Jovem e cheio de vida, alegre por natureza, de coração aberto e amado por todos, José de Anchieta soube cativar a simpatia de seus colegas que gostavam de ouvi-lo recitar. Por causa do seu timbre de voz, chamavam-no "canarinho", lembrando o canto dos pássaros de sua ilha natal, Tenerife, nas Canárias. Esse jovem cheio de fé e atento às inspirações e moções de Deus buscava o silêncio, a solidão para orar. Um dia em uma de suas caminhadas, resolveu entrar na Catedral de Coimbra e, diante do altar da Virgem, sentido uma grande paz, resolveu dedicar sua vida ao serviço de Deus e dos homens; fez voto de castidade, consagrando-se a Maria. Tinha nesta época 17 anos de idade. A partir daí intensificou sua vida de oração, demonstrando grande maturidade.
Profundamente impressionado com as cartas de São
Francisco Xavier, que contavam as carências de tantos povos e países do
Oriente, e desejando seguir tão eloqüente exemplo, decidiu entrar na Companhia
de Jesus. E deste modo, pouco tempo depois, veio ao Brasil.
Uma vez missionário, José de Anchieta viveu o
espírito do apóstolo dos gentios. Salvar as almas para a glória de Deus, este
era objetivo de sua vida. Isto explica sua prodigiosa atividade, ao buscar
novas formas de atuação apostólica, que o levavam a fazer-se tudo para todos.
Não recusou nenhum esforço para compreender os seus "Brasis" e
compartilhar-lhes a vida, tornando-se exímio catequista que - seguindo o
exemplo de Cristo Senhor, Deus feito homem para revelar o Pai -, vivendo entre
os homens, falava-lhes de maneira simples adaptando-se aos seus costumes.
Promoveu e desenvolveu as aldeias, cujo coração era simples a Casa de Deus,
onde o sacrifício Eucarístico era celebrado regularmente e onde o Senhor
sacramentado permanecia presente.
Padre Anchieta multiplicou-se através de tantas
atividades, até mesmo do estudo da fauna e da flora, da medicina, da música e
da literatura, mas tudo isso orientava para o bem verdadeiro do homem destinado
a ser e viver como filho de Deus. O seu segredo era sua fé: era homem de Deus.
Por certo não lhe faltaram dores e penas, decepções e insucessos; também teve
sua parte no pão de cada dia de todo apóstolo de Cristo, de todo sacerdote do
Senhor, mas jamais faltou a calma, serena e viril certeza alicerçada no Senhor
Jesus Cristo, com quem se entregava continuamente para deixar-se plasmar pelo
Espírito.
Escreveu na areia da praia com amor o seu poema -
que aprendeu de cor: A virgem Maria, mãe de Deus.
A união profunda e ardente com Deus, o apego a
Cristo presente na eucaristia, o terno amor a Nossa Senhora, foram as fontes da
riqueza da vida e da atividade do Bem-aventurado José de Anchieta.
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