservação do culto, data de 1836 e lhe deu a característica arquitetônica
atual. Desde 1991, a sua reitoria é de responsabilidade dos Carmelitas da
Antiga Observância.
O culto à Nossa Senhora da Romã ou da Abundância
está profundamente ligado às ruínas arqueológicas das antigas cidades, à
tradição dos agricultores e à forte devoção popular dos fiéis à Virgem Mãe de
Deus, que ainda lhe agradecem a proteção oferecendo romãs. A sua festa ocorre
em duas datas: 15 de agosto e 05 de janeiro.
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