ANO A
Lc 17,7-10
Comentário do Evangelho
Serviço humilde e desinteressado
Esta parábola de Lucas envolve o leitor, inserindo-o como um personagem da narrativa: ele é levado a identificar-se com um senhor dono de uma propriedade rural, que explora seu servo ou assalariado. E vai concluir que não há nada a agradecer ao servo que cumpriu seu papel social de escravo. Esta cena típica da sociedade regida por estruturas econômicas e legais que favorecem o enriquecimento de alguns a partir da exploração de muitos é constrangedora para um discípulo de Jesus. Poder-se-ia salvar, talvez, apenas a conclusão final: os discípulos devem servir a Deus de maneira humilde e desinteressada.
Pode-se, também, entender a parábola como uma crítica irônica de tal tipo de sociedade, e aplicada àqueles que estão atrelados às observâncias da Lei. Como escravos da Lei, obedecem cegamente, como simples servos, sem horizontes maiores, sem liberdade e sem amor.
Em outra parábola de Lucas o senhor, ao voltar das núpcias, se põe a servir seus servos que o esperam. No evangelho de João, o próprio Jesus lava os pés de seus discípulos e os chama de amigos e não de servos (Jo 13,5; 15,15). Jesus, ao se fazer servo, remove de seus discípulos qualquer pretensão de assumir a postura de um senhor.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, reconhecendo-me servo inútil, quero esforçar-me para ser justo e misericordioso. Somente assim serei agradável a ti.
Fonte: Paulinas em 13/11/2012
Comentário do Evangelho
A gratuidade do serviço.
“Somos simplesmente servos…” (v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: “Somos servos inúteis!”. Se o fôssemos, por que Deus nos chamaria ao seu serviço? A questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos homens. Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um trabalho a ser feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf. At 1,8). Em segundo lugar, a expressão “Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer” diz respeito à gratuidade do serviço. A recompensa do apóstolo é Deus mesmo, seu verdadeiro salário é ser admitido como operário na vinha do Senhor. Quem é enviado não tem nenhum direito sobre Deus nem sobre seus semelhantes. A gratuidade exige não só não buscar recompensa, mas renunciar ao prestígio e à segurança pessoal. Deus é sua força e proteção.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reconhecendo-me servo inútil, quero esforçar-me para ser justo e misericordioso. Somente assim serei agradável a ti.
Fonte: Paulinas em 12/11/2013
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
FIZEMOS O QUE DEVÍAMOS FAZER
A vida de um cristão é marcada pelo serviço, pois ele deve cumprir aquilo que o Evangelho indica. O essencial é a entrega gratuita pelo Reino de Deus. O servidor do Reino não exige direitos nem recompensas financeiras. O que lhe compete é estar sempre a serviço de Jesus, com humildade.
Este é seu destino, seu orgulho e sua missão. É este o sentido de uma fé madura. Assim, exclui-se todo tipo de expectativa de recompensas como prêmio ao mérito. Elimina-se também o desejo de instrumentalizar Deus, construindo uma relação mercantil com ele.
Um servo não realiza um serviço de meio expediente; ele está sempre a serviço do seu senhor. Cristão não tem férias. Seu serviço é sintetizado no verbo diakoneo, um serviço realizado a Deus e à comunidade, marcado pela perene vigilância. Jesus simplesmente utiliza o modelo da escravidão como exemplo para explicitar o modo como deve acontecer a oblação, a oferta do servidor do Reino de Deus. A crítica fundamental de Jesus é à pretensão de mérito, tão comum na consciência dos fariseus. Somos servos inúteis, e basta. Não temos nenhum mérito, pois tudo é graça.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/artigos/liturgiadiaria/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/14-11-2023
Vivendo a Palavra
A Lei do Amor não diz quanto devemos fazer pelo próximo: nós devemos seguir o Cristo Jesus, que nos ofereceu tudo: a sua vida, que Ele passou fazendo o bem a todos e a sua morte, que selou a Aliança Eterna de Amor do Pai conosco, seus filhos.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/11/2012
Vivendo a Palavra
O Evangelho ensina que o serviço que prestamos não deve ser contabilizado. Cumprida uma tarefa, estejamos prontos para a próxima, sem cobrar méritos ou esperar retribuições. Não nos preocupemos com reconhecimento ou gratidão, mas coloquemos com alegria a serviço tudo o que temos e somos.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/11/2013
VIVENDO A PALAVRA
Jesus fala de uma relação que lhe era estranha: a de patrão e empregado. Ele se fez irmão de todos e a ninguém considerava servo. Inicialmente o diálogo se coloca do lado do patrão, mas logo passa para o outro lado: ‘somos servos inúteis…’ De que lado nós, Igreja de Jesus, nos sentimos mais à vontade? Somos patrões, ou somos servidores dos irmãos?
Fonte: Arquidiocese BH em 14/11/2017
VIVENDO A PALAVRA
O Evangelho ensina que o serviço que prestamos não deve ser contabilizado. Fala sobre a gratuidade. Cumprida uma tarefa, estejamos prontos para a próxima, sem cobrar méritos ou esperar retribuições. Não nos preocupemos com reconhecimento ou gratidão, mas coloquemos com alegria a serviço dos irmãos tudo o que temos e somos.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/11/2019
Reflexão
Somos todos servos inúteis. Deus não precisa de nós, uma vez que ele pode, por si só, realizar todas as coisas. Mas Deus quis contar conosco, com a nossa colaboração, e isso não em vista da pessoa dele, mas sim em vista do nosso próprio bem, uma vez que, quando colaboramos com a obra da salvação da humanidade, estamos de fato participando de uma obra que não é humana, mas divina, o que se torna para nós causa de santificação e caminho de perfeição. O amor de Deus por nós é tão grande que faz da nossa inutilidade fonte de santificação e de vida nova, não só para nós mesmos, mas também para toda a Igreja, para todas as pessoas.
Fonte: CNBB em 13/11/2012 e 12/11/2013
Reflexão
Jesus convida seus discípulos a entregar-se inteiramente à missão, sem buscar regalias incompatíveis com a urgência da implantação do Reino de Deus. Ele é o modelo do servo fiel: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). Generoso e gratuito deve ser o serviço que prestamos ao Reino de Jesus. São Paulo dizia aos líderes religiosos de Éfeso: “Eu servi ao Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio das provações… Nunca deixei de ensinar o que pudesse ser útil para vocês” (At 20,19-20). A recompensa virá, pois Deus está atento ao menor gesto de amor. Com humildade e alegria, façamos o que nos compete, segundo os dons que de Deus recebemos.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 12/11/2019
Reflexão
Jesus convida seus discípulos a entregar-se inteiramente à missão, sem buscar regalias incompatíveis com a urgência da implantação do Reino de Deus. Ele é o modelo do servo fiel: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). Generoso e gratuito deve ser o serviço que prestamos ao Reino de Jesus. São Paulo dizia aos líderes religiosos de Éfeso: “Eu servi ao Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio das provações… Nunca deixei de ensinar o que pudesse ser útil para vocês” (At 20,19-20). A recompensa virá, pois Deus está atento ao menor gesto de amor. Com humildade e alegria, façamos o que nos compete, segundo os dons que de Deus recebemos.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«Fizemos o que devíamos fazer»
Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta
(Badalona, Barcelona, Espanha)
Hoje, a atenção do Evangelho não se dirige à atitude do senhor, mas à dos servos. Jesus convida os seus apóstolos, através do exemplo de uma parábola a considerar a atitude de serviço: o servo tem que cumprir o seu dever sem esperar recompensa: «Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado?» (Lc 17,9). Não obstante, esta não é a única lição do Mestre acerca do serviço. Jesus dirá mais adiante aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.» (Jo 15,15). Os amigos não passam contas. Se os servos têm que cumprir o seu dever, muito mais os apóstolos de Jesus, seus amigos, devemos cumprir com a missão encomendada por Deus, sabendo que o nosso trabalho não merece nenhuma recompensa, porque o fazemos por gosto e porque tudo quanto temos e somos é um dom de Deus.
Para o crente tudo é sinal, para o que ama tudo é dom. Trabalhar para o Reino de Deus é a nossa recompensa; por isso não devemos dizer com tristeza nem desânimo: «Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,19), mas com a alegria daquele que foi chamado a transmitir o Evangelho.
Nestes dias temos também presente a festa de um grande santo, de um grande amigo de Jesus, muito popular na Catalunha, São Martinho de Tours, que dedicou a sua vida ao serviço do Evangelho de Cristo. Dele escreveu Suplicio Severo: «Homem extraordinário, que não foi dobrado pelo trabalho nem vencido pela própria morte, não teve preferência por nenhuma das partes, não temeu a morte, não recusou a vida! Levantados os seus olhos e as suas mãos para o céu, seu espírito invicto não deixava de orar». Na oração, no diálogo com o Amigo, encontramos, efetivamente, o segredo e a força do nosso serviço.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Reconheçamos a graça sem esquecer a nossa natureza; não seja vaidoso se você serviu bem, porque você cumpriu o que tinha que fazer. O sol faz seu trabalho, a lua obedece; os anjos cumprem a sua missão» (Santo Ambrósio)
- «Se fizermos a vontade de Deus todos os dias, com humildade, sem exigir nada Dele, será o próprio Jesus que nos serve, que nos ajuda, que nos encoraja, que nos dá força e serenidade» (Bento XVI)
- «Na medida em que o homem faz mais bem, também se torna mais livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso da liberdade e leva à "escravidão do pecado"» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.733)
Reflexão
A morte: um olhar à realidade
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, na perspectiva da sabedoria evangélica, a morte mesma aparece como portadora de um ensino saudável, porque obriga a olhar cara a cara a realidade, impulsiona a reconhecer a caducidade do que parece grande aos olhos do mundo. Diante a morte perde interesse todo motivo de orgulho humano (“Somos simples servos”) e, porém, ressalta o que vale de verdade (“fizemos o que devíamos fazer”).
Tudo acaba, todos neste mundo estamos de passo. Somente Deus tem vida em Si mesmo: Ele é a vida. Nossa vida é participada, dada “ab alio” (“por outro”); por isso um homem somente pode atingir à vida eterna por causa da relação particular que o Criador lhe deu consigo.
—Pai, vendo que o homem se afastou de Ti a causa da desobediência (“Somos simples servos”), deste um passo a mais e criaste uma nova relação entre Tu e nós: Cristo teu Filho, assumindo-nos na sua obediência, “deu sua vida por nós”.
Recadinho
O que se poderia fazer para melhorar o relacionamento entre patrões e empregados? - E a situação das empregadas domésticas? - Será que os mais fracos tem seus direitos respeitados? - Há injustiças? - Há exploração?
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 12/11/2013
Meditação
Jesus usa uma comparação forte e clara para nos ensinar que somos totalmente dependentes de Deus. Não podemos exigir nada, existimos apenas porque Ele nos ama; não temos méritos que nos deem direito à participação na sua vida divina. Recebemos gratuitamente tudo o que somos e temos. E porque Ele nos ajuda é que podemos fazer o bem; só por seu favor é que podemos perseverar.
Oração
Pai santo, que chamais todos os fiéis à caridade perfeita, e inspirais a muitos seguir mais de perto o vosso Filho, dai aos que chamastes à vida religiosa serem para a Igreja e para o mundo um sinal transparente do vosso reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus nos encoraja a servos de Deus. Sem Ele não podemos fazer quase nada
Hoje, Jesus Cristo chama-nos a atenção para a nossa situação. Vivemos num tempo em que, frequentemente, o homem pretende ocupar o lugar de Deus. Desde há alguns séculos, os avanços da ciência e da tecnologia dispararam. O que é bom! Mau é esquecer-se de Deus, pensando que não nos faz falta um “Deus”, que as religiões são um travão para o progresso ou que nós próprios somos “Deus”...
- Mas, na verdade, progredimos muito? O século XX detém o record de assassinatos e genocídios! E a pobreza escandalosa que ainda existe no século XXI? Progresso? Somos bastante inúteis… Se, pelo menos, fossemos servos de Deus…
Meditando o evangelho
SOMOS SERVOS INÚTEIS
O discípulo do Reino comporta-se, na comunidade, como um servidor. Tudo quanto faz prima pela gratuidade. Não se poupa, em se tratando de ser útil aos irmãos, pelo fato de servir por vocação. E faz tudo quanto está a seu alcance, sem optar pelo serviço que lhe é mais cômodo. Também se recusa a fazer exigências.
Rompe com o projeto do Reino, o discípulo que se deixa contaminar pelo espírito farisaico e serve aos outros com segundas intenções. Serve para ser visto e louvado, para poder exigir de Deus a salvação, para fazer penitência pelos próprios pecados, para pagar alguma promessa. Todas essas são motivações que desmerecem o serviço realizado.
A correta compreensão do serviço cristão decorre do tipo de relacionamento do discípulo com Jesus. O servidor cristão sabe que seu Senhor olha para além das aparências; que concede a salvação movido por misericórdia, e que é inútil pretender apresentar-se diante dele com o título de justo. O Mestre recusa-se a estabelecer relações comerciais com seus discípulos, na base do dar e receber. Não impõe a ninguém um serviço para castigá-lo ou levá-lo a penitenciar-se, e sim, como sinal de superação do próprio egoísmo e demonstração da capacidade de fazer-se solidário.
Quando o discípulo serve, movido por este espírito, tem consciência de estar fazendo o que lhe compete. E não passa de um servo inútil.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a servir aos irmãos com gratuidade e generosidade, certo de estar fazendo simplesmente a minha obrigação.
Fonte: Dom Total em 14/11/2017 e 12/11/2019
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Formação da Comunidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Parece que nas comunidades de Lucas havia agentes de pastoral, ministros, coordenadores e cooperadores, que estavam querendo agradecimento pelo trabalho que faziam. Tinha um que dizia assim "Ingratos, fiz tanto por essa comunidade, e nunca me deram um presente sequer, nem um muito obrigado". Outros mais otimistas pensavam "Faço muito por essa comunidade, com a melhor das boas intenções, espero que algum dia alguém reconheça a minha dedicação e amor".
Havia ainda os daquele tipo "Donos do Pedaço", que pensavam: "Nossa como sou importante nessa comunidade, até o Padre me respeita e pede a minha opinião, o pessoal da pastoral não sai da porta da minha casa, parece que sem eu a coisa não funciona, claro que o pessoal gosta muito de mim e isso é uma forma de agradecer pelos incontáveis serviços que já prestei e ainda continuo prestando a eles, por isso ninguém me contraria e todos acatam o que eu falo, acho que sou líder nato, é carisma e dom que recebi..."
Naquele tempo tinha muitos servos e servas inúteis, fazendo o que simplesmente deveriam fazer, mas em compensação arrotando vantagens, esnobando talentos, buscando elogios, apoio e prestígio. Mas isso não seria tão grave se a coisa não voltasse até contra Deus.
"Deus é testemunha do quanto eu amo esta comunidade e faço por ela, por isso sou abençoado e não acontecem desgraças na minha vida, como o vizinho aí do lado, que nunca pôs os pés na igreja".
E finalmente o tipo inconformado "Olha Deus, que decepção, me doei tanto para a comunidade e agora o Senhor me manda essa doença? Dei ao Senhor os melhores anos da minha vida e é isso que ganho em retribuição? Se soubesse disso, teria caído na gandaia e aproveitado a vida" (Esse aqui acha que não aproveitou a vida, porque trabalhou o tempo todo na comunidade).
Bom, enfim eis aí o evangelho de hoje, que mostra as avessas do que fazemos, pensamos e somos, em servir os irmãos com o nosso carisma, fazendo o melhor e dar o melhor de si, é servir o próprio Jesus que está nele, e então o nosso servir, que aparentemente parece um grande altruísmo, nada mais é do que gratidão, pela entrega total de sua vida na cruz do calvário. Devemos tudo a Ele, e não o contrário...
O qualificativo INÚTIL, empregado nesse evangelho, justifica-se porque, quando se espera recompensa, gratidão ou qualquer outra coisa das pessoas a quem servimos, a ação prestada não serviu para NADA, pois todos os nossos carismas e talentos não nos pertencem mas sim a Deus, e daí, aplica-se um velho e conhecido ditado: Só estamos fazendo favor, com o chapéu alheio...
2. Fizemos o que devíamos fazer - Lc 17,7-10
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Estamos terminando a quarta etapa da subida de Jesus a Jerusalém, estimulados por ele a cumprir um pouco mais do que as nossas obrigações. Temos tarefas que fazem parte da vida de cada dia. Procuramos cumpri-las para não frustrar ninguém, nem a nós mesmos. Certamente não merecemos elogio por fazer o que temos de fazer, embora sejam agradáveis uma palavra de agradecimento e um elogio. Será preciso agradecer o juiz por ter agido com justiça? Não, mas ajuda e estimula. Agradecer ao governador por tudo de bom que tem feito pelo povo fará com que ele se sinta valorizado por seu esforço, e poderá estimulá-lo, se não estiver fazendo nada. Por que então Jesus nos manda dizer que somos servos inúteis ou simples servos, depois de termos feito tudo o que nos mandaram fazer? Certamente porque é preciso fazer um pouco mais. É normal que façamos o que temos que fazer. Mas façamos um pouco mais! Até na oração. Se você se propôs a fazer quinze minutos de adoração, quando terminar, acrescente mais cinco. São Paulo, porém, recomenda aos cristãos não se gloriarem nas obras que fazem nem exigirem de Deus alguma recompensa. Não são as obras que nos salvam. Somos salvos pela fé. As obras mostram a fé que temos em Jesus Cristo. É graça o pouco mais que se faz de graça.
Fonte: NPD Brasil em 12/11/2019
Liturgia comentada
Somos servos inúteis... (Lc 17, 7-10)
Em nossa vida, tudo é graça. Tudo é dom. Mesmo o bem que fazemos, só o fazemos porque o amor de Deus agiu em nós. Um santo dizia: “Se eu pequei, Deus me perdoou; se eu não pequei, Deus me sustentou.” De fato, se o Senhor nos entregar a nós mesmos, a nossas más inclinações, boa coisa não sairá...
Hoje, mesmo entre o “pessoal” da Santa Igreja, cresce outra vez a heresia pelagiana. Segundo esta concepção do homem, nós seríamos capazes de fazer o bem e chegar à salvação apenas contando com nosso esforço e boa vontade. Leia-se: sem a graça de Deus. Tal mistura de voluntarismo e esforço heroico (derivada de uma ilusão otimista acerca de nossa natureza!) acaba por dispensar Deus e colocar-nos em seu pedestal.
Ora. Este acesso de loucura existencial é diretamente contradito pelo ensinamento de Jesus: “Sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15, 5.) Em tudo, dependemos do Senhor. Sem o Espírito Santo, nos desviamos da verdade. Contando apenas conosco, decaímos em terríveis degradações morais.
Ora, no Evangelho de hoje, somos interpelados por esta frase dura de engolir: “Somos servos inúteis...” Alguns pretendem atenuar a tradução: “Somos uns servos quaisquer... Somos uns pobres servidores...” Mas é bater de frente contra a tradução direta (e literal) da expressão original de São Lucas!
Creio que Jesus sabia o que dizia aos nos qualificar assim. Por um lado, ao chamar apóstolos e discípulos, é claro que Jesus contava com nossa cooperação na construção do Reino. Quis precisar de nossa... inutilidade. Por outro lado, o Mestre devia saber do risco que corremos quando cumprimos nossa obrigação e nos julgamos credores de Deus, com direito a regalias e retribuições especiais. Ele sabe como a vaidade modula nossa voz e orienta nossos gestos. Assim, dá-nos o rótulo de “inúteis” como antídoto contra a soberba. Que bom!
Após uma de minhas primeiras pregações, fui cumprimentado por uma freira bem velhinha (já em fase terminal, devido a um câncer, sem que eu o soubesse). Minha resposta foi pedir-lhe que rezasse por mim, para que eu não ficasse vaidoso. A baixinha cresceu à minha frente, cheia de santa fúria, e botou o indicador em meu nariz: “Vaidoso?! Deus sabe que você, sozinho, não vale nada!”
Deus lhe pague, Irmã Margarida!
Orai sem cessar: “Ó Deus, conheces a minha tolice!” (Sl 69 [68], 6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 12/11/2013
HOMILIA
A GRAÇA DO ELOGIO PELO DEVER CUMPRIDO
Com esta frase, Jesus não aprova esse tratamento arbitrário do patrão, mas serve-se de uma realidade muito quotidiana para as pessoas que O escutavam, e ilustra assim qual deve ser a disposição da criatura humana diante do seu Criador: desde a nossa própria existência até à bem-aventurança eterna que nos é prometida, tudo procede de Deus como um imenso presente. Daí que o homem sempre esteja em dívida com o Senhor, e por mais que faça no Seu serviço as suas ações não passam de ser uma pobre correspondência aos dons divinos. O orgulho diante de Deus não tem sentido numa criatura. O que aqui nos pede Jesus, melhor do que ninguém fez a Virgem Maria, que respondeu diante do anúncio divino: ‘Eis a escrava do Senhor’ (Lc 1, 38)”. Ela se reconhece na expressão: Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer.
O que fazemos, reconhecendo afetuosa e alegremente o nosso nada e o nosso pecado, ditosos de assim proclamar a plenitude e santidade do ser divino. Daqui nascem aqueles sentimentos de adoração, louvor, temor filial e amor; daqui, aquele grito de coração: Tu és Santo, tu é o Senhor, tu és o Altíssimo. Estes sentimentos brotam do coração, não somente quando estamos em oração, mas ainda quando contemplamos as obras de Deus, obras naturais, em que se refletem as perfeições do Criador, obras sobrenaturais, em que os olhos da fé nos descobrem uma verdadeira semelhança, uma participação da vida divina.
Temos só um dever na terra: cumprir bem nossa obrigação. Apesar de ser uma simplificação muito fácil, esse modo de dizer ensina que temos de ser responsáveis por aquilo fazemos. E aquilo que fazemos dirá aos outros quem somos.
Assim como o empregado que sabe o que tem de fazer e faz. Faz porque tem de fazer e pronto. A cozinheira responsável faz bem a comida e não precisa ficar esperando elogios. Se os elogios vierem, graça a Deus! Mas se não vieram ela já cumpriu sua obrigação.
Os elogios, quando sinceros, têm a vantagem de mostrar que acertamos. Podem ser elogios diretos ou indiretos. Elogio direto vem com palavras de aprovação; e os elogios indiretos podem vir com gestos de aprovação, como é o caso da comida da cozinheira; se todos comem e repetem, é um sinal de que a comida estava boa. Como nossa vida é bastante complexa, como somos seres superiores, temos também, por natureza, muitas obrigações; não apenas obrigações de trabalho.
Temos obrigações de religião; por isso se somos cristãos, precisamos respeitar as exigências inerentes a nossa fé. Temos obrigações sociais; por isso se queremos conviver bem com as pessoas, precisamos descobrir quais são nossas obrigações para com elas e tentar uma convivência responsável. Temos obrigação para conosco mesmos; por isso precisamos cuidar de nossa saúde, da saúde do corpo e da saúde da alma e assim por diante.
Mesmo se estivéssemos sozinhos no mundo, ainda assim não estaríamos livres de obrigações. Mas quem entende a si mesmo e percebe suas relações com o mundo e com as pessoas, não encara as obrigações como um peso e sim com uma realidade de vida, que pode lhe fazer felizes.
Convido-te a rezar comigo: Deus, meu Pai, uma coisa que eu gostaria de ouvir de vós, quando chegar ao céu, é esse elogio: tu cumpriste a tua obrigação entre na alegria do Teu Senhor. Mas para eu receber esse elogio preciso muito da vossa ajuda; preciso saber distinguir a vossa vontade, para não cair no engano de só fazer a minha. Jesus de Nazaré tinha um único objetivo: fazer a vossa vontade. Assim Ele disse, e assim Ele cumpriu até ao fim de Sua vida, quando, pregado na cruz e já sem forças reclamou: TUDO ESTÁ CONSUMADO. Depois, porém, num último esforço, entregou seu espírito em vossas mãos, num gesto de submissão total. Ele fez tudo bem feito. Ele cumpriu Sua obrigação. Pai Santo dê-me a graça de cumprir, como Ele, bem a minha missão para que alegremente eu mereça receber o grande elogio: Vinde benditos do meu Pai, pelo dever cumprido. Amém.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 12/11/2013
REFLEXÕES DE HOJE
TERÇA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 12/11/2013
HOMILIA DIÁRIA
Devemos cumprir bem as nossas obrigações
Postado por: homilia
novembro 13th, 2012
Que o homem sempre esteja em dívida com o Senhor, e por mais que faça no Seu serviço, as suas ações não passam de ser uma pobre correspondência aos dons divinos. O orgulho diante de Deus não tem sentido numa criatura. O que aqui nos pede Jesus, melhor do que ninguém fez a Virgem Maria, que respondeu diante do anúncio divino: “Eis a escrava do Senhor” (Lc 1, 38). Ela se reconhece na expressão: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer”.
O que fazemos, reconhecendo afetuosa e alegremente o nosso nada e o nosso pecado, ditosos de assim proclamar a plenitude e santidade do ser divino. Daqui nascem aqueles sentimentos de adoração, louvor, temor filial e amor; daqui, aquele grito do coração: “Tu és Santo, tu é o Senhor, tu és o Altíssimo!”
Estes sentimentos brotam do coração, não somente quando estamos em oração, mas ainda quando contemplamos as obras de Deus, obras naturais, em que se refletem as perfeições do Criador, obras sobrenaturais, em que os olhos da fé nos descobrem uma verdadeira semelhança, uma participação da vida divina.
Temos só um dever na terra: cumprir bem a nossa obrigação. Apesar de ser uma simplificação muito fácil, esse modo de dizer ensina que temos de ser responsáveis por aquilo fazemos. E aquilo que fazemos dirá aos outros quem somos.
Assim como o empregado que sabe o que tem de fazer e faz. Faz, porque tem de fazer e pronto. A cozinheira responsável faz bem a comida e não precisa ficar esperando elogios. Se os elogios vierem, graças a Deus! Mas se não vierem, ela já cumpriu com a sua obrigação.
Os elogios, quando sinceros, têm a vantagem de mostrar que acertamos. Podem ser elogios diretos ou indiretos. Elogio direto vem com palavras de aprovação; e os elogios indiretos podem vir com gestos de aprovação, como é o caso da comida da cozinheira; se todos comem e repetem, é um sinal de que a comida estava boa. Como nossa vida é bastante complexa, como somos seres superiores, temos também, por natureza, muitas obrigações; não apenas obrigações de trabalho, mas de religião. Por isso, se somos cristãos, precisamos respeitar as exigências inerentes a nossa fé.
Temos obrigações sociais. Por isso, se queremos conviver bem com as pessoas, precisamos descobrir quais são nossas obrigações para com elas e tentar uma convivência responsável. Temos obrigação para conosco mesmos. Por isso, precisamos cuidar da nossa saúde, da saúde do corpo e da saúde da alma. E assim por diante.
Mesmo se estivéssemos sozinhos no mundo, ainda assim não estaríamos livres de obrigações. Mas quem entende a si mesmo e percebe suas relações com o mundo e com as pessoas, não encara as obrigações como um peso e sim com uma realidade de vida, que pode lhe fazer felizes.
Convido você a rezar comigo: “Deus, meu Pai, uma coisa que eu gostaria de ouvir de Vós, quando chegar ao Céu, é esse elogio: ‘Tu cumpriste a tua obrigação. Entre na alegria do Teu Senhor!’ Mas para eu receber esse elogio preciso muito da Vossa ajuda. Preciso saber distinguir a Vossa vontade, para não cair no engano de só fazer a minha. Jesus de Nazaré tinha um único objetivo: fazer a Vossa vontade. Assim Ele disse, e assim Ele cumpriu até o fim de Sua vida, quando, pregado na cruz e já sem forças exclamou: TUDO ESTÁ CONSUMADO. Depois, porém, num último esforço, entregou Seu Espírito em Vossas mãos, num gesto de submissão total. Ele fez tudo bem feito. Ele cumpriu Sua obrigação. Pai Santo, dê-me a graça de cumprir bem – como Cristo – a minha missão para que, alegremente, eu mereça receber o grande elogio: ‘Vinde benditos do meu Pai, pelo dever cumprido’. Amém”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/11/2012
HOMILIA DIÁRIA
Deus é a recompensa dos justos
A morte de alguém não pode ser causa de desespero para nós, mas de confiança, porque Deus é a recompensa dos justos.
“A vida dos justos está nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá.” (Sb 3,1)
Meus queridos irmãos e irmãs, neste mês de novembro, queremos recordar nossos irmãos que já partiram para a eternidade. Ao mesmo tempo, recordar à nossa alma, ao nosso coração, à nossa inteligência que este é também o destino que espera todos nós.
Para não desanimarmos, para não acreditarmos na tendência materialista de que tudo se encerra neste mundo e para alimentarmos a nossa fé com as sementes da eternidade, temos o consolo, a esperança e a convicção daquilo que Deus preparou para aqueles que morreram n’Ele e esperaram em Sua Palavra.
A primeira leitura da Missa de hoje, no Livro da Sabedoria, diz-nos que pela inveja do diabo a morte entrou no mundo. A morte não vem de Deus, mas daquele que se colocou contra Ele. A causa primeira da morte é a inveja do maligno, pois este quis ser igual ao Senhor, por isso rebelou-se contra Ele e tentou aqueles que eram do Pai para que não vivessem a vida n’Ele.
Só não conhece a vida plena aquele que se afasta do Senhor, que ouve a voz do maligno e segue seus caminhos. A Palavra também nos diz que a vida de todo aquele que é justo está nas mãos de Deus e nenhum tormento pode atingi-lo. Ainda que a sua saída deste mundo possa ter sido considerada uma desgraça, ainda que sua partida seja causa de tristeza, a Palavra diz que aqueles que morrem no Senhor estão na paz.
Queria aproveitar esta oportunidade para dizer que nós temos de ter cuidado com uma mentalidade errada, movida pela reencarnação, a qual é totalmente contrária à nossa fé. Meus irmãos, os mortos não se comunicam conosco, eles não nos mandam mensagens, não mandam dizer que estão bem ou mal, não há comunicação direta de voz entre quem já morreu e nós que estamos aqui.
Aqueles que estão em Deus experimentam uma paz profunda, a alegria plena da ressurreição que o Senhor nos trouxe e não se compara a qualquer dor ou tristeza que tenha ficado em nosso coração.
Meus irmãos, será que o Deus da vida não terá deixado preparado, feito o melhor que Ele tinha no Seu coração para aqueles que morreram n’Ele? Se aqui na Terra nós já experimentamos, ainda que em primícias, aquilo que é a vida no Senhor, imagine quem já morreu e está plenamente em Deus. A morte de alguém não pode ser causa de desespero para nós, mas de confiança, porque Ele é a recompensa dos justos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/deus-e-a-recompensa-dos-justos/?sDia=12&sMes=11&sAno=2013 (12/11/2013)
HOMILIA DIÁRIA
Façamos a nossa obrigação sem buscar reconhecimento
Cumpriremos melhor, o que precisamos fazer, se deixarmos de viver em busca do reconhecimento
“Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'” (Lucas 17,10)
Amados irmãos e irmãs, a nossa natureza humana tem uma necessidade de reconhecimento; necessitamos sermos reconhecidos, por aquilo que realizamos. Vejamos o exemplo dos governantes: fazem poucas coisas e, muitas vezes, fazem mal ou nem terminam de fazê-las, mas a necessidade de serem reconhecidos, os levam a desejarem “placas”. E lá estão elas: para mostrarem quem foi o “realizador daquilo”, para serem lembrados, reconhecidos, exaltados. Dessa forma, assim é também conosco.
Temos a necessidade de sermos aplaudidos, curtidos; olhemos nas redes sociais quantas curtidas levamos, quanto reconhecimento temos, em contrapartida, com Deus não é assim. N’Ele não podemos buscar reconhecimento, valorização, aplausos naquilo que nós fazemos. Simplesmente, façamos a nossa obrigação e a nossa responsabilidade.
Converter-se não é mérito nenhum, é graça de Deus! Somos nós quem precisamos saber que temos que nos converter. Algumas pessoas acham que estão fazendo um favor para Deus indo para a igreja: “Eu fui lá para Deus ficar feliz comigo”. Não é Deus quem tem que ficar feliz conosco; somos nós quem temos que ficar felizes. Nós que precisamos fazer o que precisamos.
Deus já é Santo, não precisa se converter, mas nós precisamos. Deus não precisa de culto, mas nós precisamos cultuá-Lo; Ele não precisa do nosso amor, mas nós precisamos amá-Lo, porque Ele vai ser Deus, Ele é Senhor, nós O amando ou não.
É certo que, o pai quer ter o filho com ele. Esse pai espera que o filho dele volte, entretanto, somos nós que perderemos, que deixaremos de experimentar o que é nosso, pois não nos esforçamos ou empenhamos. Mas, se estamos nos esforçando, se nos empenhamos e damos o melhor de nós ao nosso trabalho; isso é maravilhoso, porque estamos fazendo o que deveríamos fazer.
Quantas vezes ouvimos as pessoas dizerem: “Eu deixei de trabalhar para a igreja, porque são ingratos, não reconhecem o que nós fazemos, ninguém dá valor ao que nós fazemos”. Ora, só fazemos as coisas para sermos reconhecidos e valorizados pelos outros?
Eu não sou padre, um servo de Deus, para que as pessoas me reconheçam, me aplaudam ou deem valor ao que eu faço. Faço porque é a minha obrigação! Faço para dizer com as palavras de São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar, ai de mim se não trabalhar”.
Esse “ai”, não é porque serei condenado, mas porque tomei consciência de que precisava, de que preciso, de que essa é a minha obrigação, essa é a minha responsabilidade.
Se a mãe, que terminou de cuidar do filho diz: “Nossa! Agora eu preciso ser reconhecida, pois cuidei do meu filho”. Ela fez o que é a obrigação de uma mãe fazer, o que é dever de mãe; outrora, diz o pai diz: “Agora eu preciso ganhar um prêmio, porque eu trabalho para colocar comida dentro de casa”. Ele está fazendo a sua obrigação de pai.
Cumpriremos melhor o que precisamos fazer, se deixarmos de viver em busca ou com “sede do mérito”, do reconhecimento e dos aplausos desse mundo.
Deus reconhece e recompensa, no Seu tempo, aquilo que fazemos para Sua glória.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/11/2017
HOMILIA DIÁRIA
Fazer o bem é a nossa obrigação
“Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’” (Lucas 17,10)
Aquilo que são nossas obrigações, deveres e responsabilidades, não devem ser motivo de mérito, reconhecimento e aplausos para alguém dizer: “Obrigado por você ter feito o que deveria ter feito”.
Deve acontecer o contrário, precisamos ser corrigidos e alertados, chamados à atenção quando não cumprimos nossas obrigações. Eu não tenho de ser aplaudido porque faço a minha obrigação e meu dever de padre. Você não tem de ser agradecido nem exaltado porque faz a sua obrigação e seu dever de pai, suas tarefas de mãe. Você não deve ganhar troféu porque vai todos os dias trabalhar. É nossa obrigação cumprirmos as nossas responsabilidades.
Vivemos numa sociedade onde a exaltação do ego, onde tudo que merece troféus e prêmios é o mais importante, quando, na realidade, o mais importante é cumprirmos nossas responsabilidades e obrigações sem esperar nada em troca. Somos apenas servidores daquilo que devemos fazer.
Fazer o bem é nosso dever e nossa obrigação, ser um bom cristão é nosso dever e nossa obrigação
O servidor público deve esmerar por servir o povo porque é a sua obrigação. Ficamos tão felizes quando um servidor público nos serve bem, mas é a obrigação dele e todos os outros nos servirem bem. É a obrigação de todos nós, na tarefa, no trabalho, na missão que realizamos neste mundo, fazer bem o nosso trabalho.
É verdade que ficamos muito satisfeitos e agradecidos quando, em qualquer lugar, encontramos a pessoa que nos serve de forma educada e gentil, mas educação e gentileza não é algo para simplesmente ser uma obrigação de vida, de modo a ser algo exaltado e louvado.
As pessoas se tornaram tão intolerantes, estamos nos tornando tão rudes uns com os outros que, quando alguém se apresenta de forma mais educada para nós, nos surpreendemos. Por isso, não espere ser louvado, exaltado e agradecido para, então, fazer o bem.
Fazer o bem é nosso dever e nossa obrigação, ser um bom cristão é nosso dever e nossa obrigação. Não podemos esperar ser canonizados, receber palmas ou méritos porque cumprimos o nosso papel de cristão. Devemos pedir a Deus que nos corrija, que nos coloque em alerta quando não estamos cumprindo as nossas responsabilidades.
Que Deus nos dê a graça de dia a dia fazermos o que devemos fazer, cumprirmos as nossas tarefas, obrigações e responsabilidades sem esperar nada em troca.
Que o bem seja feito porque ele precisa sempre ser feito, porque é o nosso dever fazer o bem.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/11/2019
Oração Final
Pai Santo, que eu não veja a tua Lei como uma cerca que delimita o espaço a ser preenchido e ser nele contido, mas que eu a veja como seta que aponta para uma direção sem limites, uma caminhada a ser superada a cada dia, sempre seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/11/2012
Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para sermos generosos. Que nas nossas relações com o próximo nós não procuremos buscar vantagens pessoais, mas sejamos movidos unicamente pela compaixão e a generosidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/11/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, infunde em nós o dom da generosidade. Livra-nos do desejo de contabilizar boas ações, de capitalizar méritos pessoais. Faze-nos irmãos cuidadosos e discretos dos companheiros que nos deste para a caminhada nesta terra generosa. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/11/2017
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para sermos generosos. Que nas nossas relações com o próximo nós não procuremos buscar vantagens pessoais, mas sejamos movidos unicamente pela fraternidade, a compaixão e a generosidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/11/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário