terça-feira, 2 de julho de 2013

Nossa Senhora da África - 02 de Julho


A devoção a Nossa Senhora de África teria nascido a partir da presença portuguesa em Ceuta. Com efeito, o mais antigo lugar de culto com esta designação encontra-se naquela cidade do norte de África e a sua construção inicial data do século XV. O edifício, hoje santuário, foi reconstruído no século XVIII e nele se venera uma imagem, aparentemente bizantina, que uma tradição liga ao imperador Justiniano e ao governador desta província, Procópio. A invasão muçulmana teria interrompido o seu culto.
Outra tradição liga-a ao Infante D. Henrique, que a teria oferecido a Ceuta com o pedido para que todos os sábados se rezasse por sua alma. A tradição da “sabatina”, ainda hoje viva em Ceuta, poderia ter tal origem. A imagem tem na mão um bastão com nós, oferecido pelo último governador português de Ceuta.
Outro polo importante de irradiação da devoção a Nossa Senhora de África situa-se na Argélia e nasceu da devoção de duas missionárias francesas do século XIX. Indo ajudar o bispo local, não encontraram por aquelas terras nenhum santuário mariano. Por isso, colocaram uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco, o lugar transformou-se num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. As piedosas mulheres recolheram dinheiro e construíram uma capela provisória em 1857.
O actual santuário foi concluído em 1872 sobre um promontório que domina o mar e a cidade de Argel. Numerosos são os peregrinos que o visitam.
Hoje em dia, a devoção a Nossa Senhora de África estende-se a numerosos países daquele continente. A iconografia representa-a, ora como uma mulher de tês morena, ora como uma negra, mas sempre com o Menino nos braços.

Nossa Senhora da África

A primeira evangelização do continente africano teve início, na Argélia, África do Norte, no segundo século da primeira era cristã. Neste período, Argélia tornou-se província do Império Romano e conheceu, então, os primeiros discípulos de Cristo, vindos como evangelizadores. Entre eles Santo Agostinho, pai e Doutor da Igreja. No século V, o país estava repleto, de basílicas e santuários marianos, e se caracterizava por sua cristandade florescente!
A partir do século VII, os árabes impuseram a religião islâmica. Hoje o islamismo é a religião do estado, praticada por 98% do povo, restando 2% para os católicos, não há mais de 60 mil católicos em todo o país.
Na cidade de Argel, capital de Argélia, encontra-se o célebre santuário mariano dedicado a Nossa Senhora da África.
Conta a história que foram duas mulheres que idealizaram este santuário a Nossa Senhor da África. Em 1846 duas jovens operárias, Margarita Bergezio e Anna Cuiquien de Lyon, França, mas de origem italiana, acompanharam o bispo Pavy que iria assumir a diocese de Argel e elas se dedicariam às obras sociais que o mesmo bispo fundara na Argélia.
As duas jovens missionárias, chegando a Argel, não encontraram nenhum santuário mariano, sentiram a falta de uma igreja ou capela dedicada à Mãe de Deus, na qual pudessem expandir a sua devoção.
Tiveram a idéia de colocar uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o lugar se transformou num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. 
No dia 2 de julho de 1857, as mulheres, com a ajuda do povo, conseguiram construir uma pequena e modesta capela. Vendo isto, o bispo de Argel fez um apelo ao povo, e os donativos foram chegando de modo que puderam iniciar no dia 02 de fevereiro de 1858, a construção do atual santuário. Belas pedras extraídas das pedreiras de Koulba foram os primeiros assentos do Santuário.
O atual santuário foi concluído em 1872 sobre rochas elevadas que domina o mar e a cidade de Argel. À imagem entronizada no Santuário recebeu o título de Nossa Senhora da África, e foi oferecida pelas alunas das Irmãs do Sagrado Coração de Lyon. É uma imagem de bronze, que foi coroada em 20 de abril de 1876.
Numerosos são os peregrinos que o visitam. Não apenas católicos, como também muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as partes para rezar ante a imagem da Santíssima Virgem.
A devoção à Virgem Maria encontrou no continente africano, um novo elã, principalmente depois da metade do século XX e após o lançamento de uma nova evangelização, às vésperas do século XXI. 

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