sexta-feira, 1 de novembro de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/11/2013

1 de Novembro de 2013

Ano C


Lc 14,1-6

Comentário do Evangelho

Olhar com misericórdia.

É a terceira vez que Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu (7,36; 11,37). Esta repetição do encontro de Jesus com os fariseus em suas respectivas casas mostra que entre Jesus e os fariseus há uma mescla de simpatia e resistência. Essa proximidade relativa não impede Jesus de alertá-los. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei. Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Esse modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e compreender: “É misericórdia que eu quero, não sacrifícios” (Os 6,6).
Nosso texto de hoje mostra uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus, durante o descanso sabático, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão. Aproveitando-se da presença de um hidrópico, Jesus provoca a compreensão dos fariseus sobre o sentido da Lei de Deus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não? […] Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” (vv. 3.6). Eles não responderam a nenhuma pergunta porque, efetivamente, não tinham nada a responder.
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra

O apego à letra da Lei perpassa as leituras de hoje. Acontece, ainda, conosco: não temos coragem de assumir o Espírito que nos diz simplesmente que amemos a Deus e aos irmãos, para nos sujeitarmos a normas e regulamentos, na ilusão de estarmos trilhando o caminho da santidade.

Reflexão

O Evangelho de hoje nos mostra claramente que a vida sempre se impõe diante da morte, a verdade sempre se impõe diante da mentira, da falsidade e do erro. A Lei de Deus foi feita para a vida e não para a morte e a interpretação verdadeira da Lei de Deus deve sempre contribuir para que a vida de todos seja melhor. Jesus denuncia os erros que existem na interpretação da Lei, as interpretações falsas, ou seja, que não apresentam nenhuma legitimidade por serem contraditórias ao espírito da Lei de Deus, por escravizarem quando deveriam libertar, por promoverem a morte quando deveriam promover a vida, e as interpretações mentirosas. Jesus denuncia aquelas interpretações que não estão de acordo com a Lei, mas sim com os interesses de quem as interpretou.

Recadinho


Hidrópico é uma pessoa que sofre de acúmulo de líquido e inchaço no corpo todo ou numa de suas partes como, por exemplo, no ventre. Jesus, ao entrar na casa de um dos principais fariseus para comer, realiza esta cura num sábado, que era dia de descanso e oração. Perguntamos:

- Para fazer o bem há dia e hora?

- O mais importante para Jesus não era se importar com a lei, mas com aquele que precisava de sua ajuda.

Como Jesus minha comunidade se importa com as necessidades do próximo? 

- Para nós hoje o dia de dedicarmos a Deus é o domingo (ou sábado à tarde). Como me comporto nesta ocasião? - O que faço para Deus? - Tenho consciência de que frequentando a Deus estou me enriquecendo dele ou me comporto como se estivesse prestando um favor indo à igreja?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

REFLEXÕES DE HOJE


01 DE NOVEMBRO - SEXTA


Liturgia comentada

Mas eles se calaram... (Lc 14,1-6)
Quando Jesus Cristo nasceu na humilde gruta de Belém, o coro de anjos cantava a glória e a paz. Lá nas alturas, um hino de glória a Deus. Aqui na terra, augúrios de paz aos homens de boa vontade. Parece que a “boa vontade” (no latim de São Jerônimo, bonae voluntatis) é apenas outro sinônimo do amor.
Sim, da parte de Deus, a “boa vontade” é total, infinita: ele quer que todos se salvem, sem exceção. Já da parte dos homens, a coisa é mais complicada: aqui e ali, sempre aparece alguém de má vontade, fechado ao amor e ao perdão, escravo da lei, indisposto a acolher o dom gratuito de Deus.
Foi assim na sinagoga de Nazaré, como relata o Evangelho de hoje. Jesus se compadece de um enfermo e decide curá-lo. Na época, a medicina era considerada como simples “trabalho manual” (tradução literal do grego “cirurgia”: quiros= mão; ergon= trabalho). Por isso mesmo, as atividades médicas estavam incluídas entre os trabalhos proibidos no sábado judaico. Os adversários de Jesus (teriam eles, de propósito, levado o doente à reunião, como arapuca para o Mestre?!) estão de olho em seu comportamento.
É quando Jesus pergunta: “É permitido, ou não, curar no sábado?” E São Lucas, também ele médico, registra: “Mas eles se calaram.” Nem sim, nem não. Este silêncio é a marca registrada de sua má vontade. É o indicador de sua consciência turva. Calam-se para fugir de uma resposta franca. Sequer pretendem discutir a questão.
Senhor do sábado, Jesus cura prontamente o hidrópico. Legistas e fariseus, ali presentes, em lugar de se alegrarem com a cura do vizinho, condenam intimamente a atitude de Jesus. Mas Jesus ainda tem para eles um argumento insuperável: se um boi caísse no poço, em pleno dia de sábado, eles não estariam prontos a intervir para recuperar o animal? Ora, aos olhos de Deus, nós somos filhos muito amados. Não seria, pois, um preceito legal a impedir sua ação salvadora...
Em nossos dias, a Igreja de Jesus se esforça para entrar em diálogo com os vários setores da sociedade. Quer dialogar sobre a paz e o desarmamento, sobre a pobreza e a partilha dos bens, sobre o valor da família e os direitos da mulher, sobre a vida e a defesa dos fetos. Mas muitos se calam. Recusam-se ao diálogo. Já fecharam questão (e os corações). Irão adiante em seus projetos de morte e de poder, de lucro e dominação.
E nós? Qual será nossa reação aos sinais que Deus realiza em nossa vida?
Responderemos à Palavra de Deus?
Orai sem cessar: “É o Senhor quem cura as tuas enfermidades!” (Sl 103,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Que nada nos impeça de praticarmos o amor ao próximo
Não existe dia nem momento que nos impeça de praticarmos o amor ao próximo. Apliquemo-nos a viver isso, pois é algo fundamental na Lei de Deus.
“Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o” (Lc 14,4b).
Meus queridos irmãos e irmãs, iniciando este mês de novembro, quando meditamos sobre a nossa futura vida, a nossa vida eterna junto de Deus, queremos que a Palavra do Senhor penetre o nosso coração e vá, dia a dia, transformando a nossa vida.
Lembramos que a Festa de todos os Santos – que no mundo inteiro é celebrada no dia 1º de novembro – nós a celebraremos, aqui no Brasil, no próximo domingo.
No Evangelho de hoje, quando os fariseus tentam colocar Jesus mais uma vez à prova, perguntando se era permitido ou não fazer uma cura no dia de sábado, Jesus apenas fez silêncio, aproximou-se do hidrópico e o curou.
Jesus mesmo perguntou: “Vocês não fariam um bem ao boi, à vaca, ao porco, ao animal de vocês, se fosse um dia de sábado ou um dia qualquer?”. É como se Ele estivesse nos dizendo que não existe dia para praticar a caridade, não existe momento para salvar o irmão, para estender a mão para quem estiver precisando. Nós não podemos ser escravos da Lei, inclusive a religiosa. Ela deve estar a serviço da vida.
Nós devemos observar os mandamentos do Senhor, cumprir os preceitos da Igreja, ser fiéis aos nossos compromissos, e tudo aquilo que corresponde à nossa vida junto a Deus. Mas nós nunca devemos ter desculpas para não praticar a caridade, para cuidar do outro, para atender os necessitados.
Você não pode deixar de cuidar do seu irmão, porque “tem muita coisa na Igreja para fazer”. Às vezes, ter muitos compromissos na Igreja nos tira do compromisso para com o próximo. Muitas vezes, você mulher ou você homem tem tantas reuniões na paróquia, na comunidade, e não tem tempo para seus filhos, para seu marido. Às vezes, o diálogo entre um e outro é tão difícil, porque cada um se ocupa com as outras coisas e não se ocupa com o essencial: o cuidado, o diálogo, a atenção que devemos ter uns para com os outros.
Precisamos cumprir os nossos preceitos, mas esses precisam nos ensinar a viver a caridade no sentido mais prático da palavra. Não existe dia nem momento que nos impeçam de praticarmos o amor ao próximo. Apliquemo-nos a viver isso, pois é algo fundamental na Lei de Deus.
Que Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE




Saudação 
- A todos nós, que nos encontramos na imensa rede virtual, a paz de Deus, nosso Pai, 
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, rezando:
 
Oração ao romper a luz do dia
Bendita seja a luz do dia,
bendito seja Quem tudo cria,
bendito seja o fruto sagrado
da sempre puríssima Virgem Maria.
Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na minha Bíblia,  o texto: Lc 14,1-6, e observo as pessoas e suas
atitudes diante de Jesus.
Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção. Um homem, com as pernas e os braços inchados, chegou perto dele. E Jesus perguntou aos mestres da Lei e aos fariseus:
- A nossa Lei permite curar no sábado ou não?
Mas eles não responderam nada. Então Jesus pegou o homem, curou-o e o mandou embora. Aí disse:
- Se um filho ou um boi de algum de vocês cair num poço, será que você não vai tirá-lo logo de lá, mesmo que isso aconteça num sábado?
E eles não puderam responder.
Mais uma vez a questão do sábado. Jesus toma refeição na casa do fariseu. Outros fariseus participam da ceia. Alguém disse que a pergunta de Jesus - "A nossa Lei permite curar no sábado ou não?" é um desafio. Depois ele comenta argumentando sobre o salvar o boi ou o filho que cai no poço num dia de sábado. Os fariseus se calam porque não tinham como contra-argumentar. Este banquete, em que Jesus oferece a cura e a libertação para o homem, é uma figura do banquete eucarístico e do banquete celeste onde ninguém deve ficar excluído.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Quais outros textos, este me recorda?
Qual palavra mais me toca o coração?
Por acaso coloco resistência à ação de Deus em minha vida?
Os bispos recordaram em Aparecida que Bento XVI, no início de seu Pontificado, fazendo eco a seu predecessor, o Servo de Deus, João Paulo II, disse:
 Não temam! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar a não perde nada, nada - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se as portas da vida. Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida" (DAp 15).

3.Oração (Vida) 
O que o texto me leva a dizer a Deus?
 
Rezo com Charles de Foucauld
Rezar é pensar em Deus, amando-o
Senhor, fala ao meu coração,
vem com tua ternura,
com a gentileza dos teus gestos
que não impõem nada às minhas decisões,
com atenção aos detalhes,
como sabes fazer,
com a divertida ironia
com que me levas na flauta,
com a decisão de quem sabe
dos seus interesses
mas conhece meu coração e perdoa.

Chegas silencioso
porque nunca te percebo,
revolucionário,
porque em silêncio
mudas as cartas e viras o jogo na mesa.

Vem me fazer companhia
para que juntos consigamos amá-lo,
esse nosso Pai,
com todo o coração,
com todo o intelecto,
com toda a vontade.
Rezar é pensar em Deus, amando-o.

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
 
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
 
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, e viver a minha fé cristã sem medo.
 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
 

Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a ousadia de tornar viva em nossa existência a Lei do Amor. Que nós acolhamos o teu Espírito; que Ele consolide nossos fragmentos, libertando-nos de interesses menores, e nos dê forças para nos doarmos inteiros aos irmãos da caminhada. Por Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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