segunda-feira, 5 de abril de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/04/2021

ANO B


DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
MISSA DO DIA

Ano B - Branco

“Feliz Páscoa, o Senhor ressuscitou.”

Jo 20,1-9
Opcional
Lc 24,13-35

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A vida venceu a morte. A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. Imersos na alegria do Ressuscitado, celebremos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Despontou o dia da salvação! A morte foi vencida! O Cordeiro ressuscitou! Para que o canto novo dos redimidos, entoado na liturgia, ecoe em todos os domingos e nos impulsione na fé, reconheçamos nossa fragilidade e revistamo-nos da força do Ressuscitado.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O senhor ressuscitou! Cristo venceu a morte. Ele vive para sempre! A ressurreição inicia uma vida nova para todos. Uma vida em abundância. Todos nós somos convidados a fazer a experiência da ressurreição de Cristo, a passarmos da vida velha para a vida nova; das trevas para a luz; da morte para a vida; da tristeza para a alegria; do desânimo ao ânimo; da falta de fé a uma fé viva; de pessoas inertes a pessoas ativas e anunciar por toda parte a mensagem da Páscoa: que aquele que havia sido crucificado, está vivo, venceu a morte e caminha conosco. Com toda alegria de quem celebra a Páscoa e de quem acredita que para além da Cruz está a vida que triunfa sobre o mal e sobre a morte, podemos dizer: “Feliz e Santa Páscoa!” TUDO É POSSÍVEL PORQUE CRISTO RESSUSCITOU! Que a bênção de Deus, que a alegria, o amor e a experiência de vida nova estejam com você e com todos da sua família.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A vida venceu a morte. A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto. Em diálogo amoroso com o Ressuscitado, somos por Ele alimentados e, como novas criaturas, assumimos a missão de testemunhas da vida nova e da paz.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Despontou o dia da salvação! A morte foi vencida! O Cordeiro ressuscitou! Para que o canto novo dos redimidos, entoado na liturgia, ecoe em todos os domingos e nos impulsione na fé, reconheçamos nossa fragilidade e revistamo-nos da força do Ressuscitado.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Hoje ressoa na Igreja o anúncio Pascal: Cristo ressuscitou; ele vive para além da morte; é o Senhor dos vivos e dos mortos. Na "noite mais clara que o dia" a palavra onipotente de Deus, que criou os céus e a terra e formou p homem à sua imagem e semelhança, chama a uma vida imortal o homem novo, Jesus de Nazaré, filho de Deus e filho de Maria. Realiza-se assim a grande e secreta esperança da humanidade: Um povo de homens livres caminhando para a vida, um homem novo, segundo os Planos de Deus...
Fonte: NPD Brasil em 12/04/2020

MORRER COM CRISTO E RESSUSCITAR COM ELE.

Celebrar a Páscoa de Jesus Cristo é também celebrar a nossa páscoa com Ele. Para Jesus, foi passagem através da cruz e da morte, para chegar à vida transfigurada na glória pela ressurreição dentre os mortos. Para nós, é passagem de morte ao pecado, recordando nosso Batismo, para viver vida nova com Cristo ressuscitado.
Toda a Liturgia pascal, ao proclamar a ressurreição de Jesus, também faz referência à nossa participação no seu mistério de morte e ressurreição. Por isso é que, na noite da Páscoa, nós fizemos a renovação das nossas promessas batismais, para acolher e viver de forma renovada a graça do nosso Batismo.
Renovemos, pois, nossos propósitos e a disposição de vivermos como bons cristãos, testemunhando a vida nova recebida pela graça de Deus. Faço votos de feliz e abençoada Páscoa a todos!
Que o Senhor Ressuscitado, triunfante sobre todos os projetos de morte, nos encha de alegria e esperança. Tenhamos a certeza de que o sofrimento e a morte não têm a última palavra sobre a nossa vida. Este é o Dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele exultemos!
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

A VIDA VENCEU A MORTE

Queridos irmãos e irmãs. Feliz e santa Páscoa a todos. Ao manifestar estes votos, penso em todos os que frequentam as igrejas neste “primeiro de todos os Domingos”, dia no qual nos reunimos para celebrar a presença de Jesus ressuscitado no meio de nós, como prometeu.
Mas penso também nos muitos que, por vários motivos, estão impedidos de se unir a nós na celebração da Páscoa: os doentes, pessoas idosas, prisioneiros, pessoas em viagem ou impedidas até pelo trabalho. A todos, desejo também que o Senhor ressuscitado se manifeste presente sem suas vidas e lhes dê alegria e paz!
A mensagem da Páscoa deste ano não poderia estar desvinculada do tema da Campanha da Fraternidade, que realizamos durante a Quaresma, com o tema “Fraternidade e vida”. Na ressurreição de Jesus Cristo, a vida triunfou sobre a morte e sobre tudo aquilo que a agride e tenta esmagá-la. Jesus ressuscitado é “o Rei da vida, que foi morto, mas reina vivo!”.
Na Campanha da Fraternidade, tomamos consciência das muitas agressões contra o dom precioso da vida humana e da natureza que nos cerca e acolhe como em sua casa. Fomos chamados a cuidar da vida, a estar do lado da vida, a nos curvarmos sobre a vida ferida e ameaçada, a ter compaixão. Muitos o fizeram ao longo de sua vida e se alegram por estarem do lado de Deus, Senhor da vida.
A ressurreição de Jesus é motivo de coragem e discernimento claro para nós: quem está do lado da vida e cuida dela, está do lado de Deus. Quem pensa estar do lado de Deus, não pode descuidar da vida. Que nada nos desanime, que nenhum esforço seja demasiado para defender e promover a vida e a dignidade das pessoas. Que tenhamos um coração atento e misericordioso em relação às pessoas feridas pelas muitas formas de violência e nunca nos deixemos levar pela indiferença diante do sofrimento do próximo! Que nunca sejamos agentes de destruição e morte!
O Senhor Jesus, ressuscitado dentre os mortos, prometeu estar sempre conosco. Quem está com ele, está do lado da vida e se torna mensageiro da notícia mais fantástica que já foi proclamada neste mundo: a morte foi vencida e Jesus Cristo ressuscitou para que tenhamos a vida plena por meio dele! Dessa vida, somos participantes, desde já, mediante a fé e a firme adesão a ele!
“Este é o Dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” Feliz e santa Páscoa para todos!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 12/04/2020

Comentário do Evangelho

Experiência dos discípulos

Certamente, com este relato dos discípulos de Emaús, próprio a Lucas, estamos diante de uma das páginas mais belas do Novo Testamento. Há uma profunda transformação vivida por aqueles dois discípulos que, depois da morte de Jesus, voltavam para a sua pátria: da frustração e do abatimento à alegria e o encontro com a Comunidade iluminada e revigorada pela experiência de que o Senhor vive. É bom que se esclareça, agora, duas coisas: os relatos das “aparições do Senhor” não visam dizer como Jesus ressuscitou dos mortos, mas como os discípulos fizeram a experiência de que ele havia sido ressuscitado e estava presente no meio deles. A presença do Ressuscitado não é evidente; é preciso um “caminho” para chegar a reconhecê-lo.
A morte de Jesus representou uma forte frustração para aqueles que punham nele as esperanças do Messias. Há no relato um espaço de tempo que separa o “ver” do “reconhecer”. O nosso texto visa transmitir o fato que permitiu a passagem do ver ao reconhecer. O espaço teológico-espiritual entre o ver e o reconhecer permitiu a Jesus a lição de exegese. No tempo do reconhecimento os discípulos confessarão que foi ela que os transformou: “não ardia o nosso coração quando, pelo caminho, ele nos explicava as Escrituras?”. A explicação e a compreensão da Escritura, à luz da ressurreição do Senhor, abriram os olhos para o reconhecimento. A primeira ressurreição, para os discípulos, é a da memória. Eles compreenderam, então, que o Senhor que se apresenta vivo no meio deles, de alguma forma, estava presente em toda a Escritura, que, por sua vez, encontra nele sua plenitude e sentido. Quando do reconhecimento, o Senhor desapareceu da vista deles. É que a visão física não é mais necessária para “ver” o Senhor. Mesmo invisível aos olhos, o Senhor está e permanecerá presente. A invisibilidade não significa, no que diz respeito à fé, ausência. Fato, aliás, que eles nem sequer mencionam, como se a visibilidade não tivesse a menor importância. O que retém a atenção, e é objeto da mensagem deles aos demais discípulos, é o acontecido no caminho para Emaús, no tempo que precedeu o reconhecimento, tempo de escuta, em que o Mestre ressuscitado continua a instruir os seus discípulos. Se a morte dispersou os discípulos, a experiência do Ressuscitado os congrega.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Paulinas em 20/04/2014

Vivendo a Palavra

O mistério da Ressurreição desafia a compreensão humana, pobre e limitada. Exige a entrega espontânea e integral; exige que vençamos a tentação de racionalizar a Verdade – Verdade que a fé anuncia, a esperança assegura e o amor pede que, cheios de gratidão, partilhemos generosamente com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

O Mistério da Ressurreição desafia a compreensão humana, que é pobre e limitada. O Mistério pede a nossa entrega espontânea e integral; exige que vençamos a tentação de racionalizar a Verdade – Verdade que a Fé anuncia, a Esperança assegura e o Amor espera que nós, cheios de gratidão, partilhemos generosamente com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/04/2020

VIVENDO A PALAVRA

A Páscoa de Jesus – a sua passagem da morte para a Vida – é o ponto focal, o maior acontecimento da História da Humanidade. Dele irradia não só a luz que ilumina o passado e justifica a Esperança que acalentou o Povo de Israel ao longo de sua caminhada, como continua trazendo até nós a luminosidade e a presença do Amor do Pai Misericordioso. E assim será até o fim dos tempos.

Reflexão

Maria Madalena preocupa-se com aquilo que aconteceu no fim de semana. De madrugada, vai ao túmulo e constata que está vazio. Ainda sem compreender o que está acontecendo, volta correndo para anunciar aos discípulos: “Tiraram o Senhor do túmulo”. Os dois apóstolos – Pedro e o outro discípulo – correm para verificar a declaração de Maria. O “outro discípulo” corre mais depressa, chega primeiro e espera Pedro chegar; quem “viu e acreditou” foi o “discípulo amado”. Quem ama e tem fé anda mais depressa e consegue testemunhar que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte, para que a vida floresça em toda a sua beleza e plenitude. Era madrugada, diz o texto, sinal de que o novo dia estava prestes a se revelar com todo o seu esplendor. Páscoa é esse “novo dia” em que o amor vence os sinais de morte e a fé desfaz as dúvidas. O amor e a fé nos tornam mais fortes para vencer os riscos que podem abalar nosso compromisso com o projeto de Jesus.
Oração
Senhor Jesus Cristo, não ficaste prisioneiro do sepulcro, mas, pelo poder de Deus, ressuscitaste dentre os mortos. Livre das malhas da morte e das limitações próprias do ser humano, eis que estás vivo, conforme as Escrituras anunciavam a teu respeito. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 12/04/2020

Reflexão

O momento e o modo da ressurreição de Jesus não foram descritos, provavelmente nem vistos. É objeto de fé. Aos poucos, o Ressuscitado vai se manifestando aos discípulos. O primeiro aspecto que sobressai é a ausência de Jesus: já não se encontra mais no sepulcro, cuja entrada fora fortemente protegida. Em compensação, lá estão os lençóis que envolviam o corpo do falecido e o sudário que lhe enfaixava a cabeça. O sepulcro vazio desperta dúvidas e curiosidade. Maria Madalena supõe que o corpo fora retirado do sepulcro. O discípulo amado, porém, entra, vê o lugar vazio e acredita nas Escrituras, que afirmavam que Jesus haveria de ressuscitar dos mortos. Em breve, o próprio Jesus vai aparecer a Maria Madalena e aos apóstolos, a fi m de reforçar-lhes a fé no Ressuscitado.
Oração
Senhor Jesus, tua ressurreição provoca uma correria saudável. Maria Madalena vai bem cedo ao túmulo e vê que a pedra fora retirada. Corre para avisar os discípulos. Estes correm para verificar como estava o túmulo. Só então passam a crer que, de acordo com as Escrituras, tinhas ressuscitado dos mortos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Reflexão

DOMINGO DA PÁSCOA

I. INTRODUÇÃO GERAL

A verdade da ressurreição mexe com a nossa vida, como aconteceu com as primeiras testemunhas. Tudo adquire um sentido novo. A alegria invade o nosso ser. A esperança se renova, baseada na certeza da vida em plenitude, dom de Deus! A fé na ressurreição imprime novo dinamismo em nossa caminhada terrena. A atitude de Maria Madalena nos inspira a partilhar as descobertas que prenunciam uma boa notícia. A sua atitude, bem como a de Pedro e a do discípulo amado, reflete as reações dos participantes das comunidades cristãs diante do fato da ressurreição (evangelho). Ao participar da comunidade de fé, experimentamos que Jesus está vivo. A ressurreição de Jesus é um fato histórico, com testemunhas oculares; faz parte essencial do credo cristão, conforme percebemos na catequese de Pedro junto à comunidade cristã reunida na casa de Cornélio, um centurião romano. A fé na ressurreição derruba barreiras que separam os povos e provoca novas relações baseadas no amor fraterno (I leitura). Ela nos faz viver de um novo modo, já não voltados para interesses egoístas, mas para “as coisas do alto” (II leitura). A celebração da Páscoa do Senhor Jesus é oportunidade de nos deixarmos invadir pelo amor misericordioso de Deus e seguir a Jesus com entusiasmo.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Jo 20,1-9): O dia da nova criação

O primeiro dia da semana indica um novo tempo. Tem ligação com o início da criação do mundo. A morte de Jesus significou a passagem das trevas para a luz que nunca mais se apagará. A fé na ressurreição, porém, não se processa da mesma maneira em todas as pessoas. Algumas precisam de um tempo maior para assimilar essa verdade que tudo transforma. Maria Madalena recebe especial distinção: ainda no escuro, dirige-se ousadamente ao túmulo de Jesus. Apesar de ver a pedra removida, não consegue ainda perceber a luz do sol (Jesus que ressuscitou) anunciando uma nova aurora. Perplexa, corre ao encontro de Simão Pedro e do discípulo que Jesus amava para dizer-lhes de sua preocupação com o que havia constatado. O seu anúncio provoca a movimentação dos dois discípulos na busca do verdadeiro sentido dos últimos acontecimentos.
Maria Madalena, nesse relato de João, é representativa da comunidade que não aceita permanecer acomodada. Busca ansiosamente a explicação do que realmente aconteceu naquele “primeiro dia da semana”. É atitude muito positiva, pois “quem busca encontra e quem procura acha”. Por isso, ela é especialmente valorizada. Jesus deixa-se encontrar. Impulsionada pelo amor, caminha na direção do Amado. O maravilhoso encontro de Maria Madalena com Jesus ressuscitado se dá logo a seguir (20,11-18).
A comunidade cristã primitiva reconhecia-se no jeito de ser de Maria Madalena, de Pedro e do discípulo amado. Havia pessoas que ainda permaneciam nas “trevas” da morte de Jesus; sentiam-se desamparadas e desorientadas. Havia as que não conseguiam acolher a verdade da ressurreição de Jesus. Diziam que seu corpo fora retirado por alguém e que se inventara a notícia de que ele havia ressuscitado. É o que se percebe na expressão de Maria Madalena: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram”. Essas pessoas ainda estão no emaranhado de dúvidas, porém, pouco a pouco, receberão a graça de reconhecer a ressurreição de Jesus como um acontecimento verdadeiro e não como uma lenda.
Pedro e o discípulo que Jesus amava, ao ouvirem a notícia de Maria Madalena, correm para o local onde Jesus fora enterrado. Partem juntos, mas Pedro corre menos. É intenção dos autores do Evangelho de João demonstrar a dificuldade de Pedro em entender e aceitar o verdadeiro significado da morte de Jesus. Talvez esteja ainda amarrado à sua vergonha de ter negado o Mestre e de tê-lo abandonado na hora decisiva. Pedro, porém, segue o discípulo que Jesus amava e, na tarde desse mesmo dia, fará a experiência maravilhosa de encontrar-se com o Ressuscitado junto com outros discípulos (20,19-23). Também na comunidade cristã havia pessoas que manifestavam resistência a aderir a Jesus morto e ressuscitado com convicção de fé. Lentamente, porém, com a ajuda dos “discípulos amados”, chegaram a trilhar o caminho do seguimento de Jesus, a ponto de dar a vida por ele, como aconteceu com o próprio Pedro.
O “discípulo que Jesus amava” chega mais depressa ao túmulo. Esse discípulo é aquele que, junto com algumas mulheres, acompanhou Jesus até a cruz (19,25-27). Testemunhou sua morte e lhe foi solidário. Agora também mostra solidariedade para com Pedro, que chega depois. Dá-lhe preferência para entrar no túmulo. Reconhece sua autoridade. Ao entrar, Pedro vê as faixas de linho e o sudário. O texto não diz que ele acreditou, apenas “viu”. Porém, do discípulo amado, diz que ele “viu e acreditou”. Os mesmos sinais são interpretados de forma diferente. Para quem ama a Jesus e se sente amado, nada o impede de crer na vitória da vida sobre a morte.
Os discípulos voltam para casa. É na casa que as comunidades primitivas se reúnem para ler e compreender a Sagrada Escritura, fazer a memória de Jesus, partilhar a experiência de fé e crescer no amor fraterno. É na casa onde se derrubam as barreiras separatistas e se exercita a acolhida respeitosa da alteridade. A Igreja nas casas vai constituir o espaço sagrado por excelência onde Jesus ressuscitado manifesta sua presença, se dá em alimento e convoca seus discípulos à missão.

2. I leitura (At 10,34a.37-43): O querigma cristão

O capítulo 10 dos Atos dos Apóstolos constitui uma página de especial importância. Lucas (o mesmo autor do evangelho) revela uma de suas intenções fundamentais: a salvação trazida por Jesus Cristo é para todos os povos. Pedro, depois de um processo de relutância e discernimento, aceita o convite para entrar na casa de um pagão, centurião romano, chamado Cornélio. É a porta de entrada para o mundo dos gentios, missão que será assumida integralmente por Paulo.
É significativo o fato de ser Pedro aquele que primeiro rompe a barreira do judaísmo exclusivo para dialogar com os estrangeiros. É recebido por Cornélio com muita reverência. Lucas enfatiza a autoridade de Pedro, representante dos apóstolos. Quer fortalecer a fidelidade à tradição apostólica. A atitude de Pedro na casa de um romano legitima a abertura para todos os povos. Jesus é o Salvador universal.
Cornélio revela-se extremamente receptivo à pessoa e à mensagem de Pedro. De fato, a resistência ao anúncio do evangelho é perceptível muito mais entre os judeus do que entre os gentios. O próprio Pedro manifesta dificuldade em desvencilhar-se do exclusivismo judaico e da lei de pureza. Converte-se à medida que se insere no lugar social dos estrangeiros, a ponto de comer com eles. É na casa de Cornélio que ele se abre verdadeiramente para o plano divino de salvação universal: “Dou-me conta de verdade que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça lhe é agradável” (10,34-35). O critério de pertença ao povo de Deus já não é a raça ou o cumprimento da Lei, e sim a prática da justiça. Por esse caminho, dá-se a inclusão de todos os povos, sob a ação do Espírito Santo. As comunidades cristãs primitivas concretizaram esse ideal. Formadas por pessoas de culturas diferentes, reuniam-se nas casas, ao redor da mesma mesa e unidas na mesma fé.
O discurso de Pedro constitui um resumo da catequese primitiva. É a síntese do querigma apostólico. Apresenta Jesus de Nazaré desde o seu batismo, passando pela sua missão de resgate da vida e dignidade de todas as pessoas, pela sua morte de cruz, culminando com a sua ressurreição. O anúncio de Pedro é fundamentado em seu próprio testemunho e no de várias outras pessoas: “Nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez” (v. 39); “Nós comemos e bebemos com ele, após sua ressurreição dentre os mortos” (v. 39). O discurso termina com a confissão de fé em Jesus como juiz dos vivos e dos mortos, constituído por Deus e anunciado pelos profetas. E finalmente: “Todo aquele que nele acreditar receberá a remissão dos pecados” (v. 43).

3. II leitura (Cl 3,1-4): Cristo é a nossa vida!

A comunidade cristã da cidade de Colossas, na Ásia Menor, manifestava certo distanciamento das verdades fundamentais da fé. Havia pessoas que, influenciadas por tendências da época (por exemplo, a importância dada às forças cósmicas, depositando nelas toda a confiança), observavam práticas religiosas, dietas e exercícios de ascese (2,16-23) levadas por “vãs e enganosas filosofias”. Havia também pessoas levadas pela “fornicação, impureza, paixão, desejos maus e a cobiça de possuir” (v. 5). O autor da carta preocupa-se com essa situação e, por isso, escreve aos colossenses no intuito de orientá-los para uma vida coerente com a fé em Jesus Cristo, único mediador entre Deus e as criaturas.
Nessa pequena leitura deste domingo da Páscoa, encontramos quatro pontos do querigma cristão que fundamentam a fé das primeiras comunidades: a morte de Jesus, sua ressurreição, sua exaltação à direita de Deus e sua volta. Cada um desses pontos é indicativo de atitudes que caracterizam o novo modo de viver dos cristãos.
A fé na morte de Jesus Cristo implica a morte de nossos maus comportamentos. Para os cristãos colossenses, implicava morrer para as práticas religiosas que contradiziam a fé cristã; implicava passar de uma mentalidade idolátrica para o mergulho na vida divina, seguindo a Jesus Cristo: “Vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”.
A fé na ressurreição e na ascensão de Jesus Cristo implica discernir o que realmente edifica o ser humano em comunidade: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto…”. Quem permanece com o pensamento e o coração mergulhados em Deus vive dignamente.
A fé na volta de Jesus nos motiva a viver na esperança militante, com a certeza de estarmos com ele: “Quando Cristo, que é vossa vida, se manifestar, então vós também com ele sereis manifestados em glória”.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Jesus ressuscitou: a vida já não é a mesma. Maria Madalena se distingue pela sua coragem. Ela vai ao túmulo, mesmo no escuro. Seu amor a Jesus não permite que permaneça afastada. Procura entender o sentido da morte de Jesus. Não é acomodada nem derrotista. Vai ao encontro dos discípulos e lhes anuncia uma notícia inquietante: o túmulo está vazio. A sua ousadia na busca da verdade a levará ao encontro com Jesus ressuscitado. Pedro, apesar de sua boa vontade em seguir a Jesus, ainda permanece na dúvida. O discípulo que Jesus amava é o mais rápido para “ver e crer”. Não precisou ver Jesus com os olhos da carne. Quem ama e se deixa amar por Jesus caminha na certeza de que ele está vivo.
– A fé na ressurreição derruba barreiras. O encontro de Pedro com Cornélio corresponde à atitude das pessoas que amam a Deus acima dos preconceitos humanos. A fé em Jesus Cristo como salvador do mundo derruba as barreiras de raças e de tradições culturais e religiosas que dividem as pessoas. Nada pode impedir o diálogo, a reconciliação, o respeito mútuo e a vivência do amor fraterno. O espaço privilegiado para essa vivência é a casa. O que aconteceu na casa de Cornélio nos anima a fortalecer o modelo da Igreja como comunidades eclesiais de base; também nos incentiva ao compromisso com o ecumenismo e com o diálogo inter-religioso.
– A vida mergulhada em Jesus Cristo. Como aconteceu entre os cristãos colossenses, também hoje corremos o perigo de nos deixar arrastar por ideologias que contradizem o evangelho. É importante cultivarmos a prática do discernimento para assumir os valores que nos conservam na vontade de Deus e edificam a nossa vida. Professar a fé em Jesus Cristo implica viver dignamente, bem como respeitar a dignidade das demais pessoas e da natureza.

Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
Fonte: Vida Pastoral em 20/04/2014

Reflexão

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

“O DISCÍPULO QUE JESUS MAIS AMAVA VIU E ACREDITOU”.

Primeira Leitura: Atos 10,34a.37-43;
Salmo 117(118), 1-2. 16ab-17.22-23
Segunda Leitura: Colossenses 3,1-4 ou 1Cor 5,6b-8;
Evangelho: João 20,1-9

Situando-nos brevemente

O Senhor ressuscitou! Aleluia! Aleluia! O sepulcro está vazio! Ele está vivo.
Podemos dizê-lo com toda a confiança. Se obedecermos em tudo aos seus mandamentos, de modo a chegarmos à vida eterna e à alegria perpétua do reino dos Céus”.
A celebração da Páscoa continua durante o Tempo Pascal. Os cinqüenta dias que vão do domingo da Ressurreição ao domingo de Pentecostes são celebrados, com alegria, como um só dia festivo, como “o grande domingo”. Celebramos o mistério pascal do Senhor como um todo: morte, ressurreição, ascensão e vinda do Espírito.
Nos três primeiros domingos, fazemos isto contemplando a experiência que as discípulas e os discípulos tiveram do Senhor ressuscitado. A partir do 4º domingo, a comunidade se organiza para dar continuidade à missão de Jesus, assumindo o mesmo projeto que o levou a dar a sua vida. A comunidade é chamada a enfrentar a perseguição e o sofrimento.
A oitava da Páscoa foi organizada, desde o século IV, com o objetivo de assegurar aos neófitos uma catequese pós-batismal ou mistagógica sobre os mistérios dos quais eles participaram.
Como comunidades vivas, daremos, neste tempo, particular atenção aos neófitos. Vale lembrar as palavras de João Crisóstomo: “Os neófitos são a alegria da Igreja. Reparo que a nossa assembleia é hoje mais brilhante que de costume e que a Igreja de Deus está jubilosa por causa dos seus filhos. Com efeito, como mãe amorosa que, ao ver-se rodeada dos filhos, rejubila, exulta e não cabe em si de contente, assim a Igreja, na sua maternidade espiritual, quando olha para os seus próprios filhos, está alegre e jubilosa, por se ver como campo fértil cheio de espigas espirituais. (...) abracemos, pois, neste dia, estes (irmãos), que sabem brilhar mais que as estrelas e que rivalizam em brilho com os raios do sol. Mas não nos limitemos a apertá-los materialmente nos nossos braços; mostremos-lhes também, por esta instrução espiritual, o afeto que lhe temos; exortemo-los a meditar no excesso da generosidade do Senhor e no brilho das vestes que mereceram usar”.

Recordando a Palavra

A leitura do evangelho de João começa com a atitude de Maria de Magdala, que se dirige ao túmulo de Jesus, “bem de madrugada, quando ainda estava escuro” (20,1). É o primeiro dia da semana, que expressa o sentido teológico da nova criação, da Páscoa definitiva que nasce a partir da doação de Jesus. Ao ver o túmulo vazio já que a pedra fora removida, ela volta correndo para avisar Pedro e o discípulo amado. Como representante da comunidade, Maria de Magdala afirma: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram” (20,2). Essa notícia leva os dois discípulos a correram para o sepulcro.
“Senhor”, título atribuído a Jesus após a Páscoa, expressa a fé da nova comunidade. Em meio às perseguições e mortes, que estava enfrentando no final do primeiro século, a comunidade renasce pela ação criadora e vivificadora do Espírito de Cristo Ressuscitado. A fé na ressurreição do Senhor é assimilada ao longo do caminho. As dificuldades em crer, diante do mistério da morte e da humilhação, da cruz, são superadas por quem corre ao encontro de Jesus e vive em sintonia com seu projeto. O amor solidário leva a reconhecer, nos sinais da ausência do corpo de Jesus: túmulo vazio e faixas mortuárias no chão, a presença viva do Ressuscitado. O discípulo amado, que “viu e creu” (20,8), expressa a adesão da fé, o caminho ideal do discipulado.
As testemunhas primitivas, guiadas pelo amor no itinerário da fé, encontram, na Escritura, o sentido da morte salvífica de Cristo e de sua ressurreição: “Eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (20,9). A ressurreição de Jesus, atestada pela Escritura, proporciona acreditar sem a necessidade de ver. Na continuação do relato, Maria de Magdala reconhece o Senhor pela voz, pela escuta de sua palavra: “Jesus falou: Maria! Ela voltou-se e exclamou: Rabbuni”, que em hebraico quer dizer Mestre (cf. 20,16). Maria Madalena faz a experiência do encontro com o Ressuscitado, que a chama pelo nome. Ela expressa sua adesão a Jesus ressuscitado através do anúncio da Boa Notícia aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (20,18). Como ela, os que fazem a experiência do encontro com o Senhor tornam-se missionários, anunciadores de sua mensagem a todos os povos.

A leitura do evangelho de Lucas narra o encontro do Ressuscitado com os discípulos de Emaús. Faz uma releitura da história de Jesus à luz das Escrituras, oração, fração do pão, anúncio do encontro com o Ressuscitado. Emaús reflete também a dispersão dos discípulos, a desilusão diante da morte humilhante do Messias. Após a paixão e a morte de Jesus, seus seguidores enfrentam dificuldades, perseguições, decepções na caminhada. Mas, iluminados pelas Escrituras, compreendem o sentido da morte salvífica de Jesus e retomam o caminho, a missão.
Os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus, quando ele “tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles” (24,30). O encontro com Jesus ressuscitado, que se manifesta no caminho da vida, na palavra, no partir o pão, leva a reconhecer sua presença viva e recriar a comunidade. Os dois discípulos retornam a Jerusalém e testemunham a fé na ressurreição, na comunidade reunida: “Realmente, o Senhor ressuscitou!” (24,34). A recordação das palavras e ações de Jesus, a memória e sua vida doada totalmente por amor fortalece a missão dos discípulos, o anúncio da Boa-Nova a todos os povos.

A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos acentua que, no mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus aboliu toda a “discriminação entre as pessoas” (10,34). A Boa-Nova da Paz, manifestada em Cristo, destina-se a todos os povos. Jesus de Nazaré, ungido por deus com o Espírito Santo, “andou fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo diabo” (10,38). Seu ministério começou na Galileia e terminou em Jerusalém através de sua morte salvífica por todos.
“Mas Deus o ressuscitou e o constituiu juiz dos vivos e dos mortos” (10,40. 42), fazendo renascer a esperança dos que crêem em seu nome. O itinerário da fé conduz à libertação e ao seguimento de Cristo, manifestado no testemunho de suas palavras e ações salvíficas. Os discípulos anunciam a mensagem libertadora da ressurreição de Jesus, acompanhada de gestos misericordiosos de justiça e fraternidade.

O salmo 117(118) convida a dar graças ao Senhor pelas maravilhas da salvação: “Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e alegremo-nos nele”. Esse versículo, na perspectiva cristã, remete à Páscoa libertadora de Cristo, mediante a qual ele revelou seu amor eterno pela humanidade.

A segunda leitura da carta aos Colossenses impele a viver como ressuscitados, seguindo o caminho da vida nova em Cristo: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto” (3,1). Pelo Batismo, participamos da ressurreição, da vitória de Cristo sobre a morte. Renascido para uma vida nova, assumimos o compromisso de viver conforme seu projeto salvífico: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
A vida nova de comunhão com Jesus ressuscitado, iniciada no Batismo, se manifesta plenamente na glória com ele junto ao Pai. Enquanto caminhamos com fé e esperança, testemunhamos nossa experiência de ressuscitados através do amor e da entrega da vida.
O texto seguinte (cf. Cl 3,5-4,1), que escreve um conjunto de exigências práticas, no caminho do discípulo, convida a revestir-se do amor que é o vínculo da perfeição.
A proposta alternativa da leitura da primeira carta aos Coríntios sublinha, igualmente, a novidade da vida recebida no Batismo. Quem está em Cristo celebra a Páscoa “com os pães ázimos da sinceridade e da verdade” (5,8). Cristo é o verdadeiro cordeiro pascal, que doou a vida pela salvação de todos, indicando o caminho da vida nova, sem maldade e opressão.

Atualizando a Palavra

A ressurreição de Jesus é o evento salvífico, que fundamenta nossa fé e esperança, abrindo o caminho para a vida nova e plena em Deus. Ela foi o ponto de partida do testemunho e da pregação dso apóstolos, sendo atestada na mais antiga forma da fé: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3-4). As primeiras testemunhas nos ensinam a aderir a Jesus de Nazaré com radicalidade, a descobrir, em meio à escuridão, em meio às diversidades, os sinais da presença viva do Senhor.
A escuta atenta da palavra – celebrada no partir do pão, na partilha solidária – proporciona experimentar a alegria da presença viva do Ressuscitado. O encontro com o Senhor nos transforma e impele ao testemunho, ao anúncio de sua mensagem salvífica. Maria e Magdala e o discípulo amado indicam o itinerário da fé para encontrar o Senhor. “O ver, graças à sua união com o ouvir, torna-se seguimento de Cristo; e a fé aparece como um caminho do olhar em que os olhos se habituam a ver profundidade. E assim, na manhã da Páscoa, ainda na escuridão perante o túmulo vazio, o discípulo amado ‘viu e começo a crer’ (Jo 20,8). Maria Madalena, que já vê Jesus (cf. 20,14) e quer retê-lo, é convidada a contemplá-lo no seu caminho para o Pai, até a plena confissão diante dos discípulos: Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18; Lumen Fidei, n. 30).
O Papa Francisco ressalta que as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus são as mulheres. Os apóstolos e os discípulos têm dificuldades de acreditar. As mulheres não. Pedro corre até o sepulcro, mas se detém diante do túmulo vazio; Tomé deve tocar com suas mãos as chagas do de Jesus. Também em nosso caminho de fé é importante saber e sentir que deus nos ama, não ter medo de amá-lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.
“Depois das aparições às mulheres, seguem-se outras mais. Jesus trona-se presente de modo novo: é Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não voltou para a vida terrena, mas para uma nova condição. No início, não o reconhecem e seus olhos só se abrem através de suas palavras e de seus gestos: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós existem muitos sinais em que o Ressuscitado se faz reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros sacramentos, a caridade, os gestos de amor que trazem um raio de luz do ressuscitado.
Deixemo-nos iluminar pela ressurreição de cristo, deixemo-nos transformar por sua força, para que, também de nós, no mundo, os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Levai em frente esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Esta é a vossa missão! Levai em frente esta esperança. Permanecei alicerçados nesta esperança, nesta âncora que está no céu; segurai com força a corda, permanecei ancorados e levai em frente a esperança. Vós testemunhas de Jesus, deveis levar em frente o testemunho de que Jesus está vivo, e isto dar-nos-á esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido devido às guerra, ao mal e ao pecado. Alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Deixai-vos iluminar e transformar pela força da ressurreição de cristo, a fim de que as vossas existências se tornem um testemunho a vida que é mais forte que o pecado e a morte”.

Ligando a Palavra com a ação eucarística

Alegramo-nos, pois hoje, Jesus Cristo, o Filho Unigênito de deus, vencedor da morte, abriu para nós as portas da eternidade (cf. oração do dia)
Os poderes deste mundo o mataram, o pregando numa cruz, mas Deus o ressuscitou. Por isso, cantemos, louvando a “Vítima Pascal”. O rei da vida foi morto, mas está vivo para sempre.
É nosso dever e salvação bendizer o Pai, neste daí em que cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que tira o pecado do mundo, pois morrendo, destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida (cf. prefácio da Páscoa).
Neste dia de solene ação de graças e profissão de fé na Páscoa do Senhor, renovemos nossa confiança no Senhor que tirou Jesus do túmulo. Somos convidados a perder o medo, a vencer as incertezas, a abandonar o velho fermento, pois nosso Cordeiro Pascal, Cristo, foi imolado.

Sugestões para a celebração

· “A missa do dia da Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Em lugar do ato penitencial, é muito conveniente fazer a aspersão com a água abençoada durante a celebração a vigília. Durante a aspersão, pode-se cantar (...) um cântico de caráter batismal.
· Conserve-se, onde ainda está em vigor, ou, segundo a oportunidade, instaure-se a tradição de celebrar as vésperas batismais do dia da Páscoa, durante as quais ao canto dos salmos se faz a procissão à fonte.
· O círio pascal, colocado junto do ambão ou perto do altar, permaneça aceso ao menos em todas as celebrações litúrgicas mais solenes deste tempo, tanto na missa como nas laudes e vésperas, até ao domingo de Pentecostes. Depois, o círio é conservado com a devida honra no batistério, para acender nele os círios dos neo-batizados. Na celebração das exéquias o círio pascal seja colocado junto do caixão, para indicar que a morte é para o cristão a sua verdadeira Páscoa”.
· Poem fazer parte da procissão de entrada as pessoas que foram batizadas na Vigília Pascal.
· Se possível, a seqüência pascal seja encenada.
· Preparar bem os leitores para a proclamação da Palavra de Deus.
· Os cantos sejam preparados com antecedência, prevendo ensaios.
O Hinário Litúrgico da CNBB possui ótimas sugestões. As melodias estão gravadas no CD Liturgia XVI – Páscoa – Ano A
Fonte: Emanarp em 20/04/2014

REFLEXÃO

Comentário: Mons. Joan Enric VIVES i Sicília Bispo de Urgell (Lleida, Espanha)

«O outro discípulo, ue tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»

Hoje «é o dia que o Senhor fez», iremos cantando ao longo de toda a Páscoa. Essa expressão do Salmo 117 inunda a celebração da fé cristã, O Pai ressuscitou a seu Filho Jesus Cristo, o Amado, Aquele em quem se compraz porque amou a ponto de dar sua vida por todos.
Vivamos a Páscoa com muita alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e de amor. Hoje, Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu as portas da nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos dar por pura graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso Caminho para sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande sinal que nos dá o Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos de procurar entre os mortos Aquele que vive, porque ressuscitou. E os discípulos, que depois o verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo em um maravilhoso encontro de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua sepultura. Sepulcro vazio e aparições serão os grandes sinais para a fé do crente. O Evangelho diz que «o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé, que aquele vazio e, por sua vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados, eram pequenos sinais do passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a partir de pequenos detalhes, o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo que Jesus mais amava» (Jo 20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de Cristo.
O “ver” e o “crer” dos discípulos hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal. Que Cristo seja, em tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a nossa e renovemos a graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e seus discípulos. Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade de crer em Jesus Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.

Comentário: Fr. Austin NORRIS (Mumbai, India)

VIGILIA PASCAL (C) (Lc 24,1-12): «Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou»

Hoje, contemplamos a Glória do Senhor resplandecente em sua vitória sobre o sofrimento e a morte. Uma vida nova é prometida a todos que buscam e crêem na Verdade de Jesus. Ninguém será desapontado, como não se sentiram as mulheres que «foram ao túmulo, levando os perfumes que tinham preparado» (Lc 24,1).
Os perfumes e ungüentos que devemos carregar durante nossa existência são uma vida espalhando a Palavra de Deus, quando Jesus encarnado disse: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,[...], viverá. [...] não morrerá jamais.» (Jo 11,25-26)
No meio de nossa confusão e dor parecemos nos tornar míopes em visão, porque não conseguimos ver além de nosso entorno imediato. E «por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?» (Lc 24,5) é um chamado a seguir Jesus e a buscar a presença do Senhor no “aqui e agora”; em meio ao povo do Senhor e seu sofrimento e for. Em sua carta pela Quaresma o Santo Padre Bento XVI menciona como «De fato, a salvação é dom, é graça de Deus, mas para fazer efeito na minha existência exige o meu consentimento, um acolhimento demonstrado nos fatos, ou seja, na vontade de viver como Jesus, de caminhar atrás Dele».
«Voltando do túmulo» (Lc 24,9) de nossas misérias, dúvidas e confusões, nós, por outro lado, somos capazes de dar a outros esperança e segurança neste vale de lágrimas. A escuridão do sepulcro «dá lugar à brilhante promessa da imortalidade.» (Prefácio da Missa dos Fiéis Defuntos). Que a glória do Senhor Jesus nos mantenha de pé com os olhos fitando o céu, e que possamos sempre ser considerados como um Povo Pascal. Que possamos passar de “Povo da Sexta-feira Santa” a “Povo da Páscoa”.

Comentário: Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona, Espanha)

DOMINGO DE PÁSCOA (A) (Mt 28,1-10): «Ele não está aqui! Ressuscitou»

Hoje no Evangelho da vigília pascal, late um grande dinamismo: duas mulheres correm para o sepulcro, um terramoto, um anjo faz rodar a pedra, uns guardas assustados caem como mortos. E Jesus, vivo e ressuscitado, torna-se companheiro de caminho daquelas mulheres.
As mulheres são as primeiras a experimentar a ressurreição de Jesus, apenas por terem visto o sepulcro vazio e o anjo que lhes anuncia: «Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito…» (Mt 28,5-6). São, também, as primeiras a dar testemunho da sua experiência: «Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou´» (Mt 28,7).
Imediatamente acreditam. Mas a sua fé é uma mistura de medo e de alegria. Sentiam medo pelas palavras do anjo, com o anuncio que vai para lá das expectativas humanas. E a alegria pela certeza da ressurreição do Senhor, porque as Escrituras tinham-se cumprido, pelo imenso privilégio da primazia pascal que receberam. A fé, pois, mesmo produzindo uma grande alegria interior, não exclui o medo.
Elas vão anunciar aquela experiencia do Ressuscitado, que tiveram sem a ter visto. Jesus premia-lhes esta fé e aparece-lhes durante o caminho.
O centro de toda a experiência de fé não é em primeiro lugar uma doutrina nem uns dogmas. É a pessoa de Jesus. A fé das mulheres do Evangelho de hoje está centrada nele, na sua pessoa e não noutra coisa. Experimentaram-no vivo e vão anuncia-lo vivo!
Outra mulher, Santa Clara, escrevia a Santa Inês de Praga que deveria centrar-se em Jesus ressuscitado: «Observai, considerai, contemplai a Jesus Cristo (...). Se sofrerdes com Ele, reinareis também com Ele; se chorardes com Ele, com Ele gozareis; se morrerdes com Ele na cruz da tribulação, possuireis com Ele as eternas moradas».

Comentário: Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

VIGILIA PASCAL (B) (Mc 16,1-7): «Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou»

Hoje, a Igreja celebra com júbilo a festa principal: o triunfo de sua Cabeça, Cristo Jesus. A Ressurreição de Jesus Cristo é um fato do qual não podemos duvidar. É compreensível que não seja estranho que um fato celestial, um corpo ressuscitado, não possa ser captado por meios terrenais. Mas, logo Maria Madalena e a mãe do Apóstolo Thiago, recebiam um testemunho indubitável, comprovado depois com muitas aparições, realizadas de modo tal que excluem totalmente a suspeita de alucinações. «Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram!» (Mc 16,6).
Além do gozo pelo fato da Ressurreição de Cristo, este acontecimento nos trai a alegria de contar com uma resposta, jubilosa e clara, aos interrogantes do homem: Que nos espera no final da vida? Que sentido tem o sofrimento na Terra? Não podemos duvidar que, depois da morte, espera-nos uma vida nova, que será eterna: «Lá o vereis, como ele vos disse!» (Mc 16,7). São Paulo o afirma com grande convencimento: «E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado, dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele» (Rom 6,8-9). Logicamente, à interrogante sobre o final da vida, o cristão responde com alegre esperança.
O Evangelho de hoje ressalta que o jovem —o anjo— que fala às mulheres, une os dois conceitos de dor e glória: O que ressuscitou no mesmo que foi crucificado. Diz são Leão Magno: «...(pela tua cruz) os crentes recebem a força da debilidade, glória do opróbrio e, vida da morte», as cruzes quotidianas são, então, caminho da Ressurreição.
Fonte: Evangeli
Fonte: Liturgia da Palavra em 20/04/2014

Recadinho

O domingo é de fato para você o “Dia do Senhor”? - O que você faz de especial nesse dia? - Você acredita nas coisas de Deus ou exige sempre, para tudo, argumentos racionais? - Você se dá conta de que o sofrimento aceito por amor a Deus lhe traz felicidade? - O que significa a Páscoa para você? - Você pode dizer que realmente Cristo está vivo em seu coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 20/04/2014

Comentário do Evangelho

O SEPULCRO VAZIO

Os discípulos começaram a se dar conta da ressurreição do Senhor, ao se depararem com o sepulcro vazio. Maria Madalena, alarmada, pensou que o corpo de Jesus tivesse sido retirado, à surdina, e colocado num outro lugar. Pedro, tendo acorrido para se inteirar dos fatos, apenas constatou onde estavam o lençol e os demais panos com que Jesus havia sido envolvido. O discípulo amado, este sim, começou a perceber que algo de muito extraordinário havia acontecido. Por isso, foi capaz de passar da constatação do sepulcro vazio à fé: "Ele viu e acreditou".
O sepulcro vazio, por si só, não podia servir de prova para a ressurreição do Senhor. Seria sempre possível acusar os cristãos de fraude. Poderiam ter dado sumiço ao cadáver de Jesus, e sair dizendo que ele ressuscitara. Era preciso ir além e descobrir, de fato, onde estava o corpo do Mestre.
O discípulo amado, de imediato, cultivou a esperança de encontrar-se com o Senhor. Sua fé consistiu na certeza de que o Mestre estava vivo, não no sepulcro, porque ali não era o seu lugar. Senhor da vida, não poderia ter sido derrotado pela morte. Filho amado do Pai, as forças do mal não poderiam prevalecer sobre ele. Embora sem ter chegado ao pleno conhecimento do fato, a fé na ressurreição despontava no coração do discípulo amado.
Oração
Espírito de ressurreição, como o discípulo amado, creio que o Crucificado venceu a morte e as forças do mal.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, por vosso filho unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concede que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 20/04/2014

Meditando o evangelho

A RESSURREIÇÃO NÃO COMPREENDIDA

A Ressurreição pegou desprevenidos os discípulos e as pessoas mais chegadas a Jesus. Maria Madalena, na manhã do primeiro dia da semana, ou seja, o domingo para nós, foi, bem cedinho, ao sepulcro. Seu objetivo era chorar o amigo morto. Visita nostálgica, para recordar um tempo que jamais voltaria.
Para sua surpresa, a pedra sepulcral não estava na posição devida. Tinha sido removida, e o corpo de Jesus não se encontrava no túmulo. Tomada de surpresa e espanto, Maria Madalena saiu apressada, afim de comunicar o fato aos discípulos. Pedro e o discípulo amado correram em direção ao sepulcro, para constatar o ocorrido. Lá se encontravam as faixas e o lençol usados no sepultamento de Jesus, mas o corpo não. Algo já se podia suspeitar: como era possível levar embora um cadáver, já sepultado, deixando para trás as faixas e o lençol que o envolviam? Eles estavam diante de um fato intrigante.
Pedro e Maria Madalena ficaram com a hipótese da retirada do corpo. Eles não contemplavam a possibilidade de Jesus ter ressuscitado. É no coração do discípulo amado que se desperta a intuição de que o Mestre estava vivo. Não é fácil determinar o conteúdo de sua fé, neste primeiro momento. Talvez João pensara que algo de extraordinário tivesse acontecido com o corpo de Jesus. O verdadeiro significado do sepulcro vazio era ainda uma incógnita. Seria preciso dar tempo ao tempo para que tudo ficasse esclarecido.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ilumina minha mente e meu coração para que eu possa superar minhas falsas compreensões a respeito da Ressurreição.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo - Jo 20,1-9
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Páscoa, tudo novo, vida nova. Algo novo está acontecendo na casa do centurião romano Cornélio. Pedro está lá com alguns discípulos. Estamos nos primórdios da Igreja que começa a revelar o que tem de próprio. Os pagãos podem ser recebidos na comunhão da Igreja sem terem que observar os preceitos da Lei. Pedro, judeu observante, deve dar um passo avante na obediência a Deus e não mais chamar de impuro o que Deus purificou. Pedro dá testemunho de Jesus Ressuscitado diante dos pagãos, que receberão o Espírito Santo e terão seus pecados perdoados. Na sua estrutura externa, a própria Igreja se apresenta com uma face judaica e outra pagã. Concretiza-se o que lemos em Efésios, que “de ambos os povos, Jesus fez um só, derrubando o muro de separação e suprimindo em sua carne a inimizade, a Lei dos mandamentos expressa em preceitos, a fim de criar em si mesmo um só homem novo… por meio da cruz, na qual ele matou a inimizade”. Diante de Cornélio, Pedro anuncia que Deus “ressuscitou Jesus no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se a testemunhas escolhidas”.
Naquele terceiro dia, o primeiro da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada. Saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo. “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. Pedro e o outro discípulo saíram e foram até lá. Os dois corriam juntos. O outro discípulo correu mais depressa. Chegou primeiro, mas não entrou. Simão Pedro chegou e entrou no túmulo. Então, o outro discípulo entrou, viu e acreditou. O que foi que ele viu? Viu o túmulo vazio.
Eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. Depois compreenderam. E nós, graças ao testemunho deles, podemos agora compreender um pouco mais, e sobretudo crer. Ele está vivo e está no meio de nós. Maria Madalena correu, Pedro correu, o discípulo amado correu. Uma grande correria para encontrar o Senhor. No segundo livro das Crônicas está escrito: “Quando eles, em sua angústia, se converteram ao Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, ele deixou-se achar por eles”. E em Jeremias: “Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Deixar-me-ei achar por vós”. Antes da sua morte, São Paulo escreveu a Timóteo: “Completei a corrida”. Não ficou parado no caminho. Então, entre na corrida e busque, que você achará! O Senhor encontrou você no caminho, como encontrou os discípulos de Emaús no dia da ressurreição. Encontre-o também! Contemple o mistério da ressurreição do Senhor! Viva em união com ele! Una-se profundamente e pessoalmente à morte e à ressurreição do Senhor! Ressuscite com ele cada dia! “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram.” Não o tiraram. O Pai o tirou e ele saiu. Onde o colocaram? Não o colocaram. Sabemos onde ele está. Ele está no meio de nós.
Fonte: NPD Brasil em 12/04/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A palavra Páscoa tem sua origem no hebraico “Pascha” que significa passagem, e no Judaísmo está contextualizada no fato histórico ocorrido em 1250 A.C que foi a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto dos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é atribuída a Moisés.
O ritual da páscoa judaica segue as determinações dadas pelo próprio Deus ao Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o fato histórico, com esse caráter religioso, tornou-se para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da escravidão do Egito, através de Moisés, derrotando o império do Faraó.Anteriormente a páscoa era uma Festa dos Pastores, que comemoravam a passagem do inverno para a primavera quando por ocasião do degelo, e surgindo a primeira vegetação à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua casca quebrada deixa romper a vida que há dentro dele.
A libertação do Povo da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial celebrado no ritual judaico, preceito estabelecido pelo próprio Deus, muito rico em sua simbologia. Trata-se de uma refeição feita em pé, com os rins cingidos, sandálias nos pés e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis as pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue do Cordeiro imolado irá marcar o batente das portas dos que iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas amargas lembram a escravidão e o sofrimento que o povo passou.
Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático do Judaísmo, frequentava o templo e a sinagoga, como qualquer judeu fervoroso. Não era sua intenção fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência na relação dos homens para com Deus, que o judaísmo havia perdido por causa do rigorismo do seu preceito e dos seus ritos purificatórios. O fenômeno do messianismo era muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia novos pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro e único messias, aquele que fora anunciado pelos profetas, o Ungido de Deus, descendente da estirpe de Davi, o grande Rei, porém, na medida em que Jesus vai manifestando quem ele é, e o seu modo de viver, convivendo com os pecadores impuros, curando em dia de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas relações com Deus e com o próximo.
Tudo isso foi gerando um descontentamento nas lideranças religiosas que de repente começaram a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa existente, e a expulsão dos vendedores e cambistas do templo foi a gota d’água que faltava para à sua condenação, sendo dois os motivos que o levaram à morte: o primeiro de caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo, o segundo de caráter político, Jesus veio para ser Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao augusto Cezar Soberano do império Romano.
O Povo esperava um Messias Libertador político para restaurar a realeza em Israel, que se encontrava sob a dominação dos romanos. É essa a moldura histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus três anos de vida pública, desde que deixara a casa de seus pais em Nazaré e dera início as suas pregações tendo formado o Grupo dos discípulos.Logo após sua morte e ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas (dirigidas pelos apóstolos) se perguntava por que Jesus havia morrido? Nas reuniões que ocorriam aos domingos, porque Jesus havia ressuscitado na madrugada de um Domingo, os apóstolos faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que Jesus fez e ensinou, concentrando suas pregações na morte e ressurreição. E assim começou-se a se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais tarde, entre os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam, não só porque Jesus havia morrido, mas também como e onde havia nascido e de como vivera a sua vida fazendo o bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência ao Pai e no amor aos seus irmãos.
A Ressurreição de Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável à luz da Fé, que é um dom de Deus concedido aos homens, pois o momento da ressurreição não foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo o relato dos evangelhos sinópticos, foram os “sinais” da ressurreição: túmulo vazio, os panos dobrados e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com Madalena, confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de Nazaré não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado.As mulheres tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição aos apóstolos. Outra evidência foram as aparições de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, reunidos em comunidade conforme relato do livro do Ato dos Apóstolos. Não se tratam de aparições sensacionalistas para causar impacto e evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram a sua morte, mas sim de um Deus vivo e solidário com os que nele crêem, para encorajar a comunidade dos apóstolos, que tiveram a princípio muita dificuldade para vencer o medo e descrença, que se abateu sobre eles com a morte de Jesus.
A Ressurreição de Cristo está no centro da Fé cristã, que é, segundo o pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição, que não pode e nem deve ser compreendida como uma simples volta a esta vida porque se trata de uma realidade sobrenatural entendida e aceita pela Fé, e não de um fato científico. O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso! É este o destino feliz dos que creem e vivem essa esperança que brota da Fé, pois a Vida venceu a morte!
Celebrar a Páscoa é celebrar esta Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para a graça de Deus, das trevas para a luz, da Morte para a Vida, porque o espírito Paráclito que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo renova e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda que de maneira imperfeita, dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que nos acompanha nessa jornada terrestre, e que nos acolherá um dia na plenitude da Vida Eterna.
Uma feliz Páscoa a todos!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. O outro discípulo entrou também, viu e creu - Jo 20,1-9
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Colocaram um corpo morto num sepulcro e o corpo desapareceu. Não foi visto por testemunhas oculares. Viram, porém, os panos que envolviam o corpo ao ser sepultado. Um, dobrado num lugar à parte; outro, no chão. Onde está o corpo? A resposta mais lógica e mais rápida é que foi retirado por alguém. Não se trata de um sepultamento na terra nem em gavetas aéreas ou subterrâneas, mas de grutas, maiores ou menores, com mais ou menos sarcófagos. O corpo de Jesus deve ter sido colocado em cima de uma base de pedra da própria gruta num espaço pequeno só para um corpo. Foi oferta de José de Arimateia. Era um túmulo de sua família onde nenhum corpo tinha sido colocado. Quem acompanhou o sepultamento viu o que foi feito e viu que a entrada foi fechada com uma pedra arredondada, lacrada, para evitar que fosse aberta. Segundo a narrativa de João Evangelista, Maria Madalena chega ao túmulo logo cedo e vê que a entrada está aberta. Olha para dentro e não vê o corpo de Jesus. Corre então para avisar Pedro e o Discípulo Amado. Seu anúncio é o mais natural possível: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. Se não está, é porque alguém o retirou, tanto é que esse alguém retirou também a pedra que fechava a entrada da gruta sepulcral. Quem abriu o túmulo e retirou o corpo? A passagem de São João que hoje lemos termina dizendo: “De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos”. Num primeiro momento, e num segundo também, não passou pela cabeça dos apóstolos e dos discípulos seus companheiros que Jesus estivesse vivo e ressuscitado. Num primeiro momento, o túmulo estava vazio; num segundo, não acreditaram no testemunho de quem dizia ter visto o Ressuscitado. Exceção notável a do Discípulo Amado. Diz o texto que Pedro e o Discípulo foram correndo ao sepulcro. Pedro entra e vê as faixas de linho e o sudário. O Discípulo entra depois, vê e crê! Vê e acredita. O que foi que ele viu? E em que foi que acreditou? Vendo o túmulo vazio, o Discípulo Amado, que não via apenas com os olhos da carne e da razão, disse a si mesmo: “Ele está vivo. Ressuscitou”. Não vendo nada, a não ser os panos, soube que de fato o corpo tinha sido retirado nada mais nada menos do que pelo próprio Pai. “Deus o ressuscitou no terceiro dia”, dirá Pedro num sermão. Sem ter visto, o Discípulo Amado acreditou. “Felizes os que vão creditar sem terem visto”. Estes somos nós, que ficamos com o testemunho daqueles que “viram”. Inicia-se o Tempo Pascal, que vai até a solenidade de Pentecostes, no dia 23 de maio. São sete semanas. Nas três primeiras, a comunidade nascente vê o Cristo ressuscitado. Nas três últimas, Cristo se despede, dá as últimas recomendações de unidade e de caridade, sobe ao céu e envia o Espírito. No centro, na quarta semana, a comunidade lhe dá o título mais significativo que ele poderia receber: o Ressuscitado é o Bom Pastor.

3. O DESPERTAR DA FÉ
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

A ressurreição desperta os discípulos para a verdadeira fé em Jesus. Pode-se falar da fé deles ao longo do ministério terreno de Jesus. No período pré-pascal, porém, faltava-lhes o dado da ressurreição, essencial para uma adesão plena ao Senhor.
A fé pré-pascal tinha algumas limitações: estava calcada num messianismo demasiado terreno no qual se privilegiava a dimensão humana e política de Jesus, em detrimento de sua condição divina; dependia da presença física do Mestre para se sustentar. Apesar da insistência de Jesus, os discípulos estavam ainda muito centrados em si mesmos, sem se dar conta de que era preciso dar testemunho de sua fé.
A constatação do túmulo vazio serviu, para o discípulo amado, de indício de que algo novo estava acontecendo. A afirmação do evangelista – "Ele viu e acreditou" – revela o desabrochar da consciência de que Jesus era muito mais do que João podia imaginar. O túmulo vazio não foi prova da ressurreição, mas um sinal de alerta. Tanto Maria Madalena quanto Simão Pedro fizeram a mesma experiência. No entanto, deles se fala que ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. Eles foram incapazes de perceber o sinal.
A dinâmica da fé no Ressuscitado exigiu dos primeiros discípulos a superação de certos esquemas, de modo a se predisporem a acolher a novidade que o Pai lhes revelava.
Oração
Pai, desperta no meu coração uma fé verdadeira em Cristo ressuscitado, presente e vivo em nosso meio, vencedor da morte e do pecado.

Homilia do D. Henrique Soares da Costa

Hoje é o dia mais solene do ano: é a Páscoa!

Aquele que vimos envolto em sangue, tomado pelas dores da morte na Sexta-feira, Aquele que velamos respeitosamente no silêncio da morte no Sábado, agora proclamamo-lo Ressuscitado, Vivo, Vitorioso!
Hoje pela manhã, “quando ainda estava escuro”, nossas irmãs foram ao túmulo e encontraram-no aberto e vazio! Elas correram apavoradas: foram contar ao nosso líder, Simão Pedro. Ele foi também ao túmulo com o outro discípulo, aquele que Jesus amava: viram as faixas de linho no chão… O túmulo estava vazio… O que acontecera? Roubaram o corpo? Os judeus levaram-no? Que houve? Que ocorrera?
Na tarde de hoje, dois outros irmãos nossos estavam voltando para Emaús, sem esperança nenhuma: voltavam para sua vida de cada dia… estavam deixando a Comunidade dos discípulos, a Igreja que ia nascer: Jesus morrera, tudo acabara, a esperança fora embora… Mas, um Desconhecido começou a caminhar com eles, e lhes falava sobre tudo quanto a Escritura havia predito a respeito do Messias: sua pregação, suas dores, sua derrota, sua morte, sua vitória final… E o coração daqueles dois começou a encher-se de nova esperança, a arder de alegria! Eles, agora, começavam a compreender: tudo quanto havia acontecido com Jesus não fora simplesmente um cego absurdo, uma loucura, um sinal de maldição! Tudo fazia parte de um incrível projeto de amor do Pai: “Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, o que é mais impressionante: ao sentarem-se à mesa, o Desconhecido tomou a iniciativa, não esperou o dono da casa: pegou o pão e deu graças, partiu-o…. Coisa impressionante, irmãos: os olhos daqueles dois se abriram, e eles o reconheceram: era Jesus! Jesus vivo! Jesus reconhecido nas Escrituras e no partir o pão! Como mais uma vez, acontecerá agora, nesta Missa! Os dois voltaram, imediatamente a Jerusalém e, lá, a alegria foi maior ainda: os apóstolos confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão Pedro!”
Irmãos, por esta fé nós vivemos, por esta fé somos cristãos, por esta fé empenhamos a vida toda! Neste Dia santíssimo, Jesus entrou na glória do Pai. Nós continuamos aqui; ele já não mais está preso a dia algum, a tempo algum, a limitação alguma: ele entrou na eternidade de Deus, na plenitude do seu Deus e Pai! Irmãos, escutai: a Morte, hoje, foi vencida! Jesus abriu o caminho, Jesus atravessou o tenebroso e doloroso mar da Morte, Jesus entrou no Pai! Jesus “passou”, fez sua Páscoa!
Mas, não só: ele fez isso por nós, por cada um de nós: “Vou preparar-vos um lugar… a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14,2-3). Ele, que morrera da nossa Morte, tem agora o poder de nos dar a sua vitória. Para isso, irmãos, ele nos deu, no Batismo, o seu Espírito de ressurreição, o mesmo no qual o Pai o ressuscitou na madrugada de hoje!
Irmãos, eis a Páscoa de Cristo e nossa! Na certeza desta vida nova, renovemos nossa própria vida! “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus!” Vivamos uma vida nova em Cristo! Crer na sua ressurreição, viver sua vida de ressuscitado é, já agora, viver numa perspectiva nova, viver com o olhar a partir da Eternidade. São Paulo nos diz, para a Festa de hoje:“Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos a Festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade ou da perversidade, mas com os pães sem fermento de pureza e de verdade”. É o pão sem fermento, pão ázimo, da Eucaristia que vamos comer daqui a pouco; pão que é o próprio Cordeiro imolado, Cordeiro pascal, Cordeiro que tira o pecado do mundo! Nós vamos entrar em comunhão com ele, vivo e vencedor!
Irmãos, Irmãs!
Pelo dia de hoje, não mais tenhamos medo do pecado, da maldade e da morte!
Pela festa deste hoje bendito, abramos nosso coração a Deus e aos irmãos!
Pela Páscoa que estamos celebrando, perdoemo-nos, acolhamo-nos e demo-nos a paz!
Terminemos com as comoventes palavras da Liturgia Bizantina:

Dia da Ressurreição,
resplandeçamos, ó povos!
Páscoa do Senhor! Páscoa!
Cristo Deus nos fez passar
da morte à vida, da terra ao céu,
entoando o hino de sua vitória!
Purifiquemos os sentidos e veremos
a Luz inacessível da Ressurreição
a Cristo resplandecente
que diz: Alegrai-vos!

Exultem os céus e a terra.
Exulte o universo inteiro, visível e invisível:
Cristo ressuscitou. Alegria eterna!
Exultem os céus e exulte a terra,
faça festa todo o universo
visível e invisível.
Alegria eterna,
porque Cristo ressuscitou!

Dia da Ressurreição,
resplandeçamos, ó povos:
Cristo ressuscitou dentre os mortos,
ferindo com sua morte a própria morte
e dando a vida aos mortos em seus túmulos.
Ressurgindo do túmulo,
como havia predito
Jesus nos deu a vida eterna e a grande misericórdia!

Este é o Dia que o Senhor fez:
seja ele nossa alegria e nosso gozo!
Páscoa dulcíssima,
Páscoa do Senhor, Páscoa!
Uma Páscoa santíssima nos amanheceu.

Páscoa! Plenos de gozo,
abracemo-nos todos!
Páscoa, que dissipas toda tristeza!
É o Dia da Ressurreição!
Irradiemos alegria por tal Festa,
abracemo-nos mutuamente
e chamemos de irmãos até àqueles que nos odeiam;
perdoemos-lhes tudo
por causa da Ressurreição,
e gritemos sem cessar dizendo:

Cristo ressuscitou dentre os mortos,
ferindo a morte com a sua morte
e dando a vida aos mortos em seus túmulos!

Amados Irmãos, queridas Irmãs, Surrexit Dominus vere!
O Senhor ressuscitou verdadeiramente!
Aleluia! Feliz Páscoa!

D. Henrique Soares da Costa – Pesbiteros

Fonte: Liturgia da Palavra em 20/04/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO DE PÁSCOA-04/04


HOMILIA DIÁRIA

Jesus Cristo está vivo e presente no meio de nós!

Que uma nova esperança mova a nossa vida: a esperança do Cristo vivo, presente no meio de nós e ressuscitado mova tudo aquilo que nós fazemos na Terra!

”Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Colossenses 3,1).

Amados irmãos e irmãs, em Jesus Cristo Ressuscitado, toda a Terra, hoje, rejubila de uma imensa alegria: a alegria de celebrar a vitória de Cristo sobre a morte, sobre o pecado e sobre os nossos inimigos. A glória do triunfo de Cristo atinge a todos nós que somos Seus discípulos, que somos Seus seguidores. Toda a Terra se rejubila porque Jesus Cristo vive e Ele é o Senhor de nossas vidas.
A celebração da Páscoa de Cristo não é uma celebração apenas litúrgica, na Igreja, na Missa; é uma celebração que atinge toda a nossa vida e dá razão à nossa fé e sentido a tudo aquilo em que nós cremos.
São Paulo diz que se Cristo não tivesse ressuscitado, vã e inútil seria a nossa fé. É porque nós cremos que Ele está vivo e está ressuscitado, que Ele está no meio de nós, é que a nossa fé tem sentido.
Nós, hoje, somos convidados a ressuscitarmos com Jesus, e ressuscitar com Ele significa ter os corações ao alto. O nosso coração está em Deus, o nosso coração está a acompanhar os passos de Deus aqui na Terra.
Nós ainda vivemos a expectativa da nossa ressurreição, mas já podemos e devemos viver como ressuscitados. E quem vive como ressuscitado, quem tem fé em Jesus vivo e ressuscitado no meio de nós, deve buscar as coisas do alto, lá onde Ele está reinando glorioso com aqueles que colocaram a fé e a confiança na Sua vitória e na Sua ressurreição.
Caminhemos aqui na Terra não movidos pelo desânimo e pelo desespero. Não, pelo contrário, movidos por uma esperança viva de que Jesus está entre nós, agindo no meio de nós. É que, às vezes, olhamos demais para as coisas aqui da Terra, para os nossos problemas, para os nossos sofrimentos, para as agonias pelas quais nós passamos a cada dia e parece que a nossa vida se resume à vida terrestre. Parece que a nossa vida se encerra aqui, tamanhos são, muitas vezes, o nosso desespero e a nossa tristeza diante das dificuldades.
Que um novo combustível, que uma nova esperança mova a nossa vida; a esperança do Cristo vivo e ressuscitado mova tudo aquilo que nós fazemos nessa Terra! Olhemos para Ele, creiamos n’Ele, coloquemos n’Ele a nossa confiança, a nossa fé e a nossa esperança.
Jesus vivo ressuscita a nossa casa, Ele ressuscita a nossa família, Ele ressuscita a nossa fé, Ele dá um sentido novo e um colorido novo à nossa vida. Vivamos não como se Jesus estivesse morto. Vivamos a nossa vida na certeza de que Ele está vivo!
Uma feliz e santa Páscoa para você, sua casa e sua família!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Semeemos Jesus vivo e ressuscitado no meio de nós

“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual, Ele devia ressuscitar dos mortos” (João 20,9).

Assim como os discípulos de Jesus, somos nós, os discípulos nos dias de hoje, que não compreendemos a Escritura, segundo a qual, o Senhor ressuscitou dos mortos. Porque Ele está vivo, Ele está no meio de nós.
O Senhor não está morto, Deus não está morto! Seu Filho Jesus foi enviado para nos dar a vida em plenitude, e Ele está no meio de nós. Precisamos ressuscitar com Ele, precisamos viver a vida que Ele nos trouxe.
A Liturgia de hoje está nos dizendo que: se nós ressuscitamos com Cristo, precisamos nos esforçar para buscar e alcançar as coisas do Alto. Não podemos viver atrelados somente às coisas da Terra, com as preocupações materiais. De tantas tensões e preocupações materiais, preocupações humanas vamos morrendo aos poucos, a ansiedade vai tomando conta de nós. O medo, o pavor, o pânico, as incertezas, todos esses elementos de morte vão nos corroendo por dentro.
É preciso olhar para o Alto, olhar para o Cristo Ressuscitado, permitir que a vida d’Ele esteja em nós. Precisamos buscar as coisas do Alto sem tirar os nossos pés da Terra, trabalhando e construindo a cada dia a nossa vida aqui, mas com a dimensão da eternidade.

A verdade é uma só: Cristo está vivo e ressuscitado

Cristo venceu a morte, a morte não tem poder sobre Ele e não tem poder sobre quem ressuscitou com Ele. Por isso, somos discípulos do Ressuscitado. Celebremos a Sua Páscoa e a vida nova que Ele nos trouxe na nossa própria vida.
Que possamos fazer resplandecer pelo pensamento, pelo sentimento, pela palavra que sai de nós que Cristo está vivo. Não adianta saber que Ele ressuscitou no passado, é preciso que as pessoas olhem para nós hoje e tenham a certeza de que Cristo está vivo porque nós semeamos vida, esperança, renovação, semeamos o Cristo Ressuscitado que faz novas todas as coisas.
Faça acontecer coisas novas onde você se encontra! Faça a Páscoa acontecer na sua casa, no seu ambiente, com as pessoas com as quais você conversa. Faça com que a esperança e a vida nova que Ele nos trouxe esteja ressurgindo, mesmo em meio ao caos, à desordem, ao medo e à tantas situações negativas.
A verdade é uma só: Cristo está vivo e ressuscitado. Se ainda não compreendemos as Escrituras, peçamos a Deus que nos dê a sabedoria e a luz, para que possamos semear Jesus vivo e ressuscitado em tudo que realizamos nesta vida.
Uma Páscoa feliz e abençoada para todos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/04/2020

Oração Final
Pai Santo, faze-nos crianças do teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus Cristo, que nós entendamos que este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, aceita-nos como crianças no teu Reino! Encantados com o Mistério da Ressurreição de Jesus Cristo, faze com que nós entendamos: este é o sinal da nossa própria ressurreição. Dá-nos a alegria verdadeira e a coragem da entrega incondicional do nosso ser ao Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/04/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, que és a Fonte de nossa Esperança, muitas vezes temos pedido que aumentes a nossa Fé. Hoje, diante do mistério da Ressurreição, nós nos entregamos ao teu Espírito para que faças morada em nossos corações e nos conduzas pelas mesmas trilhas percorridas e ensinadas pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do mesmo Espírito Santo.

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