quinta-feira, 19 de abril de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/04/2012

20 de Abril de 2012 


João 6,1-15

Comentário do Evangelho

Jesus comunica a vida

Por três vezes, em seu evangelho, João menciona "a Páscoa dos judeus". Assim coloca a si próprio e a Jesus fora deste tipo de celebração no Templo de Jerusalém. A Páscoa era a celebração da morte dos egípcios oprimidos pelo faraó e da saída do Egito do povo de Israel, que se considera eleito, para a invasão e o extermínio dos povos de Canaã. 
Jesus revela o Deus da vida e do amor. Sempre no meio da multidão, Jesus comunica a vida. João, em seu evangelho, não menciona a partilha do pão por Jesus na última ceia. Este gesto de partilha se realiza neste momento de encontro com a grande multidão na montanha. 

A comunhão com Jesus se faz na promoção da vida, com gestos concretos de partilha com os pobres e excluídos: "Eu tive fome e me destes de comer" (Mt 25,35).


José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

A fé, ainda limitada e pequenina dos apóstolos, não via jeito para alimentar aquele povo todo. Mas Jesus confiava no Pai e, a partir do gesto solidário de um rapaz, multiplica e partilha o Amor para a multidão. Todos comem e ainda sobra. Jamais esqueçamos este sinal: seguir Jesus é partilhar o que somos e temos.


Reflexão
O capítulo sexto do evangelho de São João é reservado para o discurso sobre o sacramento da Eucaristia, e Jesus, no uso da sua pedagogia, prepara os judeus para esse discurso através da multiplicação dos pães. A prática pedagógica de Jesus deve ser o grande iluminativo para a nossa prática missionária, pastoral e evangelizadora. Nós devemos anunciar o evangelho a partir da realidade das pessoas, de suas experiências de vida, dos seus valores e das suas expectativas. Antes de anunciar a Palavra de Deus, precisamos criar a necessidade dela no coração das pessoas como Jesus, que a partir da necessidade do pão, cria a necessidade do pão da vida eterna.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. "UM MENINO, CINCO PÃES E DOIS PEIXES..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Se reescrevêssemos esse evangelho na pós-modernidade, iríamos dizer que a comunidade estava em um retiro e precisava providenciar alimentação para todos, e daí alguém ligou para um comerciante católico muito rico e ele mandou um caminhão Baú com alimentação para todos e ainda sobrou um monte que foi dado às instituições assistenciais. Os grandes encontros e os grandes empreendimentos humanos requerem grande quantidade para suprir a necessidade do evento.

Claro que nesta versão moderna da multiplicação dos pães, deve-se louvar e agradecer a Deus por pessoas ricas, porém generosas, e são muitas, que ajudam de todas as formas nossas comunidades levando o sentido da partilha ao pé da letra. Mas a lógica do evangelho, fundamentada na Eucaristia não é essa. Os pobres são bem aventurados justamente porque eles também têm algo a dar para o Reino, ainda que seja pouco e até insignificante, como os cinco pães e dois peixinhos do evangelho.

João relata algo diferente, uma grande multidão com fome, os organizadores do encontro preocupadíssimos com o lanche, e de repente um menino cede o seu lanche (tenho minhas dúvidas, não sei se o menino cedeu ou se um dos discípulos o "requisitou"), o fato é, que era uma quantidade irrisória perto da necessidade da multidão. Voltemos ao menino anônimo para uma observação importante, digamos que ele não queria ceder, não porque fosse egoísta, mas porque sabia que o seu pouquinho não iria resolver a situação. Eis aí o grande problema de se viver em comunidade, quem não acredita no pouco é porque não confia em Deus e prefere a lógica do mundo onde, só quem tem muito pode e deve dar alguma coisa.

Lembro-me de minha primeira comunidade em um Bairro pobre, lá pelos idos de 70, quando era ministro da Palavra itinerante. Uma semana antes o padre me apresentou à comunidade em uma Festa do Padroeiro e tinha gente que não acabava mais, a capelinha parecia caixa de fósforo perto da multidão que estava na quermesse, a missa teve de ser campal... Esfreguei as mãos de contentamento...

No domingo seguinte, faltando dez minutos para as 17 horas lá estava eu e mais quatro pessoas a espera do início da celebração. Deu-me um desânimo tão grande que quase desisti. Daí chegou mais duas pessoas, uma delas a Dona Maria, uma Senhora Negra, bem simplezinha e pobrezinha, mas a quem devo a minha perseverança naquela comunidade. Começamos a celebração e o vento apagou as velas do altar, foi três ou quatro vezes e em todas elas a Dona Maria levantava, saía do seu lugarzinho e vinha acender as velas...

No final da celebração ela disse que naquela semana iria de casa em casa convidar as pessoas a vir participar da celebração no domingo seguinte. Fiquei depois sabendo que ela era analfabeta e que tinha um filho alcoólatra de quem levava uma surra de vez em quando. O que poderia se esperar de uma mulher com esse perfil, em uma comunidade pobre de um bairro distante? Nada ou quase nada, nos diz o espírito capitalista, de fato ela não tinha nada a oferecer, tinha sim, mas um pouquinho só: cinco pães e dois peixinhos... Para encurtar a história, Dona Maria foi quem incendiou a comunidade com seu testemunho autêntico, com seu cristianismo devocional. Que mulher de garra e de fibra que eu tive o prazer de tê-la como irmã de caminhada!

Hoje é uma grande comunidade com uma linda igreja no meio do Bairro, sempre lotada e bem participada, mas naqueles primeiros tempos, somente a Dona Maria teve coragem de profetizar "Olha minha gente, um dia seremos uma grande igreja aqui no Bairro, pois a comunidade está começando hoje...". E de fato começou com aquele gesto marcado pela simplicidade, de acender as velas do altar e de convidar as pessoas para a celebração. Naquele momento o seu gesto talvez tenha sido visto como uma ingenuidade, entretanto ali tudo começou a acontecer naquela comunidade.

Jesus ergueu os olhos para o céu e abençoou o lanchinho que o menino ofereceu; como também abençoou a atitude da Dona Maria... E a fome de cinco mil pessoas foi saciada e ainda sobrou... Eis o grande milagre da Eucaristia: em comunhão com Jesus damos o nosso pouquinho, aquele carisma que parece não ser tão importante, ofereça-o à comunidade, e ajude Jesus a fazer o grande milagre que mata a fome do povo, sem precisar de um Patrocinador que banque tudo.

Não tenhamos preconceito com o nosso "pouquinho", pois sem ele não tem como Deus fazer o milagre...

2. Jesus comunica a vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Pai Santo, dá-nos a consciência de que, como Igreja de Jesus, os limites das nossas forças não são os parcos recursos humanos, mas a nossa fé. Faze-nos, por isto, ousados e alegres anunciadores do teu Reino de Amor entre os companheiros de jornada. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.



3. MANDAMENTO DA PARTILHA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

No Evangelho de João, na narrativa da última ceia de Jesus em Jerusalém, não há menção à partilha eucarística do pão. A grande ação de Jesus nesta ceia é a de lavar os pés dos discípulos, como exemplo de serviço. O evangelista João apresenta a eucaristia neste episódio da partilha do pão. Ele promove o "pão" da refeição, na "montanha", onde Deus dá os dez mandamentos a Moisés. É o seu novo mandamento, mandamento da partilha, do amor. O personagem central é um menino (paidárion, jovem escravo), com cinco pães de cevada e dois peixes. Jesus dá graças (eukharistésas) pela partilha, e ela acontece a partir dos mais humildes. Somos convidados a viver a eucaristia como partilha concreta da vida.


Há mais alegria em dar do que em receber


Postado por: homilia

abril 20th, 2012


Evangelho da encarnação, da Palavra que se fez carne, de Deus que se fez gente. É assim que pode ser chamado o Evangelho segundo João. Ele é o evangelista que mais aprofunda a transparência divina das realidades humanas.
Cada uma dessas realidades tocadas por Jesus se transforma em sinal. São sinais da Sua glória a água quando transformada em vinho em Caná, também a água pedida e oferecida à samaritana junto ao poço de Jacó. Também são sinais de Deus a cura do paralítico à beira da piscina de Betesda, do cego de nascença na fonte de Siloé e os cinco pães, multiplicados para a multidão, nas colinas da Galileia. São sinais que tantos viram, tantos presenciaram, mas muitos não entenderam, porque não creram, não abriram o coração à fé.
Começando, hoje, o capítulo seis, João aborda um fato notório na vida pública de Jesus: o milagre da multiplicação dos pães narrado também pelos outros evangelistas. Diferentemente de Marcos e Mateus, João não apenas narra o episódio, mas reflete, longamente, sobre o seu significado, mais especificamente sobre sua transparência.
No Evangelho de João, na narrativa da Última Ceia de Jesus, em Jerusalém, não há menção à partilha eucarística do pão. A grande ação de Jesus, nesta ceia, é de lavar os pés dos discípulos como exemplo de serviço. Ele apresenta a Eucaristia, nesse episódio, da partilha do pão. A mesa da refeição tem lugar na montanha, onde Deus dá os dez mandamentos a Moisés. É o Seu Novo Mandamento da partilha e do amor. A figura de destaque é um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Jesus dá graças pela partilha e ela acontece a partir dos mais humildes.
Dentre muitos aspectos que poderia ser salientado, está a prática da caridade na partilha. Jesus nos ensina que a vida deve ser partilhada, pois ela é um dom que deve ser fomentado. Aliás, costuma dizer-se que “o pouco partilhado chega para todos”. Assim aconteceu com o milagre da multiplicação, quando todos comeram e ficaram saciados.
Sem medo de errar, ouso afirmar que o milagre só aconteceu porque Jesus tinha em mente a iniciativa de não despedir o povo com fome, mas, sim, “com eles e para eles” repartir o pão. Assim acontece conosco, porque se não aprendermos a partilhar com os “sem-pão”, com os “sem-roupa” e os “sem-teto”, não teremos a verdadeira alegria de viver, no nosso dia a dia, e nada conseguiremos para nos saciarmos verdadeiramente. Aliás, o próprio Jesus diz: “Há mais alegria em dar do que em receber”.
Sem excluir a ação do milagre da multiplicação, vejo que a caridade foi um fator primordial na multiplicação dos pães.
Jesus mandou que se formassem grupos e se sentassem, porque sabia de algo básico do ser humano: a maioria das pessoas não conseguem comer vendo outras pessoas passando fome na sua frente. Imagine-se dentro desse grupo, com comida na sua bolsa, mas a maioria das pessoas com fome. Você comeria sozinho ou dividiria uma parte da sua comida com os mais próximos? Se sua resposta for ‘sim’, você está de parabéns! Mas se a resposta for “não”, então é hora de rever os seus conceitos. Tudo o que você tem, Deus lhe deu para que você partilhasse com seus irmãos e irmãs. Decida-se! A vida é partilha e doação.
A multiplicação dos pães não é questão de “blá-blá-blá”; é, na realidade, questão de fé. Veja que, no Evangelho – embora não apareça -, podemos imaginar a reação dos discípulos, quando Jesus mandou que trouxessem os cinco pães e os dois peixes até Ele, na intenção de alimentar aquela multidão de cinco mil homens.
Para quem não entende o que é fé, poderia duvidar e dizer: “Será que isso vai dar certo?”. Mas Jesus, como em todos os milagres, fez a parte d’Ele e deixou que cada pessoa, na multidão, também fizesse a sua parte. Essa é a sua vez!
Quando todos ao seu redor disserem que aquilo em que você acredita não existe, é preciso que você não desfaleça. Vá e aguente firme! Acredite que, com Jesus e pela força da oração, tudo pode ser mudado. Se a fé de Jesus fosse “fraca”, Ele nem teria tentado repartir os pães e os peixes.
Somos convidados a viver a Eucaristia como partilha concreta da vida, na certeza de que – com Cristo, em Cristo e para Cristo – nada é impossível. Por hoje, saibamos repartir o nosso “pão” e o nosso “peixe” com quem está ao nosso lado passando fome, quer seja material ou espiritual.
Padre Bantu Mendonça

Leitura Orante 

Preparo-me para este momento mais importante do meu dia, invocando o Espírito Santo para mim e para todos e todas que fazem esta mesma oração, 
aqui na rede da internet. 

Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, para que possamos avaliar todas as coisas à luz do Evangelho e ler nos acontecimento da vida os projetos de amor do Pai. 

Dai-nos o dom do entendimento, uma compreensão mais profunda da verdade, 
a fim de anunciar a salvação com maior firmeza e convicção. 
Dai-nos o dom do conselho, que ilumina a nossa vida e 
orienta a nossa ação segundo vossa Divina Providência. 
Dai-nos o dom da fortaleza. sustentai-nos, no meio de tantas dificuldades, com vossa coragem, para que possamos anunciar o Evangelho. 
Dai-nos o dom da Ciência, para distinguir o único necessário das coisas meramente importantes. 
Dai-nos o dom da piedade, para reanimar sempre mais nossa íntima comunhão convosco. 
E, finalmente, dai-nos o dom do vosso santo temor, para que, conscientes de nossas fragilidades, reconheçamos a força de vossa graça. 
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos um novo coração. Amém. 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto? 

Faço a leitura lenta e atenta do texto da Palavra do dia na minha Bíblia:
 Jo 6,1-15 
A reflexão e os cálculos dos apóstolos são muito racionais e funcionalistas. 
Jesus faz o milagre, a partir de um menino que coloca em comum tudo o que tem - cinco pães e dois peixes. Com certeza, o gesto de desprendimento do menino, que nada segurou para si, permitiu a realização do milagre! O pão foi multiplicado, todos comeram e ainda sobrou! É a lógica da gratuidade, do amor, do olhar mais para o outro do que para si mesmo, o olhar da fé. 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 
Sei partilhar? 

Seguro alguma coisa que não quero partilhar, dividir? 
Minha lógica e do acúmulo, da centralização, do cada um por si ou e a lógica de Jesus, da partilha, da mão que se abre? 
É a atitude da fé? 

Os bispos, em Aparecida, disseram: 
"Diante da exclusão, Jesus defende os direitos dos fracos e a vida digna de todo ser humano. De seu Mestre, o discípulo tem aprendido a lutar contra toda forma de desprezo da vida e de exploração da pessoa humana. Só o Senhor é autor e dono da vida. O ser humano, sua imagem vivente, é sempre sagrado, desde a sua concepção até a sua morte natural; em todas as circunstâncias e condições de sua vida. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. "Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em abundância" (Jo 10,10). Por isso, cura os enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça." 
(DAp 112). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Meu coração já está em sintonia com o coração de Jesus. 
Vivo este momento em silêncio. 
Depois, concluo com a canção 
(que pode ser rezada): 

TEM GOSTO DE DEUS 
Pe. Zezinho, scj 

Tem gosto de Deus 
O pão que a gente parte e reparte 
Tem gosto de céu 
O pão que se ganhou com suor 
Tem gosto de paz 
O pão que o povo não desperdiçou 

Tiveste pena do povo 
Mandaste dar de comer 
Alguém falou que era pouco 
Tu nem quiseste saber 
Mandaste o povo sentar 
Mandaste alguém começar 
Alguém te obedeceu 
Foi milagre, foi milagre, o milagre aconteceu! 

Tem gosto de amor 
P pão que a gente come lá em casa 
Tem gosto de fé 
O pão que a gente come no altar 
Tem gosto de luz 
O pão e o vinho que dão Jesus! 

Tem gosto de dor 
O pão que vale mais que o salário 
Tem gosto de mel 
O pão que o meu trabalho ganhou 
Tem gosto de fel 
O grão de trigo que o país perdeu! 

(CD Quando a gente encontra Deus, Paulinas COMEP) 


4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje. Minhas mãos vão estar abertas como as do menino do Evangelho.

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Ir. Patrícia Silva, fsp 

Oração Final

Pai Santo, dá-nos a consciência de que, como Igreja de Jesus, os limites das nossas forças não são os parcos recursos humanos, mas a nossa fé. Faze-nos, por isto, ousados e alegres anunciadores do teu Reino de Amor entre os companheiros de jornada. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.


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