segunda-feira, 21 de maio de 2012

Santa Catarina de Gênova - 22 de maio


 
Santa Catarina de Gênova
1447-1510

No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os dominantes em Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas sangrentas. Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz, que era mantida pelos casamentos acordados entre si. Ela também teve de submeter-se a essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos dos guelfi, a deram em casamento ao jovem Juliano, da aristocrata família Adorno, dos ghibellini. 
A união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas irresponsável, desregrado, jogador e de caráter duvidoso, enquanto Catarina, com apenas dezesseis anos, era religiosa, sensível e muito caridosa, que, em vez de casar, desejava poder ter seguido a vida religiosa como sua irmã Limbânia o fizera. 
Ela viveu sob a influencia negativa do marido, dividida entre as futilidades da corte e as obras de caridade. Um verdadeiro conflito entre os pecados e o remorso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de visitar a irmã Limbânia no mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido, sem solução e salvação, Catarina resolveu viver no seguimento de Jesus, para dedicar-se aos pobres e aos doentes. 
Sua conversão foi tão sincera, radical e transparente que Juliano se converteu também. Colocando todo o seu patrimônio à disposição dos necessitados e deixando os palácios suntuosos, os dois ingressaram na Ordem Terceira Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa época, devido às freqüentes invasões de conquistadores, os soldados haviam trazido a sífilis e a peste, que se tornaram epidemias crônicas, atingindo toda a população, rica e pobre. Catarina e Juliano passaram a cuidar desses doentes. 
Catarina realizou o seu desejo de renovação espiritual praticando a caridade entre os mais contaminados e desenganados. Juliano, depois de alguns anos morreu, em 1497. Ela continuou cada vez mais despojada de tudo, servindo a Deus na total entrega aos pobres mais doentes e abandonados. 
Ao seu redor se juntou um grupo de seguidores, entre os quais o humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos dizia: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade". Enquanto isso, a fama de sua santidade corria entre os fiéis. 
Catarina, nessa íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons especiais da profecia, conselho e cura. Em 1507, com o físico enfraquecido e por causa do constante contato com os mais contaminados, adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de setembro de 1510. 
Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa Clemente XII em 1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais conhecida como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova no dia 12 de setembro. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de maio.



Santa Catarina de Genova

Santa Catarina de Genova – a santa do puro amor.

Santa Catarina de Genova foi uma santa dotada por Deus de excepcionais graças e foi classificada uma das maiores místicas.

Da sua experiência pessoal de purificação nasceu o seu brillante "tratado do purgatório". Foi determinante o seu influxo na vida eclesial do seu tempo, com o movimento do divino amor inspirado por ela, sobre a espiritualidade moderna através da escola francesa dos séculos XVI-XVII que trouxe muita admiração por ela. Morreu consumada pelo fogo devorante do amor na madrugada do dia 15 de setembro de 1510. Foi canonizada no ano 1737 pelo Papa Clemente XII. Pio, no ano 1943, a proclamou "Padroeira dos hospitais italianos".

Aos 12 anos teve a primiera visão do amor de Deus, na qual Jesus dividiu com ela alguns sofrimentos da sua Santa Paixão. Aos 13 anos decediu abraçar a vida religiosa no convento das irmãs de Nossa Senhora das Graças, onde sua irmã Limbania era já uma religiosa. Falou com o diretor da Ordem, mas não aceitavam meninas muito jovens na congregação. Isto causou uma forte ferida no coração de Catarina, mas não perdeu a sua fé no Senhor.

Aos 16 anos se casou com Juliano Adomo; matrimonio não por amor, mas por opportunismo político a qual foi submissa. Os primeiros anos foram tristes e desolados devido ao caráter difícil do marido. Catarina conseguiu superar a crise, depois da visão de Cristo que espalhava sangue e daquele momento ela se dedicou ao exercício da caridade.

Depois, o Nosso Senhor durante uma outra aparição, fez reclinar a cabeça de Catarina no seu peito, dando-lhe a graça de poder ver tudo através dos seus olhos e sentimento através do Seu coração traspassado.

Sempre demonstrou grande reverência e amor pela Eucaristia. Durante a celebração da Santa Missa, o seu espírito permaneceu sempre recolhido, sobretudo recebendo a sagrada comunhão, muitas vezes lhe aconteceu de cair em êxtase e chorando orava Deus de perdoar os seus pecados.

A penitência que Catarina praticou era muito forte, tão forte que o nosso Senhor em uma ocasião lhe ordenou que cessasse de praticar estas mortificações e penitência tão severas e a isto, ela obdeceu.

Catarina morreu no dia 14 de setembro de 1507, dia da Exaltação da Cruz. O seu corpo foi sepultado no hospital onde serviu por mais de 40 anos. Alguns anos mais tarde, foi aberta a sua sepultura, os seus vestidos não apresentavam sinais de decomposição, o seu corpo era intacto, igual ao dia em que foi sepultada.

Jesus revela a Santa Catarina de Genova, o Purgatório e o Inferno.

Através do Divino fogo com a qual foi purificada na vida mortal, ela pode entender o estado das almas do Purgatório. Jesus lhe disse: "A alma é como ouro, deve ser purificada no fogo".

Revelou a ela que como o sol não pode penetrar em uma superfície coberta, assim e ao mesmo modo, também a chama do seu amor não pode penetrar nas almas que blocam o resistem a receber o seu Amor Purficador, porque Ele respeita a liberdade dos homens.

A alma que não deseja ser purificada na vida terrena e não encontra prazer na purificação, deverà sofrer uma purificação mais forte no Purgatório. Porque aqui na terra encontra complacência e consolação no Senhor.

As chamas com as quais a alma é purificada aqui na terra, são as chamas do amor divino, no Purgatório as chamas que queimam e purificam todos os nossos pecados não são chamas do amor divino por isto causam dor, angústia: não existe compaixão. E mesmo que o nosso amor pelo Senhor cresce, não tira nem diminui o tormento que se sente, mesmo quando se percebe os raios do Amor de Deus.

Tratado do Purgatório

Tratado do Purgatório de Santa Catarina de Genova.

Alguns trechos essenciais do "Tratado do Purgatório"

Via com os olhos da alma e compreendia a condição dos fiéis no Purgatório, eram alí para purificar-se antes de serem apresentados diante de Deus, no Paraíso.

A ferrugem do pecado é o impedimento e o fogo vai consumindo a ferrugem e assim a alma com o passar do tempo vai descobrindo o divino influxo...

Assim a ferrugem (isto è, o pecado) é a copertura das almas e no Purgatório se vai consumindo pelo fogo e quanto mais consome, mais se corrisponde ao verdadeiro sol Deus. Porém cresce a alegria enquanto diminui a ferrugem e se descobre a alma ao divino raio. E assim um cresce e o outro diminui, até que seja terminado o tempo.

A pena existe, mas somente o tempo de estar nessa pena. E quanto à vontade, não posso dizer que aquelas sejam penas, porque são contentes pela ordem dada da Deus, com a qual é unida a vontade deles na pura caridade.

Têem uma pena tão extrema, que não se encontra lingua que possa narrar, nem intelecto que possa entender uma mínima cintila, se Deus não lhe mostrasse por graça especial.

Nasce neles um extremo fogo, parecido com aquele do inferno, exceto a culpa, a qual è aquela que faz a vontade maligna aos danados do Inferno, aos quais Deus não corresponde a sua bondade e por isso restam naquela desesperada, maligna vontade contra a vontade de Deus.

Oh! Quanto é perigoso o pecado feito com malicia: porque o homem difficilmente se arrepende e não arrependendo-se, sempre está na culpa, a qual persevera quanto o homem está na vontade do pecado cometido o a ser cometido!

De quanta importancia seja o Purgatório, nem lingua o pode exprimir, nem mente entender, somente que vejo tantas penas como no Inferno e vejo a alma a qual em si sente uma mínima mancha de imperfeição, recebe-lo por misericórdia (come se disse), não fazendo em um certo modo estima, em comparação daquela mancha que impede o seu amor.

Quando a alma, por interior vista, se ve aproximada da Deus com tanto amoroso fogo, aì por aquele calor do amor do seu doce Senhor e Deus, que sente rebombar na sua mente, tudo se liquefaz.

Vendo a luz divina e como Deus não cessa de aproximá-la Ele e amorosamente conduzi-la à intera sua perfeição, com tanta cura e contínua provisão e que o faz somente por puro amor.

Vejo ainda proceder daquele divino amor à alma, certos raios e lampos, tão penetrantes e fortes, que parecem que devem abater não somente o corpo, mas ainda a alma se fosse possível.

Estes raios fazem duas operações: com a primeira, purificam e com a segunda, abatem.

Saiba que aquilo que o homem pensa que em si é perfeição, davanti a Deus, é defeito: portanto tudo aquilo que tem aparência de perfeição, como as vê, as escuta, as entende, as quer, ou seja, tem uma memoria, sem o reconhecimento de Deus, tudo se contamina e se suja.

E’ verdade que o amor de Deus, o qual é abundante na alma (segundo aquilo que vejo) dá uma alegria tão grande, que não se pode exprimir, mas esta alegria às almas que estão no Purgatorio, não cancela nem uma cintila de pena deles.

Isto é, aquele amor é que faz a pena deles e quanto maior a pena quanto maior a perfeição do amor o qual Deus lhes dá.

Me vem vontade de gritar, um grito forte, que amedrontasse todos os homens que estão na face da terra e dizer: Oh míseros, porque vos deixais corromper por este mundo, que não vos dá nada e que na hora da vossa morte, o que vos concederá?

Todos estão cobertos pela esperança da misericórdia de Deus, a qual dizeis ser tão grande, mas não vedes que tanta bondade de Deus vos serà em juízo, por ter feito contra a vontade de um tão bom Senhor?

Não ter confiança dizendo: Eu me confessarei e depois terei a Indulgência Plenária e serei naquele ponto, purgato de todos os meus pecados e assim serei salvo.

Pensa que a confissão e contrição a qual precisa para essa Indulgencia Plenaria è muito dificil de conseguir, que se tu o sapessi, tremarias de tanto medo e serias mais certo de não te-la que de poder conseguir.

Purificação

Do volume "Abrirei uma estrada no deserto".

Aquilo que impede de subir a estrada da perfeição, é o temor da renúncia e do sofrimento. Pelo temor de sofrer, iremos ao encontro de um sofrimento maior, é uma tentação aquela de renunciar ao sacrifício; tentação que pode ser vencida pensando às penas do purgatório. Quando seremos diante de Deus, Ele nos pedirá a conta de cada graça, se correspondemos ou não e deveremos responder até ao ultimo centavo.

Composição do lugar

O impacto emocional que recebo da visão é muito forte. Sobre uma colina estão muitas cruzes. De cada uma destas cruzes se nota um corpo humano, preso com prego pelas mãos e pelos pés. Vejo na primeira cruz, que é a maior, um corpo em abandono, como se a morte fosse já alì per levar a vida. Improvisamente vejo desenvolver-se um fogo que, com chamas altíssimas, coinvolge e devora todos os corpos. Das cruzes, agora, os corpos sussultam entre espasmos atrozes; ao sofrimento vejo acrescentar nova e mais atrozes sofrimentos. Do corpo colocado em primeiro lugar observo uma face, na qual uma boca arregazada grita uma dor atroz.
E’ um fogo que arde, mas non queima, um corpo que sofre espamodicamente, mas não morre

Colóquio

"Filho, as cruzes representam o sofrimento que redime. Aqueles são os quais se devem purificar das culpas. Na vida eram gaudentes e agora descontam a irrespondabilidade deles. Somente o sofrimento purifica e, como o fogo, queima todas as escórias, assim a alma, sobre a influência das penas, renega as culpas e, entendendo a gravidade cometida, deseja corrijir-se.
Fogo divino que o consume, fogo de amor ofeso, que faz com que as penas causem ainda mais angústia. Eles sabem, porque têem o intuito que tudo terminará quando a alma, purificada, arderá com aquele fogo de amor em perfeita sintonia.
E’ importante para vós não cair no pecado e aproveitar não só o perdão como na confissão, mas da cancelação das penas como nas indulgências.
Muitos, se pudessem ver o sofrimento que deverão descontar por terem sido tão humanos, talvez, renunciariam a todas as concupiscências. Alguns falam do purgatório como um lugar feliz onde falta somente a presença de Deus deles para ser quase igual ao paraíso. Não vos lembrais que a justiça exige reparação?
A menor culpa segundo vós considerada insignificante, é uma enormidade em comparação à pureza de Deus. Ninguém se salva da si mesmo (Sal 48, 8-9); procurais na minha misericórdia a salvação e a purificação dos pecados.
As cruzes do sofrimento estão a indicar que para o homem não existe modo de antecipar os tempos, o futuro é já no vosso quotidiano. Trabalhais para viver uniformemente segundo o meu ensinamento e não vos preocupais, abandonando-vos completamente ao meu amor.
Lembrai-vos de orar por aqueles que estão no meio das chamas do amor ofeso. A oração é um veiculo potente de intercessão que pode diminuir as penas deles.
Muitos são passados por lá para depois entrarem na glória. Agora intercedem pelos seus benfeitores levando uma infinidade de caridade que esplende. Aonde reina soberano o amor, a caridade é a filha. Seja grande em vós a fé na minha misericórdia, porque salva, porque redime e doa a certeza que dão tranquilidade ao coração. Alegrais, porque sois constantemente guiados na estrada do verdadeiro bem, não somente para a vossa alma, mas também para aquela dos vossos irmãos e irmãs. A paz seja com vós".

Era na prisão e vós me visitaram

Trecho da: "Relação do Purgatório".

A voz de Jesus se faz sentir no íntimo da minha alma com extrema clareza:

Quero que se ore por estas santas almas do Purgatório, porque o meu Coração divino arde de amor por elas. Desejo vivamente a liberação delas, para uni-las totalmente a mim.

E as penas por quanto terríveis possam ser, são sempre incomparavelmente leves em comparaçao à ofesa infinita que constitui o pecado.

O Purgatório é como uma prisão de luz e de fogo, constituído da Misericórdia divina: a alma deve purgar-se a pena do seu pecado para poder entrar na beatitude eterna.

Visão do Grande purgatório:
Vi com os olhos da alma um fogo que causava horror sem limite nem forma, que queimava sem nunca variar, em um silencio absoluto... Vi neste fogo milhões de pobres almas estreitas uma contra as outras, mas sem que pudessem se comunicar, senão aquele mesmo fogo. Este grande Purgatório é como o inferno, a parte a eternidade das penas e o ódio perante Deus e das outras almas, a parte a desesperação.

Se não me engano, vi que elas neste estado eram mais purificadas que consoladas, mais queimadas que iluminadas: é um estado terrível.

Visão do Médio Purgatório:
Vi, com os olhos da alma, um mar de fogo abrir-se na minha frente. Ele fazia rumor, imensas chamas claríssimas se reproduzem e se desfazem incessantemente. E aqui, milhões de almas estendem as mãos, submersas no fogo e nas chamas que se levantam com um força impetuosa.

E’ como um movimento da alma, um início de caminho através do Céu, ma sem o mínimo desejo pessoal; é como um lançar interior que a leva ou a empurra à Deus. Veem certamente purificadas, através de muito sofrimento, mas também iluminadas, assim as consola e permite a elas de glorificar Deus não somente abandonando-se ao seu Puro Querer, mas assumindo uma quase iniciativa de agradecimento.

Frequentemente, depois do juízo particular, a alma vai no Grande Purgatório; ela fica como tonta e sem forças, porque para ela é a descoberta do pecado, da sua gravidade, dos seus efeitos, das suas implicações.
Neste período a alma é como se fosse paralisada: imóvel, ela contempla seja a justiça de Deus que se exercita nela, seja a Misericórdia de Deus que valeu a faze-la salva. Depois ela se coloca em movimento em direção a Deus, que a atraia, que a transporta através do seu amor infinito; é aqui que ela passa no Médio Purgatório.
No Médio Purgatorio, a alma se afronta com o Amor, mas contempla este Amor infinito que a atrai. No Médio Purgatorio, a alma sai de si mesma e descobre tudo aquilo que significa a sua participação à Igreja.

Visão da Entrada do Céu:
E’ como o alto do Purgatório, um mundo de luz ardente e de paz. E’ o sofrimento do amor levado ao seu paroxismo, um padecimento de amor, o júbilo total, mais suave, unido ao sofrimento pior, o mais devastador.

E’ o reino do puro amor e do nu sofrimento; as almas seguem através da Jerusalém celeste, se apresentam na frente do Rei. Elas ficam mais ou menos um longo tempo, mas nunca como no Grande e Médio Purgatório, porque a intensidade dos langores de amor da Entrada constitui uma rápida e ulterior purificação.

Escutavo as almas cantarem: Me liberais da morte. Conservais os meus pés do tombo, para que eu caminhe à tua presença na luz dos viventes, oh Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário