quarta-feira, 29 de junho de 2022

LEITURA ORANTE DO DIA 29/06/2022



LEITURA ORANTE

Mt 8,28-34 - Jesus liberta um possuído pelo mal - 6º Dia da Novena a São Paulo Apóstolo


Preparamo-nos para a Leitura, rezando:
Em nome do Pai...
Oração ao Espírito Santo
Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande,
aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora,
fechado a todas as ambições mesquinhas,
alheio a qualquer desprezível competição humana,
compenetrado do sentido da santa Igreja!
Um coração grande,
desejoso de tornar-se semelhante ao Coração do Senhor Jesus!
Um coração grande e forte
para amar todos, para servir a todos, para sofrer por todos!
Um coração grande e forte
para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço,
toda desilusão, toda ofensa! Um coração grande e forte,
constante até o sacrifício, se for necessário!
Um coração cuja felicidade é palpitar com o Coração de Cristo e
cumprir, humildemente a vontade do Pai. Amém.
(Papa Paulo VI)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos, atentamente, o texto: Mt 8,28-34, e observamos a atitude de
Jesus contra o mau espírito.
Quando Jesus chegou à região de Gadara, no lado leste do lago da Galileia, foram se encontrar com ele dois homens que estavam dominados por demônios. Eles vinham do cemitério, onde estavam morando. Eram tão violentos e perigosos, que ninguém se arriscava a passar por aquele caminho. Eles começaram a gritar:
- Filho de Deus, o que o senhor quer de nós?
O senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo?
Acontece que perto dali estavam muitos porcos comendo. E os demônios pediram a Jesus com insistência:
- Se o senhor vai nos expulsar, nos mande entrar naqueles porcos!
- Pois vão! - disse Jesus.
Os demônios foram e entraram nos porcos, e estes se atiraram morro abaixo, para dentro do lago, e se afogaram. Os homens que tomavam conta dos porcos fugiram e chegaram até a cidade. Lá contaram tudo.
Isso e também o que havia acontecido com os dois homens que estavam dominados por demônios.
Então todos os moradores daquela cidade saíram para se encontrar com Jesus; e, quando o encontraram, pediram com insistência que fosse embora da terra deles.
Refletindo
Jesus demonstra sua postura contra o mau espírito: inveja, violência, egoísmo, ganância, orgulho. Demonstra que o Filho de Deus veio para "castigá-los" ou, expulsá-los. Jesus veio para livrar a pessoa humana de toda má influência. A perversidade era tanta que os espíritos maus se apossando dos porcos os precipitaram com violência no mar.
Se, de um lado, os dois homens e a população ficaram livres dos demônios, de outro, se sentiram prejudicados economicamente com o afogamento dos mortos. Por isso, pedem "com insistência" para que Jesus vá embora. 
Medo ou preocupação material impediram que os gadarenos desfrutassem da presença do Filho de Deus.

O papa Francisco comenta a libertação do endemoninhado
O que pensar desta narrativa que nos chocam? As interpretações racionalistas e simplistas não servem, o psicologismo também não. O homem não é só razão e o Evangelho não sendo livro científico, não fala somente ao cérebro mas também ao ser humano como um todo. O Evangelho é um livro de Revelação de Deus e somente com os óculos da fé pode ser lido, pois foram escritos por pessoas que, tocadas pela fé experimentaram o poder de Deus que é maior que o poder do absurdo, do mal. Dizia um padre idoso: para quem tem fé não há necessidade de explicações, mas para quem não tem, elas não adiantam!
Mas enfim, o que diz a fé cristã sobre este texto? O que pode aproveitar para nós do século XXI? A razão e a fé são necessárias pois se iluminam uma à outra: a fé sem razão fica louca e cai na ilusão; a razão sem fé fica cega e cai no absurdo. Na estratégia narrativa de Marcos, os exorcismos representam o desafio inaugural que Jesus lança sobre os poderes do mal que escravizam o ser humano e tolhem sua dignidade de várias formas.
O contexto no qual Jesus opera esta libertação era o contexto da dominação romana. Os romanos com suas legiões impunham a pax romana, a ferro e fogo. O povo era oprimido e se desesperava. O endemoninhado representa a ansiedade coletiva, o desespero em face do imperialismo romano. Jesus ao libertar o homem da legião e mandar os demônios que atormentavam o infeliz para os porcos (figura dos pagãos para os judeus) os quais precipitaram-se no mar, lembra a libertação que Deus operou através de Moisés. Ele libertou o povo do Egito e fez com que as legiões do exército do Faraó se afogassem no mar. Jesus é o libertador com poder total. Não há miséria, por mais extrema que seja, que esteja fora de seu alcance. Era impossível libertar aquele homem endemoninhado, Jesus o fez com a força de sua palavra divina. Jesus é o mestre do impossível. Jesus liberta do “inimigo da natureza humana” como Santo Inácio de Loyola chama o demônio (cf. Exercícios Espirituais, Loyola, S. Paulo, 1985, p. 16).
Porém a reflexão sobre este acontecimento nos leva também a pensar na angústia do ser humano diante da realidade do mal, do pecado, sua vontade de se libertar e ao mesmo tempo seu medo de ser livre. O endemoninhado se prostra diante de Jesus em adoração, ao mesmo tempo o esconjura a deixa-lo em paz. É a contradição do pecado que afasta o homem de Deus. Embora desejando libertar-se do mal, do pecado, ama o pecado. Recusa a libertação que Jesus traz. Jesus manda e o demônio que atormentava aquele homem o deixa. Porém aí entra um detalhe importante. Entra nos porcos que se precipitam no mar. Os porcos morrem, o homem está salvo e feliz. O que significavam os porcos? A fonte de lucro a economia daquele povo. O prejuízo foi grande, pedem a Jesus que vá embora, que se afaste deles. Jesus é rejeitado: “Ele veio para o que era seu mas os seus não o receberam” (Jo 1,11).
Era muito mais fácil se livrarem de Jesus do que tentarem ser transformados por ele ou aprender dele. Estavam cegos pelo egoísmo, não percebiam que a libertação de um ser humano é muito mais importante que um prejuízo material, não compreendem que a cura do endemoninhado era um sinal de libertação total operado por Jesus, uma promessa de salvação que vai além do lucro e dos bens materiais. A nossa sociedade dominada pelo “deus” dinheiro e faz do lucro o objetivo supremo, ela também prescinde da libertação que Jesus traz. Se de um lado há uma busca de liberdade como nunca, de outro há a incapacidade de reconhecer esta liberdade a não ser no dinheiro. Não se pode servir a dois senhores disse Jesus, ou se serve a Deus ou ao dinheiro (Lc 16,13). Estes gadarenos, o povo deste lugar, pedem que Jesus se retire, preferem adorar o dinheiro, representado pelo lucro que obtinham com os porcos. Não importa que as pessoas fiquem na miséria, como estava o endemoninhado.
Mais uma última lição nos dá esta narrativa evangélica, a partir da fé: o endemoninhado pede para ir com Jesus, ser seu discípulo; Jesus aceita, mas não permite que ele o acompanhe. Jesus quer que ele fique ali para narrar a libertação operada por Jesus em sua vida. Ele será missionário ali. Já acompanham Jesus os doze, estes irão com ele para outros lugares. Está aí o apelo para quem provou a libertação operada por Jesus em sua vida, apelo a ser missionário no local onde se vive e se trabalha. Anunciando o Evangelho da vida, defendendo a dignidade do ser humano. A promoção da vida, a defesa dos direitos humanos não está dissociada da Evangelização, mas faz parte dela. (Papa Francisco, 2 de fev de 2016).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Deixamos que a Palavra nos toque o coração?
Que ela expulse qualquer sentimento mau que  possamos ter?
Buscamos unicamente a Deus, a nossa libertação do mal?
Nossa preocupação com o bem-estar material é maior
do que a vida espiritual, em Deus?

Meditando
Os bispos, na V Conferência em Aparecida, afirmaram: “Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem, peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele” (Jo 14,23). Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual Deus será tudo em todos (cf 1 Cor 15,28). Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: “de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida?” (Mc 8,36) (DAp 109).

3. Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Invocamos o Espírito de Deus para que nos liberte de todo mal.
e rezamos a Novena ao Apóstolo Paulo, no seu 6º dia.


eu sei eu sei seu sei em quem acreditei

Em  preparação à festa de São Paulo Apóstolo, solenidade litúrgica do martírio de São Pedro e São Paulo, que neste ano celebramos no dia 3 de julho, façamos esta novena com o desejo de que São Paulo nos dê a graça de crescermos no conhecimento e na comunicação de Jesus Cristo.
Se pudermos, acendamos  duas  velas: uma de cor verde, cor do manto de São Paulo. A cor verde representa a cor da natureza, a cor da vida, do renascimento.  Representa a vitória da vida sobre a morte. Acendamos outra vela de cor vermelha que aparece  na túnica de São Paulo. Representa o amor, o sacrifício, o martírio, a oferta da vida por causa de Jesus Cristo..

CantoAquele que vos chamou (1Ts 5,24)
Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou,
É fiel, é fiel, fiel é aquele que vos chamou.

- Antes de rezarmos a oração que segue, apresentemos os nossos pedidos
a Deus por intercessão de São Paulo.

(Coloquemos nossos pedidos e intenções)
- Agora, Leiamos a frase do dia, nas cartas de Paulo e façamos um momento de silêncio e reflexão:
1º dia (24) -  Não nos cansemos de fazer o bem  (Gl 6,9)
2º dia (25) - É Cristo que vive em mim (Gl 2,20)
3º dia (26) - Se Deus é por nós quem será contra nós? (Rm 8,31)
4º dia (27) - Ele me amou e se entregou por mim (Gl 2,20)
5º dia (28) - Tudo posso naquele que me dá força  (Fl 4,15)
6º dia (29) - Tudo contribui para o bem daqueles  que amam a Deus (Rm 8, 28)
7º dia (30) - Se alguém está em Cristo é nova criatura (2 Cor 5,17)
8º dia (01) - Toda língua proclame Jesus Cristo é Senhor para a
glória de Deus Pai (Fl 2,11)
9º dia (02) - Até que Cristo se forme em nós  (Gl 4,19)


- Agora, podemos lembrar e dizer uma característica que admiramos em São Paulo.

Oração:
Ó São Paulo, mestre dos gentios,
olhai com amor para a nossa Pátria!
Vosso coração dilatou-se
para acolher a todos os povos no abraço da paz.
Agora, no céu, o amor de Cristo vos leve a iluminar
a todos com a luz do Evangelho
e a estabelecer no mundo o Reino do amor.
Suscitai vocações, confortai os que anunciam o Evangelho,
preparai as pessoas para que acolham o Cristo, divino Mestre.
Que o nosso povo encontre e reconheça sempre a Cristo,
como o Caminho, a Verdade e a Vida;
busque o Reino de Deus e trabalhe em sua realização,
para que a sua luz resplandeça diante do mundo,
iluminai, animai e abençoai a todos!
Amém.
São Paulo apóstolo, rogai por nós!

Canto:  Por tudo dai graças  (1Ts 5,18)
- Graça e Paz!

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Os bispos, na Conferência de Aparecida lembraram a constatação de são Paulo:
A criação leva a marca do Criador e deseja ser libertada e “participar na gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rm 8,21). (DAp 28).
Nós nos propomos a ajudar as pessoas a viverem esta libertação.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp

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