terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/02/2012

14 de Fevereiro de 2012 

Marcos 8,14-21

Comentário do Evangelho

Jesus é o único pão

Após a narrativa da segunda partilha do pão com as multidões, Marcos apresenta a advertência de Jesus aos discípulos sobre o "fermento" dos fariseus e o "fermento" de Herodes. Os discípulos só tinham "um pão" consigo e pensavam que Jesus se referia ao fato de não terem mais pães. Os discípulos não entendem, e a reprimenda de Jesus a eles é contundente: "... não entendeis?.... vosso coração continua endurecido?... não enxergais... não ouvis?...". O simbolismo das palavras e da narrativa pode ser percebido. Uma parábola de Jesus já havia esclarecido que o Reino é como o fermento que leveda a massa. O fermento dos fariseus, e o de Herodes, é a doutrina da sinagoga e do Templo, bem como do império romano, que Jesus descarta por conduzirem à morte. Jesus é o único pão, com o fermento do Reino. É o pão da vida a ser partilhado entre todos. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Os discípulos discutiam entre si sobre a falta de pão. Também nós nos preocupamos com coisas secundárias, esquecendo-nos da grande lição de Jesus: o Reino de Deus foi a única razão de sua vida e sua morte; de sua alegria e de sua dor. Ser discípulo é isto: seguir Jesus e, como Ele, ocuparmo-nos apenas do essencial.

http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php


Reflexão 
Todos nós temos uma hierarquia de valores que servem como critério para a nossa vida e tudo o que temos e fazemos está subordinado a essa hierarquia. A maioria das pessoas orienta a sua vida para a satisfação das suas necessidades primárias e instintivas. Assim, os seus valores principais são a comida, a bebida e o sexo, de modo que essas pessoas, apesar de civilizadas, possuem a mesma hierarquia de valores que os animais: buscam apenas a satisfação dos próprios instintos. Essas pessoas não aceitam a Jesus e criticam a sua doutrina porque a sua dependência aos instintos lhes cega a vista e endurece os seus corações, de modo que não podem compreender a verdadeira hierarquia de valores que Jesus veio trazer para que as pessoas não vivam instintivamente, mas tenham vida em abundância.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "E o Mestre perdeu as estribeiras..."(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Embora se trate de uma reflexão pós pascal das comunidades, o evangelista Marcos é bastante realista e não bota "panos quentes" na reação de Jesus diante da atitude dos seus discípulos, que não compreendiam em profundidade os ensinamentos de Jesus.

Naquele dia o discípulo encarregado de levar o lanche esqueceu-se do pão e na barca só havia um único pão. Naquele momento Jesus retomou o ensinamento sobre o perigo do farisaísmo e do fermento de Herodes, mas os seus discípulos estavam "voando" e a única preocupação naquele momento era com o lanche e como Jesus falou em fermento, pensaram que ele estava dando uma "indireta" pelo esquecimento, confundindo alhos com bugalhos".

O que isso quer dizer para nossas comunidades de hoje? Os discípulos só conseguiam enxergar o que estava diante deles e assim, também nós em nossas pastorais e movimentos, na catequese, ministério e na liturgia, corremos o risco de só olharmos aquilo que é aparente esquecendo o sentido daquilo que na ação pastoral é essencial: o amor que se traduz em serviço. Mas o que é pior, a toda hora a comunidade sofre a influência perniciosa do Farisaísmo e do fermento de Herodes, quando o servo se torna senhor, quando o serviço pastoral nos leva ao poder, ao sucesso e a fama.

O pão a que Jesus se refere, e que ele continua a multiplicar hoje é a eucaristia, que só é autêntica quando gera comunhão de vida no serviço prestado aos irmãos. A Eucaristia fortalece e aprimora os nossos carismas para sempre podermos fazer e oferecer o melhor de nós a comunidade, e não a sermos os melhores, os mais importantes, isso é deixar-se contaminar pelo fermento de Herodes, deixando de lado o pão bendito da Vida que Jesus multiplica entre nós.

2. Jesus é o único pão(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Vide acima

3. AS MÁS INFLUÊNCIAS(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A convivência diuturna com o Mestre não tornava seus discípulos imunes das más influências, especialmente, daquela dos fariseus. Estes tinham uma mentalidade contrária à de Jesus. Pelo modo como eles se apresentavam, havia o risco de contaminarem os discípulos.

Certos componentes da mentalidade farisaica traziam em si o germe do pecado, que debilitava o ser humano, inclinando-o para o mundanismo. Disto ninguém estava isento, nem mesmo quem privava da intimidade com Jesus.

Como os fariseus, os discípulos corriam o risco de ser hipócritas e insensíveis com os mais fracos e pequeninos, julgar-se superiores aos demais, praticar um tipo de religião manipuladora de Deus, ser exibicionistas e buscar o louvor e o reconhecimento das pessoas.

Este tipo de comportamento não se coadunava com a proposta de Jesus. Contudo, muitos discípulos estavam sendo tentados a seguir este rumo, ou seja, deixar-se convencer pelos adversários do Mestre, fermentados por uma mentalidade incompatível com o Reino.

Nem sempre o alerta de Jesus surtiu efeito. Aqui e acolá, os discípulos assumiram o modo de proceder farisaico. Infelizmente, o fermento do Reino parecia ser menos eficaz que o dos fariseus. O mau exemplo impunha-se!

Oração
Espírito de precaução, torna-me imune às más influências que me afastam do projeto de Jesus, levando-me a assumir comportamentos incompatíveis com o Reino.


Postado por: homilia

fevereiro 14th, 2012


Se perfurássemos o véu, e se estivéssemos vigilantes e atentos, Deus revelar-Se-nos-ia sem cessar e usufruiríamos da Sua ação em tudo quanto nos acontece, dizendo diante de todas as coisas: “É o Senhor!” (Jo 21,7). E descobriríamos em todas as circunstâncias um dom de Deus.
Consideraríamos as criaturas frágeis instrumentos nas mãos de um Obreiro onipotente e reconheceríamos, sem dificuldade, que nada nos falta e que a contínua atenção do Altíssimo O leva a proporcionar-nos em cada instante aquilo que nos convém. Se tivéssemos fé, teríamos boa vontade para com todas as criaturas. Haveríamos de acariciá-las, interiormente gratos pelo fato de elas servirem e se tornarem favoráveis à nossa perfeição, aplicada pela mão de Deus.
Se vivêssemos ininterruptamente uma vida de fé, estaríamos em permanente comunhão com Deus Pai, falando com Ele a todo o momento.
A fé é intérprete de Deus. Sem os esclarecimentos que ela proporciona, não compreendemos a linguagem das criaturas. Esta é uma escrita em números, na qual apenas vemos confusão. Uma amálgama de espinhos, de onde não nos ocorre que Deus possa falar. Mas a fé permite-nos ver, como Moisés, o fogo da caridade divina que arde no seio destes espinhos (cf. Ex 3,2).
A fé dá-nos a chave destes números permitindo-nos descobrir, no meio da confusão, as maravilhas da sabedoria do Alto. A fé confere um rosto celeste a toda a terra. É por meio dela que o coração é transportado, arrebatado, para conversar no céu. A fé é a chave dos tesouros, a chave do abismo, a chave da ciência de Deus.
Pai, Deus Todo-Poderoso, é a Ti que devo consagrar a principal ocupação da minha vida. Que todas as minhas palavras e pensamentos se ocupem de Ti. Porque sou pobre, peço aquilo que me falta. Farei um esforço desmedido para entender as palavras dos Teus profetas e dos Teus apóstolos. Baterei a todas as portas que me dão acesso a uma compreensão que me está vedada.
Mas é a Ti, meu Deus, que cabe atender o meu pedido, conceder o que procuro, abrir a porta fechada. Na verdade, vivo numa espécie de torpor por causa do meu adormecimento natural. Estou impedido de compreender os Teus mistérios por uma ignorância invencível devida à fraqueza do meu espírito.
Mas o zelo pelos Teus ensinamentos fortalece a minha percepção da ciência divina e a obediência da fé me ergue acima da minha capacidade natural para conhecer. Quero compreender as Tuas palavras no sentido com que os profetas e apóstolos as pronunciaram e proclamaram. Desejo empregar os termos exatos para transmitir fielmente as realidades que eles exprimiram. Concede-me o sentido exato das palavras, a luz da inteligência, a elevação da linguagem, a ortodoxia da fé. Aquilo em que acredito, concede-me que também o afirme e proclame. Eu me abandono nas Tuas mãos providentes e sei que não ficarei decepcionado.

Padre Bantu Mendonça



Leitura Orante 



Preparo-me para a Leitura Orante da Palavra,

rezando com todos os internautas: 

"Restaurai-nos, ó Senhor; mostrai-nos
 serena a vossa face e seremos salvos."
(Sl 80,4). 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio com atenção, na Bíblia, o Evangelho de 
Marcos 8,14-21. 

O texto narra um momento significativo no processo de incompreensão dos discípulos. Apresenta elementos tomados da tradição: de pães, a referência ao pão único, o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes. Marcos aprofunda a advertência de Jesus, chamando a atenção para a cegueira, a surdez e o coração endurecido dos discípulos que estão preocupados com a falta de pães e não percebem o significado do pão único presente entre eles.

Jesus não está sendo entendido e seguido de forma correta, por influência do "fermento" do sistema cultural da época. Compreender quem é Jesus - o único pão sem fermento -, implica em seguir o caminho da cruz e realizar sua proposta de partilha com os irmãos.

2. Meditação (Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

É assim que compreendo quem é Jesus? 

Como os discípulos? 

Sou capaz de segui-lo também na cruz? 

Ou rejeito as cruzes, como me sugere o mundo? 

Sigo Jesus partilhando os dons que Deus me concede? 

O Documento de Aparecida afirma:

 "A vida se acrescenta, dando-a, e se enfraquece no isolamento e no comodismo" (DAp)

 3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Faço minha a oração de 
Santa Edith Stein: 

Senhor, não és tu o maná,
que passa do coração do Filho ao meu,
comida dos anjos e dos santos.
Ele, que da morte para a vida se levantou,
também a mim ressuscitou para a vida.
Arrancou-me do sono da morte,
e nova vida Ele me dá de dia para dia.
Um dia, sua plenitude inundar-me-á totalmente,
vida de tua vida
- sim, tu mesmo! 

4. Contemplação (Vida) 

- Qual o meu novo olhar, a partir da Palavra? 

Vou tentar compreender melhor Jesus, hoje, e para isto fazer algum gesto de partilha.

Bênção Bíblica 

O Senhor nos abençoe e nos guarde!
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!'
 (Nm 6,24-27 )

Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém.

I. Patrícia Silva, fsp

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